Benfica "europeu" tenta "tri" perante forte concorrência nortenha
O Benfica “europeu” inicia sábado a luta pela defesa do título de bicampeão da Liga Portuguesa de Basquetebol, numa época 2010/2011 em que terá como principais adversários os crónicos candidatos do norte e um “intruso” das ilhas.
Pelos historiais e os reforços contratados para esta temporada, FC Porto, Ovarense e Vitória de Guimarães perfilam-se como os mais sérios oponentes do reinado benfiquista, também ameaçado pelos madeirenses do CAB “armados” com jogadores de qualidade comprovada.
Os “encarnados”, que este ano estão de regresso às provas europeias e já se qualificaram para a fase regular da Taça Eurochallenge, foram ao mercado contratar certezas e não “tiros no escuro”.
O pequeno base Cordell Henry, que já passou pela Ovarense, os bem conhecidos Francisco Jordão e Rodrigo Mascarenhas e o cotado poste norte-americano Greg Jenkins chegaram para se juntar a uma estrutura base que pouco se alterou.
A única excepção dá pelo nome de João Santos, o extremo internacional português que deixou um “nó na garganta” dos benfiquistas, ao rumar ao rival FC Porto.
Ainda assim, o Benfica está tão ou mesmo mais forte do que nas duas últimas épocas, restando saber quanto vai pesar a aventura europeia nas ambições e compromissos nacionais.
Na invicta, Moncho López, agora unicamente a treinar o FC Porto depois da dispensa da selecção nacional, tem neste campeonato a “prova dos nove”, ele que já levou a selecção espanhola ao título de vice-campeã europeia.
Em 2009/2010, aquando da sua contratação, Moncho falou de um projecto de dois anos, que expira esta época e sente a falta de um título nacional. As taças estão todas na montra dos troféus, mas falta o campeonato para o técnico espanhol dormir descansado e os portistas voltarem a saborear um ceptro que foge aos “dragões” desde 2004.
Para isso, o espanhol tentou não romper com o passado e chamou para a equipa jogadores da sua confiança: João Santos (ex-Benfica), Miguel Miranda (ex-Ovarense) e José Costa (ex-Ginásio) juntam-se a Carlos Andrade, Nuno Marçal e companhia, numa equipa que, com este cinco, parece a seleção nacional de há três anos, que Moncho muito gostou de orientar.
Na Ovarense, a crise não deixou segurar os jogadores norte-americanos, mas permitiu contratar estrangeiros com provas dadas na Liga portuguesa: Jason Smith, Matthew Webster e Ryan Schneider já passaram pelo CAB Madeira, dão garantias ao plantel de Mário Leite, que perdeu uma das suas pedras fundamentais (Miguel Miranda).
Mais a norte, em Guimarães, mora uma equipa que parece subsidiária dos “dragões”. Paulo Cunha, André Bessa, Augusto Sobrinho, Paulo Diamantino e Kevin Martin, todos eles ex-portistas, dão ares de azul a uma equipa orientada pelo também ex-FC Porto Fernando Sá.
No arquipélago da Madeira vem talvez a maior ameaça externa a este grupo de candidatos ao título. Ao longo dos anos, o técnico João Freitas já habituou a Liga com equipas competitivas e a deste ano será, à partida, a mais capaz dos últimos tempos. O poste Jorge Coelho (ex-FC Porto) e o base Jaime Silva (ex-Guimarães) acrescentam experiência a um grupo com jogadores trabalhadores e americanos de renome.
Do escalão inferior, subiram Penafiel e Lusitânia. E se dos açores, o “ciclone” da crise parece para já afastar os insulares de voos mais altos, já do norte do continente não se pose dizer o mesmo.
O espanhol Manuel Póvea tem à disposição jogadores desejosos de minutos, como são exemplo os ex-portistas Rui Mota e José Almeida, ao mesmo tempo que conta com o 25.º atleta mais alto da história da modalidade. Com 2,26, o norte-americano Will Foster será, com toda a certeza, uma das atracões em qualquer pavilhão.
sapo desporto
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