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"APITO DOURADO" Colocar aqui tudo relacionado c/ o tema pf.

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Apito Dourado - Relatórios dos delegados não referem incidências

JOÃO FREITAS APRESENTA ARGUMENTOS NA COMISSÃO DISCIPLINAR



João Freitas, ex-administrador da SAD do Boavista, foi ontem ouvido pelo relator dos processos disciplinares do dossier “Apito Final”, Renato Dias da Silva. A acompanhá-lo esteve João Loureiro, na qualidade de advogado. O Boavista arrolou mais testemunhas: Carlos Pinto (secretário da Comissão de Arbitragem da Liga), Valentim Loureiro, Luís Guilherme (ex-presidente da CA da Liga), Vítor Pereira (presidente da CA da Liga) e Adelino Antunes (perito de arbitragem).

Em sua defesa o Boavista apresenta, só no que se refere à acusação de coacção sobre a equipa de arbitragem liderada por Elmano Santos, 208 pontos para alegar o arquivamento do processo. E pelo meio junta um recorte de jornal no qual está plasmado que Elmano Santos é adepto do... Benfica.

A ameaça de Vieira

Para além da defesa, na primeira inquirição das testemunhas que indicou o Boavista apresentou mais um ponto de fractura na acusação. Alega que nos 3 jogos em causa (o referido mais o Boavista-Académica e o Belenenses-Boavista) os relatórios dos delegados da Liga não referem qualquer anormalidade no ponto XII, relativo a factos ocorridos com a equipa de arbitragem.

Para demonstrar que os próprios delegados da Liga não perceberam qualquer tipo de condicionamento dos árbitros nos jogos investigados. O Boavista começa as suas contestações referindo que os processos de inquérito resultaram de uma participação do Benfica e alegam que esse passo foi dado sem que houvesse quórum na Comissão Disciplinar.

Na defesa apresentada é um assunto referido, mas Record sabe que poderá ser também vertida para o processo a pressão que o presidente do Benfica terá feito, em Junho do ano passado, quando ameaçou que a sua equipa não participaria na Taça da Liga se o processo Apito Dourado não tivesse consequências disciplinares na própria Liga. O que servirá para demonstrar que houve movimentos processuais estranhos. Os boavisteiros apelam “humildemente ao bom senso” da Comissão Disciplinar da Liga no sentido do arquivamento total.
Autor: EUGÉNIO QUEIRÓS
 

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Corrupção autárquica: Estádio do Salgueiros

Os negócios mais estranhos do clube
No final de 2002 o Salgueiros ficou sem estádio e sem dinheiro, depois de ter vendido os terrenos de Vidal Pinheiro à empresa Metro do Porto por oito milhões e 750 mil euros. Um negócio iniciado ainda quando Nuno Cardoso era presidente da Câmara do Porto e fazia parte da administração da Metro SA. Mais: o autarca surge como sócio de uma imobiliária que em 2006 comprou em hasta pública, por três milhões de euros, outro terreno doado pela autarquia ao clube de Paranhos e que deveria ter servido para construir o estádio.

Foi um negócio com contornos estranhos denunciado pelo ex-vereador da Câmara, Paulo Morais, ao Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) e o caso ainda lá continua. Paulo Morais entregou toda a documentação que demonstrava a inflação dos terrenos em dez vezes mais, com base em valores indicativos.

O interesse da Metro manifestou--se dois anos antes, quando os administradores da empresa – um deles Nuno Cardoso – se mostraram interessados em fazer uma estação no local. Para o Salgueiros era um bom negócio. Com o dinheiro o clube poderia construir o novo estádio em Arca d’ Água, nos terrenos cedidos pela Câmara do Porto em 1997 durante a presidência de Fernando Gomes. Na altura Cardoso era vice-presidente e responsável do Urbanismo.

Contas feitas, entre 1997 e 2006 o Sport Comércio e Salgueiros recebeu pouco mais de três milhões dos quase nove milhões. Os outros quatro milhões foram para o empresário Almerindo Rodrigues, que tinha comprado os mesmos terrenos aos anteriores proprietários por um milhão e duzentos mil euros. Este tinha feito uma doação ao clube mas ficou credor do mesmo valor: 400 mil para um banco credor do clube e 800 mil para saldar dívidas à Segurança Social.

CARDOSO ENTROU NO NEGÓCIO

Nuno Cardoso, ex-presidente da Câmara do Porto, e Carlos Abreu, presidente da comissão administrativa do Salgueiros, tornaram-se sócios na sociedade imobiliária Predial III, que se envolveu na comercialização do terreno que foi cedido pela Câmara ao clube de Paranhos. Foi comprado em hasta pública pelos sócios de Nuno Cardoso por três milhões de euros, depois de o primeiro licitador, que oferecia 15 milhões, ter desaparecido. A venda dos terrenos de Arca d’Água foi registada a 10 de Janeiro de 2006 na 8.ª Vara Cível do Porto.

Quem licitou os terrenos de Arca d’Água foi a empresa do presidente da comissão administrativa do Salgueiros, mas um mês antes do negócio se concretizar Carlos Abreu passou as quotas a outro empresário, poucos dias antes de constituir uma nova sociedade imobiliária com Cardoso.

Refira-se ainda que a venda em hasta pública foi contestada pela Liga de Clubes, que alegava deter uma hipoteca sobre os terrenos no valor de 650 mil euros. Alegou não ter sido devidamente avisada da venda judicial mas a irregularidade não foi suficiente para invalidar o negócio.

NOTAS

JOSÉ ANTÓNIO LINHARES

José António Linhares era o presidente do Salgueiros à data destes últimos negócios. Geriu o clube durante 17 anos e chegou a barricar-se por não querer abandonar a direcção.

A FALÊNCIA DO CLUBE

Linhares deixou o Salgueiros na falência. Foi condenado na Justiça por vários casos de fuga aos impostos.

TERRENOS APETECÍVEIS

Depois de deixar a Câmara do Porto, Nuno Cardoso aparece como sócio de uma imobiliária que comercializou vários terrenos na cidade do Porto, entre eles os de Arca d’Água, que eram do Salgueiros

O VELHO 'SALGUEIRAL'

O Salgueiros foi um dos mais prestigiados símbolos desportivos da cidade do Porto. Disputou campeonatos nacionais com os grandes clubes e em finais dos anos oitenta entrou nas competições europeias

MÃO À PALMATÓRIA

Uma anomalia informática truncou uma passagem da crónica de ontem de Paulo Morais evitando que se lesse a frase: "Afinal, não são os construtores os maiores financiadores dos partidos?"

CARIMBO DOURADO (Por Paulo Morais, Professor universitário e ex-vereador da Câmara Municipal do Porto)

Na sua relação com a Administração Pública, o comum dos cidadãos nunca consegue apresentar as suas pretensões no local certo, ou seja, naquele em que elas são resolvidas. Os circuitos formais, entre o guichet do pedido e o local efectivo da sua resolução, revelam-se muito solenes, formalmente interessantes, mas ineficazes e inúteis. Todo e qualquer assunto é submetido à consideração superior, num arrastar interminável, já que uma múltipla tramitação origina um dilatar de prazos sucessivos. Como na Administração Pública, cada diligência dá, por norma, origem a um novo prazo, nunca nada se resolve pelas vias ditas normais.

Desta forma, neste sistema labiríntico só se movimenta quem estiver auxiliado pelos tentáculos da corrupção. A burocracia dominante – que não surge por acaso – é destemodoofermento da corrupção,quese alimenta da criação de dificuldades intransponíveis para, de seguida, vender (e caro!) as facilidades, autorizações, e carimbos que permitem todas as ultrapassagens.

Há também aqueles que têm acesso aos corredores do poder, onde tudo se trata e trafica. Importa não a relevância do assunto, mas a importância de quem o coloca. É outra forma de corrupção. Assim, questões particulares de urbanismo são resolvidas directamente com o vereador se o requerente for alguém influente. Ao mesmo tempo, o pobre do cidadão não consegue sequer licenciar uma pequena marquise e o pequeno café desespera pela licença para ampliar a cozinha.

A solução é simples. Com uma Administração minimamente organizada, através de uma clara delegação de competências. Com as questões colocadas onde se resolve e com os procedimentos de cada caso sujeitos a um prazo máximo. Com políticos que saibam definir as regras de forma sistemática e tenham coragem de abdicar das intervenções casuísticas que os tornam permeáveis a pressões e cunhas. É fácil. É barato. Só que… não lhes dá milhões.





Manuela teixeira /Tânia Laranjo
 

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Terceira ausência de Ana Maria Salgado

IRMÃ DE CAROLINA NÃO APARECEI PARA DEPÔR NA PGR



Ana Maria Salgado, irmã de Carolina Salgado, não compareceu ontem de manhã na Procuradoria-Geral da República (PGR), pela terceira vez consecutiva, devendo ser penalizada com uma multa. Ana Maria era esperada pelas 11 horas para um audiência com o procurador-geral adjunto, Agostinho Homem, onde deveria depor no âmbito do processo em que são investigadas alegadas contrapartidas (financeiras) que contrariam as afirmações da irmã sobre processos laterais ao Apito Dourado.

O advogado de Ana Maria, Pedro Alhinho, informou pouco antes da hora marcada os serviços da PGR que a sua cliente não poderia estar presente. Deste modo, é crível que a PGR marque uma nova diligência para poder ouvir o depoimento da irmã de Carolina Salgado.
Autor: C.P.
 

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Ana Salgado falta ao interrogatório na PGR

Ana Salgado estava notificada para depor ontem na Procuradoria-Geral da República (PGR), em Lisboa, mas à ultima hora avisou que não podia ir. A testemunha ainda não justificou a falta mas ao que o CM constatou não terá sido por motivos de doença. Ontem Ana Salgado aparentava estar bem de saúde e até foi trabalhar na empresa, em Gaia, onde se manteve quase todo o dia.
:msnm_com_br007-03:
 

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Justiça: Testemunha não compareceu para depor

A data do depoimento tinha sido acordada por telefone com o procurador Agostinho Homem e foi a pretendida pela própria Ana Salgado. Tratou-se, por isso, de uma notificação simples que, no entanto, também exige uma justificação da faltosa.

Uma vez que não compareceu, Ana Salgado vai ser agora notificada nos termos oficias e por carta registada. Depois desta diligência por escrito, se voltar a faltar, poderá ser emitido um mandado de detenção para prestar depoimento. Mas para tal é preciso que as autoridades a consigam encontrar.

Esta falta de comparência perante o procurador-geral adjunto em data que até tinha sido acertada de comum acordo pelas partes afigura-se estranha.

Isto porque foi a própria a requerer ser novamente ouvida e até pretendia falar com o procurador-geral adjunto, Pinto Monteiro. Pelo que o CM apurou, ontem de manhã, Ana Salgado telefonou para a PGR a informar que não iria comparecer, mas não terá dito qual a razão.

Esta é a terceira vez que Ana Salgado falta à inquirição, mas até agora tem justificado com atestados médicos. Desta vez poderá fazer o mesmo, embora lhe seja mais difícil provar que estava incapacitada para se deslocar a Lisboa.

O CM constatou que Ana Salgado saiu de casa para ir trabalhar ainda da parte da manhã. Esteve quase todo o dia no escritório da Green Clima, em Gaia, empresa de que é sócia com o marido César Curado.

O CM falou com Ana e questionou-a sobre a falta de comparência na PGR, mas esta recusou adiantar qualquer explicação.

O depoimento de ontem visava confrontar Ana Salgado com os depoimentos anteriores, em que desmente a irmã Carolina em vários assuntos. Ana deveria também prestar esclarecimentos sobre o recente património que ostenta.

A Polícia está a investigar se Ana Salgado e o marido foram pressionados a alterar factos ou conteúdos dos depoimentos contra Carolina em troca de contrapartidas.

Se Ana Salgado tivesse sido ouvida ontem por Agostinho Homem seria ainda confrontada com prova testemunhal sobre alegadas pressões exercidas para conduzir as declarações no sentido de desmentir e desacreditar a ex-companheira de Jorge Nuno Pinto da Costa.

TESTEMUNHAS DAS AGRESSÕES

Ana Salgado e a empregada de Carolina e de Pinto da Costa na casa da Madalena são as principais testemunhas no processo das agressões, mas ambas têm faltado às notificações para depor. A ex-funcionária, Maria Alice, explicou já ao CM por que razão faltou. 'Não fui depor ainda, porque no dia para que estava notificada tinha de ir ao pediatra com o meu filho, mas telefonei depois a justificar.' Alice confirmou que os serviços do DIAP a avisaram de que 'da próxima vez tinha de ser a PSP a ir buscá-la, com um mandado de detenção'. O mesmo pode agora acontecer a Ana Salgado se voltar a faltar à próxima notificação oficial por escrito do procurador-geral adjunto Agostinho Homem.

PORMENORES

ESTALOS

Carolina Salgado afirma que Pinto da Costa lhe bateu e que a irmã viu. No livro relata o incidente, que terá ocorrido a 6 de Abril. 'Vendo-me manietada pelo capanga, deu-me dois estalos.'

GRÁVIDA

Ana Salgado terá sido agredida na mesma altura. Na altura estava grávida de três meses e apresentou queixa. Diz que não viu Pinto da Costa bater na irmã gémea, Carolina.

LIVRO

A maioria das inquirições reporta ao livro 'Eu, Carolina', escrito pela ex-companheira de Pinto da Costa. Ana diz que o texto original foi alterado para prejudicar o presidente do FC Porto.

NOTAS

EMPRESA EM GAIA

Ontem, Ana Maria Salgado esteve a trabalhar na empresa sediada em Vila Nova de Gaia. Foi vista várias vezes durante o dia e não aparentava estar doente.


Manuela Teixeira
 

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Corrupção Pinto da Costa arguido de novo

Pinto da Costa foi esta semana constituído arguido pelo Ministério Público por suspeita da prática de crimes de fraude fiscal e branqueamento de capitais, relacionados com diversas transferências de jogadores do FC Porto
Interrogado no Porto, o dirigente desportivo não fez declarações sobre o caso em que é, para já, o único arguido.

Em causa estão os fluxos financeiros, de entradas e saídas de dinheiro da SAD do FC Porto, aquando da venda de alguns dos principais jogadores do clube nos últimos anos – como Paulo Ferreira e Ricardo Carvalho (vendidos ao Chelsea por mais de 50 milhões de euros), Deco (cujo passe foi comprado pelo Barcelona por cerca de 21 milhões) e de Maniche, Costinha e Derlei (que foram para o Dínamo de Moscovo por perto de 30 milhões de euros). No total, estão em causa movimentos totais que ultrapassam os 100 milhões de euros.

O inquérito nasceu de declarações de Carolina Salgado. A ex-companheira de Pinto da Costa afirmou à Equipa de Coordenação do Processo Apito Dourado (ECPAD), liderado pela procuradora-geral adjunta Maria José Morgado, que existia um acordo entre o empresário Jorge Mendes (que intermediou todas as transferências acima referidas) e Pinto da Costa para «ambos enriquecerem ilegalmente». Carolina declarou também para os autos que, «além da comissão oficial» que consta de todos os contratos, «Jorge Mendes recebe determinada percentagem que é paga por fora, a qual divide depois com Pinto da Costa». Estes últimos pagamentos, segundo Carolina Salgado, eram sempre feitos em dinheiro.

Continue a ler esta notícia na edição impressa disponível nas bancas espalhadas por todo o país
Por Luís Rosa
 

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A. Dourado - Julgamento em Gondomar é retomado quarta-feira

PINTO DA COSTA, ANTIGOS MINISTROS E SECRETÁRIO DE ESTADO DEFENDEM PINTO DE SOUSA



Com quase 100 testemunhas ouvidas, o julgamento do processo originário do Apito Dourado é só retomado na próxima 4.ª feira. O julgamento, que está a ser presidido pelo juiz António Carneiro da Silva, já teve 24 sessões e prossegue em bom ritmo, podendo terminar no princípio de Junho.

Nas próximas sessões estará em foco a defesa de José António Pinto de Sousa, antigo presidente do Conselho de Arbitragem da FPF, acusado de 26 crimes de corrupção para acto ilícito. Pinto da Costa será uma das suas testemunhas de defesa e a sua presença no tribunal de Gondomar está marcada para o próximo dia 22, à tarde. No essencial, o presidente do FC Porto irá tentar desmontar tudo o que Carolina Salgado disse no mesmo tribunal, quando aí chamada pelo Ministério Público, que está a ser representado pelo procurador Gonçalo Silva, com o apoio de Carlos Teixeira, o procurador que acusou os 24 réus deste processo.

Pinto da Costa irá dizer que nunca se encontrou com Pinto de Sousa e Valentim Loureiro no sentido de conversar sobre árbitros a nomear para os jogos do Gondomar SC, na época de 2003/2004, em encontros normalmente ocorridos no restaurante Degrau Chá, propriedade de Valentim Loureiro.

Mas Pinto de Sousa terá em tribunal outras testemunhas de peso. São os casos do antigo secretário de Estado Briosa e Gala e do antigo ministro Silva Peneda. Estes irão falar sobretudo da viagem de Pinto de Sousa a Moçambique numa comitiva chefiada pelo então primeiro-ministro Durão Barroso. O MP entendeu que esta viagem foi uma contrapartida dada por Valentim Loureiro a Pinto de Sousa no sentido de obter os favores destes na nomeação de árbitros para os jogos do Gondomar SC. Pinto de Sousa, através do seu advogado, João Medeiros, alega que não foi a primeira vez que se deslocou a Moçambique integrando uma comitiva governamental, pois ali tem, há muitos anos, negócios.
Autor: EUGÉNIO QUEIRÓS
 

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Monumento ao 'Apito'

O ‘Apito Dourado’, comparado com as manigâncias que sempre existiram no futebol português, é uma brincadeira.

A Polícia Judiciária entrou em campo (para utilizar uma expressão benquista pelo presidente que representa o SL Benfica e a Benfica, SAD) tarde de mais. E, quando entrou, o sistema judicial e o sistema feudal do futebol acabaram por esvaziar um processo que teria muito mais pontas para agarrar e ficou reduzido àquilo que se vê. Uma pedra de gelo de fogo perante o icebergue. A pedra de gelo de fogo resulta da investigação possível, ripostada e controlada; dissimulada e boicotada; iludida e apagada. É o resultado do País que somos: corrupto e sem capacidade para promover o mérito através do exemplo e do empenho.

O ‘Apito Dourado’ vai fritar o peixe miúdo e tirar uma escama ao peixe graúdo. O futebol promoveu a eclosão de um baronato que a todos mete medo. Aos políticos (que continuam a achar que não podem passar sem eles), a alguns oficiais da justiça, às polícias, a muita imprensa – e daí ser muito difícil conceber investigações sem fugas nem desvios determinantes.

Há muito magistrado que passou pelo futebol que perdeu a noção do dever. Há muitos jornalistas que, marcados pela safra de uma vida difícil, não conseguem evitar as dependências. Uma proximidade familiar que revelaria muitas ‘canetas douradas’. Os ‘barões da bola’ sabem muito bem quem é que pode branquear. Sabem que é possível reduzir ou aumentar o impacto. Têm seus ‘moços de recados’, mais gordos ou delgados, prontos para acolher a ‘notícia’, que será esculpida e bem tratada. O troco, às vezes, é nada. É a miséria intelectual de quem incha porque se acha preferencial junto da turba dos presidentes. Dão-se nomes de treinadores em forma de migalhas para alimentar o ego e enganar o povo.

O povo também não tem culpa de ter nascido num País atrasado e subdesenvolvido. Papa o que lhe dão. Pelos papas que ganham 50 mil euros mensais pelo seu ‘ismo’ e pelos contra-papas que são tão papas quanto eles.

O ‘sistema’, o tão propalado ‘sistema’, é algo muito fácil de caracterizar, cujo cerne está, aliás, no ‘Apito Dourado’ e na lógica das acusações: o controlo dos árbitros. A forma de os condicionar. Para marcarem faltas a meio-campo. Para assinalarem pénaltis. Para não os marcarem. Para expulsar jogadores. Para lhes mostrar cartões. Para marcar livres à entrada da área. É tão fácil, não é? Basta-lhes condicionar a mente. Com quê? Com aquilo que salta à vista e com o que não salta.

Uma autêntica porcaria. Uma porcaria muito maior do que aquela que imaginamos e envolve muitos mais protagonistas do que aqueles que se exibem como troféus.

O presidente do Benfica sabe do que fala, mas tem um problema: não consegue passar uma imagem de credibilidade. Era bom que, no lugar de Filipe Vieira, estivesse alguém que inspirasse respeito, sinceridade, honorabilidade e credibilidade. Vieira colocou-se na primeira fila do ‘combate à corrupção’ (segundo as suas próprias palavras), mas esteve ao lado de Pinto da Costa quando o objectivo era proteger o Alverca e, depois, saltar para o Benfica. O que é uma ‘boa arbitragem’ para estes senhores? Já sabemos o que é: muitos pénaltis a favor. Uma miséria, do ponto de vista intelectual.

Falta de nível, é o que é.

Alguns só não fazem um monumento ao ‘Apito’, porque daria muito nas vistas. Os que estão calados, cúmplices da porcaria, são tão indignos quanto aqueles que abusam da verborreia.

Debaixo do tecto dos clubes, há muitos negócios para fazer. Os adeptos andam de olhos tapados. Há quem precise dos clubes para alimentar os seus negócios. A PJ deveria entrar em campo, também, para perceber como se fazem certo tipo de negócios.

Fala-se em ‘Apito Final’. O quê? O ‘Apito Dourado’ não vai dissuadir ninguém de coisa nenhuma, a avaliar pelo que se vai observando neste final de temporada. Quem está dentro do futebol é óbvio que não quer mecanismos de controlo e fiscalização. Querem manter a política dos ‘sacos azuis’ (foi Vilarinho quem disse) e os segredos de conveniência. Querem lá saber da transparência no futebol! Conversa da treta. Eles querem opacidade e enganar os tolos. O problema é a corrupção começar no Estado. E, como tal, o circo vai continuar, não obstante o esforço meritório (mas insuficiente) de Hermínio Loureiro e Ricardo Costa.

Nota – Se o PSD põe sempre tudo nas mãos do patriarca Alberto João, porque não fazem dele (mesmo em tempo de reforma) o líder do partido, para se acabarem com todas as hipocrisias e vergonhosas vassalagens?

Nota 1 – O ‘caso Jorge Coelho-Mota Engil’ faz lembrar as técnicas utilizadas no futebol com a promoção dos árbitros: há sempre um dia em que as ‘boas arbitragens’ são contempladas.


Rui Santos, jornalista
 

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A. Dourado - Valentim ouvido na Liga

TESTEMUNHAS DO BOAVISTA DEPÕEM NO APITO FINAL



João Loureiro está desde as 10 horas na Liga de Clubes, onde decorrem as inquirições às testemunhas arroladas pelo Boavista no âmbito do processo Apito Final.

Valentim Loureiro chegou à sede da Liga cerca do meio-dia e continua a ser ouvido sobre o jogo Boavista-Académica, que motivou uma acusação de coacção sobre a equipa de arbitragem que pode determinar a descida de escalão do clube axadrezado.

Nuno Almeida, também já está na Liga, à espera de ser ouvido pelo instrutor do processo a que Ricardo Costa, presidente da Comissão Disciplinar da Liga, chamou Apito Final. O árbitro algarvio será ouvido na qualidade de testemunha de Valentim Loureiro a propósito de uma conversa que teve com o árbitro assistente Paulo Januário, que pretendia ver integrado na sua equipa mas que teria sido "vetado" pelo então presidente da Liga.

Luís Guilherme e Mário Graça, ex-membros da Comissão de Arbitragem da Liga, foram igualmente arrolados como testemunhas do Boavista e foram ouvidos de manhã no âmbito dos 3 processos que visam o clube do Bessa, todos por coacção à equipa de arbitragem em jogos da época de 2003/2004.
Autor: EUGÉNIO QUEIRÓS
 

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A. Dourado - Valentim esteve à defesa

MAJOR DESMENTIU PRESSÕES SOBRE ÁRBITROS



João Loureiro esteve cerca de 5 horas nas instalações da Liga de Clubes na condição simples de advogado e acompanhou o depoimento do seu pai, visado directamente num dos 3 processos que podem ditar a descida de divisão do Boavista, caso a Comissão Disciplinar da Liga acompanhe as notas de culpas. Que apontam o Boavista, Valentim Loureiro e João Loureiro como autores de crimes de coacção sobre os árbitros Paulo Januário, Elmano Santos e Bruno Paixão.

O Boavista apresentou ontem o grosso das suas testemunhas. Para além de Valentim Loureiro, ali estiveram, para ser ouvidos pelo instrutor do Apito Final, Renato Dias dos Santos, o ex-presidente da Comissão de Arbitragem da Liga, Luís Guilherme, e um outro elemento da mesma comissão, Mário Graça. Também o árbitro Nuno Almeida, hoje na 2.ª categoria, se deslocou desde o Algarve, para ser o último a ser ouvido. Dez minutos bastaram para o advogado de Manta Rota, pouco tempo comparado com o de espera e o necessário para cumprir uma viagem de mil quilómetros. Nuno Almeida foi ouvido sobre uma conversa com Paulo Januário, assistente que pretendia na sua equipa num jogo do Boavista mas que estaria “vetado” pelo major.

Ameaças?

Bem mais demorado foi o depoimento de Valentim Loureiro, que chegou à Liga sobre as 12 horas e só de lá saiu 3 horas e meia depois. O major chegou conduzido pelo seu motorista e saiu da garagem da Liga, onde é figura máxima, na condição de presidente da mesa da assembleia geral, ao volante do potente Volvo. E saiu de tal forma disparado que quase provocou um acidente quando entrou na movimentada Rua da Constituição...

Valentim Loureiro está acusado de ter coagido o árbitro assistente Paulo Januário a propósito do jogo Boavista-Académica, da época de 2003/2004. O árbitro entendeu a abordagem telefónica do major, antes e depois do jogo, como uma ameaça a propósito das insígnias de internacional que já possuía. Valentim Loureiro negou que alguma vez tivesse tido essa intenção e o mesmo disse em relação ao árbitro Elmano Santos, este já no que se refere ao jogo Benfica-Boavista. O árbitro entendeu o telefonema do major como uma “reprimenda”, comum a outros árbitros.

Vítor Pereira e Jorge Sousa

Hoje será o último dia para a audição das testemunhas de defesa. Para além de Vítor Pereira, presidente da Comissão de Arbitragem da Liga, também será interrogado o árbitro Jorge Sousa, chefe da equipa que arbitrou a partida Boavista-Académica.

O jogo Belenenses-Boavista, também da época 2003/2004, é outro dos casos deste pacote. Um jogo dirigido por Bruno Paixão, árbitro que desligou o telefone quando foi abordado por Ezequiel Feijão, a pedido de João Loureiro. Que se defendeu dizendo que pediu a abordagem “apenas para que o Boavista não fosse prejudicado”.
Autor: EUGÉNIO QUEIRÓS
 

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A. Dourado - Boavista continua a defender-se

ÚLTIMO DIA PARA INQUIRIÇÃO DE TESTEMUNHAS NO APITO FINAL



Tavares Rijo, inspector da PJ e ex-dirigente do Boavista, Lourenço Pinto, presidente da Associação de Futebol do Porto, e Adelino Antunes, assessor de arbitragem da FPF, foram ouvidos hoje de manhã na Liga pelo instrutor do processo denominado Apito Final. Todos foram arrolados pelo Boavista como testemunhas.

Lourenço Pinto declarou no final da sua audição que esteve na Liga na qualidade de testemunha abonatória. João Loureiro está desde o meio da manhã na Liga, onde acompanha o processo que está a ser conduzido, em termos jurídicos, da parte do Boavista, pela advogada Adelina Trindade Guedes.

É esperado ainda hoje o árbitro Jorge de Sousa, que amanhã dirige o dérbi lisboeta das meias-finais da Taça de Portugal. Sousa foi o árbitro do jogo Boavista-Académica, da época de 2003/2004, que resultou num processo ao Boavista e a Valentim Loureiro por coacção sobre a equipa de arbitragem, como resultado do depoimento prestado, em sede de instrução do processo na Liga, pelo árbitro assistente Paulo Januário.
Autor: E.Q.
 

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'Apito final’: Jorge Sousa e Paulo Costa evitam imprensa

Árbitro do dérbi de hoje ouvido na Liga
Paulo Costa e Jorge Sousa foram chamados ontem à Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) para defender o Boavista. Os árbitros, que saíram pelas traseiras, foram convocados como testemunhas no ‘Apito Final’, depois de os axadrezados já terem requerido o depoimento de Valentim Loureiro, ouvido anteontem.

Paulo Costa foi interrogado sobre um alegado contacto feito por Carlos Pinto, secretário da Liga, a pedido de João Loureiro. Nas escutas, o então líder do Boavista pedira àquele dirigente que abordasse o árbitro antes de um jogo importante, o que Paulo Costa garante não ter acontecido.

Jorge Sousa, que apita o Sporting--Benfica de hoje (ver páginas 10 e 11), é outro dos árbitros envolvidos, no caso do jogo Boavista-Académica, no qual o auxiliar Paulo Januário afirmou ter sido pressionado por Valentim Loureiro, que o terá ameaçado de perder o estatuto de internacional. Januário foi ouvido apenas na fase do inquérito conduzido por Renato Dias dos Santos, instrutor do ‘Apito Final’.

Além dos árbitros, foram também ouvidos como testemunhas de defesa Lourenço Pinto, advogado e líder da Associação Futebol do Porto, Vítor Pereira, presidente da Comissão de Arbitragem da Liga, e o observador AdelinoAntunes.
Tânia Laranjo
 

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A. Dourado - Dinis: ««Na dúvida Gondomar era prejudicado»

ANTIGO CENTRAL EXPLICOU SEGREDO DA SUA ÚLTIMA EQUIPA



Dinis, um jogador com uma larga experiência na I Divisão, esteve hoje no tribunal de Gondomar, na condição de testemunha de defesa de Joaquim Castro Neves, réu no processo e antigo chefe do departamento de futebol do Gondomar SC. O antigo jogador de Gil Vicente, Feirense, Beira-Mar (onde foi capitão) e Gondomar SC (onde chegou já com 37 anos, para consumar mais uma subida de escalão), entre outros clubes, explicou como a sua última equipa como profissional ganhava os jogos na época de 2003/2004.

"Oitenta por cento dos nossos golos eram obtidos ou na sequência de um pontapé de canto ou na sequência de um lançamento da linha lateral, lances que trainávamos muitos vezes, e eu próprio marquei muitos golos neste tipo de lances", referiu o antigo defesa central que chegou a ser conhecido por "Sandokan", devido ao seu visual. O próprio recordou esta alcunha guerreira.

"Éramos uma equipa de jogadores altos e feios, experientes, com muitos carregadores de piano, num clube que nos oferecia todas as condições, como era muito difícil de encontrar numa 2.ª Divisão B", juntou Questionado sobre se o Gondomar SC precisava da ajuda dos árbitros para ganhar os jogos, Dinis respondeu: "Um campo de futebol tem 3 balneários e só sei o que se passava no meu mas de maneira nenhuma se pode dizer que fomos levados ao colo pelos árbitros, se tivessemos ganho 7 ou 8 jogos de penálties..."

"Digo mais, na dúvida os árbitros, por causa do que se dizia sobre a pessoa que era presidente da Câmara de Gondomar, na dúvida por norma até era prejudicado pelos árbitros", acrescentou sobre o assunto.

Momento particularmente divertido aconteceu quando Dinis recordou que chegou a ser jogador do Benfica, embora nunca tivesse jogado neste clube. "O Benfica ficou com o meu passe, quando era jogador do Beira-Mar, na sequência das transferências do Miranda e do Augusto, mas nunca joguei no Benfica", referiu, tendo o juiz António Carneiro da Silva feito mais um à parte bem humorado: "Olhe que não é crime jogar no Benfica". Dinis sorriu e até confessou que gostava de ter jogado no clube da Luz.
Autor: E.Q.
 

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A. Dourado - Manuel Sousa: «Gondomar jogava à Porto»

PRESIDENTE DO LIXA DEFENDE ANTIGO ADVERSÁRIO



"Nada de anormal" se passou nos jogos que o Gondomar SC disputou com o Lixa na época de 2003/2004. A afirmação foi feita por Manuel Sousa, que nessa época era dirigente do clube da Lixa e que depois até foi presidente do clube (até 2007). Em 2003/2004, o Gondomar venceu na Lixa por 3-2 e em casa por 5-4.

"O Lixa tinha melhor equipa que o Gondomar mas o Gondomar tinha melhor conjunto, jogava mais à Porto", afirmou em tribunal Manuel Sousa. Que até fez questão de referir que no jogo disputado em Gondomar "marcámos o 2-1 num penálti muito forçado".

Quanto às famosas lembranças para os árbitros, o ex-dirigente do Lixa disse que o seu clube costumava oferecer produtos da região: vinho verde e bordados.

Questionado pelo procurador Gonçalo Silva sobre se o Lixa escolhia árbitros, Manuel Sousa disse que não. Insistiu o procurador e quis saber se outros clubes o faziam. "Se o fizessem, não o iam dizer ao inimigo", reagiu a testemunha que José Luís Oliveira, ex-presidente do Gondomar SC, arrolou em sua defesa.
Autor: E.Q.
 

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A. Dourado - Árbitro agrediu guarda-redes

CASO ESTÁ A SER JULGADO EM...GONDOMAR



José Seixas, árbitro de futebol, está a ser julgado no tribunal de Gondomar, acusado de agressão a um jogador de futebol.
Concretamente, a Vítor, guarda-redes do Montezelo.

Tudo aconteceu num jogo de juniores entre o Montezelo e Fânzeres, em 2006. O árbitro do jogo marcou uma grande penalidade contra o Montezelo e mostrou o cartão vermelho ao guarda-redes. O jogador expulso atirou com a bola ao árbitro e acusa agora este último de o ter agredido, facto negado por José Seixas. As testemunhas de acusação ouvidas não têm apresentado versões convergentes.

A defesa do arguido está a ser conduzida por Carlos Duarte, árbitro de 2.ª categoria e advogado de dois arguidos no processo originário do Apito Dourado: António Eustáquio e Jorge Saramago.
Autor: EUGÉNIO QUEIRÓS
 

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Pinto da Costa pronunciado por difamação

Pinto da Costa foi ontem pronunciado pelo crime de ofensa agravada ao Ministério Público. As jornalistas Felícia Cabrita e Ana Sofia Fonseca também vão a julgamento no mesmo processo, acusadas do mesmo crime.

O juiz de instrução deu razão ao Ministério Público e considerou que ambas difamaram a instituição ao compararem aquela à PIDE, no livro autobiográfico de Pinto da Costa, intitulado ‘Luzes e Sombras do Dragão’.

A acusação é datada dos últimos dias de Janeiro e foi assinada pela equipa coordenadora dos processos do ‘Apito Dourado’, liderada pela magistrada Maria José Morgado.

Segundo a acusação que o CM consultou e que agora foi validada pelo juiz, em causa está a comparação feita pelo presidente da SAD do FC Porto, que coloca no mesmo plano o Ministério Público e a PIDE.

Facto entendido pela equipa de Morgado como uma ofensa à instituição e um ataque ao bom--nome dos procuradores. 'O MP representa o Estado e defende a legalidade democrática. Em contraponto, a PIDE era um organismo da polícia, dependente do Ministério do Interior, com funções administrativas e de repressão. Não se descortinasimilitude entre a PIDE e o MP [...] e o livro, que teve duas edições, chegou a um potencial mercado de milhões de leitores', pode ler-se no relatório final do processo elaborado pelos investigadores da PJ e onde se sugeria que os três intervenientes fossem acusados.

Refira-se ainda que o livro foi editado em Abril do ano passado. Maria José Morgado participou imediatamente os factos a Pinto Monteiro, procurador-geral da República, considerando que as afirmações constantes do mesmo eram graves e deveriam ser averiguadas. 'A comparação entre o MP e a PIDE induz publicamente a ideia de que o MP não pauta a actuação por critérios de legalidade, mas por critérios ilegais e arbitrais. Está em causa a protecção da credibilidade, prestígio e confiança devidos ao MP enquanto representante do Estado', disse então a procuradora-geral adjunta, tendo a queixa sido encaminhada por Pinto Monteiro para a equipa que dirigia as investigações das certidões do ‘Apito Dourado’.

Ouvidos os três envolvidos, todos recusaram prestar declarações. Ficaram sujeitos a termo de identidade e residência, mas rejeitaram explicar as afirmações constantes no livro.

O julgamento deverá ser marcado ainda este ano, após as férias judiciais.

FELÍCIA TENTOU AFASTAR EQUIPA DE MORGADO

Felícia Cabrita reclamou a incompetência da equipa de coordenação dos processos do ‘Apito Dourado’ considerando que aquela estava a 'apreciar em causa própria'. Disse ainda que este caso nada tinha a ver com o ‘Apito Dourado’, não fazendo sentido a sua inclusão nas investigações.

O DIAP de Lisboa, coordenado por Maria José Morgado, indeferiu os requerimentos dos arguidos e ordenou que o processo seguisse para julgamento. Pinto da Costa também fez um requerimento para juntar ao processo uma entrevista de Pinto Monteiro (PGR), na qual disse que no MP há o conde, o visconde, a marquesa e o duque.

PORMENORES

POLÉMICA

Uma das frases da polémica, atribuída a Pinto da Costa no livro assinado pelas jornalistas, é clara: 'Não estou para viver num país onde a Revolução de Abril acabou com a PIDEpara agora ser substituída pelo MP', disse o dirigente.

CAROLINA

Outra das citações que incomodou o Ministério Público envolve Carolina Salgado, tida como testemunha-chave nas acusações contra Pinto da Costa. 'Há uma campanha montada. Eles querem lá saber da Carolina, isto é contra mim.'

MILHÕES

'Os arguidos sabiam que ofendiam a honra, o bom-nome e o prestígio do MP, num número incalculável de vezes que pode atingir milhões', dizem os magistrados na acusação deduzida no final do passado mês de Janeiro.
Tânia Laranjo
 

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Banqueiro Artur Santos Silva sustenta que Pinto de Sousa não precisava dos favores

O banqueiro Artur Santos Silva testemunhou hoje que o ex-presidente do Conselho de Arbitragem da FPF, Pinto de Sousa, tinha acesso aos círculos de poder sem as influências de Valentim Loureiro, co-arguido no processo Apito Dourado. Ouvido no Tribunal de Gondomar como testemunha de defesa de Pinto de Sousa, o presidente do Conselho de Administração do BPI tentou desmontar a tese da acusação, sustentando que o ex-líder do Conselho de Arbitragem “tinha vários interesses em Moçambique”. Referiu também que é “relativamente fácil” participar numa comitiva do primeiro-ministro, “desde que haja interesses reais”, a propósito de uma viagem de Pinto de Sousa àquele país, na comitiva de Durão Barroso. O apoio de Valentim Loureiro permitiria a Pinto de Sousa, segundo a acusação, continuar a ser indicado pelo Boavista Futebol Clube para presidente do Conselho de Arbitragem da FPF e ainda ter acesso aos círculos de poder político e aos benefícios que daí advinham. Em fins de Março de 2004, o ex-presidente do CA da arbitragem federativa, integrou a comitiva dos convidados do primeiro-ministro Durão Barroso a Moçambique e terá sido Valentim Loureiro quem alegadamente conseguiu que integrasse o grupo dos convidados e não no dos empresários. O antigo secretário de Estado Faria de Almeida, actualmente ligado à Misericórdia do Porto e à gestão do Hospital da Prelada, subscreveu hoje a opinião de Artur Santos Silva. Referiu mesmo que “Pinto de Sousa conhecia pessoas mais influentes que o major” e que tinha “uma certa aversão a ocupar qualquer cargo político”. Também chamado a depor por Pinto de Sousa foi o ex-árbitro António Marçal, que referiu que o acusado tinha manifestado a intenção de ceder a Vítor Pereira o cargo na liderança da arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol. Uma parte da acusação a Pinto de Sousa está sustentada na ligação a Valentim Loureiro e no facto de o ex-presidente do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol responder aos pedidos de José Luís Oliveira para agradar ao major. José António Gonçalves Pinto de Sousa, ex-presidente do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol, é acusado de 26 crimes dolosos de corrupção passiva e acto ilícito por, alegadamente, ter nomeado árbitros a pedido do arguido José Luís Oliveira e não por serem os mais indicados para a arbitragem dos jogos em que participava o Gondomar. Aos técnicos era, alegadamente, pedido, que arbitrassem de forma a beneficiar o Gondomar. Segundo o Ministério Público, Pinto de Sousa respondia aos pedidos de José Luís Oliveira porque queria agradar Valentim Loureiro, enquanto presidente da Liga de Futebol Profissional, para poder contar, como contrapartida, com os votos que este representava, para a manutenção da sua posição como presidente do Conselho de Arbitragem. Entre 2001 e 2004 Pinto de Sousa foi presidente do Conselho Geral do Boavista. O ex-dirigente terá conhecido José Luís Oliveira através de Valentim Loureiro quando este integrou a Assembleia-Geral do Boavista. Ainda hoje, o colectivo de juízes que julga o processo “Apito Dourado” de Gondomar vai ouvir um antigo presidente da FPF, João Rodrigues, entre outras testemunhas de defesa de Pinto de Sousa.

"JG"
 

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A. Dourado - António Marçal: «Pinto de Sousa revolucionou arbitragem portuguesa»

ANTIGO INTERNACIONAL DEFENDEU EX-PRESIDENTE DO CONSELHO DE ARBITRAGEM DA FPF



Artur Santos Silva, antigo presidente do BPI e figura notável da banca portuguesa, esteve no tribunal de Gondomar na condição de testemunha de Pinto de Sousa, arguido de quem tem "uma imagem muito positiva".

Instado a pronunciar-se sobre uma viagem a Moçambique de Pinto de Sousa que o Ministério Público valorizou na acusação que produziu, entendendo que foi uma contrapartida dada pelo major Valentim Loureiro - que teria mexido os seus cordelinhos - a Pinto de Sousa, conseguindo integrá-lo na comitiva oficial do primeiro-ministro Durão Barroso, afirmou: "Mal estará uma sociedade democrática se alguém não puder apresentar pessoalmente um assunto a um qualquer membro do governo", referiu Artur Santos Silva sobre a insinuação de que o major facilitou a Pinto de Sousa, tal como se diz na acusação, o acesso aos "corredores do poder".

O procurador Gonçalo Silva não se mostrou convencido: "Eu, que estou há 30 anos no Ministério da Justiça, se quisesse falar com o Ministro da Justiça não conseguia".

Artur Santos Silva considerou que a presença de um empresário como Pinto de Sousa numa comitiva ministerial é "relativamente fácil" tendo em conta os interesses "reais e potenciais".

Seguiu-se Faria de Almeida, antigo secretário de Estado, figura de destaque do PSD/Porto e companheiro de Pinto de Sousa e Pinto da Costa no Colégio das Caldinhas. Sobre Pinto de Sousa, disse este médico que é uma pessoa "honesta até nas pequenas coisas" e que não precisaria de recorrer a Valentim Loureiro para integrar uma comitiva ministerial, "tanto mais que, se o quisesse fazer, podia recorrer a pessoas de um patamar mais alto". De Pinto de Sousa disse também que tinha "aversão à política".

O procurador Gonçalo Silva leu uma escuta entre Pinto de Sousa e o filho na qual este refere que foi "o major" quem conseguiu que integrasse a comitiva oficial do primeiro-ministro e não a comitiva dos empresários, tendo até ficado alojado no hotel onde ficou Durão Barroso.

"Quem seria este major?", perguntou Gonçalo Silva. "Provavelmente o sr. major Valentim Loureiro...", respondeu Faria de Almeida. Contrapôs o advogado de Pinto de Sousa, João Medeiros, outro escuta entre Pinto de Sousa e o filho na qual o primeiro diz que iria fazer tudo para "fugir" ao programa oficial dessa viagem a Moçambique, assim tentando provar que Pinto de Sousa não tinha qualquer interesse em fazer parte da comitiva oficial.

António Marçal, antigo árbitro internacional, foi outra das testemunhas apresentadas pela defesa de Pinto de Sousa, pessoa que, no entender, "quando chegou ao Conselho de Arbitragem da FPF revolucionou a arbitragem portuguesa".

Marçal falou ainda de uma conversa que teve, no Algarve, antes das eleições da FPF de 2002, com Vítor Pereira e Pinto de Sousa, na qual Pinto de Sousa deu a Vítor Pereira "toda a liberdade" para se candidatar a presidente do Conselho de Arbitragem da FPF. Vítor Pereira viria a ser apenas pré-candidato, numa lista encabeçada por Artur Jorge que não se apresentou a sufrágio.
Autor: EUGÉNIO QUEIRÓS
 

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Porto - Pinto da Costa vai julgamento por ter comparado MP à PIDE

OFENDIDO EM NÚMERO "QUE PODE ATINGIR MILHÕES"



Pinto da Costa e as jornalistas Felícia Cabrita e Ana Sofia Fonseca - autoras da mais recente biografia do presidente portista - foram pronunciados para julgamento pelos crimes de co-autoria de ofensa qualificada a pessoa colectiva, organismo ou serviço.

Entendeu o Ministério Público e o juíz de instrução que os três acusados decidiram escrever um livro sobre alguns aspectos da vida de Pinto da Costa, tendo sido a obra autorizada pelo líder portista, que aprovou o seu teor.

Segundo a acusação, os arguidos "sabiam que as suas condutas são susceptíveis de ofender a honra e o bom nome do Ministério Público num número incalculável de vezes que pode atingir milhões", tendo-o feito "conscientes da ilicitude e reprovabilidade das condutas".

No livro, refere-se que há uma campanha montada. "Eles querem lá saber da Carolina, isto é contra mim", é uma citação de Pinto da Costa, que prossegue: "Não estou para viver num país onde a Revolução de Abril acabou com a PIDE para agora a ver substituída pelo Ministério Público".

Segundo o MP, esta comparação com a PIDE "induz a publicamente a ideia de que o Ministério Público não pauta a sua actuação por critérios de legalidade mas por critérios ilegais e arbitrais, estando em causa a protecção da credibilidade, prestígio e confiança devidos ao MP enquanto representante do Estado".

O conde, o visconde, a marquesa e o duque

Os arguidos não quiseram prestar declarações na fase de inquérito mas Pinto da Costa fez um requerimento pedindo para juntar ao processo uma entrevista de Pinto Monteiro, Procurador Geral da República, na qual este diz que no MP "há o conde, o visconde, a marquesa e o duque". A advogada de Felícia Cabrita contestou a atribuição do processo à Equipa de Coordenação do Processo Apito Dourado alegando que estaria a apreciar em causa própria e o facto de o processo não ser uma certidão do processo originário. O DIAP de Lisboa, dirigido por Maria José Morgado, entendeu que a nulidade requerida não fazia sentido.

No relatório final da ECPAD pode ler-se que a PIDE era um organismo dependente do Ministério do Interior "com funções administrativas e de repressão, baseando-se nas técnicas alemãs da Gestapo e sendo responsável directa e indirectamente pela morte de pessoas". Pelo que não se descortina "similitude entre a PIDE e o MP", como aconteceu num livro que pode chegar a um mercado potencial de 600 milhões de leitores.

Aí se refere também que Pinto da Costa não conseguiu explicar a comparação entre a PIDE e o MP e que as suas declarações são "ofensivas e passivas de abalar a credibilidade, bom nome e confiança devido a uma instituição como o MP". Mais, "a afirmação é proferida por alguém que é considerado uma figura pública, um presidente de um grande clube com grande expressão nacional e internacional, alguém com enorme visibilidade e peso mediático".
Autor: E.Q.
 

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A. Dourado - João Rodrigues: «Mal de Pinto de Sousa foi ter telefone aberto»

PINTO DA COSTA NUNCA PEDIU NADA A LUSO MAIS INFLUENTE NO FUTEBOL



João Rodrigues, antigo presidente da FPF e membro de importantes comités da UEFA e da FIFA, provavelmente o português com mais importância nestes organismos, foi ouvido hoje no tribunal de Gondomar, na condição de testemunha de José António Pinto de Sousa.

Num longo depoimento, começou por dizer que considera Gilberto Madaíl "um irmão" e que no futebol tem "cinco amigos", sendo um deles Pinto de Sousa. Rodrigues aproveitou a oportunidade para referir que no processo foi citado como tendo sido ínterlocutor de Pinto da Costa e de Luís Filipe Vieira e sobre o primeiro disse que nunca lhe pediu nada.

Quanto a Pinto de Sousa, disse que nas eleições da FPF, em 2002, foi "segunda escolha" de Gilberto Madaíl, que tinha plenos poderes para nomear os presidentes dos diversos órgãos da FPF, entre os quais o Conselho de Arbitragem. Isto para provar que Pinto de Sousa não dependia da influência de Valentim Loureiro, então presidente da Liga, para ocupar este cargo. "O preferido de Madaíl era o senhor Carlos Padrão, de Espinho, mas este recusou", precisou João Rodrigues, assumido benfiquista.

Deu 500 contos a um árbitro

O homem que liderou a FPF de 1989 a 1992 frisou várias vezes que Pinto de Sousa nada ganhou na arbitragem e que, pelo contrário, até ali investiu dinheiro seu. Como aconteceu em meados da década de 80, quando foi abordado por um árbitro internacional em fim de carreira que terminava nesse ano a carreira e que pedia a prorrogação por mais um ano "alegando que a filha estava a acabar os estudos universitários".

Tendo Pinto de Sousa, segundo Rodrigues, dito que tal não era possível mas que podia resolver ali a situação apresentada, tendo dado do seu bolso 500 contos a esse árbitro. "Quando Pinto de Sousa disse que não podia prolongar a sua carreira, esse árbitro começou a chorar", recordou Rodrigues o curioso episódio.

"Não admito que alguém possa pensar que Pinto de Sousa é corrupto nem que se possa dizer que precisava do sr. major Valentim Loureiro para ter acesso ao poder pois não tinha nem tem necessidade de se servir de Valentim Loureiro para o que quer que seja ", sublinhou ainda, depois de confessar que assistiu ao telefonema de Madaíl para Pinto de Sousa no qual lhe foi feito o convite para continuar na presidência do Conselho de Arbitragem da FPF. Outra testemunha deste momento, ocorrido num hotel do Porto, foi o juíz António Mortágua.

"Mais fifeiro que uefeiro"

Mas João Rodrigues foi ainda mais longe na "inside information". Sobre os casos concretos que estão a ser julgados em Gondomar, revelou que Pinto de Sousa só começou a nomear os árbitros para os jogos do Gondomar porque, em Novembro de 2003, teve conhecimento de duas situações: a de que sete árbitros de Aveiro estavam entre os dez primeiros classificados (num momento em que os observadores eram nomeados por Luís Nunes, irmão do treinador do Gondomar SC) e porque "foi insinuado" que Francisco Costa, arguido neste processo e então responsável pela nomeação dos árbitros, era amigo de infância de José Oliveira, presidente dos Dragões Sandinenses.

Revelação que de certo modo incomodou os advogados quer de Francisco Costa, quer de Luís Nunes... "O grande mal deste homem foi sempre evitar a conflitualidade e por isso é que teve sempre o telefone aberto, fosse para o Gondomar, fosse para o Benfica...", concluiu sobre Pinto de Sousa quem se considerou "mais fifeiro que uefeiro".
Autor: EUGÉNIO QUEIRÓS
 

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Apito Dourado: Afirma Artur Santos Silva

Pinto de Sousa chegava ao poder sem ajuda
O Presidente do Conselho de Administração do BPI, Artur Santos Silva, testemunhou esta quinta-feira no âmbito do processo Apito Dourado, afirmando que o ex-presidente do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), Pinto de Sousa, tinha acesso aos círculos de poder sem as influências de Valentim Loureiro, co-arguido no mesmo processo.

Ouvido no Tribunal de Gondomar na qualidade de testemunha de defesa de Pinto de Sousa, Artur Santos Silva tentou desmontar a tese da acusação sustentando que o ex-presidente do Conselho de Arbitragem da FPF “tinha vários interesses em Moçambique”.

De acordo com a tese apresentada pela acusação, o apoio de Valentim Loureiro permitia a Pinto de Sousa continuar a ser indicado pelo Boavista Futebol Clube para presidente do Conselho de Arbitragem da FPF e ainda ter acesso aos círculos de poder político, bem como aos benefícios que daí advinham.

CLUBES OUVIDOS "PARA EVITAR CONFLITUALIDADE"

O ex-presidente da (FPF), João Rodrigues, admitiu em tribunal que Pinto de Sousa ouvia "sugestões" dos clubes sobre os árbitros a nomear para as suas partidas, "para evitar conflitualidade". No entanto, o antigo dirigente garantiu que a última palavra cabia sempre ao ex-presidente do Conselho de Arbitragem.

Em declarações aos jornalistas, depois de ter sido ouvido na qualidade de testemunha de Pinto de Sousa, João Rodrigues explicou que aquele "dava a possibilidade de os presidentes sugerirem três nomes" de árbitros, o que não era entendido como pressão.

Numa alusão à acusação de que Pinto de Sousa respondia a pedidos do co-arguido José Luís Oliveira para agradar a Valentim Loureiro, o ex-presidente da FPF garantiu que o ex-presidente do Conselho de Arbitragem "não cederia a ninguém, nem ao Presidente da República".

CM
 

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A. Dourado - Apito histórico-1"Rc"

FOI HÁ 4 ANOS QUE TUDO VEIO A PÚBLICO



Dia 20 de Abril de 2004. Portugal acordou com a notícia de um grande caso de corrupção no futebol português. Valentim Loureiro era um dos detidos numa operação que varreu todo o país e que mobilizou meios nunca vistos. Quase um ano depois de ir para o terreno, a Polícia Judiciária do Porto mostrava o jogo, com buscas e mandados de detenção. O caso viria a ser conhecido por Apito Dourado, nome que veio a propósito de pequenos apitos apreendidos. A investigação começou por centrar-se na época desportiva do Gondomar SC de 2003/2004, que culminaria com a subida à II Liga deste clube, após aceso despique com os Dragões Sandinenses (que terminaram o campeonato a um ponto do rival), mas no decurso das investigações divergiu para outros temas a partir do momento em que os telemóveis de Valentim Loureiro, João Loureiro e Pinto da Costa, entre outros, foram colocados sob escuta.

O que se conheceu no dia 20 de Abril de 2004 era apenas, pois, a ponta do icebergue. Com Valentim Loureiro, então presidente da Liga, a ser indiciado de crimes de corrupção sob a forma de cumplicidade, por alegadamente se servir de Pinto de Sousa, então presindente do Conselho de Arbitragem da FPF, para conseguir que o Gondomar SC escolhesse árbitros para os seus jogos. José Luís Oliveira, presidente do Gondomar SC, desde o início que é o principal arguido do processo, foi o último a ser ouvido - numa maratona de 4 dias de interrogatórios no tribunal de Gondomar, a cargo da juíza Ana Cláudia Nogueira - e foi detido preventivamente, passando posteriormente à situação de prisão domicilária, até expirarem os prazos para a prisão preventiva. Francisco Costa, António Henriques e Luís Nunes, outros elementos do Conselho de Arbitragem da FPF, também foram detidos para interrogatório, bem assim como alguns árbitros de 2.ª categoria. Todos, dirigentes e árbitros, foram suspensos dos cargos que ocupavam mas apenas Pinto de Sousa e António Henriques se demitiram dos mesmos. Valentim Loureiro, por exemplo, regressaria à presidência da Liga depois da extinção dos prazos das medidas cautelares e Francisco Costa continua a ser vice-presidente do Conselho de Arbitragem da FPF.

O caso arrastou-se em recursos e a acusação só seria produzida em Janeiro de 2006 por Carlos Teixeira, o procurador que desde o início acompanhou o processo, determinando a intervenção da Polícia Judiciária. Um ano depois, o juiz de instrução Pedro Miguel Vieira elaborou o despacho de pronúncia que levou a julgamento 24 arguidos. O julgamento está a decorrer, desde o dia 11 de Fevereiro, no tribunal de Gondomar e esta semana foi ouvida a 100.ª testemunha, durante a 28.ª sessão, presidida pelo juiz António Carneiro da Silva.
 

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Apito histórico-2

O julgamento

O julgamento que está a decorrer em Gondomar deverá terminar no final de Junho. As testemunhas de acusação já foram ouvidas e já chegou a vez das testemunhas de defesa. Na próxima 3.ª feira será a vez de Pinto da Costa estar no tribunal de Gondomar, para rebater acusações produzidas por Carolina Salgado a propósito de jantares onde Pinto de Sousa, Valentim Loureiro e Pinto da Costa tratariam de assuntos relacionados com os árbitros para os jogos do Gondomar SC.
Os 24 arguidos continuam ser falar - um direitos que os assiste - e a sua defesa tem marcado alguns pontos, nomeadamente nas perícias que foram feitas aos jogos do Gondomar SC por Vítor Pereira, Jorge Coroado e Adelino Antunes. Perícias que estão longe de ser concludentes em relação a erros premeditados dos árbitros que tivessem favorecido o Gondomar SC, tendo o tribunal apurado mesmo que esta equipa foi em alguns momentos prejudicada pelo trabalho de alguns árbitros que também se sentam no banco dos réus.

Também na questão das contrapartidas não está fácil o trabalho da acusação, que está a ser conduzida pelo procurador Gonçalo Silva, com o apoio de Carlos Teixeira. Diversas testemunhas têm afirmado em tribunal que todas as outras equipas da II Divisão B também ofereciam lembranças aos árbitros, como era o caso dos Dragões Sandinenses - assistente no processo, reclamando uma indemnização de 3,08 milhões de euros -, que oferecia relógios de marca aos árbitros. Na casa de um deles, Pedro Sanhudo, foi mesmo encontrado um desses relógios com um cartão de um dirigente dos Dragões Sandinenses. A favor da acusação foram, porém, os depoimentos dos ourives que forneciam o Gondomar SC, tendo um destes confessado que chegou a fazer as entregas de voltas e pulseiras em ouro nos dias dos jogos e que este tipo de artefactos se destinavam aos árbitros dos jogos do Gondomar SC.

Importante no processo será também conseguir demonstrar não só que o Gondomar SC escolhia os árbitros para os seus jogos - através de Valentim Loureiro e Pinto de Sousa - mas também que estes adulteraram a verdade desportiva no campo e que as contrapartidas que receberam eram isso mesmo e não apenas uma simples cortesia, dentro dos parâmetros da UEFA, que determina como limite máximo para as prendas 120 euros (200 francos suíços). A acusação tem sentido grandes dificuldades para conseguir reunir todas estas factualidades.
Autor: E.Q.
 

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A. Dourado - Guilherme Aguiar: «Pinto de Sousa não servia para Pinto da Costa»

ANTIGO DIRECTOR EXECUTIVO DA LIGA TESTEMUNHOU EM GONDOMAR



Guilherme Aguiar, antigo director executivo da Liga, testemunhou hoje à tarde no tribunal de Gondomar, convocado pela defesa de Valentim Loureiro. Objectivo: explicar a influência que o major teria na escolha do presidente do Conselho de Arbitragem FPF, no caso concreto Pinto de Sousa. Segundo a acusação, Valentim Loureiro servia-se dessa influência para "ter na mão" Pinto de Sousa e assim conseguir que o Gondomar SC escolhesse os árbitros para os seus jogos na época de 2003/2004.

"As relações entre a Liga e o Conselho de Arbitragem da FPF nunca foram as melhores porque nem sempre as classificações dos árbitros feitas pela Comissão de Arbitragem da Liga eram ratificadas por aquele conselho", referiu Guilherme Aguiar, que reforçou a ideia de que a Liga. nos anos em que lá esteve. andou sempre afastada dos jogos de poder centrados na nomeação dos presidentes dos diversos órgão da FPF. Aliás, até disse várias vezes que a partir de 1998 passou a pertencer a Gilberto Madaíl a escolha das pessoas para esses lugares. "A Liga apenas escolheu o vice-presidente da direcção da FPF, Ângelo Brou", precisou.

Guilherme Aguiar disse também que Pinto de Sousa não foi a primeira escolha de Gilberto Madaíl nas eleições quer de 1998, quer de 2002, sendo o preferido "do primeiro presidente da FPF a não ser nomeado por Lisboa" um antigo presidente do Sporting de Espinho, Carlos Padrão.

O antigo director executivo da Liga e actual vereador da Câmara Municipal de Gaia recuou até à década de 80 para recordar uma conversa com Pinto da Costa, quando Guilherme Aguiar era dirigente do FC Porto. "O sr. Pinto de Sousa tinha sido indicado pela Associação de Futebol do Porto para a presidência do Conselho de Arbitragem da FPF mas Pinto da Costa entendia que não servia", revelou.
Autor: E.Q.
 

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A. Dourado - Valentim "dispensa" Durão Barroso

PRESIDENTE DA UNIÃO EUROPEIA É TESTEMUNHA DO MAJOR



Valentim Loureiro prescindiu do depoimento de Durão Barroso, que deveria ser feito, desde o Tribunal de Bruxelas, através de vídeoconferência. O presidente da Comunidade Europeia é testemunha do major com o objectivo de esclarecer pormenores de uma viagem oficial a Moçambique na qual participou Pinto de Sousa, outros dos arguidos do processo Apito Dourado.

A acusação alega que Valentim Loureiro conseguiu que o então presidente do Conselho de Arbitragem da FPF integrasse a comitiva do primeiro-ministro e não a dos empresário, sendo tal uma contrapartida para que Pinto de Sousa nomeasse os árbitros que o Gondomar SC pretendia.

A defesa de Pinto de Sousa rebate estas acusações e afirma que o empresário tem negócios em Moçambique e que não foi a primeira vez que integrou uma comitiva governamental.

Durão Barroso, então primeiro-ministro, já esclareceu esta situação por escrita, tendo dito desconhecer qualquer tipo de influência de Valentim Loureiro no processo, ao mesmo tempo que afirmava que desconhece pormenores sobre a organização dessa viagem por não ter sido ele a tratar desse assunto.

Recorde-se que Pinto de Sousa integrou um grupo restrito onde se contavam ainda Eusébio, a jornalista Maria João Avilez e o actor Nicolau Breyner.
Autor: EUGÉNIO QUEIRÓS
 
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