Metro vai estar a funcionar em Janeiro de 2011
O presidente da sociedade Metro Mondego, Álvaro Maia Seco, afirmou ontem, na Lousã, que em Janeiro de 2011 o metro ligeiro de superfície deverá estar a circular no Ramal da Lousã, entre Serpins e Coimbra Parque
Álvaro Maia Seco intervinha na Assembleia Municipal da Lousã, a primeira em que a Metro Mondego discutiu com os deputados municipais o projecto, desde que foi apresentado há dois anos na sua nova versão pelo ministro das Obras Públicas, Mário Lino.
O projecto insere-se no Sistema de Mobilidade do Mondego que prevê a instalação de um metro ligeiro de superfície do tipo “tram-train” - com capacidade para circular nos eixos ferroviários, urbanos, suburbanos e regionais - no Ramal da Lousã, entre Coimbra e Serpins (Lousã), e na cidade de Coimbra.
Respondendo às dúvidas de elementos do recém-criado Movimento de Defesa do Ramal da Lousã (MDRL), que exige um estudo em que seja ponderada a modernização e electrificação da linha, o presidente da MM afirmou que o novo sistema de transporte vai diminuir os tempos de viagem e «transportar as pessoas até mais próximo dos seus destinos».
Criado há cerca de um mês, o MDRL lançou uma petição a exigir ao Governo que realize um estudo que «pondere a electrificação e modernização das infra-estruturas e dos comboios», antes de «qualquer alteração definitiva». O documento exige ainda que «qualquer alteração» garanta a «manutenção ou redução dos preços das tarifas cobradas, aumento da velocidade do transporte, número de lugares sentados, frequência do transporte, redução do impacto ambiental, manutenção da ligação à rede ferroviária nacional e a gestão pública do Ramal».
Álvaro Maia Seco garantiu que a frequência dos transportes vai aumentar, com ligações de 30 em 30 minutos, e que as futuras composições serão dimensionadas para que a maioria dos passageiros viaje sentado. Assumiu ainda que a linha será electrificada a 750 voltes e que a sua gestão continuará a ser pública através da sociedade MM.
Quanto ao tarifário a praticar, outra das preocupações do MDRL, Álvaro Maia Seco disse que ainda não estão definidos, mas que os «níveis de grandeza andarão à volta dos praticados actualmente».
Defendendo a solução do metro como a mais «equilibrada» para o Ramal da Lousã, o responsável da MM disse que o actual sistema, de automotoras a diesel, entre Serpins e Coimbra Parque, «só serve para despejar pessoas de Lousã e Miranda do Corvo» na cidade. «Com a solução metro vamos servir melhor os utentes e distribuí-los até mais próximo dos seus locais de destino», frisou.
O responsável garantiu ainda que a modernização da linha se vai desenvolver em três empreitadas, com o lançamento dos concursos públicos em Julho (troço Serpins- Miranda do Corvo), Setembro (Miranda do Corvo-Alto de S. João) e Outubro deste ano (Alto de S. João-Coimbra Parque), mas com os troços a entrarem em funcionamento todos ao mesmo tempo. Por definir está o concurso entre Coimbra Parque e Coimbra B, que deverá ser lançado uns meses depois e entrar em funcionamento também mais tarde.
Durante a realização dos trabalhos na ferrovia, Álvaro Maia Seco alertou para a «inevitabilidade» de se proceder ao encerramento da linha por um período de dois anos, que será compensada com transportes alternativos com «a melhor qualidade possível», para não se perder passageiros no futuro.
«Uma das nossas preocupações era o atravessamento rodoviário em Ceira, situação que vai ser resolvida com uma variante e a eliminação dos actuais semáforos que congestionavam o trânsito», adiantou.
Na sessão com os deputados da Assembleia Municipal da Lousã, Álvaro Maia Seco anunciou ainda que «se tudo correr bem até ao final de Junho» será lançado o concurso público internacional para a aquisição de material circulante.