Petróleo em alta
Petróleo em alta
O petróleo continuou esta sexta-feira a atingir novos recordes, depois de ter passado, na véspera, a barreira dos 140 dólares o barril, estimulado por previsões de preços alucinantes, queda das bolsas, depreciação do dólar e agitações geopolíticas.
Já falta menos de uma semana para que se concretize a meta prognosticada no início do mês pelo banco norte-americano Morgan Stanley, segundo a qual o barril chegaria aos 150 dólares até ao próximo dia 4. Está muito perto.
O salto para os 142 dólares ontem estreados (142,99 em Nova Iorque e 142,97 em Londres) deu-se depois de o presidente da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) ter reforçado, na véspera, a tese do Morgan Stanley, que o petróleo chegaria aos 150-170 dólares neste Verão.
Mas a fasquia ficou ontem mais elevada, quando Alexei Miller, presidente do gigante russo da energia - a Gazprom -, previu que o crude chegue aos 250 dólares, sem qualquer influência da OPEP, assumindo que o colosso sob sua liderança "será nos próximos anos a companhia mais influente do mercado mundial".
Os investidores bateram em retirada das bolsas, atraídos pelas matérias-primas como valores mais seguros, e deram-se deslizes assinaláveis em Londres, Paris e Frankfurt, onde os índices ficaram em queda livre ao longo da sessão, ainda que tenham conseguido alguma recuperação nos fechos.
Para agravar a situação, o euro prosseguiu a sua apreciação face à moeda norte-americana, elevando-se para 1,57 dólares. Quanto mais o dólar cai, mas apetecível se torna investir em petróleo, por ser essa a moeda na qual é transaccionado.
Adicionalmente, a possibilidade de a Líbia - terceiro maior produtor africano - reduzir a sua produção petrolífera também ajudou a electrizar o mercado.
Neste cenário, a Espanha veio ontem declarar que apostar nas energias renováveis e reduzir o consumo são duas "armas" que quer usar contra os países produtores. A afirmação de Miguel Sebastian, ministro espanhol da Indústria, antecede o 19.º Congresso Mundial do Petróleo que decorre em Madrid a partir de amanhã. Nessa cimeira deverão participar petrolíferas, países produtores e países consumidores, estes últimos (como Portugal), a braços com protestos contra os preços altos dos combustíveis.
jn