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PJ segue cadastrado russo para chegar a Madeleine
A Polícia Judiciária está na caça a um russo, amigo do britânico Robert Murat, com cadastro por violência sexual. O seu perfil criminal encaixa na personalidade de Murat – designadamente nas manias sexuais.
A Polícia Judiciária segue a pista de um russo com antecedentes criminais por violências sexuais. Este homem, que não se sabe se está em Portugal, tem relações de amizade com Robert Murat – o britânico que vive com a mãe na Casa Liliana, a escassas dezenas de metros do apartamento de onde Madeleine foi raptada.
O perfil criminal do russo encaixa em alguns traços na personalidade de Murat, designadamente nas manias sexuais. A residência de Murat, uma moradia com piscina rodeada por um terreno murado, foi alvo de buscas pela Judiciária e especialistas do laboratório de Polícia Científica. Os investigadores encontraram cassetes pornográficas com imagens de “grande violência” e ligações a sites de sexo com animais. A PJ apreendeu-lhe o computador e encontrou correio electrónico com mensagens encriptadas e ligações a páginas de pedofilia. Ainda segundo fontes próximas da investigação, Robert Murat e o amigo russo estão juntos em diversos negócios classificados como “esquisitos”.
A PJ, que tem estreitado a colaboração com a polícia inglesa na investigação do perfil de Murat, aguarda agora os resultados das perícias, sobretudo de DNA, pois só assim poderá ter certezas quanto à possibilidade de Maddie ter estado na casa.
Quando os investigadores, na segunda-feira, levaram a cabo buscas na Casa Liliana – e em mais outras cinco habitações das redondezas utilizadas pelo suspeito, promotor imobiliário – tinham fortes indícios contra Roberto Murat, mas não excluíam o envolvimento de mais pessoas. Desde logo uma mulher que admitiam ser namorada de Murat, Michaela Walczuch, que ontem disse ao CM ser apenas “colega de trabalho”.
Uma outra linha de investigação colocava a hipótese de Murat estar ligado a um conflito entre os ex-administradores do Ocean Club e os actuais proprietários – uma vez que entre os seus amigos está um dos ex-gestores do empreendimento. A busca à Casa Liliana, porém, consolidou a suspeita sobre Robert e abriu uma nova linha à investigação que passa pela detecção do amigo russo.
Robert Murat, de 33 anos, é conhecido em Lagos. Proprietário de uma agência imobiliária , em sociedade com Michaela Walczuch, Murat é quase um filho da terra. Há mais de vinte anos que reside na moradia da Praia da Luz – a Casa Liliana, a pouco mais de 60 metros do local de onde Madeleine foi raptada. Uma vasta residência, com os jardins a demonstrarem algum desleixo, mas com piscina, anexos e também uma estufa que o tempo parece também ter votado ao abandono
Na Luz, onde Murat passava grande parte dos dias, todos o conhecem. Dizem-no falador e educado. “Era o homem que vinha aqui ao todos os dias. Levava água aos militares da GNR”, diz um cliente do supermercadoBaptista, situado paredes-meias com o Ocean Club.
"ISTO ESTÁ A ARRUINAR A MINHA VIDA"
Depois de ser constituído arguido, Robert Murat falou ao canal da televisão inglesa Sky News. Acusou a Polícia Judiciária de estar a fazer dele um bode expiatório. “Fui feito bode expiatório por algo que não fiz. Isto está a arruinar a minha vida e a da minha família, aqui e em Inglaterra”, disse. Acrescentou que “a única maneira de sobreviver a isto é o raptor ser detido pela polícia”.
INVESTIGADA RELAÇÃO DE ROBERT MURAT COM SÓCIA
Michaela Walczuch, mulher que anteontem à noite foi interrogada na Polícia Judiciária em Portimão, fundou com Robert Murat a Romigen, empresa on-line de venda imobiliária, em Lagos, e diz ao CM serem apenas “colegas”, apesar de diversas fontes garantirem que a alemã, casada e com uma filha de sete anos, é “namorada” do suspeito do rapto de Maddie.
Michaela já vive há dez anos com o marido, Luís António, em Lagos, mas fazem vidas separadas e os vizinhos asseguram que Robert visita a casa há um ano.
Luís António foi o terceiro indivíduo, português, ouvido anteontem na PJ. Contactada ontem de manhã pelo CM, Michaela Walczuch, no seu português fluente, escusou-se a prestar declarações. “Não posso falar”, disse, limitando-se a confirmar ter fundado a Romigen com o “colega” Robert. O marido é natural da Meia Praia, em Lagos, e trabalha na manutenção de piscinas. Na última quinta-feira, Robert esteve de manhã no café junto à casa, um primeiro andar no centro de Lagos, e tomou um galão, como é hábito. Nessa mesma tarde voltou ao café com Michaela, a filha e dois homens. Mãe e filha comeram gelados, enquanto Robert e os dois homens, morenos, conversavam em inglês.
Robert trabalhou três meses, em 2005, na agência imobiliária portugueshomes.com, em Lagos, mas o contrato não foi renovado por falta de profissionalismo. Não fez uma venda mas guardou os cartões, que distribuiu aos jornalistas na Luz logo após o rapto de Madeleine.
Depois trabalhou na Remax, em Lagos, com desempenho médio, onde o recordam pela simpatia. Há um ano aproximou-se de Michaela, quando esta saiu da imobiliária Century 21, também em Lagos, alegando que ia receber uma herança. E os dois fundaram então a Romigen.
Além da mãe, Jennifer (ver a peça em baixo), Robert, cujo pai morreu quando era ainda criança, tem na localidade do Burgau uma prima, Salli, e o tio viúvo.
JENNIFER VIU O RETRATO-ROBÔ
A mãe de Robert, Jennifer Murat, tem 71 anos e é enfermeira reformada. Em tempos geriu uma estufa na zona de Almádena e foi também uma das pessoas com mais intervenção nas buscas da criança. Uma das primeiras a ver o retrato-robô fornecido pela Polícia Judiciária, foi mais longe e montou ela própria uma banca a cem metros do Ocean Club e onde recebia todas as indicações de ingleses que não quisessem falar com a polícia. A carrinha verde, em que se fazia transportar e que anteontem à noite foi colocada pela PJ no interior da propriedade, acompanhava-a sempre e os cartazes de Maddie nas janelas não deixam dúvidas sobre o seu empenho. Falou também aos jornalistas e mostrou-se preocupada com o destino da criança.
APONTAMENTOS
FILHA EM INGLATERRA
A filha de Robert Murat chama-se Sophie, tem três anos e meio e vive com a mãe em Inglaterra. Murat ainda disputou a custódia da criança em tribunal mas acabou por perder.
BATALHÃO DESLOCADO
Toda a população e Comunicação Social que nos últimos 13 dias acampou à porta do Ocean Club deslocou-se 50 metros nos últimos dois dias. A concentração do batalhão de jornalistas que acompanha o caso é feita agora, em permanência, à porta da Casa Liliana, a vivenda onde o suspeito Robert Murat vive com a mãe.
MOBILIZAÇÃO MÁXIMA
Depois de se começar a sentir uma desmobilização geral de jornalistas no domingo, o aparato voltou entre ontem e anteontem ao normal, com os últimos acontecimentos. A Sky News, que tinha uma equipa inicial de 32 pessoas no Algarve, chegou a reduzir para oito pessoas no fim-de-semana, mas ontem voltou a reunir o número dos primeiros dias.
A Polícia Judiciária está na caça a um russo, amigo do britânico Robert Murat, com cadastro por violência sexual. O seu perfil criminal encaixa na personalidade de Murat – designadamente nas manias sexuais.
A Polícia Judiciária segue a pista de um russo com antecedentes criminais por violências sexuais. Este homem, que não se sabe se está em Portugal, tem relações de amizade com Robert Murat – o britânico que vive com a mãe na Casa Liliana, a escassas dezenas de metros do apartamento de onde Madeleine foi raptada.
O perfil criminal do russo encaixa em alguns traços na personalidade de Murat, designadamente nas manias sexuais. A residência de Murat, uma moradia com piscina rodeada por um terreno murado, foi alvo de buscas pela Judiciária e especialistas do laboratório de Polícia Científica. Os investigadores encontraram cassetes pornográficas com imagens de “grande violência” e ligações a sites de sexo com animais. A PJ apreendeu-lhe o computador e encontrou correio electrónico com mensagens encriptadas e ligações a páginas de pedofilia. Ainda segundo fontes próximas da investigação, Robert Murat e o amigo russo estão juntos em diversos negócios classificados como “esquisitos”.
A PJ, que tem estreitado a colaboração com a polícia inglesa na investigação do perfil de Murat, aguarda agora os resultados das perícias, sobretudo de DNA, pois só assim poderá ter certezas quanto à possibilidade de Maddie ter estado na casa.
Quando os investigadores, na segunda-feira, levaram a cabo buscas na Casa Liliana – e em mais outras cinco habitações das redondezas utilizadas pelo suspeito, promotor imobiliário – tinham fortes indícios contra Roberto Murat, mas não excluíam o envolvimento de mais pessoas. Desde logo uma mulher que admitiam ser namorada de Murat, Michaela Walczuch, que ontem disse ao CM ser apenas “colega de trabalho”.
Uma outra linha de investigação colocava a hipótese de Murat estar ligado a um conflito entre os ex-administradores do Ocean Club e os actuais proprietários – uma vez que entre os seus amigos está um dos ex-gestores do empreendimento. A busca à Casa Liliana, porém, consolidou a suspeita sobre Robert e abriu uma nova linha à investigação que passa pela detecção do amigo russo.
Robert Murat, de 33 anos, é conhecido em Lagos. Proprietário de uma agência imobiliária , em sociedade com Michaela Walczuch, Murat é quase um filho da terra. Há mais de vinte anos que reside na moradia da Praia da Luz – a Casa Liliana, a pouco mais de 60 metros do local de onde Madeleine foi raptada. Uma vasta residência, com os jardins a demonstrarem algum desleixo, mas com piscina, anexos e também uma estufa que o tempo parece também ter votado ao abandono
Na Luz, onde Murat passava grande parte dos dias, todos o conhecem. Dizem-no falador e educado. “Era o homem que vinha aqui ao todos os dias. Levava água aos militares da GNR”, diz um cliente do supermercadoBaptista, situado paredes-meias com o Ocean Club.
"ISTO ESTÁ A ARRUINAR A MINHA VIDA"
Depois de ser constituído arguido, Robert Murat falou ao canal da televisão inglesa Sky News. Acusou a Polícia Judiciária de estar a fazer dele um bode expiatório. “Fui feito bode expiatório por algo que não fiz. Isto está a arruinar a minha vida e a da minha família, aqui e em Inglaterra”, disse. Acrescentou que “a única maneira de sobreviver a isto é o raptor ser detido pela polícia”.
INVESTIGADA RELAÇÃO DE ROBERT MURAT COM SÓCIA
Michaela Walczuch, mulher que anteontem à noite foi interrogada na Polícia Judiciária em Portimão, fundou com Robert Murat a Romigen, empresa on-line de venda imobiliária, em Lagos, e diz ao CM serem apenas “colegas”, apesar de diversas fontes garantirem que a alemã, casada e com uma filha de sete anos, é “namorada” do suspeito do rapto de Maddie.
Michaela já vive há dez anos com o marido, Luís António, em Lagos, mas fazem vidas separadas e os vizinhos asseguram que Robert visita a casa há um ano.
Luís António foi o terceiro indivíduo, português, ouvido anteontem na PJ. Contactada ontem de manhã pelo CM, Michaela Walczuch, no seu português fluente, escusou-se a prestar declarações. “Não posso falar”, disse, limitando-se a confirmar ter fundado a Romigen com o “colega” Robert. O marido é natural da Meia Praia, em Lagos, e trabalha na manutenção de piscinas. Na última quinta-feira, Robert esteve de manhã no café junto à casa, um primeiro andar no centro de Lagos, e tomou um galão, como é hábito. Nessa mesma tarde voltou ao café com Michaela, a filha e dois homens. Mãe e filha comeram gelados, enquanto Robert e os dois homens, morenos, conversavam em inglês.
Robert trabalhou três meses, em 2005, na agência imobiliária portugueshomes.com, em Lagos, mas o contrato não foi renovado por falta de profissionalismo. Não fez uma venda mas guardou os cartões, que distribuiu aos jornalistas na Luz logo após o rapto de Madeleine.
Depois trabalhou na Remax, em Lagos, com desempenho médio, onde o recordam pela simpatia. Há um ano aproximou-se de Michaela, quando esta saiu da imobiliária Century 21, também em Lagos, alegando que ia receber uma herança. E os dois fundaram então a Romigen.
Além da mãe, Jennifer (ver a peça em baixo), Robert, cujo pai morreu quando era ainda criança, tem na localidade do Burgau uma prima, Salli, e o tio viúvo.
JENNIFER VIU O RETRATO-ROBÔ
A mãe de Robert, Jennifer Murat, tem 71 anos e é enfermeira reformada. Em tempos geriu uma estufa na zona de Almádena e foi também uma das pessoas com mais intervenção nas buscas da criança. Uma das primeiras a ver o retrato-robô fornecido pela Polícia Judiciária, foi mais longe e montou ela própria uma banca a cem metros do Ocean Club e onde recebia todas as indicações de ingleses que não quisessem falar com a polícia. A carrinha verde, em que se fazia transportar e que anteontem à noite foi colocada pela PJ no interior da propriedade, acompanhava-a sempre e os cartazes de Maddie nas janelas não deixam dúvidas sobre o seu empenho. Falou também aos jornalistas e mostrou-se preocupada com o destino da criança.
APONTAMENTOS
FILHA EM INGLATERRA
A filha de Robert Murat chama-se Sophie, tem três anos e meio e vive com a mãe em Inglaterra. Murat ainda disputou a custódia da criança em tribunal mas acabou por perder.
BATALHÃO DESLOCADO
Toda a população e Comunicação Social que nos últimos 13 dias acampou à porta do Ocean Club deslocou-se 50 metros nos últimos dois dias. A concentração do batalhão de jornalistas que acompanha o caso é feita agora, em permanência, à porta da Casa Liliana, a vivenda onde o suspeito Robert Murat vive com a mãe.
MOBILIZAÇÃO MÁXIMA
Depois de se começar a sentir uma desmobilização geral de jornalistas no domingo, o aparato voltou entre ontem e anteontem ao normal, com os últimos acontecimentos. A Sky News, que tinha uma equipa inicial de 32 pessoas no Algarve, chegou a reduzir para oito pessoas no fim-de-semana, mas ontem voltou a reunir o número dos primeiros dias.