A ideia da restruturação da RTP passa por passar a RTP Info para a TDT, sendo que terá de ser permitido aos outros 2 operadores privados poderem, também, passar um dos seus canais temáticos para o espaço livre no mux A.
No entanto há várias coisas a "complicar" a situação:
As principais operadoras de cabo já avisaram que vão deixar de pagar publicidade aos operadores que aceitem colocar canais na TDT; ao mesmo tempo terá de ser negociado um valor pago à PT por essa inclusão (segundo os últimos dados, são entre 3 a 5 milhões de euros anuais por cada canal que é a receita que a PT quer obter "para cobrir os gastos"); a redução do bitrate do canal parlamento e a extinção do canal HD (aka canal fantasma).
Com a ideia que para interessar o público nos canais da RTP, surgiu essa hipótese de passar a RTP Info para o 8 lugar na TDT nacional, falta é saber se o boicote das operadoras de cabo (que gastam, entre todos, mais de 1000 milhões em publicidade anual nos meios de comunicação e outdoors) não irá fazer a direção recuar nesse ponto.
Depois, também com intervenção direta da PT, se o governo não alterar a lei da TDT, um novo canal terá de pagar um valor idêntico aos outros já existentes (rumores falam em 4 milhões de euros por ano por parte da SIC e RTP e 2 milhões por parte da TVI, por causa do negócio de venda dos seus emissores próprios). Valor esse que já foi contestado há 3 anos atrás mas que o governo revalidou no final de 2011.
Para mim, existia uma "maneira simples" de fazer isto sem levantar mais problemas:
Alteravam a lei da televisão no parlamento e, em vez de terem "cada operadora de televisão têm direito a 1 canal, RTP fica com o canal 2 sem publicidade, com publicidade no muxA", passava a ser "Cada operadora têm direito a um mux que pode explorar pelo mesmo valor pago atualmente".
TODOS os emissores e retransmissores instalados até 2011 têm capacidade para emitir 7 a 8 muxs sem nenhuma alteração técnica. Existem é retransmissores já instalados durante o ano passado que só funcionam com o muxA.
Com essa alteração, cada operadora poderia decidir por si ter 1 ou mais canais. Criava-se concorrência entre os operadores.
Ao mesmo tempo, abriam-se as portas à possível concessão de 1 mux para cada zona geográfica e para a possível concessão de muxs a empresas que quisessem tentar serviços pagos. (claro que esta última a PT nunca iria aceitar... ou aceitava em troca de 30 a 100 milhões de euros anuais)
Foi o que foi feito noutros países e que permitiu sucesso na entrada da TDT e na utilização do dinheiro recebido pelo "dividendo digital".
Cá em Portugal esse dinheiro NUNCA foi usado para o público... recebeu-se a ARTV como se fosse o cavalo branco da TDT... agora que "descobriram" que média de 200 espectadores por dia não podem dizer que é um sucesso, andam a tentar justificar mais milhões e milhões em estudos para validar coisas básicas.