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Venezuela anuncia ter intercetado 3 aviões de narcotráfico
O Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, anunciou quarta-feira que o exército intercetou, nos últimos três dias, três aviões usados para o narcotráfico, que "vinham do norte" e das Caraíbas.
Na segunda-feira, declarou Maduro numa emissão televisiva, "um avião usado para o tráfico de drogas entrou pelas Caraíbas" e a aviação venezuelana "detetou-o num segundo".
"Hoje [quarta-feira], dois aviões utilizados para o tráfico de droga entraram pelo norte. E, de acordo com a nossa lei, temos uma lei de interceção (...) Pim, pum, pam!", acrescentou.
Nicolás Maduro também disse que os serviços de informações e contrainformações do seu país derrotaram um suposto plano da CIA norte-americana, que consistia em atacar embarcações dos Estados Unidos destacadas em Trindade e Tobago, onde o governo de Donald Trump ordenou exercícios militares.
"A própria CIA [Agência Central de Inteligência], com toda a maldade que a caracteriza, ia atacar os próprios navios dos Estados Unidos. E a quem iriam atribuir a culpa? (...) E por que iriam atribuir a culpa à Venezuela? Para justificar uma escalada e um confronto entre povos irmãos", afirmou Maduro, durante uma visita a um setor do maior bairro do país e da América Latina, Petare.
Numa transmissão do canal estatal Venezolana de Televisión (VTV), o líder do regime chavista informou ainda sobre a prisão de "mercenários" que "confessaram tudo", e também mencionou a captura de indivíduos no leste do país, sem dar mais informações a respeito.
O Presidente falou sobre a "boa vizinhança entre países limítrofes", numa referência a Trindade e Tobago, país localizado a apenas 11 quilómetros da costa da Venezuela, mas mencionou que o 'imperialismo' "semeia discórdia, intriga e ódio" para colocar "em conflito" povos vizinhos que "coexistiam em paz".
No domingo passado, a Venezuela denunciou uma "provocação militar" por parte de Trindade e Tobago "em coordenação" com a CIA para "instalar uma guerra" nas Caraíbas.
Estes anúncios de Maduro ocorrem no momento em que os Estados Unidos enviaram navios de guerra para a região das Caraíbas e realizam ataques contra barcos de supostos narcotraficantes.
Washington acusa Maduro de fazer parte de um cartel, o que o Presidente venezuelano nega veementemente, garantindo que está a lutar contra o narcotráfico.
No âmbito do destacamento, a aviação americana realizou vários voos perto da costa venezuelana nas últimas semanas.
Venezuela anuncia ter destruído dois acampamentos de narcoterroristas colombianos
O exército venezuelano anunciou hoje que destruiu no sul do país dois acampamentos pertencentes a grupos Tancol, um acrónimo utilizado para classificar narcoterroristas colombianos.
O exército "procedeu, com a ajuda de uma unidade mista de combate, à destruição de dois campos logísticos utilizados pelos grupos Tancol que invadem o território nacional", indicou numa mensagem publicada na plataforma Telegram pelo general Domingo Hernandez Larez, que afirmou ter apreendido equipamento militar, bem como panfletos da guerrilha colombiana ELN (Exército de Libertação Nacional).
O equipamento apreendido incluía munições, coletes à prova de bala e rádios.
"A Venezuela é uma zona de paz, de direito e de justiça, onde lutamos diariamente contra os grupos internacionais de narcotráfico que tentam utilizar o território nacional como plataforma para os seus fins predatórios", acrescentou o texto.
Os Estados Unidos, cujos navios de guerra conduzem operações de combate ao narcotráfico nas Caraíbas e no Pacífico, reivindicaram a autoria de 14 ataques nas últimas semanas, que terão causado 58 mortos.
O Presidente norte-americano, Donald Trump, que admitiu ter autorizado operações clandestinas dos serviços secretos externos (CIA) em território venezuelano, também mencionou que tinham sido efetuados ataques terrestres contra narcoterroristas.
Washington acusou o Presidente venezuelano, Nicolas Maduro, de ser membro de um cartel de tráfico de droga
Para Maduro, os EUA estão a utilizar o tráfico de droga como pretexto para "impor uma mudança de regime" e apoderar-se do petróleo venezuelano.
Após a destruição de outros campos no início do mês, o ministro da Defesa, general Vladimir Padrino Lopez, reiterou as garantias de Maduro de que a Venezuela estava "livre de culturas ilícitas" e sublinhou que as forças armadas estavam a combater a cocaína que transitava pelo país.
Desde o destacamento norte-americano para as Caraíbas, as autoridades têm dado a estas operações uma cobertura mediática ainda maior do que a habitual.
Desde o início de setembro, os EUA têm conduzido ataques aéreos contra embarcações suspeitas de terem ligações com cartéis de droga, sobretudo nas Caraíbas, mas também no Pacífico.
De acordo com uma contagem da agência de notícias France-Presse (AFP), baseada em dados das autoridades norte-americanas, 14 embarcações foram destruídas desde então.
EUA preparam-se para bombardear instalações militares na Venezuela
Os Estados Unidos preparam-se para bombardear a qualquer momento instalações militares na Venezuela, numa escalada de conflito contra o regime de Nicolás Maduro, noticiaram hoje os diários norte-americanos Miami Herald e The Wall Street Journal.
Ambos os jornais citam fontes próximas do Governo do Presidente republicano, Donald Trump.
Segundo o diário de Miami, os ataques aéreos poderão ocorrer "numa questão de dias ou mesmo de horas", ao passo que o jornal nova-iorquino esclareceu que "o Presidente ainda não tomou uma decisão final relativa a ordenar bombardeamentos em terra".
A ofensiva norte-americana pretende pressionar o Presidente venezuelano a abandonar o poder, de acordo com os responsáveis citados pelas duas publicações, que também afirmam que o ataque tem por objetivo desmantelar o Cartel de Los Soles e as redes de tráfico de droga da Venezuela.
"Os potenciais alvos em consideração incluem portos e aeroportos controlados pelos militares, alegadamente utilizados para traficar drogas, incluindo instalações navais e pistas de aterragem, de acordo com um dos responsáveis", indicou The Wall Street Journal.
Por seu lado, o Miami Herald citou uma fonte afirmando que o tempo de Maduro "está a esgotar-se", uma vez que agora "há mais do que um general disposto a capturá-lo e entregá-lo", embora as fontes se tenham escusado a revelar se o líder venezuelano será um dos alvos dos bombardeamentos.
Na terça-feira, Donald Trump reiterou que vai impedir a entrada de drogas "por terra" nos Estados Unidos, após quase dois meses de bombardeamentos a 15 lanchas no mar das Caraíbas e no oceano Pacífico, que fizeram, desde 01 de setembro, 61 mortos e três sobreviventes.
"Finalmente, estamos a travar uma guerra contra os cartéis. Estamos a travar uma guerra como nunca viram antes, e vamos vencer esta batalha. Já estamos a ganhá-la no mar", declarou Trump, num discurso a tropas norte-americanas no Japão.
As informações sobre bombardeamentos terrestres surgiram no mesmo dia em que a ONU acusou o Governo norte-americano de "violar o direito internacional" com os seus ataques a embarcações no mar, afirmando que as pessoas a bordo foram vítimas de "execuções extrajudiciais".
"Estes ataques, e o seu crescente custo humano, são inaceitáveis. Os Estados Unidos devem pôr-lhes termo", exigiu o Alto-Comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk.
Trump nega plano de ataque à Venezuela após notícias sobre bombardeamentos
O Presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, negou hoje estar a ponderar um ataque militar contra a Venezuela, após notícias que indicavam a preparação de bombardeamentos norte-americanos a instalações militares venezuelanas.
Questionado a bordo do avião presidencial Air Force One sobre as notícias dos jornais Miami Herald e The Wall Street Journal, que citavam fontes próximas da administração norte-americana, Trump limitou-se a dizer que as informações publicadas pelos 'media' não eram verdadeiras.
O Presidente recusou fornecer mais detalhes e repetiu a resposta quando confrontado novamente sobre eventuais decisões militares contra o regime do Presidente venezuelano, Nicolás Maduro.
De acordo com o Miami Herald, os ataques aéreos poderiam ocorrer "numa questão de dias ou até mesmo horas", enquanto o The Wall Street Journal reportava que a decisão "ainda estava em análise".
"Os potenciais alvos em consideração incluem portos e aeroportos controlados pelos militares, alegadamente utilizados para traficar drogas, incluindo instalações navais e pistas de aterragem, de acordo com um dos responsáveis", acrescentou o The Wall Street Journal.
A eventual ofensiva aumentaria as tensões com Caracas, num contexto de reforço militar norte-americano nas Caraíbas, que deverá incluir em breve o porta-aviões USS Gerald Ford, o mais moderno da frota dos Estados Unidos.
A ofensiva norte-americana pretende pressionar o Presidente venezuelano a abandonar o poder, de acordo com os responsáveis citados pelas duas publicações, que também afirmam que o ataque tem por objetivo desmantelar o Cartel de Los Soles e as redes de tráfico de droga da Venezuela.
Na terça-feira, Donald Trump reiterou que vai impedir a entrada de drogas "por terra" nos Estados Unidos, após quase dois meses de bombardeamentos a 15 lanchas no mar das Caraíbas e no oceano Pacífico, que fizeram, desde 01 de setembro, 61 mortos e três sobreviventes.
As manobras conduzidas por Washington estão a ser criticadas pela ONU, que já acusou o Governo norte-americano de "violar o direito internacional" com os seus ataques a embarcações no mar, afirmando que as pessoas a bordo foram vítimas de "execuções extrajudiciais".
"Estes ataques, e o seu crescente custo humano, são inaceitáveis. Os Estados Unidos devem pôr-lhes termo", referiu o alto-comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Turk, citado num comunicado.
O USS Gerald Ford deverá chegar às Caraíbas nos próximos dias, juntando-se a outras forças navais já posicionadas ao largo da costa venezuelana.
"Como se diz imbecil em inglês?": Maduro ataca EUA e garante resposta
Nicolás Maduro afirmou que as autoridades e o povo da Venezuela vão responder com trabalho e conquistas à "guerra psicológica", referindo-se à administração norte-americana como "canalhas mediáticos" de Miami.
O presidente da Venezuela declarou hoje que o país jamais será derrotado e que o povo venezuelano vai responder ao que considerou ser uma guerra psicológica orquestrada pelos Estados Unidos.
Em declarações à estação de televisão oficial venezuelana VTV, Nicolás Maduro afirmou que as autoridades e o povo da Venezuela vão responder com trabalho e conquistas à "guerra psicológica", referindo-se à Administração norte-americana como "canalhas mediáticos" de Miami.
"Como se diz 'imbecil' em inglês?", perguntou Maduro, alertando aqueles "que querem fazer mal" nunca vão conseguir derrotar a Venezuela.
Washington intensificou operações militares ao largo da Venezuela, nos últimos dias, reiterando acusações contra Maduro de que promove o tráfico de estupefacientes.
O chefe de Estado norte-americano, Donald Trump, autorizou também novos ataques contra embarcações, alegadamente, pertencentes a redes de tráfico de droga, perto da costa venezuelana.
Maduro acrescentou que as forças de segurança venezuelanas apreenderam 63 toneladas de droga desde o início do ano.
Por outro lado, o líder venezuelano denunciou ainda a tentativa de entrada na Venezuela de dois aviões ligados ao narcotráfico.
No mesmo discurso, Maduro declarou que a Venezuela e a Rússia estão a progredir na cooperação militar, que descreveu como tranquila e frutífera.
Questionado sobre os contactos entre Caracas e Moscovo no âmbito "das ameaças" dos Estados Unidos, Maduro afirmou que o governo mantém uma comunicação diária com o Presidente russo, Vladimir Putin, sobre "várias questões em desenvolvimento", incluindo assuntos militares.
No domingo, a Presidência da Rússia admitiu ter mantido contactos com a Venezuela sobre um possível pedido de ajuda de Maduro a Putin.
Paralelamente, a República Popular da China afirmou que se verifica uma cooperação normal entre Pequim e Caracas.
O jornal norte-americano Washington Post noticiou que o Presidente venezuelano pediu ajuda à Rússia, à China e ao Irão para defender o país da pressão dos Estados Unidos.
Para Pequim trata-se de uma cooperação entre Estados soberanos e que não é dirigida contra terceiros.
A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Mao Ning disse, em conferência de imprensa, que a China apoia o reforço da cooperação internacional para combater o "crime transnacional" e opõe-se ao uso ou à ameaça de tal força nas relações internacionais.
Partido Comunista da Venezuela quer repetição de eleições presidenciais
O Partido Comunista da Venezuela (PCV), insistiu que está a favor da repetição das últimas eleições presidenciais, nas quais Nicolás Maduro foi reeleito para um período de seis anos, mas cujos resultados a oposição contesta.
No entanto, o PCV insistiu também que deve haver plenas garantias e que as novas eleições sejam realizadas sem o atual Conselho Nacional Eleitoral (CNE), organismo que ainda não divulgou os resultados detalhados das últimas presidências, realizadas em julho de 2024.
"O PCV reitera mais uma vez a necessidade de repetir as eleições presidenciais, uma proposta que vem sendo apoiada por outros setores da sociedade venezuelana e também por setores internacionais, que lançaram esta proposta perante a crise que vivemos hoje os venezuelanos", disse Osvaldo Ramos, membro do Grupo Político do Comité Central daquela organização.
Durante uma conferência de imprensa em Caracas, Ramos explicou que se trata no entanto de uma proposta em que "os dois polos causadores da crise já se manifestaram contra", cada um deles "arrogando-se a vitória de julho de 2024, do ano passado".
"Dizem que não vão repetir as eleições porque cada um deles ganhou. No entanto, não há informações confiáveis por parte do organismo eleitoral que comprovem tanto a vitória que o Governo diz ter, quanto a que a oposição diz ter", disse.
Apesar da posição, o PCV questiona que a oposição queira uma intervenção militar estrangeira para que o poder lhe seja entregue e que o regime mantenha "uma política de repressão, do Estado, contra os venezuelanos, contra os protestos populares".
"Nós, os comunistas, insistimos na necessidade de repetir as eleições na Venezuela com garantias para todos os setores participantes, com garantias de que os resultados serão respeitados. Não podem ser as atuais autoridades que hoje dirigem o CNE que convoquem ou conduzam este novo processo eleitoral", explicou.
Segundo Osvaldo Ramos, para a realização de novas eleições na Venezuela "é preciso ter garantias de participação, de respeito a cada uma das organizações políticas participantes e, claro, a devolução dos cartões eleitorais [símbolos e nomes] de cada uma das organizações que foram arbitrariamente intervencionadas pelas autoridades", entre elas o próprio PCV.
Em 28 de julho de 2024, a Venezuela realizou eleições presidenciais, cuja vitória foi atribuída pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) a Nicolás Maduro com pouco mais de 51% dos votos, resultado contestado pela oposição que afirma que Edmundo González Urrutia, que entretanto pediu asilo político em Espanha, obteve cerca de 70% dos votos.
Tanto a oposição venezuelana como vários países da comunidade internacional denunciaram o escrutínio como fraudulento e exigiram a apresentação dos registos de votação para que pudessem ser verificados de forma independente.
Os resultados eleitorais foram contestados nas ruas, com manifestações reprimidas pelas forças de segurança e o registo, segundo as autoridades, de mais de 2.400 detenções, 27 mortos e 192 feridos.
Venezuela: Parlamento aprova lei para defender país de destacamento militar dos EUA
A Assembleia Nacional da Venezuela, controlada pelo chavismo, aprovou hoje uma lei para defender o país do destacamento militar dos Estados Unidos no mar das Caraíbas.
Esse destacamento aéreo e naval, ordenado pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, sob o argumento de combate ao tráfico de droga, e que é o maior dos Estados Unidos desde a guerra do Golfo de 1990-1991, é encarado pelo Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, como uma tentativa de retirá-lo do poder.
"Estamos a aprovar uma lei fundamental que estabelece uma nova forma de lidar com o destacamento, o cumprimento de ordens, a movimentação de tropas e, sobretudo, a colaboração entre povo e Forças Armadas", declarou o presidente da Assembleia Nacional (AN, parlamento venezuelano), Jorge Rodríguez, durante a sessão ordinária, transmitida pela estação estatal Venezolana de Televisión (VTV).
O ministro da Defesa venezuelano, Vladimir Padrino, afirmou hoje que o país latino-americano mobilizou 200 mil soldados para enfrentar a "ameaça" representada pelos Estados Unidos na região, enquanto Washington acaba de enviar um novo porta-aviões, num contexto de aumento das tensões.
"O trabalho de construção da coesão, preparação do povo e aumento da prontidão operacional das Forças Armadas Nacionais Bolivarianas (FANB) continua, em defesa da nossa soberania e integridade territorial - um trabalho que se mantém ativo todos os dias", afirmou Padrino, em declarações divulgadas pelo portal digital Últimas Notícias.
Padrino indicou que Nicolás Maduro ordenou um aumento da prontidão das forças de segurança e dos órgãos de segurança: "Estamos a otimizar as nossas capacidades diariamente. Realizamos manobras no terreno, (...) exercícios do Estado-Maior, exercícios de defesa costeira, exercícios de descentralização de recursos e de gestão de catástrofes".
O ministro indicou também que este destacamento começou hoje, mas vai prosseguir até quarta-feira, envolvendo "200.000 efetivos para este exercício", que abrange o comando, controlo e comunicações, tudo dentro do contexto da "ameaça militar posicionada nas Caraíbas, que ameaça não só a Venezuela, mas toda a região da América Latina".
A 01 de setembro, os Estados Unidos iniciaram os seus ataques a alegadas embarcações de tráfico de droga que transitavam pelo mar das Caraíbas e pelo oceano Pacífico, tendo desde então afundado cerca de 20 e matado 75 pessoas.
A ONU, juntamente com os Governos da Venezuela e da Colômbia, condenaram estas práticas, classificando-as como execuções extrajudiciais, e indicaram que as vítimas são sobretudo pescadores.
Em Caracas, há receio de uma possível intervenção militar dos Estados Unidos, uma hipótese também aventada por Bogotá, maior produtor de cocaína do mundo.
Economista alerta: Venezuela à beira de nova hiperinflação
O economista e ex-deputado opositor José Guerra, alertou terça-feira para a situação económica da Venezuela, denunciando que existe "uma gravíssima desvalorização" da moeda e o país está de novo à beira da hiperinflação.
"Quero alertar os venezuelanos sobre um problema muito grave de inflação, descontrolo monetário e taxa de câmbio que está a ocorrer na Venezuela. Em comparação com 10 de novembro de 2024, o preço do dólar aumentou mais de 400% e este ano pode fechar com uma inflação perto de 500%", afirma em uma mensagem divulgada no Instagram.
Responsável pelo Observatório Venezuelano de Finanças, José Guerra sublinha, na mesma plataforma que "o que está a acontecer não é qualquer coisa" e acusa o Governo "de estar distraído ou fazendo que as pessoas se distraiam" com a movimentação do porta-aviões Gerald Ford e a marinha norte-americana a movimentar-se pelas Caraíbas, "escondendo o problema dos venezuelanos".
"Estamos a repetir a experiência de 2016 e 2017, quando os preços dispararam. Naquela época, havia escassez e não se conseguia encontrar os produtos. Agora há produtos, mas são muito caros", frisou.
O economista insiste que há "um verdadeiro caos monetário" na Venezuela, país onde quando as pessoas vão pagar, cobram-lhes à cotação mais alta do dólar mais caro, ou a preço do euro, numa média entre o valor oficial do dólar no mercado legal e no negro ou paralelo.
José Guerra questiona ainda o silêncio do Banco Central da Venezuela que desde há vários meses não divulga os dados oficiais sobre a inflação no país e divulga alguns números sobre a subida do local do dólar e da inflação, sublinhando que "os preços estão fora de controlo porque o valor cambiar está fora de controlo".
Por outro lado, Italo Atencio, presidente da Associação Nacional de Supermercados e Auto-serviços (ANSA), alertou hoje que os supermercados do país estão abastecidos, mas os venezuelanos mudaram os hábitos, estando a reduzir a quantidade de produtos que colocam nos seus carrinhos de compras.
"Já não existe o mercado [compra] mensal nem quinzenal", disse no encerramento do fórum Radiografia do Retalho à Venezuelana, que reuniu mais de 300 empresários num hotel do leste de Caracas.
Explicou que os clientes agora vão ao supermercado duas ou três vezes por semana e fazem compras que variam entre o equivalente a entre 7 e 20 euros, dependendo do tamanho do estabelecimento e do poder aquisitivo.
Exemplificou que em uma loja de 200 metros quadrados localizada em áreas populares, a média mal ultrapassa os 7 euros por compra. Também que em um estabelecimento médio de 1.000 metros em setores de classe média chega a 16 euros por cliente.
Nas lojas grandes, os valores podem ser superiores aos 20 euros por ticket.
Na Venezuela residem uns 600 mil portugueses, 1,2 milhões de pessoas incluindo os lusodescendentes.
A comunidade lusa local possui algumas das mais importantes redes de supermercados.
Empresários portugueses de várias regiões do país, reativaram, recentemente a Câmara Venezuelana Portuguesa de Comércio Indústria, Turismo e Afins, que estava paralisada desde 2019, desde a pandemia da covid-19.
Corina será considerada "fugitiva" se deixar Venezuela para receber Nobel
O procurador-geral da Venezuela declarou na quinta-feira à AFP que a vencedora do Prémio Nobel da Paz deste ano e líder da oposição, María Corina Machado, será considerada "fugitiva" se deixar o país para receber o prémio.
Machado, que afirma estar na clandestinidade na Venezuela, declarou a intenção de se deslocar a Oslo, na Noruega, para receber o Prémio Nobel, no próximo dia 10 de dezembro.
"Por estar fora da Venezuela e ser alvo de várias investigações criminais, ela será considerada fugitiva", afirmou o procurador-geral Tarek William Saab, precisando que Machado é acusada pela justiça venezuelana de "atos de conspiração, incitação ao ódio e terrorismo".
Saab indicou ainda que "mais de 100 mercenários", de "mais de 30 nacionalidades" e "ligados à CIA" estão a ser processados pelo Ministério Público venezuelano.
Caracas anunciou no final de outubro o desmantelamento de uma "célula criminosa" ligada aos serviços de inteligência norte-americanos, que teria tentado atacar o navio americano USS Gravely atracado em Trinidad e Tobago com o objetivo de incriminar a Venezuela, segundo o ministro das Relações Exteriores, Yvan Gil.
Washington mobilizou uma frota, que inclui o maior porta-aviões do mundo, para o Mar das Caraíbas e para o Pacífico, oficialmente para combater o tráfico de drogas, uma manobra que Nicolás Maduro considera uma operação destinada a "impor uma mudança de regime" em Caracas.
Donald Trump declarou na segunda-feira que irá falar "em algum momento" com o homólogo venezuelano, que se mostrou disposto a conversar "cara a cara" com o Presidente norte-americano.
Maria Corina Machado, 58 anos, líder da oposição venezuelana, afirma que Nicolás Maduro roubou as eleições de julho de 2024, que lhe garantiram um terceiro mandato de seis anos.
Os Estados Unidos e grande parte da comunidade internacional não reconheceram esse resultado.
Numa entrevista por videoconferência com a AFP em meados de outubro, Machado disse estar convencida de que Maduro "deixará o poder com ou sem negociação".
"Perseguição atinge famílias de presos políticos" na Venezuela
O Observatório Venezuelano de Prisões (OVP) denunciou hoje que está em curso uma nova fase de perseguição na Venezuela, que se estende aos familiares dos presos políticos no país.
"O regime venezuelano usa o sistema nazista Sippenhaft para destruir as famílias. Durante 26 anos, o regime manteve um objetivo claro: aniquilar toda forma de dissidência. Fê-lo através de métodos cada vez mais macabros que semearam o medo, fraturaram o tecido social e quebraram a moral coletiva", começa por explicar o OVP num comunicado divulgado na Internet.
No documento o OVP adverte que "a repressão já não se limita a deter, torturar, isolar ou sequestrar líderes políticos, ativistas dos direitos humanos, jornalistas, estudantes, advogados, militares, funcionários públicos ou opositores".
"Nesta nova fase, a perseguição atinge também as suas famílias (...) o regime persegue mães, pais, filhos, irmãos, primos e até animais de estimação. Com detenções arbitrárias, aplica punições coletivas para pressionar a pessoa procurada, forçá-la a se entregar ou simplesmente puni-la", explica.
Segundo o OVP através desta prática os parentes arcam com a alegada culpa pelo crime cometido por um membro da família.
"Historicamente associada à Alemanha nazista e a regimes totalitários como a Coreia do Norte, constitui uma grave violação do direito internacional e um padrão de perseguição proibido por todas as normas de direitos humanos", sublinha.
Segundo o OVP na Venezuela, "o Sippenhaft foi mencionado formalmente pela primeira vez em 2021, quando a Missão Internacional Independente de Determinação dos Fatos sobre a Venezuela apresentou o seu relatório ao Conselho de Direitos Humanos da ONU.
"(...) um entrevistado relatou que os agentes que o torturaram avisaram que aplicariam esse método. Não foi uma ameaça vazia: detiveram duas irmãs e um cunhado, cumprindo a punição familiar", explica.
O OVP explica que em 2014 começou o assédio a familiares de presos políticos e cita 25 casos investigados entre 2017 e 2020, entre eles o do general García Palomo, o do capitão Herédia, após cuja fuga os pais, duas irmãs e um cunhado foram detidos, assim como o de um autarca opositor de Mérida, cujo filho foi detido.
"Com o passar dos anos, essa prática não só persistiu, como se intensificou, especialmente após os protestos pós-eleitorais de 28 de julho de 2025 [contestadas eleições presidenciais], quando ficou claro que se tratava já de uma política de Estado", afirma.
O OVP diz ter documentado "23 novos casos só no último ano", entre eles da ativista Rocío San Miguel, detida juntamente com a sua filha, marido, ex-marido e irmãos, da jornalista Ana Carolina Guaita, presa por não terem sido encontrados os pais, e da paciente oncológica Yenny Barrios, após cuja libertação detiveram o filho.
Também de Rafael Tudares, genro do líder opositor Edmundo González Urrutia, dos políticos Biagio Pilieri e seu filho, e Juan Pablo Guanipa, cujo irmão também foi detido, e do ativista Pedro Hernández, detido juntamente com a sua esposa, pai, irmão e um primo.
"Estes exemplos são apenas uma parte dos casos documentados (...) O regime chegou ao ponto de sequestrar crianças, levando essa política ao seu extremo", afirma o OVP que refere casos de vários adolescentes detidos e inclusive uma bebé de dois anos.
Segundo o OVP esta prática viola o direito à liberdade e à segurança pessoal, o devido processo, a presunção de inocência, a integridade pessoal e o direito à proteção da vida privada e familiar.
Viola ainda a proibição da tortura, tratos cruéis, inumanos ou degradantes.
"Observamos com profunda preocupação esta prática cruel e sistemática. É por isso que documentamos cada caso e o encaminhamos às instâncias internacionais competentes, com o objetivo de ativar os mecanismos de proteção e supervisão destinados a travar essas violações.
Exigimos uma investigação exaustiva de todos os fatos registados, assim como o fim imediato dessa política de perseguição baseada em laços familiares", conclui o OVP.
Oposição venezuelana exige "demissão e afastamento do poder" de Maduro
O partido da oposição na Venezuela, Primeiro Justiça (PJ), exigiu hoje a demissão imediata do Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, e "o afastamento completo do seu grupo" do poder.
O partido político delineou nove pontos que consideram que representam "aquilo que o país exige", segundo um comunicado divulgado na rede social X.
Entre estes pontos, está o estabelecimento de um "Governo de União Nacional amplo, pluralista e liderado pelos cidadãos" que abriria caminho a uma "transição democrática".
Além disso, o partido exigiu o "reconhecimento pleno" da liderança de María Corina Machado, Edmundo González Urrutia e da Plataforma Democrática Unitária (PUD) --- a maior coligação de oposição do país, da qual o PJ faz parte --- bem como "a vontade expressa" nas eleições presidenciais de 28 de julho de 2024.
Nestas eleições, o órgão eleitoral, composto por figuras alinhadas com o chavismo, proclamou a vitória de Maduro, apesar da maioria da oposição ter reivindicado a vitória de González Urrutia, o seu candidato.
O PJ exigiu ainda a libertação de "todos os presos políticos" e "garantias para o regresso em segurança de todos os exilados".
Em 17 de novembro, a organização não governamental (ONG) venezuelana Foro Penal contabilizava 884 presos políticos --- 768 homens e 116 mulheres ---, incluindo quatro adolescentes e 174 militares.
O PJ propôs também hoje a implementação de um "plano urgente" para "a recuperação da população vulnerável e o investimento social". a adoção de "medidas extraordinárias para garantir os direitos de propriedade na Venezuela" e a criação de um fundo para "recuperar o rendimento familiar".
Defendeu ainda o relançamento da indústria petrolífera venezuelana, com a participação do setor privado nacional e internacional, e o "estabelecimento de um calendário eleitoral progressivo", com monitorização internacional, "que garanta eleições livres e transparentes".
Maduro exibe espada de Simón Bolívar em marcha contra o "imperialismo"
O Presidente da Venezuela exibiu a espada do libertador Simón Bolívar, também conhecida como a Espada do Peru, perante milhares de participantes numa marcha contra o "imperialismo" em Caracas.
O ato, na terça-feira, ocorreu um dia depois de os Estados Unidos designarem o denominado 'Cartel dos Sóis' como organização terrorista internacional.
"Juro diante deste céu, juro diante de nosso senhor Jesus Cristo, que darei todo o meu esforço pela vitória da Venezuela contra as ameaças e agressões do imperialismo", afirmou Nicolás Maduro ao liderar um juramento do qual participaram os presentes.
Maduro, vestido com camuflado e rodeado pelos seus ministros, falou no Pátio de Honra da Academia Militar da Venezuela, situada no Forte Tiuna, um dos principais complexos militares do país, até onde chegou a numerosa mobilização.
"Recebo-a 200 anos depois com a sua energia e a sua força libertadora, emancipadora dos povos, esta é a espada da vitória de toda a América do Sul", disse o Presidente da Venezuela após desembainhar a espada dourada, que foi um presente que a Câmara Municipal de Lima entregou a Bolívar a 30 de outubro de 1825, após as vitórias das batalhas de Junín e Ayacucho, no Peru, como parte da guerra de independência.
A mobilização chavista homenageou o bicentenário da espada, que foi transportada num carro dentro de uma urna de vidro pelo Passeio Los Próceres, onde normalmente se celebra o desfile do Dia da Independência.
Para além do seu significado histórico, a espada de Bolívar tornou-se também um símbolo do próprio chavismo: tanto o falecido presidente Hugo Chávez como Maduro têm atribuído réplicas desta a quem consideram aliados em diferentes contextos.
Chávez ofereceu réplicas a vários dirigentes nas suas visitas à Venezuela, como o russo Vladimir Putin, o sírio Bashar al-Assad, o líbio Muamar al-Kadhafi, o cubano Raúl Castro, o boliviano Evo Morales ou a argentina Cristina Fernández de Kirchner.
Maduro também presenteou com estas réplicas da espada outros chefes de Estado, incluindo novamente Putin ou o turco Recep Tayyip Erdogan, e líderes do chavismo que foram alvo de sanções dos Estados Unidos.
A Espada do Peru tem uma bainha feita de ouro maciço, com diamantes e brilhantes no punho, assim como várias inscrições gravadas na lâmina, incluindo no verso "Simón Bolívar" - "União e Liberdade", e do lado contrário "Libertador da Colômbia e do Peru".
O Governo chavista rejeitou na segunda-feira a designação norte-americana do Cartel dos Sóis como grupo terrorista, considerando "inexistente" a organização.
Apontou ainda que o governo de Donald Trump reedita uma "vil mentira" para justificar uma intervenção, num momento de tensões entre os dois países provocadas pelo destacamento militar norte-americano nas Caraíbas.
Ministro venezuelano chama "palhaço" com "delírios" a Rubio: "Acabar mal"
O ministro do Interior da Venezuela, Diosdado Cabello, insultou hoje, na televisão, o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, a quem chamou "palhaço" com "delírios" e ameaçou "aniquilar" aqueles que pretendem atacar o país.
"Ele [Marco Rubio] vai acabar mal, assim como muitos 'palhaços' que tiverem a ousadia de intervir na Venezuela", afirmou Cabello, descrevendo Marco Rubio como o membro da Administração norte-americana mais "incompetente" da História.
O responsável pelo Ministério do Interior disse ainda que Marco Rubio não compreende o que disse ser "a fibra" dos venezuelanos, a História da Venezuela e a capacidade de resistência do país.
As declarações de Diosdado Cabello ocorreram numa altura em que se agravam as tensões entre Caracas e Washington.
Os Estados Unidos mantém um destacamento militar sem precedentes perto da costa do país sul-americano, alegando que está a combater o narcotráfico originário da Venezuela.
No sábado, a Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA, na sigla em inglês) alertou para um "potencial risco" ao sobrevoar a Venezuela devido a um possível "aumento da atividade militar".
Este alerta já levou ao cancelamento de mais de 30 voos internacionais com partida de Caracas, inclusive pela Transportadora Aérea Portuguesa.
Hoje, citado pela televisão Globovisión, Cabello afirmou também que o "imperialismo" norte-americano está a tentar usar a mesma fórmula que aplicou para invadir o Iraque e a Síria: "usando mentiras para desacreditar o país".
Para o ministro venezuelano, o objetivo dos Estados Unidos é "roubar" os recursos naturais da Venezuela sob o pretexto de mudança de regime e acusações sobre a existência de uma ditadura.
Nas últimas semanas, o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, manteve reuniões com responsáveis do Pentágono (Departamento de Defesa) para avaliar possíveis ações norte-americanas contra a Venezuela, depois de ter lançado uma campanha militar em águas internacionais.
As operações, alegadamente contra o tráfico de estupefacientes, fizeram mais de 80 mortes e a destruição de mais de vinte embarcações.
Maduro nomeou novo gabinete político e sublinha poder do povo
O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, nomeou na segunda-feira um novo gabinete político, dizendo que é para assumir "a direção ao mais alto nível das forças políticas, sociais e da revolução bolivariana".
Depois de uma parada em Caracas, de juramento dos Comandos Bolivarianos Integrados do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), no poder, Nicolás Maduro anunciou a nomeação de um novo gabinete político, com 12 líderes do chavismo, a corrente política do Presidente venezuelano, inspirada pelas ideias do antecessor, Hugo Chávez.
Maduro afirmou ainda que o poder da Venezuela assenta "no seu povo, na sua consciência, nas suas instituições e armas", numa altura de tensão nas relações com os Estados Unidos.
"O poder nacional da Venezuela do século XXI baseia-se no imenso poder do seu povo, na sua consciência, nas suas instituições, nas suas armas e na decisão de construir esta pátria acima de qualquer dificuldade", disse.
Os Comandos Bolivarianos Integrados serão responsáveis pela revisão dos planos de segurança das comunidades venezuelanas e pelo apoio às áreas de educação pública, saúde e obras públicas.
Os venezuelanos marcharam hoje, em Caracas, contra o "imperialismo norte-americano" e em defesa do seu país e dos Comandos Bolivarianos Integrados.
Vestidos maioritariamente de vermelho, a cor da revolução, com bonés na cabeça e cartazes com a foto do Presidente Nicolás Maduro, os venezuelanos concentraram-se na Avenida México de Caracas, a alguns quilómetros do centro, caminhando depois em direção mais ao centro da cidade, até ao palácio presidencial de Miraflores.
Durante a manifestação foram gritadas palavras de ordem contra o "imperialismo norte-americano" e reafirmado o compromisso dos manifestantes em fortalecer a organização territorial do PSUV, que se reorganiza com novos Comandos Bolivarianos Integrados.
O Partido Socialista Unido da Venezuela tem 241.000 Comités Bolivarianos Integrados constituídos.
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou no sábado que o espaço aéreo da Venezuela deve ser considerado "totalmente fechado".
"Todas as companhias aéreas, pilotos, traficantes de droga e traficantes de seres humanos, considerem o espaço aéreo sobre e ao redor da Venezuela como totalmente fechado", escreveu o líder norte-americano na sua rede social, a Truth Social.
Esta declaração de Trump surge numa altura em que os Estados Unidos intensificam a pressão sobre a Venezuela com um grande destacamento militar nas Caraíbas, incluindo o maior porta-aviões do mundo, e admitem ataques terrestres no território venezuelano na luta contra os cartéis de droga.
A Venezuela condenou a mensagem do Presidente dos Estados Unidos classificando-a como uma "ameaça colonialista".
Sob o pretexto de combater o narcotráfico, os Estados Unidos mantêm desde setembro um destacamento naval e aéreo em águas das Caraíbas próximas da Venezuela.
Trump vai reunir-se nas próximas horas com o conselho de segurança nacional para discutir a relação com a Venezuela, avançou na segunda-feira a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt.
Venezuela acusa TPI de "colonialismo legal" por encerrar escritório em Caracas
O Governo da Venezuela acusou o Tribunal Penal Internacional (TPI) de abandonar as suas obrigações para justificar o "colonialismo legal" contra Caracas, depois de o TPI ter anunciado o encerramento do escritório na capital venezuelana.
"A Venezuela tem-se empenhado de boa-fé com a Procuradoria do TPI num processo que, ao que tudo indica, não se enquadra nas disposições do Estatuto de Roma, mas que procura satisfazer a agenda anti-Venezuela promovida pelos centros hegemónicos", afirmou o ministério venezuelano dos Negócios Estrangeiros, na segunda-feira.
O Governo da Venezuela considerou na plataforma de mensagens Telegram que "é muito óbvio" que não foram cometidos crimes contra a humanidade no país, algo demonstrado, "a todos os níveis", num processo que denunciou como "manipulado para fins geopolíticos".
"Apesar disso, a Venezuela, num claro espírito de cooperação internacional, comprometeu-se com mecanismos de complementaridade positiva visando o reforço das capacidades nacionais para garantir a administração eficaz da justiça no nosso país, reafirmando que a jurisdição primária venezuelana é insubstituível", acrescentou o ministério.
Horas antes, o TPI anunciou que vai encerrar o escritório em Caracas por falta de "progresso real" com as autoridades venezuelanas. O escritório de cooperação técnica tinha sido criado graças a um acordo assinado em junho de 2023.
O Governo da Venezuela lamentou que, apesar de terem passado sete meses desde a inauguraçãodo escritório em Caracas, o TPI "nunca nomeou pessoal para ocupar estes espaços".
"Também não formulou contributos e recomendações em relação às diversas iniciativas da Venezuela, desconsiderando irresponsavelmente as responsabilidades anteriormente assumidas", destacou o Executivo do Presidente Nicolás Maduro.
Caracas acusou ainda a agenda do TPI no país de ser "muito clara: lavar as mãos e não fazer nada para depois instrumentalizar a justiça para fins políticos".
Apesar do encerramento do escritório na capital venezuelana, o procurador-adjunto do TPI Mame Mandiaye Niang garantiu que o organismo continua a investigar alegados crimes contra a humanidade cometidos na Venezuela.
A investigação do TPI "mantém-se centrada e ativa", graças ao trabalho de uma equipa dedicada e unificada, juntamente com parceiros, "e, como sempre, guiados pelas evidências e pela lei", afirmou Niang.
Em 02 de setembro, o TPI confirmou o afastamento do Procurador-chefe Karim Khan da investigação sobre crimes contra a humanidade na Venezuela, após lhe ter sido concedido o prazo de três semanas para se retirar do caso, pela existência de "motivos razoáveis" para um eventual conflito de interesses.
A investigação contra o Governo venezuelano começou em 2018, quando foram apresentadas denúncias de repressão durante protestos antigovernamentais ocorridos em 2014.
Venezuela retoma voos de regresso de migrantes ilegais dos EUA
O Governo venezuelano retomou hoje os voos de repatriamento de migrantes ilegais nos Estados Unidos a pedido de Washington, segundo um comunicado do Ministério dos Transportes.
"A Autoridade Aeronáutica (...) recebeu o pedido do Governo dos Estados Unidos para retomar os voos de repatriação de migrantes venezuelanos desse país para a Venezuela (...). Por instruções do Presidente Nicolás Maduro, a entrada no nosso espaço aéreo está autorizada" para um avião que chegará na quarta-feira, "como ocorre periodicamente todas as semanas desde o acordo assinado entre o nosso Governo e a administração norte-americana", referiu a tutela.
Este anúncio surge depois de na sexta-feira o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter afirmado que o espaço aéreo venezuelano devia ser considerado "totalmente fechado".
"Todas as companhias aéreas, pilotos, traficantes de droga e traficantes de seres humanos considerem o espaço aéreo sobre e ao redor da Venezuela como totalmente fechado", escreveu na ocasião o líder norte-americano na sua rede social Truth Social.
Caracas respondeu na mesma altura anunciou que considerava que com esse anúncio a administração norte-americana suspendia "unilateralmente os voos de migrantes venezuelanos que eram realizados regularmente no âmbito da repatriação de venezuelanos migrantes clandestinos" nos Estados Unidos.
O Governo venezuelano salientou que até à data tinham sido realizados "75 voos para a repatriação de 13.956 pessoas".
O anúncio de hoje de retoma dos voos surge também no mesmo em dia em que o Presidente republicano deverá reunir hoje o conselho de segurança nacional para discutir a relação com a Venezuela.
Segundo a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, a reunião servirá para discutir, entre outros assuntos, os ataques dos Estados Unidos, desde setembro, contra embarcações que alegadamente transportam droga na costa da Venezuela.
Desde 01 de setembro, as forças norte-americanas mataram mais de 80 pessoas ao destruírem mais de 20 embarcações alegadamente ligadas ao narcotráfico, maioritariamente da Venezuela, no mar das Caraíbas e no Pacífico.
Os Estados Unidos enviaram navios de guerra e forças militares para a região com Trump a justificar essa medida acusando o seu homólogo venezuelano de liderar um cartel de droga.
Caracas nega e rebate que o objetivo de Washington é derrubar o Presidente venezuelano e colocar as mãos no petróleo do país.
Em caso de guerra com os EUA, aliados da Venezuela defenderão o país?
Perante um cenário de pressão militar norte-americana, o Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, salienta o apoio internacional dado a Caracas, sem que, no entanto, os seus aliados esclareçam se esse apoio pode materializar-se numa defesa bélica.
Com a crescente tensão que a Venezuela enfrenta perante o destacamento militar que Washington enviou para o mar das Caraíbas sob a égide de combater o narcotráfico, Caracas tem apresentado uma postura diplomática que oscila entre mensagens de paz e a promessa de uma resposta forte a uma eventual invasão dos Estados Unidos.
Os aliados de Caracas, contudo, não são perentórios se o seu apoio ao país latino-americano reverterá numa aliança militar em caso de agressão norte-americana.
Eis alguns pontos essenciais sobre as posições dos aliados da Venezuela:
Rússia: abrir uma segunda frente seria demasiado para o Kremlin
A Rússia defendeu verbalmente Maduro desde o início com declarações do Kremlin, do Ministério dos Negócios Estrangeiros e de ambas as câmaras do Parlamento, mas são poucos os analistas locais e estrangeiros que acreditam que Moscovo o fará também na prática e abrirá uma segunda frente face ao seu atual antagonismo com o ocidente.
Maduro falou de uma estreita cooperação militar com Moscovo, mas o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, negou categoricamente as informações de que Caracas tenha solicitado oficialmente ajuda militar.
A única coisa que se sabe com certeza é que, no final de outubro, um avião de carga militar russo Il-76 aterrou em Caracas. Um deputado conhecido pelas suas declarações polémicas, Alexei Zhuravliov, disse que o avião transportava sistemas de defesa antiaérea, mas essas informações ficaram por ser confirmadas.
Após o início da crise entre Caracas e Washington, o Presidente russo, Vladimir Putin, promulgou o acordo de cooperação e parceria estratégica assinado em maio, compromisso que ratificou há uma semana numa carta dirigida a Maduro, segundo o chefe de diplomacia venezuelano, Yván Gil.
Num ato de alicerçar as suas relações com o Kremlin, Caracas prorrogou nos últimos dias por 15 anos a operação de duas petrolíferas mistas russo-venezuelanas e também decidiu aumentar os voos para Moscovo após o cancelamento das licenças de seis companhias aéreas.
China: aliada diplomática
O Governo chinês garantiu que a sua cooperação com a Venezuela se desenvolve "entre Estados soberanos e não é dirigida contra terceiros", ao mesmo tempo que instou Washington a manter a cooperação judicial e policial dentro dos "quadros jurídicos bilaterais e multilaterais".
Pequim e Caracas não têm nenhum acordo público em matéria de defesa, embora o país latino-americano compre armamento ao seu aliado asiático.
O apoio chinês ao Governo venezuelano face ao destacamento militar norte-americano nas Caraíbas durante os últimos meses não foi além de declarações diplomáticas de apoio.
A China "opõe-se a qualquer tentativa de minar a paz e a estabilidade na América Latina e nas Caraíbas, bem como a ações coercivas unilaterais contra navios de outros países que excedam os limites razoáveis e necessários", sublinhou em novembro a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Mao Ning.
Nos últimos anos, o país asiático manteve-se como um dos aliados mais firmes do Governo de Maduro na Venezuela e criticou repetidamente as "ingerências de forças externas" no país.
Irão: o aliado enfraquecido
O Irão pediu respeito pela soberania nacional e integridade territorial da Venezuela face ao destacamento militar dos Estados Unidos nas Caraíbas.
No início de novembro, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, Ismail Baghaei, afirmou numa conferência de imprensa que "a Venezuela, como país independente e com um povo firme e decidido, será sem dúvida plenamente capaz de se defender por si própria".
Baghaei considerou que os recentes movimentos militares dos Estados Unidos nas proximidades das águas venezuelanas constituem uma «violação clara» da Carta das Nações Unidas.
Há três anos, os dois países oficializaram a sua aliança com a assinatura de um acordo de cooperação estratégica de vinte anos "em todas as áreas", durante uma visita de Maduro ao país persa, embora não se saiba se o acordo de 2022 tem uma dimensão militar ou de defesa.
Apesar de ser um dos seus aliados mais próximos, é muito improvável que o Irão entre em conflito caso os Estados Unidos invadam a Venezuela, concordam os analistas, e menos ainda após os golpes sofridos na guerra de 12 dias em junho com Israel.
Estados Unidos têm plano de contingência caso Maduro fuja da Venezuela
Os Estados Unidos indicaram hoje ter um plano de contingência caso o Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, fuja do país, no contexto das tensões bilaterais pós-destacamento de tropas norte-americanas nas Caraíbas e no Pacífico para combater o narcotráfico.
A porta-voz do Pentágono, Kingsley Wilson, quando questionada em conferência de imprensa sobre as medidas que Washington tomará caso Maduro abandone a Venezuela, assegurou que o Departamento de Defesa tem "uma resposta planeada e pronta" e está "totalmente à disposição" do inquilino da Casa Branca, Donald Trump, "para fazer o que for necessário".
"Estamos sempre preparados. Temos planos para todas as contingências e vamos garantir que, no que diz respeito ao tráfico de droga, o desmantelaremos", declarou a porta-voz, reiterando que o "objetivo é eliminar os narcoterroristas e erradicar essa ameaça que está a envenenar o povo norte-americano".
"Esta é uma missão fundamental para proteger o país e orgulhamo-nos de fazer parte dela", acrescentou.
Desde o início da campanha de bombardeamentos contra embarcações no mar das Caraíbas e no oceano Pacífico, em setembro, realizaram-se "no total, 21 ataques contra barcos com drogas, o que resultou na morte de 82 narcoterroristas", confirmou Wilson, afirmando que "cada ataque contra essas organizações é realizado em defesa da segurança vital dos Estados Unidos".
Oposição responsabiliza Maduro por crise após envio de tropas dos EUA
A líder da oposição venezuelana e Nobel da Paz, María Corina Machado, responsabilizou hoje o Presidente Nicolás Maduro pelas consequências do envio de tropas norte-americanas para as Caraíbas.
Em entrevista à emissora norueguesa NRK, Corina Machado defendeu que "tudo o que está a acontecer é da exclusiva responsabilidade de Maduro e do seu regime", referindo-se às ações militares norte-americanas para controlar o tráfico de droga na região, que já causaram 80 mortos.
A líder opositora acusou o Governo venezuelano de ter instaurado um "terrorismo de Estado".
Corina Machado recordou que propôs a Maduro uma "transição negociada com garantias" após vencer as eleições "com uma maioria esmagadora", proposta que o Governo rejeitou.
Machado expressou apoio à pressão exercida por Washington sobre o regime venezuelano, argumentando que "é tempo de Maduro compreender que precisa de se demitir", embora tenha evitado comentar se apoia uma eventual intervenção terrestre dos Estados Unidos na Venezuela.
Questionada sobre a compatibilidade entre essa posição e a atribuição do Prémio Nobel da Paz, que deverá receber no próximo dia 10 em Oslo, Machado defendeu que o reconhecimento internacional se deve à sua "luta pela democracia", condição essencial para alcançar a paz.
A líder da oposição admitiu incerteza quanto à sua presença na cerimónia, temendo ações do Governo venezuelano, depois de o Ministério Público a ter avisado que poderá ser considerada foragida se sair do país, devido a várias investigações em curso.
"Quero assegurar a todos os venezuelanos que voltarei", no caso de viajar a Oslo, disse Corina Machado.