“É muito difícil Portugal apurar-se para um Europeu”
O último lugar no grupo de apuramento para o Europeu2011 deixou tristeza e expôs a fragilidade do basquetebol português, o que foi reconhecido pelo próprio seleccionador Moncho Lopez, em declarações à agência Lusa.
Gorada a hipótese de qualificação directa para o Campeonato da Europa de 2011, e depois de sete derrotas em oito jogos na fase de apuramento, as dúvidas colocam-se nas possibilidades que terá Portugal de lutar pela única vaga na fase adicional de apuramento para o Europeu da Lituânia, a realizar daqui a um ano.
“Não estou em condições de responder. Se falarmos em Junho do próximo ano terei outros dados, mas parece-me muito difícil”, avançou o técnico espanhol.
Entre muitas lesões, ausências, chamadas de última hora e alguns jogadores que não conseguiram a devida adaptação, as sete derrotas nos oito jogos disputados são obrigatoriamente analisadas com as devidas atenuantes. No entanto, Moncho López prefere apontar a “dura” realidade da fragilidade do basquetebol português.
“Esta não é a mesma equipa, nem do ano passado, nem de 2007. Durante os três anos que trabalhei com este grupo, analiso-o com uma realidade dura. Há equipas que estão a crescer, por que incorporam jogadores, talento, ganham experiência e a nossa está a fragilizar-se. Num país onde não há muitos jogadores de potencial para escolher, os anos passam e a equipa perde efectivos, fragiliza-se”, lamentou.
Nesta lógica de perda de “efectivos”, Moncho López só não compreende os que “arranjam desculpas”.
“Não há que reclamar dos que se reformam, não há que reclamar dos que se lesionam, agora que arranjem desculpas para não estar, ou quem não consegue arranjar uma desculpa e está mal disposto e pouco comprometido, não consigo respeitar. Não respeito e no fundo também nos está a acontecer isto. É duro”, afirmou, sem nunca tocar no nome de algum atleta, mas em clara alusão à forma estranha da entrada e saída de Francisco Jordão da selecção, que já recusou representar por duas vezes.
A desilusão é ainda maior quando as expectativas passavam por “apurar” e, por isso, a “tristeza” é de fácil percepção.
“Quem acaba por pagar isto é a federação, a imagem da federação. E quem salvaguarda essa imagem? São aqueles que estão, que lutam muito e que querem jogar mesmo doentes e a perder por 15 e por 20. Há que reconhecer o mérito desses jogadores”, lembrou.
Sem nunca atirar a toalha ao chão, Moncho López também sente o peso das derrotas.
“São três anos em que ganhámos poucos jogos. Para Portugal é muito difícil apurar-se para um campeonato da Europa. Não queremos esperar mais 50 anos, mas as coisas estão cada vez mais complicadas. Estamos a trabalhar com muitos jogadores que ganham títulos durante o ano e adaptar-se a trabalhar um mês e meio e dois meses com muita exigência para não ganhar, passa factura aos jogadores e a mim também”, comentou.
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