Criador do teste de DNA oferece ajuda a pais de Madeleine
O geneticista britânico, Alec Jeffreys, criador do sistema de impressões digitais de DNA, ofereceu ajuda a Kate e Gerry McCann, pais de Madeleine, 4, garota britânica desaparecida desde 3 de maio em Portugal, para servir como testemunha no caso.
Jeffreys disse que a coincidência de amostras de DNA, por si só, não podem estabelecer a culpabilidade dos McCann, e esclareceu que as características genéticas de Madeleine estariam em ao menos um membro da família.
Gerry e Kate, que são médicos, foram declarados formalmente suspeitos pelo desaparecimento de sua filha, e consideram a possibilidade de realizar exames de DNA independentes no veículo que alugaram em praia da Luz.
Além disso, eles alegaram ontem que não utilizaram o dinheiro do fundo para achar Madeleine para financiar os gastos legais da defesa.
A imprensa portuguesa indicou que os detetives do caso acharam evidências de DNA que correspondiam em 100% com as de Madeleine em um veículo que os pais da garota haviam alugado. No entanto, essa versão foi sido posteriormente desmentida pela polícia.
Em entrevista ao programa político Newsnight, da BBC de Londres, Jeffreys disse que haverá um problema potencial em apontar um perfil genético à Madeleine, sabendo que outros membros da família estiveram no automóvel.
"Os exames de DNA buscam estabelecer se as amostras de DNA 'A' do local de um crime provêm ou não de um individuo 'B'. Assim, caso haja coincidências, há um caso forte baseado em evidências de que, efetivamente, provinha de 'B'", ressaltou o especialista.
"De aqui em diante depende dos investigadores, das cortes e do resto [dos serviços policiais], que deve, estabelecer se essa conexão é relevante ou não. O DNA não tem as palavras inocente ou culpado escritas, esse é um conceito legal. O que é preciso estabelecer são as conexões e identificações", acrescentou.
Beco sem saída
Pouco antes, o irmão de Gerry, John McCann, disse que o cardiologista acha que a polícia portuguesa "se meteu em um beco sem saída". Segundo John, que citou o irmão, "os agentes policiais perderam todo o rumo na investigação, e devem voltar a retomá-lo".
Os médicos britânicos negam categoricamente qualquer participação no desaparecimento de sua filha, que tinha três anos quando foi vista pela última vez.
Os McCann estavam passando férias em Praia da Luz, na região do Algarve, quando Madeleine desapareceu do quarto de hotel em que dormia, no complexo turístico Ocean Club.
No momento do desaparecimento, os pais jantavam com um grupo de amigos em um restaurante localizado a cerca de 50 metros do apartamento em que estava a garota.
Neste final de semana, os McCann voltaram para sua casa na cidade de Rothley, região central da Inglaterra, e esperam agora a decisão do juiz de instrução criminal encarregado do caso, que poderá apresentar uma acusação formal.
O casal contratou advogados no Reino Unido e em Portugal logo após terem sido declarados suspeitos formais do caso, na semana passada.
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