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Médio Oriente. Cruz Vermelha pede a Israel e Hamas respeito pela trégua
A presidente da Cruz Vermelha Internacional (CVI) apelou hoje a que Israel e o Hamas respeitem o acordo de cessar-fogo, para que possam ocorrer mais libertações de reféns na Faixa de Gaza, em troca de prisioneiros palestinianos.
"Há mais famílias à espera ansiosamente que os seus entes queridos regressem a casa", disse Mirjana Spoljaric, em comunicado.
A Cruz Vermelha foi responsável pela transferência de reféns israelitas do norte de Gaza para Israel e de prisioneiros palestinianos detidos em prisões israelitas para a Cisjordânia ocupada e Jerusalém Oriental.
"Lidar com grandes multidões e emoções intensas foi um desafio durante as transferências e, em Gaza, as equipas [da Cruz Vermelha] tiveram de gerir os perigos das munições não detonadas e das infraestruturas destruídas", disse a organização.
Israel anunciou hoje a libertação de 90 prisioneiros palestinianos da prisão israelita de Ofer, na Cisjordânia ocupada, pouco depois das 01:00 locais (23:00 TMG de domingo), como estava previsto no acordo de cessar-fogo com o movimento islamita palestiniano Hamas.
Após a libertação de três mulheres israelitas em Gaza, no primeiro dia do acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas, como estava previsto, também foram libertados nove dezenas de prisioneiros palestinianos.
Entre estes, foram libertados 12 homens condenados por delitos menores, 69 mulheres e nove menores, todos com menos de três anos de prisão e condenados por crimes não sangrentos.
Entre os libertados constam ainda Khalida Jarrar, 62 anos, ativista feminista e membro da Frente Popular para a Libertação da Palestina (PFLP), a irmã do político do Hamas Saleh Arouri, Dalal Jaseeb, e Abla Abdelrasoul, 68 anos, mulher do dirigente da PFLP Ahmad Saadat.
Está prevista a libertação de cerca de 2.000 prisioneiros durante a primeira fase do acordo de cessar-fogo de 42 dias, altura em que 33 reféns israelitas também terão deixado a Faixa de Gaza.
Com a libertação dos 33 reféns, restarão 91 reféns no interior do enclave palestiniano que foram feitos prisioneiros pelo ataque do Hamas em 07 de outubro, 34 dos quais confirmados como mortos, para além de três que estavam detidos desde 2014: dois civis e um soldado, todos confirmados como mortos.
As tropas israelitas resgataram no domingo, em Jabalia, o corpo do sargento Oron Shaul, um segundo soldado que tombou na guerra da Faixa de Gaza em 2014 e que estava detido pelo Hamas desde então.
As três reféns israelitas libertadas pelo Hamas este domingo na Faixa de Gaza encontraram-se com as suas mães em Israel, tendo sido depois transportadas para um hospital para receber tratamento, segundo o exército israelita.
Nos termos do acordo para a cessação das hostilidades, 33 reféns israelitas devem ser libertados, numa fase inicial de seis semanas. Três pontos de receção de reféns foram instalados na fronteira de Israel com Gaza, segundo um oficial militar, citado mas não identificado pela AFP.
Em troca, as autoridades israelitas garantiram que libertariam cerca de 1.900 palestinianos dentro deste período.
"Bom primeiro dia". Trégua abriu com 90 prisioneiros em troca de 3 reféns
Emily Damari, de 28 anos, Doron Steinbrecher, 31 anos, e Romi Gonen, 24 anos, foram as primeiras reféns libertadas na primeira fase do acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza. Em troca, Israel libertou 90 prisioneiros palestinianos, a maioria dos quais mulheres e crianças.
A libertação de três reféns israelitas e 90 prisioneiros palestinianos marcou o primeiro dia de cessar-fogo na Faixa de Gaza, acordado entre o Hamas e Israel. No domingo, três mulheres foram entregues ao Comité Internacional da Cruz Vermelha após 471 dias em cativeiro, estando a próxima libertação prevista para "sábado".
O cessar-fogo entrou em vigor às 11h15 locais (9h15 em Lisboa), com quase três horas de atraso em relação ao previsto.
Emily Damari, de 28 anos, Doron Steinbrecher, 31 anos, e Romi Gonen, 24 anos, foram as primeiras reféns a ficar em liberdade no âmbito de um acordo que prevê, para já, a libertação de 33 israelitas. As mulheres "passaram por um inferno", segundo o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu", e encontraram-se com as suas mães, antes de serem transportadas por um helicóptero para um hospital de Israel.
Em troca, Israel anunciou a libertação de 90 prisioneiros da prisão de Ofer, na Cisjordânia ocupada. Entre eles estão 12 homens condenados por delitos menores, como o incitamento ao terrorismo ou a desordem pública, e há ainda 69 mulheres e nove menores, todos com menos de três anos de prisão e condenados por crimes não sangrentos.
Entre os libertados estão também Khalida Jarrar, 62 anos, ativista feminista e membro da Frente Popular para a Libertação da Palestina (PFLP), a irmã do político do Hamas Saleh Arouri, Dalal Jaseeb, e Abla Abdelrasoul, 68 anos, mulher do dirigente da PFLP Ahmad Saadat.
A primeira fase do acordo de cessar-fogo de 42 dias prevê a libertação de cerca de dois mil prisioneiros palestinianos e 33 reféns israelitas. Com a libertação destes reféns, restarão 91 no interior do enclave palestiniano que foram feitos prisioneiros pelo ataque do Hamas de 7 de outubro, 34 dos quais confirmados como mortos, para além de três que estavam detidos desde 2014: dois civis e um soldado, todos confirmados como mortos.
ONU destaca "bom primeiro dia" do acordo de cessar-fogo. UE fala em "esperança"
O diretor da agência da ONU para os refugiados palestinianos (UNRWA), Philippe Lazzarini, destacou que equipas "reportaram um bom primeiro dia de cessar-fogo", que é "um passo na direção certa em direção à paz e estabilidade duradouras para todos".
"Após mais de 470 dias, a população de Gaza ouve o som de crianças a brincar em vez de bombardeamentos e ataques aéreos", começou por escrever na rede social X.
"As nossas equipas da UNRWA relataram um bom primeiro dia de cessar-fogo; a ajuda e alguns abastecimentos comerciais começaram a chegar sem problemas", acrescentou, destacando que "o cessar-fogo deve manter-se e todos os elementos do acordo devem ser aplicados".
"É um passo na direção certa para uma paz duradoura e estabilidade para todos. Não nos pouparemos a esforços para aliviar o imenso sofrimento e aumentar a ajuda humanitária", garantiu.
Também a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, reagiu à libertação pelo Hamas das três primeiras reféns israelitas. "Romi Gonen, Emily Damari e Doron Steinbrecher estão livres. Outros devem seguir-se. Ver o reencontro dos reféns com as suas famílias enche-nos o coração de esperança", escreveu no X.
"Que este seja o início de um novo capítulo para Israel e para o povo palestiniano. O cessar-fogo deve manter-se. A Europa apoiá-lo-á", sublinhou Von der Leyen.
Por cá, o Governo português saudou a libertação das reféns e o "início do cessar-fogo acordado", que é "um passo fundamental para uma paz duradoura no Médio Oriente e uma condição para a entrada urgente e indispensável da ajuda humanitária em Gaza".
O Governo português juntou-se hoje à maioria da comunidade internacional saudando a libertação das primeiras três israelitas reféns do movimento islamita palestiniano Hamas e o início do cessar-fogo acordado com Israel na Faixa de Gaza.
Recorde-se que o ataque do Hamas de 7 de outubro de 2023 resultou na morte de 1.210 pessoas do lado israelita, a maioria delas civis, segundo uma contagem da AFP baseada em dados oficiais.
Pelo menos 46.913 pessoas, a maioria civis, foram mortas na ofensiva retaliatória israelita em Gaza, segundo dados do Ministério da Saúde do Hamas considerados confiáveis pela ONU.
Colonos israelitas atacam Cisjordânia após libertação de prisioneiros
Colonos judeus extremistas incendiaram casas e atacaram veículos de civis palestinianos na Cisjordânia durante a noite de domingo, em sinal de desacordo com a libertação de 90 prisioneiros palestinianos no âmbito do acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza.
A organização não-governamental (ONG) israelita Yesh Din, que se opõe à ocupação da Cisjordânia e é hoje citada pelas agências internacionais, registou ataques contra civis palestinianos nas cidades de Sinyil, Ein Siniya, Turmusaya e Luban al Sharqiya.
"Esta noite [domingo], dezenas de colonos estão a atacar aldeias palestinianas em toda a Cisjordânia", denunciou a ONG através das redes sociais, divulgando dois vídeos que mostram veículos e propriedades em chamas.
O Exército israelita, que normalmente não intervém em ataques de colonos contra palestinianos, deteve dois indivíduos, supostamente colonos, por se envolverem em "tumultos violentos", noticiaram hoje os meios de comunicação social locais.
Nos grupos pró-ocupação israelita ativos em plataformas de mensagens, como é o caso do WhatsApp, têm circulado desde domingo informações sobre os 90 prisioneiros palestinianos libertados por Israel no âmbito do acordo de cessar-fogo com o grupo extremista Hamas.
As mensagens incluem fotografias de algumas das pessoas libertadas, incluindo mulheres e jovens, e informações sobre os respetivos locais de residência.
A Cisjordânia ocupada enfrenta a maior espiral de violência desde a segunda Intifada (2000-2005).
Desde o início do ano, pelo menos 20 palestinianos, cinco dos quais menores, foram mortos em confrontos com as forças israelitas e com colonos judeus na Cisjordânia.
Três israelitas também foram mortos em ataques palestinianos: duas mulheres de colonos e um polícia.
Em 2024, cerca de 500 palestinianos foram mortos na Cisjordânia, incluindo pelo menos 75 menores de idade.
A primeira fase do acordo de cessar-fogo e de libertação de reféns acordado entre Israel e o Hamas entrou em vigor no domingo, após 15 meses de conflito na Faixa de Gaza.
O primeiro dia das tréguas foi marcado pela libertação de três reféns israelitas e de 90 prisioneiros palestinianos.
Na primeira fase do acordo, Israel e o Hamas concordaram com um cessar-fogo de seis semanas, durante o qual 33 reféns israelitas serão gradualmente trocados por mais de 1.900 prisioneiros palestinianos.
Durante as seis semanas, serão igualmente realizadas negociações para uma segunda fase da trégua, que permitirá a libertação de todos os reféns israelitas em Gaza e lançará as bases para o fim da guerra.
Soldado israelita sepultado em Israel dez anos após morte em Gaza
Os restos mortais de um soldado israelita morto em combate durante a guerra de 2014 na Faixa de Gaza foram finalmente sepultados esta segunda-feira em Israel, após terem sido recuperados no domingo durante uma operação militar.
Oron Shaoul, 21 anos, perdeu a vida a 20 de julho de 2014 numa explosão enquanto se deslocava num veículo militar durante uma operação na Cidade de Gaza, no norte, incidente que também resultou na morte de outros seis soldados.
Uma década após a sua morte, o corpo de Shaoul foi recuperado pelas forças israelitas durante uma operação militar especial no domingo, momentos antes da entrada em vigor do cessar-fogo entre Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas, segundo o exército.
Oron Shaoul e outro soldado, Hadar Goldin, cujos restos mortais ainda se encontram em Gaza, estiveram no centro das negociações indiretas entre Israel e o Hamas durante anos.
Os dois soldados israelitas fazem parte da lista de reféns do acordo de cessar-fogo com o Hamas, juntamente com dois civis presumivelmente vivos que entraram na Faixa de Gaza em 2014 e 2015, respetivamente, e que continuam detidos no território palestiniano, controlado pelo Hamas desde 2007.
Após 15 meses de conflito na Faixa da Gaza, o Hamas e Israel assinaram um acordo de cessar-fogo de seis semanas que entrou em vigor no domingo, durante o qual 33 reféns israelitas serão gradualmente trocados por mais de 1.900 prisioneiros palestinianos.
Durante as seis semanas, serão ainda realizadas negociações para uma segunda fase da trégua, que permitirá a libertação de todos os reféns israelitas em Gaza e lançará as bases para o fim da guerra.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afirmou hoje à mãe de Shaoul que nunca se deixou de preocupar com a missão de trazer de volta o corpo do seu filho, de acordo com um comunicado do seu gabinete.
Netanyahu reiterou ainda que Israel "não descansará enquanto não trouxer de volta Hadar Goldin e todos os reféns, vivos e mortos".
O Presidente de Israel, Isaac Herzog, que compareceu ao funeral, pediu desculpas à família por o Estado de Israel não ter conseguido trazer Oron Shaoul de volta ao país mais cedo.
"Querida família Shaoul, em nome de todo o Estado de Israel, peço perdão - pelos anos de tortura por que passaram, pela espera do regresso do vosso filho e irmão", lamentou o Presidente.
A guerra na Faixa de Gaza foi desencadeada pelo ataque sem precedentes do Hamas ao sul de Israel, em 07 de outubro de 2023, que matou cerca de 1.200 pessoas e fez cerca 250 reféns.
Após o ataque do Hamas, Israel desencadeou uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, provocando mais de 47 mil mortos e cerca de 111 mil feridos, na maioria civis, e um desastre humanitário, desestabilizando toda a região do Médio Oriente.
Autoridade Palestiniana acusa Trump de "encorajar" violência de Israel
A Autoridade Nacional Palestiniana (ANP) acusou hoje o novo Presidente norte-americano, Donald Trump, de encorajar os colonos israelitas extremistas a cometer mais crimes ao ter ordenado o levantamento das sanções de que eram alvo.
Numa das primeiras decisões após ter tomado posse na segunda-feira, Trump revogou uma ordem executiva do antecessor, Joe Biden, que punia os colonos israelitas acusados de violência contra os palestinianos na Cisjordânia ocupada.
"O levantamento das sanções contra os colonos extremistas vai encorajá-los a cometer mais crimes contra o nosso povo", afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros palestiniano num comunicado citado pela agência francesa AFP.
A diplomacia palestiniana advertiu "contra as tentativas de fazer explodir a situação na Cisjordânia ocupada em busca de justificações para copiar os crimes de genocídio e deslocação cometidos por Israel na Faixa de Gaza e transferi-los para a Cisjordânia".
Segundo a ANP, a situação visa preparar "a criação e um estado de caos violento para facilitar" a anexação da Cisjordânia por Israel.
A decisão de Trump foi saudada pelo ministro das Finanças israelita, Bezalel Smotrich, que considerou as sanções impostas em fevereiro 2024 como "uma intervenção grave e flagrante nos assuntos internos de Israel".
"O apoio inabalável e intransigente ao Estado de Israel é uma prova da sua intensa relação com o povo judeu e do nosso direito histórico à nossa terra", escreveu o ministro ultranacionalista nas redes sociais dirigindo-se a Trump.
Hamas confirma libertação de quatro reféns no próximo sábado
O Hamas vai libertar no próximo sábado quatro reféns israelitas, na segunda troca de prisioneiros com Israel ao abrigo do acordo de tréguas, disse à France Presse Taher al-Nounou, alto dirigente do movimento palestiniano.
Taher al-Nounou confirmou em contacto telefónico "a libertação [no sábado] de quatro prisioneiros israelitas em troca da libertação [por Israel] do segundo grupo de prisioneiros palestinianos, em conformidade com os termos acordados".
A primeira fase do acordo de cessar-fogo e libertação de reféns em Gaza entrou em vigor no domingo.
Até ao momento, foram libertados três reféns israelitas e 90 prisioneiros palestinianos.
Na primeira fase do acordo, Israel e o Hamas acordaram um cessar-fogo de seis semanas, em que decorre uma troca, de forma gradual, de 33 reféns israelitas por mais de 1.900 prisioneiros palestinianos.
Durante estas seis semanas, vão decorrer negociações para a segunda fase da trégua, na qual deve ficar concluída a libertação de todos os reféns israelitas em Gaza e lançadas as bases para o fim da guerra.
Israel faz incursão militar no sul do Líbano para "eliminar ameaças"
Israel confirmou hoje que as suas tropas efetuaram uma incursão na zona do Monte Dov, no sul do Líbano, com o objetivo de "eliminar as ameaças e limpar a zona de armas e infraestruturas inimigas".
Num comunicado, as Forças de Defesa de Israel (FDI) referem que a operação decorreu no âmbito do cessar-fogo alcançado há quase dois meses com o Hezbollah, partido da milícia xiita.
As tropas da Brigada da Montanha, uma unidade especial do Comando do Norte, localizaram "numerosas armas", bem como lançadores de mísseis e projéteis apontados para território israelita, afirmaram os oficiais militares israelitas no comunicado.
"A Brigada da Montanha continua a aprofundar as suas operações para eliminar qualquer ameaça ao Estado de Israel e aos residentes do norte e para impedir qualquer tentativa de restabelecer e fortalecer o Hezbollah na área do Monte Dov", disse a IDF no documento.
As FDI sublinharam ainda que a sua ação se inscreve no âmbito do acordo de cessar-fogo concluído com a milícia xiita libanesa no final de novembro, que está a chegar ao fim.
O exército israelita sublinhou que "ainda existem bastantes armas" na zona.
Cessar-fogo em risco com ameaça de permanência israelita no Líbano
A poucos dias do fim do prazo do cessar-fogo provisório entre Israel e Líbano, os drones israelitas ainda sobrevoam Beirute, ensombrando a sustentabilidade do acordo temporário, que termina a 26 de janeiro.
A data marca o fim do período de 60 dias acordado entre Israel e o Líbano para a saída das forças israelitas do sul do Líbano e da retirada e desarmamento do Hezbollah da mesma região.
No entanto, as tropas israelitas intensificaram as atividades militares nos últimos dias e continuam a invadir vilas, destruir estradas e explodir casas. O governo libanês acusa Israel de violar o acordo, mas o exército israelita diz que continuar a destruir armas e infraestruturas pertencentes ao Hezbollah.
Correm ainda notícias na imprensa israelita de uma tentativa pelo governo de Benjamin Netanyahu de pedir aos Estados Unidos que as suas tropas permaneçam mais tempo dentro do Líbano. Na quinta-feira, o Hezbollah respondeu que se isso acontecer, o cessar-fogo colapsa e um "novo capítulo" da guerra será aberto.
Não parecem circunstâncias auspiciosas para um cessar-fogo já de si frágil entre dois inimigos mortais. Mas numa altura em que tanto Israel como o Hezbollah precisam de tempo para lamber as feridas e reconstruir os danos físicos e financeiros, os interesses de todas as partes envolvidas, incluindo dos Estados Unidos, convergem na sobrevivência do cessar-fogo.
Para o Hezbollah é uma questão "quase existencial" evitar um novo conflito e começar a reconstruir as áreas afetadas, diz Michael Young, editor sénior no Carnegie Middle East Center, à Lusa.
Young diz que o partido libanês xiita enfrenta uma crise de popularidade aguda entre uma grande parte da população libanesa que culpa o grupo financiado pelo Irão de ter arrastado o Líbano para uma guerra devastadora, mas também dentro da própria comunidade xiita, onde centenas de milhares de pessoas continuam desalojadas.
O Banco Mundial estima que à volta de cem mil casas foram destruídas e a fatura para a reconstrução ultrapassa os três mil milhões de euros.
É uma tarefa descomunal. Se em 2006 o Hezbollah (através do Irão) financiou grande parte da reconstrução após a guerra de um mês com Israel, a história é diferente 19 anos mais tarde: o arsenal e a capacidade financeira do partido estão arrasados. Na Síria, perderam o apoio de Bashar al-Assad mas também as rotas por onde traficavam armas e drogas que financiavam o partido.
O próprio Irão também está a pagar o preço de uma estratégia falhada que custou milhares de milhões de dólares, numa altura em que o país vive uma crise financeira e enfrenta uma nova administração de Donald Trump que não terá problemas em impor mais sanções a Teerão.
Em janeiro o Brigadeiro General Behrouz Esbati, da Guarda Revolucionária do Irão, admitiu num discurso: "perdemos, e perdemos fortemente" na Síria. Esbati negou que o chamado "eixo da resistência" tenha sido derrotado mas reconheceu que "agora não é hora para escalar tensões militares na região."
Neste contexto, diz Young, o rearmamento do Hezbollah, que os israelitas usam como razão para permanecer no Líbano, é improvável.
"Há uma questão mais importante: rearmamento para quê? Noutras palavras toda a estratégia que os Iranianos montaram nos últimos anos, que era a estratégia de Qassem Soleimani de armar grupos não estatais no Iraque, no Líbano, no Iémen e também ter o apoio do governo Sírio - tudo isso colapsou e o que fez foi levar à ruína a maior parte dos países envolvidos", diz à Lusa.
Apesar do Hezbollah ter prometido reconstruir e ter começado a distribuir dinheiro por algumas famílias, os montantes reduzem-se a alguns milhares. Entre os mais de um milhão de pessoas desalojadas pela guerra, muitas continuam sem ter para onde ir.
"Existe a perceção entre muitos xiitas que eles foram abandonados pelo Irão", diz Michael Young.
Sem o apoio financeiro Iraniano o Hezbollah perde assim o poder controlador que tinha sobre o governo e vê-se agora na posição vulnerável de depender do Estado e ter que aceitar cedências.
O prazo do cessar-fogo aproxima-se. É o primeiro grande desafio para o primeiro-ministro eleito há poucos dias e para o Presidente empossado no início de janeiro. Mas a nova administração libanesa tem um trunfo: tem o apoio da comunidade internacional - em particular dos Estados Unidos e da Arábia Saudita - que querem aproveitar o enfraquecimento do Hezbollah para impulsionar uma era pós-Irão no Líbano de recuperação económica e estabilidade.
"[Os Estados Unidos] investiram em Joseph Aoun e sabem que quanto mais tempo os israelitas estiverem no Líbano, mais difícil vai ser construir a credibilidade [do Presidente], especialmente para o Hezbollah", diz Young.
"Os americanos querem que o Estado e o exército libanês preencham o vácuo deixado pelo Hezbollah. Portanto eu acho que esta administração [de Donald Trump] percebe o que está em jogo", acrescenta.
E os libaneses sabem melhor que ninguém: em Beirute vêm-se novas caras nos bairros de sempre: são parte do mais de um milhão de pessoas desalojadas pela guerra, maioritariamente famílias xiitas que continuam sem ter para onde ir. As suas casas continuam montanhas de escombros ainda por tocar, enquanto o país inteiro resume a esperança pela resolução do cessar-fogo numa só palavra: "inshallah" [oxalá].
É oficial. Mais quatro reféns israelitas libertadas pelo Hamas
Ao sétimo dia de cessar-fogo na Faixa de Gaza, ocorreu uma nova libertação de reféns. Estavam em cativeiro há 477 dias.
Quatro mulheres militares foram libertadas este sábado, naquela que é a segunda troca de reféns do Hamas por prisioneiros palestinianos, após a assinatura de um acordo de cessar-fogo com Israel.
As reféns, que estavam em cativeiro há quase 500 dias, são Karina Ariev, Daniella Gilboa, Naama Levy e Liri Albag. Todas têm 20 anos, à exceção da última, de 19. Apareceram fardadas, sorridentes, antes de serem entregues ao Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV), que as vai transportar para Israel, onde serão submetidas a uma primeira avaliação médica.
Durante alguns segundos foram expostas num pódio em Gaza, montado para a ocasião pelo Hamas, diante de dezenas de combatentes armados do Hamas e da Jihad Islâmica e de centenas de residentes.
A libertação ocorreu pouco depois das 11h00 locais (09h00 em Lisboa).
Estas quatro mulheres pertencem ao Exército de Israel. Foram capturadas no ataque do Hamas em de outubro de 2023, que deu início à guerra.
Na ocasião, foram transportadas para a base de Nahal Oz, perto da fronteira com Gaza, quando militantes palestinianos a invadiram, matando aí mais de 60 miliares.
As mulheres sequestradas serviam numa unidade de vigias encarregadas de monitorizar ameaças ao longo da fronteira. Uma quinta mulher soldado da mesma unidade, Agam Berger, 20 anos, foi sequestrada com as outras quatro, mas não foi incluída na lista.
Na Praça dos Reféns de Tel Aviv, uma tela grande mostrou os rostos das quatro mulheres soldados que deveriam ser libertadas. Algumas na multidão empunhavam bandeiras israelitas, enquanto outras seguravam cartazes com os rostos dos reféns.
"Estou extremamente animado, eufórico. Num piscar de olhos, numa fração de segundo, as suas vidas vão virar de cabeça para baixo novamente, mas agora para um lado positivo e bom", afirmou Gili Roman, cuja irmã foi libertada no único outro cessar-fogo, em novembro, mas outro parente morreu em cativeiro.
Segue-se agora a libertação por parte de Israel de 200 prisioneiros palestinianos. Segundo a Al Jazeera, 121 deles estão a cumprir penas de prisão perpétua. O prisioneiro mais velho a ser libertado tem 69 anos de idade e o mais novo tem 15.
O Serviço Prisional israelita declarou em comunicado que os prisioneiros palestinianos serão primeiro levados para as prisões israelitas de Ofer (perto de Jerusalém) e de Ktziot (a sul de Gaza), onde serão identificados por representantes da Cruz Vermelha (CCIV) e onde aguardarão a libertação dos reféns israelitas.
De seguida, os prisioneiros palestinianos serão levados da prisão de Ofer para dois pontos: uma praça na cidade de Ramallah, na Cisjordânia, e a passagem de Kerem Shalom para a Faixa de Gaza.
A primeira fase da trégua, que deverá durar seis semanas, deverá permitir a libertação de 33 reféns detidos em Gaza em troca de um número muito maior de prisioneiros palestinianos detidos por Israel.
O primeiro dia da trégua, 19 de janeiro, foi marcado pela libertação três reféns israelitas e de 90 prisioneiros palestinianos.
De acordo com os detalhes do acordo de cessar-fogo com o Hamas, Israel libertará 50 prisioneiros palestinianos por cada mulher soldado israelita, o que significa que pelo menos 200 dos reclusos deverão sair em liberdade.
Apesar de os combates terem cessado em Gaza, Israel continua a levar a cabo uma operação militar na Cisjordânia ocupada, que já resultou na morte de pelo menos 14 pessoas, segundo as autoridades sanitárias locais.
Israel e o Hamas envolveram-se numa guerra em outubro de 2023, na sequência de um ataque sem precedentes do grupo extremista palestiniano no sul do território israelita que fez cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns. Em represália, Israel lançou uma ofensiva devastadora na Faixa de Gaza, matando mais de 47 mil pessoas.
Israel acusou Hezbollah de agravamento da situação no Líbano
O Exército israelita acusou o Hezbollah de estar a tentar agravar a situação militar após o prolongamento do prazo para a retirada dos militares israelitas das zonas do sul do Líbano.
"O Hezbollah (Partido de Deus), como sempre, coloca interesses mesquinhos à frente dos do Estado libanês e tenta, através dos dirigentes, 'aquecer' a situação", disse o porta-voz do Exército israelita Avichai Adrai, numa mensagem publicada nas redes sociais.
Adrai sublinhou que as tropas israelitas foram recentemente reposicionadas em vários locais do sul do Líbano, em conformidade com o acordo de cessar-fogo e com o objetivo de permitir gradualmente a implantação efetiva do Exército libanês e de desmantelar e "eliminar o grupo terrorista Hezbollah".
O mesmo responsável disse ainda que a aplicação do acordo ainda se mantém, uma vez que o processo de implantação está a ser efetuado gradualmente.
Em algumas áreas, especificou, A retirada está atrasada sendo preciso mais tempo para garantir que o Hezbollah não venha a colocar novas forças no terreno.
A este respeito, Adrai disse também que o Exército israelita vai em breve informar sobre os locais para onde os civis deslocados podem regressar.
"Pedimos-lhes que esperem e não permitam que o Hezbollah regresse e os explore numa tentativa de encobrir as repercussões devastadoras de decisões irresponsáveis em detrimento da segurança do Estado libanês", afirmou.
A declaração de Adrai ocorreu horas depois de a Administração dos Estados Unidos ter anunciado que o prazo para a retirada das tropas israelitas do sul do Líbano tinha sido prorrogado até ao próximo dia 18 de fevereiro.
A data foi confirmada pelo primeiro-ministro cessante do Líbano, Nayib Mikati, que reafirmou empenho de Beirute na aplicação do cessar-fogo.
O Hezbollah não fez ainda qualquer comentário sobre o assunto.
O prolongamento deste prazo, que deveria ter expirado no domingo, foi anunciada horas depois de 22 pessoas terem sido mortas a tiro por soldados israelitas quando tentavam regressar às casas onde residiam no sul do Líbano.
Segundo o Ministério da Saúde libanês, 125 deslocados ficaram feridos.
Israel anuncia morte de oito reféns que iriam ser libertados
Oito dos reféns programados para serem libertados na primeira fase de um acordo de tréguas entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza morreram, anunciou hoje o porta-voz do Governo israelita, David Mencer.
"As famílias foram informadas sobre a situação dos seus entes queridos", disse Mencer durante uma conferência de imprensa.
Isto significa que dos 26 reféns que serão devolvidos ao seu país na primeira fase do acordo, apenas 18 ainda estão vivos.
A primeira fase deste processo - que durará seis semanas e que começou a 19 de janeiro, dia em que cessaram os combates no território palestiniano - deverá permitir a libertação de 33 reféns em troca da libertação de mais de 1.900 palestinianos detidos por Israel.
Sete mulheres feitas reféns nos ataques do Hamas a Israel de 07 de outubro de 2023 já regressaram a casa após as duas primeiras trocas, realizadas a 19 e 25 de janeiro.
Na madrugada de hoje, Israel indicou que tinha em mãos uma lista que há muito exigia ao Hamas sobre o estatuto de todos os reféns, vivos ou mortos.
"Esta lista coincide com a dos serviços de informação israelitas", esclareceu Mencer, sem adiantar os nomes dos reféns mortos.
Hamas vai libertar seis reféns esta semana (e Arbel Yehoud é uma delas)
Arbel Yehoud deveria ter sido libertada antes de quatro militares, no sábado, e a situação criou um clima de tensão entre o Hamas e Israel. Agora, a jovem, civil, de 29 anos, deverá ser libertada na quinta-feira - juntamente com mais dois outros reféns.
Depois de dois dias marcados pela tensão entre Israel e o Hamas - que ainda estão a meio da primeira fase do acordo fechado para a libertação de reféns - as partes parecem já ter chegado a um acordo.
Segundo o gabinete do primeiro-ministro israelita, haverá dois momentos de libertação esta semana: o primeiro na quinta-feira, e o segundo no sábado.
Na quinta-feira serão libertados três reféns, uma das quais é Arbel Yehoud, de 29 anos, que já deveria ter sido libertada - dado que como civil, deveria ter saído do controlo do grupo islamita antes dos militares. Isto não aconteceu, dado que no último sábado foram libertadas quatro militares.
Segundo o gabinete do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, para além de Arbel Yehoud, será também libertado um homem, que não é identificado. Neste dia também uma militar, Agam Berger, será libertada.
Mas por que razão está Arbel no 'centro' da tensão entre o Hamas e Israel?
A não libertação de Arbel, levou a que Israel tenha decidido não libertar um grupo de palestinos como parte do cessar-fogo acordado com o Hamas.
“O Hamas não cumpriu as obrigações de libertar as mulheres civis primeiro”, afirmou o porta-voz das Forças de Defesa de Israel, Daniel Hagari, este fim de semana, destacando que o grupo violou o acordo de cessar-fogo. O Hamas tinha concordado em libertar primeiro as mulheres civis e só depois as militares.
As discussões duraram todo o fim de semana, com as duas partes a decidirem que mais três pessoas - não identificadas - também seriam libertadas no sábado, já em fevereiro.
Para além deste 'acordo dentro de um acordo', Israel recebeu também mais pormenores sobre os reféns feitos pelo Hamas. Esta segunda-feira, o porta-voz do governo israelita, David Mencer, deu conta de que oito dos reféns que estavam previstos ser libertados na primeira fase estão mortos.
Isto significa que dos 26 reféns que serão devolvidos ao seu país na primeira fase do acordo, apenas 18 ainda estão vivos.
Quanto a Yehoud, o Hamas disse que tinha dado provas de que ela estava viva. Segundo a publicação The Times of Israel, a jovem terá sido, erradamente, classificada como militar, algo que já terá sido corrigido ontem à noite. Nem o Hamas nem Israel confirmaram, no entanto, esta possível classificação errada. Arbel foi raptada da sua casa, em Nir Oz, no ataque do Hamas a 7 de outubro de 2023, juntamente com o seu namorado.
Sete mulheres feitas reféns nos ataques do Hamas a Israel de 7 de outubro de 2023 já regressaram a casa após as duas primeiras trocas, realizadas a 19 e 25 de janeiro.
Autoridades de Gaza removem engenhos explosivos israelitas por detonar
A polícia da Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas, disse hoje que removeu nos últimos dias dezenas de engenhos explosivos não detonados em todo o enclave, sobretudo em antigas zonas residenciais destruídas.
De acordo com um comunicado difundido pelo gabinete de imprensa do Governo do grupo islamita, as equipas especializada na remoção de engenhos explosivos detetaram também mísseis localizados em áreas que constituem riscos graves sobretudo para as crianças que brincam nos escombros.
O Hamas pede "à população para que se mantenha afastada de objetos suspeitos e que informe imediatamente as autoridades competentes".
A organização não-governamental Mines Advisory Group (MAG), que localiza, remove e destrói explosivos, ainda não conseguiu determinar a escala real da presença de engenhos por explodir na Faixa de Gaza.
A organização salienta a necessidade e a importância de a comunidade internacional começar a mobilizar recursos para apoiar os esforços de remoção e neutralização de material explosivo.
Um relatório da UNRWA (Missão das Nações Unidas) prevê que, mesmo que o ambiente seja propício, a remoção de engenhos por explodir em Gaza vai exigir fundos elevados destinados a uma operação que se pode prolongar durante dez anos.
"Além disso, é provável que as munições não deflagradas estejam enterradas nos mais de 42 milhões de toneladas de escombros criados pela destruição de edifícios, estradas e outras infra estruturas", acrescentou a UNRWA.
Com o início do cessar-fogo em Gaza, a limpeza, a recolha de cadáveres e a remoção de materiais perigosos começaram no enclave, embora a reconstrução final só tenha lugar quando a trégua entrar na terceira e última fase.
Ex-reféns assistiram juntas à libertação da sua camarada Agam Berger
Uma imagem divulgada pelo governo israelita
As reféns libertadas no sábado Naama Levy, Liri Albag, Karina Ariev e Daniella Gilboa assistiram hoje à libertaçãoda sua amiga e camarada Agam Berger, do cativeiro do Hamas em Gaza.
Uma fotografia dos quatro reféns juntas, a assistir à libertação da última militar nas mãos do Hamas, na manhã desta quinta-feira foi publicada pelo gabinete do primeiro-ministro.
Berger deverá ser levada para o mesmo hospital onde todos os reféns estão a ser avaliados antes de se reunirem com as suas famílias.
O exército israelita anunciou hoje ter intercetado um 'drone' do Hezbollah, que disse ter sido lançado em direção ao território israelita, sem especificar se a operação ocorreu no Líbano ou já em Israel.
"Um drone de vigilância do Hezbollah, lançado em direção ao território israelita, foi intercetado pela Força Aérea sem que as sirenes de alerta tivessem disparado no norte de Israel", disse o exército num comunicado citado pela agência francesa AFP.
O exército acrescentou que "não permitirá atividades terroristas do Hezbollah no Líbano e agirá para eliminar qualquer ameaça ao Estado de Israel e aos seus cidadãos", segundo a agência espanhola EFE.
As forças israelitas também anunciaram terem realizado na quarta-feira um ataque aéreo contra um veículo no sul do Líbano.
O exército justificou que o Hezbollah estava a usar o veículo "para restaurar as suas infraestruturas terroristas, em violação dos acordos Israel-Líbano".
Desde 27 de novembro, está em vigor um frágil cessar-fogo entre o movimento islamita libanês, apoiado pelo Irão, e Israel.
A trégua suspendeu uma ofensiva israelita no sul do Líbano contra o Hezbollah, que atacava o norte de Israel desde a guerra na Faixa de Gaza, iniciada em outubro de 2023 depois de um ataque do Hamas em solo israelita.
O acordo de tréguas entre Israel e o Hezbollah expirou no domingo e foi prorrogado até 18 de fevereiro, data em que as tropas israelitas devem abandonar definitivamente o Líbano.
O pacto estabelecia a retirada das tropas israelitas do sul do Líbano e a retirada do Hezbollah a norte do rio Litani, cerca de 30 quilómetros a norte da fronteira com Israel.
Israel anunciou na sexta-feira que não iria retirar as forças ainda presentes no Líbano desde a invasão iniciada em 01 de outubro, enquanto o exército libanês não ocupar as áreas que deve controlar.
O Hezbollah e o Hamas, entre outros grupos radicais da região, integram o chamado "eixo de resistência" contra Israel liderado pelo Irão.
O líder carismático do Hezbollah, Hassan Nasrallah, foi morto em setembro, juntamente com outros dirigentes do grupo xiita, durante um ataque israelita nos arredores de Beirute.
"Até nova ordem". Israel suspende libertação de detidos palestinianos
Israel suspendeu "até nova ordem" a libertação de 110 detidos palestinianos prevista para hoje em troca da devolução de oito reféns, incluindo cinco tailandeses e três israelitas que estavam na Faixa de Gaza, anunciou a Rádio do exército israelita.
"A hierarquia política anunciou a suspensão da operação para libertar os terroristas, até novas ordens", noticia a rádio militar, citando uma fonte das autoridades de segurança.
A decisão foi tomada após o caos na libertação de alguns destes reféns em Khan Yunis, no sul, condenado pelo primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, que considerou ter visto "cenas chocantes".
O chefe de Governo referia-se às cerimónias organizadas pelos grupos islamitas Hamas e Jihad Islâmica para promover a terceira libertação de reféns no âmbito do acordo de tréguas na Faixa de Gaza.
Em Khan Yunis, os grupos palestinianos organizaram um ambiente festivo num campo de ruínas, com combatentes das Brigadas Al-Quds, o braço armado da Jihad Islâmica, vestidos de preto da cabeça aos pés e com cordões de bandeiras palestinianas estendidos entre os edifícios destruídos.
Libertação decorreu aos poucos, na manhã desta quinta-feira, e ficou marcada pela confusão no local. Netanyahu deixou avisos ao Hamas.
A outra cerimónia foi preparada no campo de refugiados de Jabalia, onde combatentes usaram faixas verdes do Hamas e do seu braço armado, as Brigadas Ezzedine Al-Qassam, num cenário de devastação e destroços.
Em ambos os locais, estavam estacionadas as viaturas do Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) para receber os reféns.
O Hamas montou um pódio, os delegados do CICV assinaram um formulário de libertação e, em seguida, a soldado israelita Agam Berger, vestida de caqui, emergiu dos escombros, escoltada por combatentes do movimento islamita.
Quando chegou ao pódio, foi filmada em grande plano por um combatente do Hamas com uma câmara profissional ao ombro. O homem ordenou-lhe que acenasse para a multidão, ao que ela obedeceu sem entusiasmo.
Depois, entrou numa das quatro viaturas do CICV, enquanto alguns homens se apressavam a imortalizar o momento nos telemóveis.
"Vejo com grande severidade as cenas chocantes que ocorreram durante a libertação dos nossos reféns", disse Netanyahu, em comunicado, acrescentando que a encenação evidenciou a "crueldade inimaginável" do Hamas
O primeiro-ministro israelita exigiu que "os mediadores garantam que tais cenas ameaçadoras não se repetem e que a segurança dos reféns está garantida", avisando que "qualquer pessoa que ouse fazer mal aos cativos terá a cabeça coberta de sangue".
O fórum que representa as principais famílias dos reféns também lamentou o que descreveu como "imagens de cortar o coração", apelando, em comunicado, para que "sejam feitos todos os possíveis" para garantir "a proteção e a sua reunificação aos seus entes queridos".
"Após 482 dias de terror e sofrimento inimagináveis, estas pessoas, que já suportaram o impensável, não devem ser sujeitas a mais perigos.
Este processo, marcado pela crueldade e pelo desrespeito pela dignidade humana, deve ser inequivocamente condenado", afirmou o grupo.
Da mesma forma, o Presidente israelita, Isaac Herzog, condenou as "cenas de abuso e terror" contra os reféns enquanto eram transferidos para veículos da Cruz Vermelha.
Prisioneiros palestinianos libertados sob protestos.
Os autocarros que transportavam 110 prisioneiros palestinianos trocados por reféns israelitas deixaram a prisão de Ofer, na Cisjordânia, sob manifestações de protestos, com jovens palestinianos a apedrejar as forças de segurança.
Os autocarros seguiram em a Beitunah, perto da cidade ocupada de Ramallah, na Cisjordânia, onde os prisioneiros palestinianos eram esperados por familiares.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, atrasou a libertação dos prisioneiros por causa de uma transferência caótica de reféns em Gaza, horas antes.
Israel libertou os 110 prisioneiros palestinianos em troca de três reféns israelitas e cinco tailandeses.
Em redor da prisão de Ofer, na Cisjordânia ocupada por Israel, registaram-se confrontos na saída da caravana de prisioneiros palestinianos libertados, quando adolescentes palestinianos atiraram pedras contra as forças israelitas, que dispararam gás lacrimogéneo para dispersar os manifestantes.
Num comunicado, o Crescente Vermelho Palestiniano informou que três palestinianos ficaram feridos por tiros israelitas nos confrontos à porta da prisão de Ofer.
O comunicado confirma que as forças israelitas usaram tiros e granadas para dispersar a multidão.
A libertação dos prisioneiros estava prevista para hoje de manhã, mas o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, adiou a sua entrega devido ao tratamento "ameaçador" de que foram alvo dois dos reféns israelitas durante a sua transferência, dos milicianos palestinianos para a Cruz Vermelha, quando foram cercados e vaiados por milhares de habitantes de Gaza.
Hamas confirma morte de antigo comandante militar Mohammed Deif
O movimento islamita palestiniano Hamas confirmou hoje a morte do seu antigo comandante militar Mohammed Deif, seis meses depois de Israel ter reclamado a eliminação deste dirigente procurado pelo Tribunal Penal Internacional.
É a primeira vez que o Hamas confirma a morte do seu ex-comandante desde que o Exército israelita anunciou, em agosto do ano passado, que tinha sido abatido num ataque aéreo no sul da Faixa de Gaza, no dia 13 do mês anterior.
O antigo obscuro líder militar do Hamas foi um dos alegados mentores do ataque de 07 de outubro de 2023 em Israel, que desencadeou a guerra na Faixa de Gaza.
Durante anos, liderou a lista dos homens mais procurados de Israel e enfrentava também, desde novembro, um mandado de detenção do TPI, apesar do anúncio israelita da sua morte.
Na altura, o tribunal internacional sediado em Haia emitiu mandados de detenção para o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e para o então ministro da Defesa, Yoav Gallant, por crimes contra a humanidade e crimes de guerra relacionados com o mais recente conflito na Palestina.
O TPI emitiu igualmente um mandado de detenção para Mohammed Diab Ibrahim al-Masri, conhecido como Mohammed Deif, por crimes de guerra e contra a humanidade cometidos nos territórios israelitas e palestinianos a partir 07 de outubro de 2023.
Israel diz que atingiu vários alvos do Hezbollah no Líbano
O exército de Israel anunciou esta manhã que atingiu vários alvos do movimento xiita Hezbollah no leste do Líbano durante a noite, apesar do cessar-fogo em vigor desde o final de novembro.
"Durante a noite (...), a força aérea israelita atingiu vários alvos terroristas do Hezbollah no Vale do Bekaa (...) que representavam uma ameaça", afirmou o exército.
Numa mensagem publicada nas redes sociais, as Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) afirmaram que um dos locais visados contém "infraestruturas subterrâneas, utilizadas para o desenvolvimento e fabrico de armas".
O exército disse ter também atingido instalações "na fronteira sírio-libanesa utilizadas pelo Hezbollah para o tráfico de armas para o Líbano".
Um dia antes, o exército anunciou ter intercetado um 'drone' do Hezbollah, que disse ter sido lançado em direção ao território israelita, sem especificar se a operação ocorreu no Líbano ou já em Israel.
O porta-voz em árabe das IDF, Avichay Adraee, disse hoje que o envio do drone é "uma violação do entendimento entre Israel e o Líbano", embora tenha indicado que o exército continua "comprometido com os acordos alcançados em relação ao cessar-fogo no Líbano".
As IDF acrescentaram que "não permitirão atividades terroristas do Hezbollah no Líbano e agirão para eliminar qualquer ameaça ao Estado de Israel e aos seus cidadãos".
Desde 27 de novembro, está em vigor um frágil cessar-fogo entre o movimento islamita libanês, apoiado pelo Irão, e Israel.
A trégua suspendeu uma ofensiva israelita no sul do Líbano contra o Hezbollah, que atacava o norte de Israel desde a guerra na Faixa de Gaza, iniciada em outubro de 2023 depois de um ataque do movimento islamita palestiniano Hamas em solo israelita.
O acordo de tréguas entre Israel e o Hezbollah expirou no domingo e foi prorrogado até 18 de fevereiro, data em que as tropas israelitas devem abandonar definitivamente o Líbano.
O pacto estabelecia a retirada das tropas israelitas do sul do Líbano e a retirada do Hezbollah a norte do rio Litani, cerca de 30 quilómetros a norte da fronteira com Israel.
Israel anunciou em 24 de janeiro que não iria retirar as forças ainda presentes no Líbano desde a invasão iniciada em 01 de outubro, enquanto o exército libanês não ocupar as áreas que deve controlar.
O Hezbollah e o Hamas, entre outros grupos radicais da região, integram o chamado "eixo de resistência" contra Israel liderado pelo Irão.
O líder carismático do Hezbollah, Hassan Nasrallah, foi morto em setembro, juntamente com outros dirigentes do grupo xiita, durante um ataque israelita nos arredores de Beirute.
Luso-israelita Ofer Kalderon já foi libertado pelo Hamas
O luso-israelita Ofer Kalderon foi libertado esta manhã após 15 meses em cativeiro.
O movimento islamita palestiniano Hamas entregou, ao início da manhã deste sábado, dois reféns à Cruz Vermelha, incluindo o luso-israelita Ofer Kalderon, no sul da Faixa de Gaza, no âmbito do acordo de cessar-fogo com Israel. Um terceiro refém foi libertado cerca de duas horas depois.
Inicialmente, os militantes libertaram Yarden Bibas, de 35 anos, pai das duas últimas crianças mantidas em cativeiro, cujo destino é ainda incerto, e ainda o luso-israelita Ofer Kalderon, de 54 anos.
Ambos foram raptados e levados para Gaza durante o ataque liderado pelo Hamas a Israel, a 7 de outubro de 2023, que desencadeou o atual conflito no Médio Oriente.
Outro refém, o americano-israelita Keith Siegel, de 65 anos, foi entregue mais tarde à Cruz Vermelha na Cidade de Gaza, a norte do território.
O israelo-americano Keith Siegel foi feito refém com a sua mulher Aviva e foi visto num vídeo divulgado pelo Hamas no ano passado.
Ofer Kalderon, recorde-se, tinha requerido a nacionalidade portuguesa em 2021, ao abrigo da lei dos sefarditas. Após o seu rapto, foi pedido ao Governo urgência na atribuição de nacionalidade portuguesa ao israelita, para que pudesse beneficiar da dupla nacionalidade para que fosse libertado.
A certidão de nascimento do agora luso-israelita foi emitida pela Conservatória dos Registos Centrais (CRC), em 2023.
Já Yarden Bibas é o pai do bebé Kfir, que tinha apenas nove meses quando foi raptado, e de Ariel, de quatro anos. Além das crianças, também a mãe, Shiri, foi raptada e, no final de 2023, o Hamas anunciou que o bebé e a mãe tinham sido mortos num bombardeamento israelita.
Sobre o israelo-americano Keith Siegel sabe-se que foi feito refém com a sua mulher Aviva e foi visto num vídeo divulgado pelo Hamas no ano passado. A mulher foi libertada na primeira troca de reféns por prisioneiros palestinianos, em novembro de 2023, à semelhança de Erez e Sahar, filhos de Ofer Kalderon.
Sublinhe-se que a primeira fase da trégua entre o Hamas e Israel na Faixa de Gaza, que deverá durar seis semanas, deverá permitir a libertação de 33 reféns detidos em Gaza em troca de um número muito maior de prisioneiros palestinianos detidos por Israel.
A primeira fase do acordo de cessar-fogo e de libertação de reféns em Gaza entrou em vigor no passado dia 19 de janeiro e, desde então, foram libertados 15 reféns em troca de centenas de prisioneiros palestinianos.
A guerra na Faixa de Gaza foi desencadeada pelo ataque do Hamas em Israel em 7 de outubro de 2023, que fez cerca de 1.200 mortos e 250 reféns.
Em retaliação, Israel lançou uma operação militar em grande escala, que provocou mais de 47 mil mortos, na maioria civis, segundo as autoridades locais, e destruiu o enclave palestiniano.
O israelo-americano Keith Siegel foi feito refém com a sua mulher Aviva e foi visto num vídeo divulgado pelo Hamas no ano passado.
O americano-israelita Keith Siegel, de 65 anos, já foi libertado pelo Hamas e entregue à Cruz Vermelha na Cidade de Gaza, a norte do território.
Keith Siegel é o terceiro refém libertado durante o dia de hoje, sábado, nesta que é a primeira fase do acordo de cessar-fogo e de libertação de reféns em Gaza, que começou no dia 19 de janeiro.
Sobre o israelo-americano Keith Siegel sabe-se que foi feito refém com a sua mulher Aviva e foi visto num vídeo divulgado pelo Hamas no ano passado. A mulher foi libertada na primeira troca de reféns por prisioneiros palestinianos, em novembro de 2023.
Recorde-se que, nas primeiras horas da manhã, foram libertados o luso-israelita Ofer Kalderon, 54 anos, e Yarden Bibas, de 35 anos.
Israel anunciou morte de um terrorista durante ataque na Cisjordânia
O exército israelita declarou hoje ter matado "um terrorista" durante uma troca de tiros no norte da Cisjordânia ocupada, onde conduz uma vasta operação militar há vários dias.
Num comunicado, o exército de Israel afirmou que "um terrorista disparou contra os soldados num posto militar em Tayasir", leste de Jenin, no vale do Jordão.
"Os soldados eliminaram o terrorista durante a troca de tiros", acrescentou.
O principal canal de televisão de Israel, o N12, informou que pelo menos sete soldados israelitas ficaram feridos, dois deles com gravidade
Em 21 de janeiro, apenas dois dias após a trégua entre Israel e o Hamas entrar em vigor na Faixa de Gaza, o exército de Israel lançou uma grande operação contra as milícias palestinianas do campo de refugiados de Jenin, batizada de "Muro de ferro".
A operação expandiu-se para a zona próxima do campo de refugiados de Tulkarem e para a cidade de Tamun. Mais de 30 palestinianos foram mortos durante a ofensiva, incluindo uma menina de dois anos e um rapaz de 16 anos.
A agência da ONU para refugiados palestinianos (UNRWA), proibida por Israel, denunciou na segunda-feira que grande parte do campo de refugiados de Jenin foi destruída por detonações controladas pelas forças de Israel.