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"APITO DOURADO" Colocar aqui tudo relacionado c/ o tema pf.

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Apito Dourado - FPF nega eventual perda de utilidade pública

GARANTE QUE É UMA SITUAÇÃO "PERFEITAMENTE INJUSTIFICADA"



A Federação Portuguesa de Futebol (FPF) defendeu hoje, através de um comunicado, que "é perfeitamente injustificada" a alusão de perda de estatuto de utilidade pública por não ter agido contra Valentim Loureiro, no âmbito do processo relativo a alegada coacção sobre árbitros.

A FPF garante que "não chegaram ao conhecimento do Conselho de Justiça (...) quaisquer factos relacionados com o jogo Boavista-Académica, realizado a 20 de Setembro de 2003", dos quais a Comissão Disciplinar da Liga enviou notas de culpa ao clube axadrezado e ao então presidente, João Loureiro.

O comunicado, divulgado na página oficial da Internet, esclarece que os prazos de prescrição previstos no número dois do artigo 9.º do regulamento disciplinar "se o facto qualificado como infracção disciplinar for também considerado infracção penal, o prazo de prescrição é de cinco anos".

A FPF remeteu a questão da perda de utilidade pública - por alegada omissão do seu Conselho de Justiça - para a secretaria de Estado do Desporto. Esta, contactada pela Agência Lusa, escusou-se a comentar o assunto.

"Rc"
 

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Apito Dourado - Conselho de Justiça pode cair

A CONFIRMAR-SE O INCUMPRIMENTO DE DEVER POR PROCESSOS PRESCRITOS



O Conselho de Justiça (CJ) da FPF arrisca ser destituído. A confirmar-se a prescrição de alguns processos que deveria ter instaurado no âmbito do Apito Dourado, aquele órgão não cumpre um dos deveres dos titulares dos corpos sociais consagrado no art.º 14/alínea B dos estatutos da FPF: promoção da ética desportiva em particular nos domínios da violência, da dopagem e da corrupção.

Esse dever é atribuído aos órgãos disciplinares federativos através do Regime Disciplinar das Federações Desportivas (Lei 112/99) que confere competência para investigar e punir casos de corrupção, entre outros, ainda que ocorram no âmbito profissional (art.º 11).

Se o CJ deixou prescrever algum processo, corre o risco de cessar funções por violação grave dos deveres estatutários (art.º 17º). A FPF negou em comunicado ter o CJ sido negligente nesta matéria, alegando que o prazo de prescrição é de 5 anos quando a infracção disciplinar é também penal.Acontece que o caso do jogo Boavista-Académica não corre nos tribunais.Logo, aplica-se o prazo de 3 anos, que já foi ultrapassado.

A eventual destituição do CJ terá de ser aprovada em assembleia a qual só pode ser convocada por requerimento fundamentado e 1/3 de votos.
Autor: A.M.
 

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Apito Dourado - Escutas contam pouco

PRINCIPAL ELEMENTO DE PROVA PARA A LIGA PODE BASEAR-SE EM DEPOIMENTOS



Miguel Moreira dos Santos, filho do advogado que representa Pinto da Costa nos diversos processos pendentes, revelou ontem ao site MaisFutebol que a defesa do FC Porto e do seu presidente das notas de culpa irá basear-se na contestação da utilização de escutas telefónicas em processos disciplinares de instâncias desportivas.

O pedido poderá ser atendido mas nem por isso a Comissão Disciplinar da Liga deixará de apreciar o caso, pois tem outro tipo de elementos, como seja alguns depoimentos prestados por testemunhas. São os casos das declarações em sede de inquérito de Carolina Salgado e das brasileiras que terão estado com a equipa de Jacinto Paixão após o FC Porto-E. Amadora.

Num momento em que nos tribunais se decide, por exemplo, se o caso relativo a este jogo vai a julgamento, o que não é de todo líquido... Certo é que FC Porto e Pinto da Costa vão recorrer das sanções disciplinares, porque, segundo Miguel Moreira dos Santos, “não podem aceitar a sanção por um comportamento antidesportivo”. Recursos que, alega, não terão efeito suspensivos, com as eventuais penas a aplicar a serem cumpridas na actual época.

“A decisão está tomada”, referiu aquele jurista, antecipando um desfecho negativo para as partes que defende, o que não invalidará recursos até à última instância e, inclusive, nos tribunais comuns. O prazo para a contestação das notas de culpa termina na próxima 2.ª feira e as testemunhas indicadas começarão a ser ouvidas, na Liga, a partir do meio da semana que aí vem.
Autor: EUGÉNIO QUEIRÓS
 

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Boavista - João Loureiro: «Fiz o que 99 por cento dos dirigentes faziam»

ANTIGO PRESIDENTE AXADREZADO EM ENTREVISTA



- Como reage aos processos de que é alvo agora na Liga de Clubes?
- Quero esclarecer que não posso nem vou entrar em detalhes sobre a matéria porque ela está ainda a ser discutida no órgão próprio. Tenho estado a coordenar a minha defesa com o Boavista/SAD e não quero ultrapassar determinados limites. Mas há aqui duas ou três coisas que devem ficar claras: das situações em causa, duas foram objecto de arquivamento e outra, muito embora tenha sido aflorada no inquérito judicial, nem sequer deu origem a qualquer certidão. Ou seja, estamos a falar de situações que na justiça civil estão resolvidas. No que me diz respeito a mim, já fui ilibado em relação a estas matérias.

- Mas o que aqui está em causa é a área disciplinar da Liga...
- Como se sabe, neste momento sou, com muito orgulho, um mero associado do Boavista FC e não desempenho quaisquer funções desportivas, pelo que não estou sob a alçada disciplinar da Liga ou da FPF. Se eu responder à nota de culpa, fá-lo-ei voluntariamente mas não porque a isso esteja obrigado.

- O que o leva a fazê-lo?
- Vou fazê-lo porque quero que a verdade seja esclarecida e porque sei que se levar a verdade ao processo estarei a contribuir para que a SAD e o clube do meu coração não venham a ser minimante prejudicados.

- Já leu e analisou as notas de culpa?
- É algo que estou a fazer. Mas é preciso frisar que o que veio a público é uma proposta do instrutor do processo de passar estas situações de inquérito a processo disciplinar. Não há qualquer decisão da Comissão Disciplinar sobre este assunto. Até porque a defesa, quer do Boavista quer a minha, só agora se pode iniciar.

- Mas já foi ouvido na Liga...
- Sim, mas a minha declaração deu, genericamente, duas páginas em A4. Não fui ouvido em detalhe e só agora é que vou fazer a minha defesa, tal como o Boavista/SAD. Só agora serão conhecidos os nossos argumentos. Isto é, a própria CD da Liga ainda nada decidiu e pode, se entender que a defesa apresenta uma boa argumentação, não pronunciar-se no sentido da acusação que foi feita. E mesmo assim ainda haverá lugar para recurso para o Conselho de Justiça.

- Tem trunfos na manga?
- Penso que genericamente haverá razões para a minha defesa e a do Boavista/SAD. Serão ouvidas testemunhas, invocaremos jurisprudência que possa ser favorável e, sobretudo, em tese geral parece-me que esta acusação é (uma pausa)...um pouco excessiva.

- Mas não lhe parece estranho que em dois dos processos o Boavista e você sejam acusados de corrupção na justiça civil e agora surjam acusados de coacção sobre a equipa de arbitragem? Não há aqui uma mudança de paradigma?
- Isso é matéria jurídica. O que lhe posso dizer é que o tipo legal que está previsto no artigo 54 do Regulamento Disciplinar na minha opinião não está preenchido. São argumentos que esgrimirei no processo.

- O que pensa que pode vir a acontecer?
- Confio e sou obrigado a confiar no bom senso jurídico das pessoas que estão na Comissão Disciplinar. Tenho a certeza que, depois de verem os vários argumentos que vão ser apresentados, seguramente que farão exame de consciência e verificarão que este caminho é exagerado.

- Algum dia coagiu algum árbitro?
- Seguramente que não. E mais: nesta matéria não há qualquer conversa entre mim e algum árbitro, nos processo que se referem aos jogos com o Benfica e o Belenenses. A minha preocupação era sempre que o Boavista não fosse prejudicado. Mais do que isto não posso dizer.

- Se pudese voltar a trás falaria, por exemplo, com Pinto Correia e Ezequiel Feijão no sentido de estes contactarem árbitros?
- Dou esse benefício. Sei que aquilo que fiz corresponde ao exactamente ao que 99 por cento dos dirigentes faziam na perspectiva de não serem prejudicado.

- Mas porque razão falava com o secretário da Comissão de Arbitragem da Liga ou com Pinto Correia?
- Não vou entrar em detalhes. O que lhe digo é o que fazia era corrente fazer-se. Mas se voltasse atrás, não faria uma coisa ou outra, mas de aí a entrar-se, isso sim, numa violência que seria uma punição com esta grandeza, sobretudo quando a matéria criminal, exaustivamente estudada, foi incriminado... Se houve arquivamento é porque se concluiu que estas condutas não teriam gravidade. Tudo que aconteceu foi dentro de determinado contexto – e isso vou provar, está nas escutas – em que eu tudo fazia para que o Boavista, que nem foi à Europa, não fosse prejudicado. E repare que o Boavista não venceu qualquer um destes jogos e num deles, com o Benfica, tivemos dois jogadores expulsos. Os próprios relatórios dos peritos, nestes jogos, até dão a ideia de que o Boavista terá sido prejudicado!

- Mas como é que o relator da Liga pode ter entendido, para falar em coacção, que o jogo decorreu em condições normais?
- Consulte os jornais da altura e analise o que se passou. Resumindo, parece-me que se houver bom senso jurídico e alguma reflexão tudo será esclarecido. Estou convencido, sem querer pressionar ou influenciar qualquer decisão, que este tipo de punição não poderá acontecer. Nem o país desportivo compreenderia como é que em situações ocorridas na mesma altura, aqueles que foram arquivadas produzissem efeitos mais fortes do que aquelas em que há acusação.

- A verdade é que a acusação que está para julgamento (Boavista-Estrela) não foi objecto de qualquer nota de culpa da Liga...
- É uma parte que ainda não conheço e sobre a qual não me posso pronunciar. Vou respeitar os órgãos de justiça desportiva mas irei processualmente usar todos os argumentos na minha defesa e do Boavista/SAD. Há coisas que vou levar ao processo que contribuirão para que tudo se resolva. Na minha opinião, nisto tudo nem sequer ilícitos há de ordem disciplinar embora já estejam a decorrer os julgamentos morais. Mas do julgamento moral ao julgamento disciplinar ou criminal vai uma certa distância.

- Voltando precisamente ao campo da moral, arrepende-se de alguma conduta que tenha tido como presidente do Boavista?
- Moralmente, uma coisa ou outra que terei feito hoje, noutro contexto, não o faria exactamente assim. Mas o que eu fiz não foi nada que qualquer dirigente não fizesse e não foi nada de anormal, não foi nada de disciplinarmente censurável. Há algo que o senso comum facilmente entenderá: se porventura eu tivesse coagido algum árbitro, evidentemente que esse árbitro no mínimo faria uma participação. Se os árbitros foram arbitrar aqueles jogos foi porque se sentiram em perfeitas condições para tal. Os próprios jogos, quer os resultados finais quer o que consta dos relatórios dos árbitros, provam que se houve uma equipa prejudicada, até foi o Boavista.
Autor: EUGÉNIO QUEIRÓS
 

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O medo

São de tal forma profundos os problemas do futebol português, gerido ano após ano com tremenda leviandade, por aqueles a quem deveria ser imputada a responsabilidade de zelar pela sua organização segundo princípios de equidade e ética, que se torna muito difícil ser “bombeiro” numa freguesia destas. São muitos fogos para Hermínio Loureiro apagar, uma vez que já se conhece a reacção tradicional de Gilberto Madaíl, sempre que se (re)acende uma labareda: “cavar”!

Os regulamentos da Liga foram aprovados pelos clubes e, por isso, o que revelam de bom e de mau a eles se deve. Talvez por isso muitas das normas não defendem os interesses do futebol português (mais rigor e mão pesada para os prevaricadores); foram feitas para, de uma forma geral, não “aleijar” quem se acha acima das leis.

Por isso tenho dito que o(s) Governos(s) não podem continuar a brincar ao gato e ao rato, em estilo de desenho animado, porque o estatuto da UPD (Utilidade Pública Desportiva) não deve ser utilizado como bibelô.

Se a FPF, em muitas matérias, não age (vide situação de incompatibilidade latente do Conselho de Justiça perante o Apito Dourado), o Estado tem de o fazer. Não se pode esconder atrás do biombo, com medo das consequências políticas.

Pinto Monteiro, a propósito da relação dos professores com os alunos, apelou à perda do medo. Este é um País de medos e muito desse medo foi inculcado, territorialmente, por pessoas ligadas ao futebol. Muito bem: há que perder o medo. Mas o País tem de saber defender a coragem. O procurador-geral sabe, certamente, que os Governos, nestas matérias, são geralmente relapsos.

São ridículos alguns castigos aplicados pela CD da Liga. Coimas de 250 euros por comportamentos que violam o espírito do desporto? Só para rir. A desproporcionalidade faz parte, aliás, da lógica da bola indígena. As cláusulas de rescisão (tema já aqui tratado) são exemplo disso. A questão dos salários em atraso é uma das mais graves. Esta (a)normalidade não pode continuar a passar impune.
Autor: RUI SANTOS
 

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'Apito Dourado': Punições próximas

Perda de pontos só no final
O Futebol Clube do Porto vai recorrer da sanção que lhe foi determinada pela Comissão Disciplinar da Liga de Clubes. Depois de os azuis-e-brancos terem sido notificados de que cometeram duas infracções disciplinares graves – corrupção na forma tentada, na sequência dos contactos com os árbitros antes dos encontros Beira-Mar/FC Porto e Estrela da Amadora/FC Porto, a contar para as épocas 2003/04 – os juristas dos Dragões entendem que os recursos não atrasam a aplicação da sanção. Querem que seja aplicada já esta época – a perda de seis pontos – de forma a que o FC Porto não comece o próximo campeonato com uma classificação negativa.

A confirmação do recurso foi ontem dada por Miguel Moreira dos Santos ao site MaisFutebol. "Os visados não podem aceitar a sanção por um comportamento antidesportivo", disse o causídico, explicando depois que a sanção a determinar pela Liga será aplicada no prazo máximo de vinte dias após a entrada das contestações naquele órgão desportivo. O que acontecerá então ainda esta época, numa altura em que falta cinco jornadas para o campeonato terminar e os resultados são apenas homologados trinta dias depois.

ESCUTAS TELEFÓNICAS

O entendimento dos juristas azuis e brancos vem baralhar agora todas as contas. O FCPorto perde ainda esta época os seis pontos (a sanção alegadamente prevista no regulamento disciplinar, embora alguns juristas defendam que pode apenas haver a perda de três pontos), mas Pinto da Costa será também imediatamente suspenso.

A dúvida estará apenas no tempo da suspensão que venha a ser determinada pela Liga. O mínimo é seis meses, o que fará com que os portistas tenham todo o interesse em acelerar o processo. Pelo menos até ao Tribunal Administrativo, onde poderão suspender a sua aplicação.

Refira-se, ainda, que as principais linhas da defesa azul e branca deverão ser a tentativa de anulação da utilização das escutas telefónicas. Os advogados do clube entendem que a Comissão Disciplinar não as podia ter usado, porque consideram que foi cometido um crime que na justiça civil apenas prevê uma pena máxima até dois anos.

Assim sendo, entendem os mesmos advogados, os responsáveis pelo inquérito disciplinar teriam de utilizar outros meios de prova. O que neste caso é praticamente impossível, já que a acusação assenta fundamentalmente naquelas.

Quanto ao Boavista e se o entendimento for idêntico, a perda de pontos ou a eventual descida de divisão aplica-se também esta época. João Loureiro poderá ser igualmente suspenso, no mínimo durante um ano, por se tratar de um caso consumado de coacção a árbitro.
CM
 

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FederaÇÃo Alvo De Buscas

Gilberto Madaíl nem queria acreditar quando elementos da PJ entraram na sede da Federação Portuguesa de Futebol. A busca foi ordenada por parte da equipa de Maria José Morgado, que conseguiu apreender memorandos que continham, escritas à mão, as notas das alterações que deveriam ser feitas à margem dos regulamentos desportivos. Havia acertos a pedido dos interessados e o MP mandou cópias do processo para a Liga,para aplicação de sanções.CM
 

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Madureira Comprou Dois Porsches E Ganha Mil Euros

Fernando Madureira, líder da claque dos Super Dragões, declarou no início do ano passado que tinha dois Porsches Boxster. O primeiro foi comprado em 2005 e o segundo em 2006. Um deles terá sido entretanto vendido, mantendo-se Madureira na posse de outro automóvel, um Renault Laguna, adquirido em 2003.

A posse destes luxuosos automóveis (o primeiro custa 80 mil euros, o segundo 65 mil, se forem ambos comprados novos) é incompatível com o rendimento que anualmente Fernando Madureira declara. O maior montante apresentado ao Fisco foi de 14 mil euros, o que mesmo assim representa três vezes mais do que declarava quando comprou o Renault Laguna (em 2003 a sua declaração de rendimento dá conta de que só ganhou cinco mil euros no ano).

Os documentos que o CM consultou dão conta de uma disparidade difícil de explicar. A última declaração de rendimentos informa que Fernando Madureira ganhou pouco mais de 16 mil euros num ano. A entidade patronal foi a Cozinha de Ouro – actividades hoteleiras, havendo ainda referência a outro montante de uma segunda entidade patronal – PauloGuedes e Fernando Lda, uma empresa com sede no Porto. No entanto, esta apenas pagou 2700 euros a Fernando Madureira pelos serviços prestados durante 12 meses.

Os registos de património do líder dos Super Dragões mostram também outras disparidades. Em 2003, quando declarava ganhar anualmente, montantes em bruto, apenas cinco mil euros (por mês recebeu cerca de 400 euros, quantia essa ainda sujeita a descontos), Madureira comprava a primeira casa.

Foi uma moradia em Mafamude, Vila Nova de Gaia, adquirida por apenas 101 mil euros. O imóvel foi avaliado, na declaração de Finanças, no início do ano passado, em 175 mil euros.

A casa foi entretanto vendida e Fernando Madureira mora agora noutra moradia, na rua de Salgueiros, em Canídelo, também em Vila Nova de Gaia, uma zona nobre da cidade. Não tem qualquer outro valor declarado em seu nome.

CAROLINA ACUSOU-O DE AGRESSÃO

Fernando Madureira foi constituído arguido no âmbito do ‘Apito Dourado’ depois de a ex-companheira de Pinto da Costa declarar no processo ter mandado dar uma sova a Ricardo Bexiga, vereador da Câmara Municipal de Gondomar. Disse que contactou o líder dos Super Dragões para esse serviço. Carolina Salgado afirmou que foi Madureira quem escolheu os agressores de Ricardo Bexiga, mas esse processo acabou arquivado pelo Ministério Público por falta de provas. Madureira sempre negou estar envolvido no caso. Cm
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Perito Diz Que Árbitros Cometeram Faltas Leves

O antigo árbitro Adelino Antunes continuou ontem no Tribunal de Gondomar a analisar algumas decisões tomadas pelos árbitros Valente Mendes e Pedro Sanhudo, dois dos arguidos do processo ‘Apito Dourado’. O perito visionou gravações dos encontros Dragões Sandinenses-Gondomar, Trofense-Gondomar e Pedras Rubras-Gondomar da II Divisão B, época 2003/2004.

Adelino Antunes concedeu o beneficio da dúvida aos árbitros e seus auxiliares, na maioria dos lances duvidosos. "Admito perfeitamente", "talvez", "pareceu-me" e "a actuação do árbitro não teve influência no resultado final" foram as conclusões a que o perito Adelino Antunes chegou perante as imagens das jogadas em causa, visionadas no tribunal. O julgamento prossegue na segunda-feira com a audição do ex-árbitro Jorge Coroado, outro dos três auditores arrolados pelo Ministério Público.

PATRIMÓNIO ELEVADO

Declaração de rendimentos revela contradi-ções. Ganha 14 mil euros por ano mas tem um património elevado: pelo menos três casas euma vivenda.

CONSELHO CONSULTIVO

António Lobo Xavier já não exerce as funções de administrador da SAD portista. De acordo com o último relatório e contas da sociedade anónima desportiva, Lobo Xavier é agora um dos vinte membros do conselho consultivo da SAD, presidido por Alípio Dias.

PORMENORES

FAMÍLIA

Fernando Madureira casou cedo e aos 30 anos já tinha três filhos. A última menina chama--se Vitória porque nasceu pouco depois de um jogo com o Benfica em que os dragões venceram. A família vive dos rendimentos que Madureira aufere nos negócios que possui.

TRIBUNAL

A última vez que o líder dos Super Dragões foi a tribunal deveu-se a acusações de distúrbios e desobediência às autoridades durante um jogo de basquetebol em Lisboa. Madureira foi absolvido pelo Tribunal Judicial de Matosinhos.

PORSCHE

Madureira também já foi detido por conduzir o seu Porsche Boxster porque o automóvel se encontrava apreendido por falta de pagamento do Imposto Municipal de Circulação.

A detenção ficou marcada por um grande aparato e com fernando Madureira a reclamar com a PSP.

NOTAS

CONTRA PERDA DE ESTATUTO

A FPF diz que é injustificada a perda do estatuto de utilidade pública por não ter agido contra Valentim Loureiro pela coacção a árbitros.

VALENTIM DIZ QUE NÃO LIGOU

Valentim Loureiro afirmou ontem que "não existe escuta nenhuma" do telefonema ao árbitro Paulo Januário. "Não lhe telefonei", diz.

FCP SÓ PERDE TRÊS PONTOS

O especialista em Direito Desportivo José Manuel Meirim defende que o FC Porto perde três pontos e não seis por corrupção.


Tânia Laranjo / Manuela Teixeira:Espi06::est48:
 

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Soltar os leões a Rola foi só uma ameaça

BOAVISTA SABE QUE A CD DA LIGA JÁ ARQUIVOU UM PROCESSO DE COACÇÃO



"Abro-te a jaula e os leões comem-te vivo", terá sido assim que Pimenta Machado se dirigiu a António Rola no intervalo do dérbi minhoto com o Sporting de Braga, disputado em Guimarães, referente à época 1996/97. A Comissão Disciplinar da Liga, então presidida por Jorge Ramos, entendeu que havia aqui matéria para processo disciplinar e o Vitória de Guimarães e o seu presidente foram acusados de coacção sobre a equipa de arbitragem. O caso seguiu mesmo para os tribunais, onde o presidente vitoriano foi condenado. Na instância disciplinar da Liga, o processo acabou por ser arquivado.

Dez anos depois, o Boavista poderá valer-se desta jurisprudência na defesa dos 3 processos de coacção sobre a equipa de arbitragem de que foi recentemente alvo e que colocam o clube do Bessa sob a ameaça de descida de escalão. Até porque, comparado com estes casos, o que se passou com o Boavista não aconteceu num estádio de futebol, tal como é apontado pelo artigo 54.º do Regulamento Disciplinar da Liga. Que penaliza os clubes que exerçam violências "morais" ou "físicas" sobre árbitros "que ocasionem a sua inferioridade de representação aquando de jogos oficiais", contribuindo para o desenrolar dos mesmos "em condições anormais".

Similitudes

No relatório que então elaborou, o árbitro António Rola disse ter sido confrontado ao intervalo por Pimenta Machado, que, "bastante eufórico", lhe disse: "Só quero que sejas honesto senão mando abrir as portas e não sais daqui vivo." Já com a porta da cabina do árbitro fechada, o presidente do Vitória deu dois murros na mesma e gritou: "Não te esqueças que te estou a avisar."

O que terá salvo o Vitória de Guimarães de ter sido penalizado por coacção foi o facto de António Rola ter referido que voltou ao rectângulo do jogo e que actuou "sem qualquer receio e dando integral cumprimento às leis do jogo". Quando ouvido, Pimenta Machado disse que apenas pediu ao árbitro para ser honesto e que o Vitória não precisava de favores mas apenas "de imparcialidade e isenção".

Objectivos

Ora, também o Boavista alega que a intervenção do então seu presidente nos processos relativos aos jogos Boavista-Benfica e Boavista-Belenenses, da temporada 2003/2004, teve por objectivo garantir arbitragens isentas. Sendo que neste caso nada aconteceu no estádio, provocando directamente eventuais distúrbios no desenrolar da partida e na capacidade do árbitro para desenvolver o seu trabalho.
"Rc"
 

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Arbitragem - Augusto Duarte continua de fora

VÍTOR PEREIRA ESPERA DECISÃO DA COMISSÃO DISCIPLINAR



A Comissão de Arbitragem (CA) da Liga não vai voltar a nomear o árbitro Augusto Duarte para encontros da Liga e Liga Vitalis, enquanto o processo instaurado pela Comissão Disciplinar (CD) ao referido juiz não for concluído.

Questionado sobre se Augusto Duarte está ou não suspenso, Vítor Pereira, líder da Comissão de Arbitragem da Liga, esclarece: “A Comissão Disciplinar da Liga instaurou um processo disciplinar a Augusto Duarte e a Comissão de Arbitragem aguarda pelo desfecho do processo.”

Refira-se que o bracarense Augusto Duarte é um dos envolvidos (jogo Beira Mar-FC Porto de 18 de Abril de 2004) no processo Apito Dourado e na pretérita semana o Tribunal de Gondomar decidiu que este iria a julgamento.

Coincidentemente com a decisão do Tribunal, na passada semana Augusto Duarte já não dirigiu nenhum jogo da 24ª jornada, mas oficialmente o juiz pediu dispensa. Para a ronda 25, Augusto Duarte voltou a não ser nomeado, mas por opção da CA. É de crer que a CA mantenha esta posição em relação a Augusto Duarte até final da época, dada a gravidade da situação.
Autor: CARLA PEREIRA
 

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Apito: Elmano e Januário sentiram-se ameaçados por Valentim

Os depoimentos do árbitro Elmano Santos e do árbitro-assistente Paulo Januário foram preponderantes para a acusação ao Boavista e a Valentim Loureiro, escreve o Diário de Notícias na sua edição deste sábado.

Segundo o mesmo jornal, a Comissão Disciplinar da Liga entendeu que o crime de coacção aos juízes estaria «suficientemente indiciado». O jornal teve acesso aos depoimentos de Elmano e Januário, nos quais ambos reconheceram ter recebido telefonemas de Valentim Loureiro, tendo entendido tal como uma ameaça.

«Era habitual ao então presidente da Liga de Clubes, Valentim Loureiro, chamar a atenção dos árbitros, antes ou depois dos jogos, apenas quando se tratava dos jogos a disputar pelo Boavista», concluiu a Comissão Disciplinar da Liga de Clubes, depois de auscultar os árbitros em questão.

Disso, resulta a nota de culpa recebida pelo Boavista, que terá cometido «a infracção disciplinar muito grave coacção [sobre a equipa da arbitragem] na forma consumada».

Em causa estão os jogos Boavista-Académica, arbitrado por Jorge Sousa e no qual Paulo Januário foi árbitro assistente, e Benfica-Boavista, ajuizado por Elmano Santos. Os dois encontros são referentes à temporada de 2003/04.

"MF"
 

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Apito: F.C. Porto envia resposta à nota de culpa e considera escutas ilegais

O Futebol Clube do Porto alega a prescrição dos processos disciplinares que lhe foram movidos pela Comissão Disciplinar da Liga. Na resposta à nota de culpa, entregue na sexta-feira, a equipa azul e branca sustenta que as pessoas colectivas não podem responder por crimes de corrupção. Além disso, escreve o Jornal de Notícias, a defesa do clube alega ainda que os inquéritos disciplinares foram abertos passados mais de três anos sobre a realização dos jogos em dúvida.

Em causa estão partidas realizadas em Janeiro e Abril de 2004, sendo que os processos contra o F.C. Porto e Pinto da Costa apenas foram abertos em finais de 2007.

No entendimento da Liga, a infracção muito grave imputada ao clube, corrupção na forma tentada, seria considerada crime, logo elevaria o prazo de prescrição para cinco anos. Tratando-se de mera infracção disciplinar, conforme defende o F.C. Porto, a prescrição ocorreria ao fim de três anos, ou seja, respectivamente em Janeiro e Abril de 2007.

Se o entendimento do clube colher junto da Liga, o procedimento disciplinar seguirá apenas contra Pinto da Costa.

Recorde-se que, em declarações recentes ao MaisFutebol o advogado Miguel Moreira dos Santos, do escritório que assegura a defesa de Pinto da Costa, avançou os restantes argumentos do clube e do seu presidente na resposta à nota de culpa: desde logo a ausência de indícios suficientes que sustentem a acusação, mas sobretudo a ilegalidade de utilizar escutas telefónicas em processos disciplinares.

De acordo com o jurista, a utilização de escutas telefónicas como meio de prova está reservada a algumas situações previstas na lei penal, concretamente, «aos processos-crime em que seja aplicada pena de prisão superior, no seu máximo, a três anos».

O F.C. Porto corre o risco de perder seis pontos por tentativa de corrupção nos jogos com o E. Amadora e o Beira-Mar, na época 2003/04. Pinto da Costa incorre numa suspensão entre seis meses a dois anos, de acordo com os processos disciplinares instaurados pela Comissão Disciplinar da Liga.

"MF"
 

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não é um anjinho de asas brancas”

Vogal do Conselho Consultivo da FC Porto SAD, diz ao Correio Sport que Pinto da Costa deve deixar o clube e for condenado por cor-rupção. O também ex-administrador da SAD frisa, no entanto, que o presidente portista deve permanecer no cargo enquanto decorrem os processos em que está implicado

Correio Sport – Como analisa os processos em que o FC Porto e Pinto da Costa são visados na justiça desportiva?

Lobo Xavier – Compreendo que a justiça desportiva actue com base em certos elementos constantes de outros procedimentos, nomeadamente criminais. Não vejo nenhum problema nisso. Agora, depende do que é que são esses elementos. Acho inaceitável que a justiça desportiva utilize elementos como escutas. As escutas telefónicas não foram feitas para procedimentos disciplinares. Mas admito que use elementos que constem de processos criminais, como relatórios de árbitros, acusações e depoimentos feitos por terceiros, etc.

– Já leu a nota de culpa?

– Não.

– Pinto da Costa continua a ser o líder incontestado do FC Porto?

– Disso não tenho dúvida nenhuma. Posso ter muitas críticas a fazer sobre um aspecto ou outro ou ao modo de funcionamento da SAD, mas é incomensuravelmente maior aquilo que se tem de dizer de bem do que Pinto da Costa fez ao longo destes últimos 25 anos. É, obviamente, o líder incontestado do FC Porto, embora muita gente possa não gostar de um ou outro aspecto da sua gestão.

– Que opinião tem do processo ‘Apito Dourado’?

– Como advogado tenho a obrigação de não fazer muitos comentários a processos que estão a correr os seus trâmites. Tenho a ideia de que falta ainda muito para se saber o que é que valem estes processos. Estou nos antípodas do procurador-geral da República [Pinto Monteiro], que acha que só iniciar os processos já é uma grande vantagem. Não acho vantagem nenhuma no funcionamento da investigação do Ministério Público se ela não é sustentada, não se baseia em provas sólidas e se não chega ao seu termo normalmente. Sou contra condenações fora do tribunal. Muitas vezes, certas actuações do Ministério Público parecem procurar condenações fora do tribunal.

– Nos processos que reabriu contra o FC Porto, a procuradora Maria José Morgado afirmou que Carolina Salgado era uma testemunha credível...

– A minha observação é que a pessoa de Carolina Salgado corresponde exactamente àquilo a que eu considero ser, em tese, uma testemunha pouco credível.

– Acredita que o FC Porto e Pinto da Costa vão ser punidos pela justiça desportiva?

– Acho possível. Nestes processos não se sabe quais são os desfechos. Faço fé naquilo que diz o presidente do FC Porto, e ele diz que os factos de que é acusado não têm pés nem cabeça. Já vi a justiça desportiva funcionar mal e, portanto, acho possível que também funcione mal desta vez. Quero crer que os processos acabarão bem para o FC Porto.

– Pinto da Costa alguma vez pôs à disposição o cargo de presidente do conselho de administração da FC Porto SAD?

– Tanto quanto eu conheça da minha passagem pela SAD, nunca se pôs esse problema. A responsabilidade de um presidente de clube é diferente da responsabilidade de um político, de um ministro ou de um presidente de câmara. Se ele é acusado, se se acha inocente e se quer defender- -se das acusações não tem especiais razões nesta fase do processo para pôr o lugar à disposição.

– Pinto da Costa tem condições para continuar à frente do FC Porto?

– Não gosto de condenações fora do tribunal. Tanto quanto eu sei, o presidente do FC Porto ainda não foi condenado por nenhum tribunal.

– Mas já foi acusado de corrupção...

– Todas as pessoas são inocentes até prova em contrário e até serem declaradas culpadas em tribunal. Não podemos tentar compensar a demora da justiça com julgamentos apressados feitos na opinião pública.

– É um dos eventuais sucessores de Pinto da Costa?

– Não, de maneira alguma.

– Porquê?

– O sucesso do FC Porto depende do facto de não ter tido curiosos à frente da sua organização. Acho que é preciso uma pessoa com experiência, conhecimento do futebol e capacidade para se dedicar a 100 por cento. Eu não tenho essas características e ele tem.

– Que outras personalidades veria com agrado à frente do FC Porto?

– Não deve gerar-se a ideia no FC Porto de que as pessoas são insubstituíveis. Deve gerar-se uma ideia mais aberta de que é bom que haja alternativas. E o FC Porto tem muita gente.

– Por exemplo...

– O FC Porto tem imensas figuras que podem dirigir bem os destinos do clube. Quando olho para o Conselho Consultivo vejo várias. Também vejo algumas nas pessoas conhecidas do FC Porto que falam no mundo do futebol, como Rui Moreira ou Pôncio Monteiro. Além do mais, o FC Porto tem accionistas privados com participações qualificadas que também terão uma palavra a dizer nessa matéria.

– Vai ser decisiva a indicação desses accionistas de referência para o sucessor de Pinto da Costa?

– As sociedades desportivas têm componentes diferentes das outras sociedades. Não basta procurar apenas o gestor puro. Há uma componente de emoção e carisma que tem de estar presente, embora essa componente de gestão, eficácia e profissionalismo tenha de marcar a sua presença. Esses accionistas terão de certeza uma palavra importante a dizer, embora o clube seja o principal accionista da SAD. Mas não acho que neste momento se esteja a pôr qualquer situação de sucessão ou substituição no FC Porto.

– António Oliveira?

– É um accionista importante do FC Porto. Acho natural que tenha algumas pretensões.

– Antero Henriques?

– É um homem do FC Porto com muita experiência. Nunca ouvi dizer que pudesse ser candidato a presidente. Nunca o vi como candidato.

– Reinaldo Teles?

– É um homem com uma experiência longa no FC Porto mas não me parece que reúna as condições para ser presidente. Embora seja uma pessoa que estime pessoalmente.

– Rui Moreira?

– É um homem com qualidades para ocupar muitos lugares no FC Porto se quiser.

– Vítor Baía?

– É um homem maduro, com experiência, amor e dedicação ao clube. Tem uma longa história e é capaz de trabalhar em diversos cargos no FC Porto. Mas penso que nenhuma destas figuras reúne conhecimentos de futebol e carisma capazes de ombrear com Pinto da Costa.

– O que é que lhe custou ouvir mais no processo do ‘Apito Dourado’?

– Acusações de tentativa de corrupção desportiva sobre jogos que eu vi bem e onde acho que não se passou nada de anómalo, em momentos do FC Porto em que era indiscutivelmente o melhor clube português.

– A justiça desportiva funciona adequadamente?

– Funciona antes de tempo, nem sempre conseguimos compreender as suas decisões, levanta muitas dúvidas em matéria de independência. Não acho que vivamos num mundo perfeito em matéria de justiça desportiva em Portugal.

– Se o FC Porto for punido Pinto da Costa deve deixar o clube?

– Não é bom que na opinião pública fique a ideia de o FC Porto ou os seus dirigentes acharem que estas eventuais punições são justas e adequadas aos factos. Se for possível numa instância fazer-se a defesa e refutação dos factos de que é acusado Pinto da Costa e o clube e ao mesmo tempo assegurar-se que os pontos eventualmente a perder pelo clube são perdidos nesta temporada – arrumando- -se o assunto de uma vez –, essa via deve ser pensada. Não acho que do facto de perder os pontos decorra a necessidade de substituir o presidente ou a direcção.

– Se Pinto da Costa for condenado por corrupção desportiva deve deixar o clube?

– Se for condenado com trânsito em julgado, se eu estivesse no lugar dele, ainda que admitisse que era uma decisão injusta, acho que não terá condições para continuar. Mas fico espantado com certas pessoas – até do FC Porto – que aparecem muito indignadas com estas histórias dos árbitros e de corrupção desportiva. Não sou daqueles que alguma vez pensaram que Pinto da Costa fosse um anjinho de asas brancas. Nunca pensei, e não é nesta altura que ele está a passar por estas dificuldades que me apetece cobrar alguma coisa nessa matéria. É muito mais aquilo que tenho para lhe agradecer do que aquilo que tenho para lhe cobrar.

– Como é que explica o facto de Pinto da Costa ter recebido o árbitro Augusto Duarte em sua casa antes de um jogo do FC Porto?

– Não faço a menor ideia. Nunca lhe perguntei.

– Já leu as escutas que envolvem Pinto da Costa, nomeadamente aquelas que falam de ‘café com leite’ e ‘fruta’?

– Uma parte delas. Tenho dificuldade em comentar escutas que são retiradas ilegalmente e que andam distribuídas pelas pessoas de forma ilegal. Tenho dificuldade em comentar as conversas privadas das pessoas transcritas dessa forma ilegal. Não lhe vou dizer que acho que sejam conversas edificantes mas recuso-me a comentar.

– Quem são os principais adversários de Pinto da Costa?

– Em geral, acho que é o presidente do Benfica [Luís Filipe Vieira]. O seu insucesso desportivo sistemático e a sua incapacidade de gerir desportivamente um clube que tem uma massa crítica muito grande não lhe tem deixado outra solução que não seja atacar Pinto da Costa. Nesse sentido, o grande inimigo de Pinto da Costa é o facto de o Benfica não ter tido sucesso desportivo nos últimos anos.

– Há alguma personalidade no universo portista que tenha capacidade para vencer Pinto da Costa em eleições?

– Não conheço.

– Pinto da Costa deve interromper o mandato enquanto decorrerem os processos em que está envolvido no ‘Apito Dourado’?

– Isto não é política. Não há razões especiais. Se Pinto da Costa acha que é inocente, quer defender-se, se se acha em condições de continuar no cargo e se os accionistas estão satisfeitos com esta solução, não vejo bem onde se pode exigir outra coisa. Não gostamos, obviamente, de ver o clube misturado nestas acusações e nestes factos, mas nós no FC Porto somos pessoas gratas. Não me parece ser a altura para pedirmos como abutres a cabeça da pessoa que tantas glórias deu ao clube e o geriu tão bem nos últimos anos.

– Acredita que Pinto da Costa terá sido avisado de que ia ser detido em Dezembro de 2004, o que o levou a ausentar-se para Espanha?

– Em Portugal há uma grande promiscuidade entre polícias, jornalistas, Ministério Público, políticos e dirigentes de futebol. O caso de Pinto da Costa não é especialmente surpreendente, face a outros casos de promiscuidade, interferência e ligações suspeitas em outros processos que tenho visto.

– O CM noticiou que Pinto da Costa recebeu 697 mil euros da SAD...

– Em termos desportivos, os resultados da gestão de Pinto da Costa têm sido muito bons, por isso acho natural que tenha um salário bom, como certificação desse profissionalismo.

PERFIL

António Lobo Xavier nasceu em Coimbra no dia 16 de Outubro de 1959 (48 anos). É casado e tem quatro filhos: Maria, de 20 anos, Mafalda (19), Leonor (16) e António (8), todos simpatizantes do FC Porto. O ex-dirigente do CDS-PP é licenciado em Direito e mestre em Ciências Jurídico-Económicas pela Universidade de Coimbra. Advogado de profissão, é membro do Conselho Consultivo da FC Porto SAD. Na sua actividade profissional é gestor de topo do grupo Sonae, além de director da Associação Comercial do Porto e administrador da Fundação de Serralves. Gosta de cozinhar e é produtor de vinho verde (Casa da Gazalha, Penafiel). É sócio do FC Porto "há mais de 15 anos". A memória mais grata que tem das vitórias portistas foi a conquista da Taça UEFA em 2002/03 (3-2 ao Celtic, em Sevilha).
Octávio Lopes
 

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A imagem do País

Uma investigação profunda ao futebol português teria consequências muito mais gravosas. Para PC e para aqueles que se armam, agora, em virgens ofendidas

1. No próximo dia 23, Pinto da Costa (PC) completa um quarto de século como presidente do FC Porto (FCP).

2. Antes de PC chegar à presidência, o FCP tinha conquistado 7 Campeonatos, 4 Taças de Portugal e uma Supertaça.

3. Com PC na liderança, o FCP conquistou 16 Campeonatos, 9 Taças, 14 Supertaças, 2 Taça/Liga Campeões, 1 Taça UEFA, 2 Taças Intercontinentais e 1 Supertaça Europeia.

4. Antes de PC: total de 12 títulos; depois de PC: 45. Total de títulos do FCP: 57

5. Significa que o FC Porto tornou-se num clube vencedor com PC e, nas últimas 23 épocas desportivas, ganhou sempre o campeonato excepto em 8 ocasiões (Benfica, 5; Sporting, 2 e Boavista, 1).

6. O FCP prepara-se para conquistar o 57.º título futebolístico da sua história e o 23.º campeonato nacional.

7. Hoje, vai haver festa. Mesma na iminência de perder 6 pontos, o que significa ter de ganhar mais jogos se os seus adversários directos também os vencerem depois da intervenção disciplinar desencadeada pelo respectivo órgão da Liga.

8. É um risco mínimo festejar hoje.

9. O FCP pode ter direito, até, a duas festas.

10. Nada que não tenha merecido esta temporada. O FCP foi indiscutivelmente a equipa mais competente e, se vai pagar os ilícitos de que é acusado e se reportam à época de 2003-04, isso resulta dos regulamentos que os clubes aprovaram.

11. Os regulamentos não são bons e protegem situações que não deveriam proteger.

12. O futebol protege-se a si próprio. Mas não deveria consentir comportamentos menos éticos ou transparentes.

13. É indiscutível que PC fez muito pelo FCP.

14. É indiscutível também que, como diz o povo, em terra de cegos quem tem um olho é rei.

15. PC percebeu como ninguém como poderia ‘atacar’ a macrocefalia centralista do País.

16. Benfica e Sporting haviam beneficiado, noutros tempos, desse centralismo.

17. Portugal era Lisboa e o resto paisagem. Não apenas no futebol.

18. PC começou a sentir as fragilidades dos clubes de Lisboa e começou o seu ataque.

19. Benfica e Sporting começaram por não entender. Menosprezaram a ‘esperteza ladina’ de PC.

20. Em vez de se juntarem (sem hipocrisias), preferiram levar até ao extremo da inconsciência o ritual sagrado da frenética rivalidade.

21. Enquanto Benfica e Sporting se dividiam e fragilizavam, o FCP unia-se e fortalecia-se.

22. PC ganhava poder e, quanto mais ‘atacava’ Benfica e Sporting, através de um discurso às vezes ‘terrorista’, mais ganhava o respeito daqueles que o observavam.

23. A lógica do poder. Entre meados da década de oitenta e o final da década de noventa, PC tinha construído uma nova ordem no futebol em Portugal.

24. Sempre muito apoiado por Valentim Loureiro, não obstante as tricas que, aqui e ali, foram eclodindo.

25. Fez ‘amigos ocasionais’ (como Luís Filipe Vieira e Fernando Martins) e teve sempre do seu lado figuras como Adriano Pinto, Lourenço Pinto e Pinto de Sousa. Muitos Pintos.

26. As vitórias no futebol deram--lhe grande visibilidade. Altas figuras do Estado (como Ramalho Eanes), políticos, autarcas, empresários dedicaram-lhe atenção inusitada (aconteceria o mesmo noutras condições, noutros lugares, com outros protagonistas).

27. Enquanto se dedicou exclusivamente ao futebol, foi rei e senhor.

28. Criou um sistema à sua imagem, que outros também criariam se tivessem o mesmo talento. Não se deslumbrou. Enquanto não consentiu desvios de atenção (pelas mulheres, curiosamente) colocou o foco na preservação das suas conquistas desportivas e do poder entretanto adregado.

29. O deslumbramento veio com elas. O poder e o deslumbramento fez com que PC se achasse à prova de tudo.

30. Houve uma época, longa, em que era difícil ser árbitro e jornalista no Estádio das Antas.

31. Prevaleceu, então, o clima de coacção e terror. A própria equipa de futebol jogava ‘contra o País’, criando-se a ideia de que o País estava contra ela. Não entendo assim.

32. A guerra Norte-Sul foi uma ideia utilitária de PC. Fabricada por ele e consentida na capital.

33. O ‘Apito Dourado’ resulta de uma investigação específica.

34. Não está em causa tudo o que se fez nos últimos anos no futebol português.

35. Não foi só PC que beneficiou do clima de impunidade.

36. Os satélites criados à sua volta, também.

37. Os jogos agora investigados são uma brincadeira. As peritagens. Vi com os meus olhos centenas de arbitragens suspeitas num determinado período.

38. Está em causa o método. Mas o método não vai ser julgado em toda a sua dimensão.

39. Uma investigação profunda ao futebol português teria consequências muito mais gravosas. Para PC e para aqueles que se armam, agora, em virgens ofendidas. Acreditar no Apito Final é acreditar numa regeneração automática. Não é assim. O futebol não pode ser excepção: deve continuar a ser investigado.

40. PC é a imagem do País (vide cartoon) e da sua história: uma mistura de Alves Reis e de D. João VI: o engenho e o medo. Em nome de uma ideia grande. Uma imagem que interessa alterar.

Rui Santos
 

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Jorge Coroado em Gondomar

PERITO VAI ANALISAR 9 JOGOS



Na 21.ª sessão do processo originário do Apito Dourado, que se realiza hoje à tarde, será apenas ouvido Jorge Coroado. O antigo árbitro e comentador de arbitragem será o últimos dos três peritos que, a pedido da Polícia Judiciária, analisaram 9 jogos do Gondomar SC na época de 2003/2004.

Os outros peritos, Vítor Pereira e Adelino Antunes, confirmaram no geral o que está estampado nos relatórios de peritagem, com uma ou outra alteração, sobretudo no caso do presidente da Comissão de Arbitragem da Liga.

Coroado, que ontem na TVI disse que seria "muito mau para o futebol português o Apito Dourado não ter resultados", deverá continuar a ser ouvido amanhã, dia para o qual está também marcada a presença de Pimenta Machado na qualidade de testemunha arrolada pelo Ministério Público.
Autor: EUGÉNIO QUEIRÓS
 

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Apito Dourado - Jorge Coroado em Gondomar

PERITO VAI ANALISAR 9 JOGOS



Na 21.ª sessão do processo originário do Apito Dourado, que se realiza hoje à tarde, será apenas ouvido Jorge Coroado. O antigo árbitro e comentador de arbitragem será o últimos dos três peritos que, a pedido da Polícia Judiciária, analisaram 9 jogos do Gondomar SC na época de 2003/2004.

Os outros peritos, Vítor Pereira e Adelino Antunes, confirmaram no geral o que está estampado nos relatórios de peritagem, com uma ou outra alteração, sobretudo no caso do presidente da Comissão de Arbitragem da Liga.

Coroado, que ontem na TVI disse que seria "muito mau para o futebol português o Apito Dourado não ter resultados", deverá continuar a ser ouvido amanhã, dia para o qual está também marcada a presença de Pimenta Machado na qualidade de testemunha arrolada pelo Ministério Público.
Autor: EUGÉNIO QUEIRÓS
 

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Luís Avelãs - Arbitragem volta à baila

Enquanto a novela do "Apito Dourado" continua na ordem do dia fora dos relvados, lá dentro - quando nos aproximamos do desenlace da luta mais interessante da Liga, o despique pelo segundo lugar - a arbitragem também parece apostada em ser protagonista. Pelas piores razões...

O Benfica saiu do Bessa com um injusto empate, pois a equipa terá praticado, muito provavelmente, o melhor futebol da temporada. Por mais estranho que possa parecer, as águias jogaram mais num jogo em que não foram além do nulo do que no embate da primeira volta quando, na Luz, golearam 6-1.

Parece-me inequívoco que a falta de pontaria dos encarnados, aliada ao mérito da defesa axadrezada (o guardião Jehle foi sublime), esteve na origem da perda de 2 pontos por parte do Benfica. Mas, objectivamente, não foi só isso.

Lucílio Baptista, que esteve bem ao assinalar a grande penalidade de Edcarlos, não viu nenhuma falta na grande área boavisteira. E se em três dos quatro lances polémicos (entrada de Mateus sobre Petit; lance aéreo em que Rodriguez parece impedido de saltar e corte de Angulo com o peito/braço nos últimos instantes) se consegue aceitar que o juiz tenha mandado jogar, torna-se complicado perceber como é que o árbitro não observou a clara falta de Mateus sobre Léo.

Ao ter assinado um mau desempenho no Bessa - com óbvio prejuízo de um dos emblemas - Lucílio ficou refém das suas decisões. E foi por isso que teve de ouvir as reacções a quente de Vieira, Chalana, Rui Costa, Petit e companhia.

Não subscrevo a "guerrilha" de palavras (e na Luz há vários casos de quem não devia entrar nesse jogo por ter dificuldades de expressão), nem tão-pouco a tentativa de invadir o balneário de quem quer que seja, mas percebe-se a indignação dos homens da Luz. Ainda por cima pouco depois da misteriosa anulação de um golo do Sp. Braga em Alvalade. É que os protestos têm muito (ou quase tudo) a ver com isso.

Como diz Manuel Cajuda, só se queixa quem não ganha. E isso é uma verdade de sempre. Como é igualmente comum ver pessoas falar em determinadas situações, ficando caladinhas quando contam com a "colaboração" alheia. Mas, no meio deste circo, ainda há quem tenha vergonha na cara. Paulo Bento, por exemplo, disse que não teria problemas em assumir que a sua equipa teria sido beneficiada quando visse as imagens televisivas do golo de Matheus. Espero que o faça!

PS - A intervenção de Jorge Coroado em resposta às críticas de Chalana a Lucílio Baptista são, mais do que deselegantes, despropositadas. E vindas de quem tem por hábito arrasar com o desempenho de alguns ex-colegas ainda parece mais estranho. A menos que se trate apenas de um súbito ataque de azia..

"Rc"
 

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Jorge Coroado: «Viciei resultados»

PERITO NÃO CONSIDERA PENÁLTI UM BENEFÍCIO



"Só a verdade", foi assim que Jorge Coroado respondeu ao juiz António Carneira da Silva quando este lhe perguntou, no início da sessão de hoje do julgamento do processo originário do Apito Dourado, se jurava dizer a verdade.

Sobre as peritagens aos jogos do Gondomar SC que fez, na companhia de Vítor Pereira e Adelino Antunes, disse que foi um assunto que enterrou logo que terminou essa missão. E aceitou, por proposta do árbitro e advogado Carlos Duarte, visionarar as imagens sem consulta prévia do relatório de peritagem.

Coroado começou por referir, logo que viu as primeiras imagens, que as condições de visionamento que a PJ lhe disponibilizou nada têm a ver com as que existem no tribunal de Gondomar. "Vimos estas imagens numa TV profissional", salientou.

Com vários comentários extras pelo meio, Coroado acabou por analisar alguns lances, indo de encontro, genericamente, do que consta do relatório de peritagens, num tom de defesa do trabalho dos árbitros. "Para mim, há sempre viciação dos resultados se por tal entendermos os erros que os árbitros cometem e, nessa perspectiva, eu também viciei resultados", adiantou a propósito das declarações "de um presidente que falou em viciação de resultados".

Fazendo jus ao seu estilo bombástico, Jorge Coroado acabou por considerar que a marcação de uma grande penalidade não representa um benefício directo para uma equipa, "pois não quer dizer que seja golo". E deu este exemplo: "A equipa que esta época mais penáltis teve foi também a que mais penáltis falhou".
Autor: EUGÉNIO QUEIRÓS
 

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Jorge Coroado minimiza erros dos árbitros que apitaram o Gondomar

Jorge Coroado, perito de arbitragem no processo Apito Dourado, considerou hoje que os erros técnicos e disciplinares apontados aos árbitros dos encontros do Gondomar, “não divergem da média neste tipo de jogos no terceiro escalão nacional”. Referindo-se aos desafios que analisou, referentes aos encontros do Gondomar neste caso de alegada corrupção no futebol, o ex-árbitro admitiu diferenças entre a sua opinião, após visionamento dos lances na TV, e a perspectiva dos árbitros em campo. “O relatório de perícia que nos pediram foi feito com base no que vimos nas imagens de televisão. Se fosse elaborado na perspectiva de quem está no campo provavelmente seria bem diferente e ainda estaria a ser realizado, dada a quantidade de jogos em questão. Entendo as dificuldades de um árbitro no terreno”, disse no Tribunal de Gondomar. Em causa está a análise aos sete desafios do Gondomar, na época 2003/04, em que, na convicção do MP, terá havido adulteração da verdade desportiva por parte dos árbitros acusados de crimes de corrupção. A equipa de peritos é composta ainda por Vítor Pereira e Adelino Antunes. Durante a passagem, das imagens exibidas no tribunal, Jorge Coroado foi corroborando o que disse no relatório - cuja cópia tinha nas mãos - mas quando lhe foi pedido que analisasse os lances sem auxilio do documento, entrou diversas vezes em contradição. Um dos exemplos que ilustra esta contradição verificou-se no Dragões Sandinenses-Gondomar quando um jogador forasteiro pontapeou outro junto à linha lateral, com a bola por perto. “Na TV é uma agressão a pontapé merecedora de cartão vermelho, mas na perspectiva do árbitro em campo aceito a sua decisão de apenas marcar livre directo, pois parece pontapé fortuito sem objectivo de agredir”, justificou Coroado. Hoje o ex-árbitro teve a oportunidade de analisar imagens de quatro desafios (deslocações do Gondomar ao Vizela, Dragões Sandinenses e Trofense e recepção ao Vilanovense) sem que tivesse vislumbrado “erros grosseiros” ou mesmo arbitragens tendenciosas. “Preocupei-me em observar situações desadequadas do que a lei permite e não em ver tendências (favorecimento de uma equipa). Não fiz contabilidade dos erros”, disse. “As arbitragens tendenciosas vêm-se nos pormenores. Quem as pratica tem conhecimento profissional e escamoteia no relatório. Trata-se de faltas a meio campo, a cortar o ritmo de jogo, a evitar sistematicamente que uma equipa vá para o ataque e contra-ataque, impedindo que chegue à área adversária”, explicou Coroado. O perito disse ainda que “nas imagens analisadas não se pode dizer que sim ou que não [houve arbitragens tendenciosas]” e revelou que só poderia aferir esta irregularidade se tivesse assistido ao desafio ao vivo. “Em consciência, não posso dizê-lo. Não tive essa preocupação. Se tivesse visto o jogo ao vivo poderia dizer se houve empatia para uma ou outra equipa”, assegurou. O ex-árbitro teve a oportunidade de visionar lances específicos, mas não todo o encontro. De qualquer forma, em termos gerais, Jorge Coroado considerou que os erros técnicos e disciplinares apontados “não divergem da média neste tipo de jogos no terceiro escalão nacional”. O antigo árbitro também se viu impedido de opinar quanto a situações de “critérios” de jogo, uma vez que não lhe foram fornecidas “imagens de situações semelhantes para analisar”. O perito revelou alguma dificuldade em analisar determinados lances, realçando as diferenças dos meios técnicos disponibilizados pelo tribunal e pela RTP, com os quais elaborou o relatório. “O ecrã e o vídeo eram profissionais. Permitiam decompor a imagem quase frame a frame. Aqui quando a imagem pára há interferências que parecem ‘chuva’. Na RTP tínhamos condições de aparelhagem que nos permitiam visionar a imagem em situações específicas e até aumentá-la”, esclareceu. O julgamento prossegue amanhã, às 9h30, ainda com Jorge Coroado, estando prevista para a parte da tarde a audição de Pimenta Machado, antigo presidente do Guimarães

"JG"
 

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Apito Dourado - Decisões conhecidas entre 21 e 28 de Abril

FC PORTO CONTESTA NOTAS DE CULPA ENVIADAS PELA LIGA



O FC Porto entregou ontem a contestação às notas de culpa que podem implicar a perda de 6 pontos. Os dragões alegam que o uso de escutas não pode ser considerado neste processo, embora as acusações estejam suportadas também noutros elementos.

As decisões serão tomadas pela Comissão Disciplinar (CD) da Liga entre 21 e 28 de Abril, abrindo-se então a possibilidade de recursos para o Conselho de Justiça da FPF. O FC Porto não deverá recorrer para esta instância, de forma que a eventual perda de pontos aconteça esta época.

Pinto da Costa, que corre risco de suspensão, também apresentou recurso e irá até às últimas consequências.

Hoje deverá ser a vez do Boavista apresentar argumentos que tentarão provar que o clube não coagiu qualquer árbitro. O Boavista poderá alegar que estes processos se iniciaram numa fase em que a CD da Liga era constituída apenas por um elemento (Pedro Mourão), apostando na prescrição dos mesmos.
Autor: EUGÉNIO QUEIRÓS
Data: Terca-feira, 8 Abril de 2008
 

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Denúncias de LuÍs Filipe Vieira

MP e PJ querem ouvir Vieira
Luís Filipe Vieira vai ser chamado pelo Ministério Público para fornecer dados que comprovem que há jogos de futebol viciados, facto denunciado pelo presidente do Benfica no final do jogo (0-0) com o Boavista, no domingo à noite.

Segundo soube o CM, a convocatória para ouvir o presidente do clube da Luz também pode partir da Polícia Judiciária. Não será, aliás, a primeira vez que Vieira é ouvido por inspectores da PJ, em casos relacionados com a eventual corrupção no futebol nacional.

O CM tentou ontem ouvir Luís Filipe Vieira, o que não foi possível até ao fecho desta edição.

No final da partida que o Benfica disputou no Bessa (0-0), o líder directivo do clube das águias afirmou: "Era bom que a PJ entrasse definitivamente no futebol português. É nítido que há viciação de resultados."

Também a Comissão Disciplinar da Liga deve analisar hoje as afirmações de Vieira, não estando afastada a possibilidade de o dirigente vir a ser alvo de um inquérito que pode acabar num processo.

INCIDENTES NO BESSA

O CM apurou, entretanto, que no relatório enviado por Lucílio Baptista para a Comissão de Arbitragem (CA) da Liga não consta que no final da partida tenha sido alvo de qualquer tentativa de agressão por parte de qualquer elemento do Benfica, nomeadamente de Rui Costa, o jogador mais exaltado, que se terá travado de razões com Manuel Barbosa, dirigente do Boavista.

O CM apurou, ainda, que o ‘maestro’ dos encarnados não tentou invadir a cabina da equipa de arbitragem, facto que também não consta do relatório enviado para a CA da Liga. "Estão a querer empolar uma situação que não existiu", frisou uma das fontes contactadas pelo CM.

Já em relação a insultos, o próprio juiz de Setúbal assegurou ao CM (ver peça ao lado) que não se verificaram. No caso de Rui Costa, as fontes contactadas garantiram que estava alterado, mas que nunca foi incorrecto ou malcriado. "Nem Rui Costa, nem qualquer outro jogador do Benfica", vincou uma das fontes que assistiu ao que se passou no túnel de acesso aos balneários do Estádio do Bessa.

DISCURSO DIRECTO (Lucílio Baptista, juiz do Boavista-Benfica)

"NÃO FUI INSULTADO NO FINAL DO JOGO"

Correio da Manhã – O que aconteceu no final do Boavista-Benfica?

Lucílio Baptista – Tudo o que se passou consta no relatório que enviei para a Comissão de Arbitragem da Liga.

– Foi insultado por algum jogador ou dirigente?

– Não fui insultado no final do jogo.

– Foi um jogo complicado...

– ... um dos jogo mais difíceis da minha carreira.

– Porquê?

– Apenas posso dizer que foi dos mais complicados da vida vida.

– O Benfica queixa--se de duas grande penalidades não assinaladas contra o Boavista...

– Não posso falar do que se passou em campo.

– Tem a consciência tranquila?

– Não faço maiscomentários.

"VIEIRA DEVE DENUNCIAR QUEM VICIA"

O presidente do Vitória de Guimarães, Emílio Macedo, criticou ontem as afirmações do seu homólogo benfiquista, e aconselhou Luís Filipe Vieira a concretizar as suspeitas lançadas no final do Boavista-Benfica, de domingo, referente à 25.ª Jornada da Liga. O dirigente vitoriano reconheceu que as declarações não caíram bem junto do V. Guimarães, admitindo a necessidade de se "acabar com a suspeição em torno do futebol português". " A Polícia Judiciária devia falar com Luís Filipe Vieira para que possa denunciar essa meia dúzia de pessoas", concluiu o dirigente.

LAURENTINO APELA AO BOM SENSO

"Na minha opinião deve ser pedida a intervenção do bom senso, do cuidado e da competência dos dirigentes do futebol português para que tenham maior cuidado sobre aquilo que dizem, pensam e fazem." As palavras são de Laurentino Dias, secretário de Estado da Juventude e Desporto, que se mostrou preocupado com declarações "que não sejam susceptíveis de proporcionar bons momentos no desporto português". Laurentino apelou ainda aos dirigentes para que resolvam os seus problemas em sede própria e não na praça pública.

PERITO JORGE COROADO NÃO VIU ARBITRAGENS TENDENCIOSAS

O ex-árbitro Jorge Coroado afirmou ontem não ter visto qualquer arbitragem tendenciosa nos quatro jogos que analisou no Tribunal de Gondomar. "Absolutamente nada, sobre a minha palavra de honra", disse o perito em arbitragem arrolado pelo Ministério Público no processo ‘Apito Dourado’.

Jorge Coroado visionou em audiência os jogos do Gondomar com o Vizela, Dragões Sandinenses, Trofense e Vilanovense. No entanto, do início ao fim, o perito fez questão de salientar que o primeiro visionamento que fez para o relatório "foi em condições técnicas muito melhores" do que as que o tribunal dispõe. "Vi os jogos em equipamento profissional da RTP, com qualidade superior e que até permitia aumentar a imagem", disse. No tribunal, Coroado teve de olhar para o pequeno ecrã de televisão, para uma gravação de qualidade inferior e "com chuva", tendo ainda de abdicar de ver as notas do relatório a pedido do advogado Carlos Duarte, defensor de dois dos árbitros arguidos no processo. "Assim podemos todos ver as mesmas imagens", alegou o causídico.

Sem a ajuda do documento, o perito entrou várias vezes em contradição com o que escreveu. Num dos lances do jogo Gondomar-Dragões Sandinenses, a grande penalidade assinalada pelo árbitro Valente Mendes foi uma das análises mais contraditórias.

Perante a imagem na televisão do tribunal, Jorge Coroado viu de imediato uma falta passível de marcação de penálti. Já no relatório assinado em conjunto com os outros dois peritos, Vítor Pereira e Adelino Antunes, as imagens não eram esclarecedoras para avaliar a decisão de Valente Mendes no campo.

Jorge Coroado assumiu ter "dificuldades" em avaliar algumas das jogadas em causa devido ao facto de apenas as ver pelas imagens: "Se o relatório fosse elaborado na perspectiva de quem está no campo provavelmente seria bem diferente e ainda estaria a ser elaborado, dada a quantidade de jogos em questão."

Sobre os quatro jogos ontem analisados, arbitrados por Valente Mendes e Licínio Santos, concluiu que "na generalidade" foram cometidas faltas leves e que não detectou "erros disciplinares graves". "O árbitro é soberano no campo e as situações decorrem na maioria das vezes da interpretação do mesmo árbitro. Entendo as dificuldades de um árbitro no terreno", rematou Jorge Coroado.

Hoje, o antigo juiz internacional irá efectuar a análise de mais três jogos no Tribunal de Gondomar.

"NÃO CONTEI OS ERROS"

Jorge Coroado disse que "em consciência" não podia dizer se alguma equipa tinha sido favorecida com os erros de arbitragem cometidos: "Preocupei-me em observar situações desadequadas do que a lei permite e não em ver tendências." Perante a insistência dos defensores dos arguidos, afirmou não ter feito essa contabilidade. "Não contei os erros", disse, sublinhando que no campo "as condições dos árbitros são sempre mais difíceis".

LIÇÃO SOBRE FAVORES

"As arbitragens tendenciosas vêem-se nos pormenores. Quem as pratica tem conhecimento profissional e escamoteia no relatório", explicou Jorge Coroado ao tribunal. O perito clarificou ainda aquilo que diz ser o favorecimento: "É quando se marcam pequenas faltas a meio-campo e se corta o ritmo de jogo para a evitar sistematicamente que uma equipa vá para o ataque e contra-ataque, impedindo que consiga chegar à área do adversário".

"TAMBÉM COMETI ERROS"

O ex-árbitro recusou comentar os casos do jogo Boavista-Benfica mas referiu-se à viciação de resultados. " Como disse um presidente de um clube, quando um árbitro erra está a viciar o resultado do jogo", ironizou Jorge Coroado. "Eu também cometi erros, por isso também viciei resultados", rematou.

APONTAMENTOS

SETE JOGOS DO GONDOMAR

Com a audição de Jorge Coroado, chegaram ao fim as várias sessões dedicadas ao visionamento de sete jogos do Gondomar, durante a época de 2003-2004. A peritagem foi pedida pela acusação mas em tribunal não se revelou muito esclarecedora.

PIMENTA OUVIDO HOJE

Hoje à tarde, vai depor o ex-presidente do Vitória de Guimarães. Pimenta Machado foi uma das pessoas que esteve na origem do processo ‘Apito Dourado’, quando apresentou uma queixa na Liga Portuguesa de Futebol sobre alegada corrupção desportiva.
Octávio Lopes / D.B. / Manuela Teixeira
 

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Apito: Boavista entregou recurso na Liga

Sérgio Pereira




Depois do F.C. Porto o ter feito na passada sexta-feira, o Boavista também já respondeu à nota de culpa movida pela Comissão Disciplinar da Liga relativamente ao processo Apito Final. Os axadrezados entregaram o recuso esta segunda-feira, na Liga de Clubes, e basearam a sua defesa em três argumentos.

Antes de mais, e como fez também Pinto da Costa, o departamento jurídico do Boavista considera que é ilegal a acusação basear-se em escutas. Este o primeiro argumento. O segundo prende-se com a sustentação de que a coacção de João e Valentim Loureiro sobre os árbitros não terá sido consumada.

Para além disso o Boavista utiliza um terceiro argumento, considerando, como fez também o F.C. Porto relativamente às acusações que lhe foram dirigidas, que os ilícitos já prescreveram, uma vez que os inquéritos disciplinares foram abertos passados mais de três anos sobre a realização dos jogos em dúvida.
 

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Apito: Jorge Coroado diz que beneficiou o Benfica frente ao F.C. Porto

Jorge Coroado admitiu, esta terça-feira, durante a sessão do julgamento do processo «Apito Dourado» ter prejudicado o F.C. Porto num jogo com o Benfica.

Numa altura em que foi analisado o lance de uma grande penalidade que deu a vitória ao Gondomar, frente ao Pedras Rubras (1-0), no campeonato nacional da II Divisão de 2003/04, Jorge Coroado, a título de exemplo, confessou ter assinalado mal um penalty contra o FC Porto por deficiente indicação do auxiliar.

«Vinha em recuperação. Puni o guarda-redes Vítor Baía com o cartão amarelo, mas quando cheguei ao meu assistente ele disse que se tinha enganado e não tinha havido infracção, era ao contrário, e não voltei atrás na minha decisão», adiantou o ex-árbitro.

Coroado compareceu em tribunal na qualidade de perito em arbitragem. Confessou que «as imagens não são suficientemente esclarecedoras» nos lances mais polémicos do jogo Pedras Rubras-Gondomar e admitiu que tanto podia prejudicar uma como outra equipa.

O ex-árbitro internacional considerou que existiu um lance de uma alegada grande penalidade que poderá ter ficado por marcar contra o Pedras Rubras e outra a favor do Gondomar. Diz Coroado que, tanto numa como noutra situação, aceitava uma hipótese ou outra, ou seja, a marcação do castigo no primeiro e a não marcação no segundo, e evitou a apreciação ao árbitro por não ter visto a totalidade do jogo.

Durante a apreciação dos lances mais polémicos desse jogo Jorge Coroado adimitiu diferentes leituras para a mesma situação, apesar de sucessivas repetições e imagens paradas.

"MF"
 

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Apito Dourado - Jorge Coroado contraria Vítor Pereira

PERITOS CONTINUAM A ENTRAR EM CONTRADIÇÃO



Jorge Coroado continua a ser ouvido no tribunal de Gondomar, onde decorre a 22.ª sessão do julgamento do processo originário do Apito Dourado. A sessão começou com Coroado a entrar em contradição com Vítor Pereira, outros dos peritos.

Na análise a uma falta junto à linha lateral assinalada contra o Pedras Rubras no jogo com o Gondomar SC, Coroado referiu que foi mal assinalada. No seu entender, o jogador do Gondomar SC simulou a falta quando viu o defensor entrar em carrinho. Vítor Pereira tinha considerado esta decisão "correcta" enquanto o relatório de peritagem diz que o jogador do Gondomar cai sem ser tocado pelo adversário. O árbitro desse jogo foi Pedro Sanhudo, um dos réus, e o árbitro assistente que assinalou a falta foi João Macedo, também réu.

Sobre Macedo disse Coroado que um árbitro assistente que assinala uma falta destas não tem capacidade para estar na 2.ª categoria. Ora, Macedo já foi árbitro assistente de 1.ª categoria.

Na análise de outro lance deste jogo, Coroado voltou a divergir de Vítor Pereira quando comentou um lance ocorrido à entrada da área do Pedras Rubras. Pereira emendou o que estava na relatório e, com a imagem parada, foi peremptório em afirmar que a falta sobre o jogador do Gondomar foi cometida dentro da área, sendo motivo para grande penalidade. Coroado teve acesso às mesmas imagens e disse que a decisão ao assinalar falta fora da área de Pedro Sanhudo "é licíta" mas "se marcasse penálti também não seria erro" dado o facto de tudo ter acontecido no limite.

As peritagens continuam cada vez menos claros. Sobretudo porque os peritos teimam em entrar em contradição uns com os outros.
Autor: E.Q.
 
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