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Portal Chamar Táxi

Qual o maior problema em Portugal?

mlcalves

GF Ouro
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Vai acabar mt mal mesmo!!!!! e nós é que vamos pagar!!!
 

p.rodrigues

GF Ouro
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O FMI anda mal informado e em más companhias. Paulo Morais explica porquê.

E aí vem mais austeridade... graças à corrupção e graças à inércia de um povo, que se deixa escravizar, em pleno século XXI... e à vista de todos.

[video=youtube_share;dqwOwmF8Smg]http://youtu.be/dqwOwmF8Smg[/video]

O governo arranjou uma forma simples e descarada, de garantir que as elites sejam protegidas pelas medidas de austeridade, e que por bom comportamento, ainda recebam injecções chorudas de milhares de milhões de euros, do empréstimo da Troika.
Para isso, bastou escolher bem os representantes que negoceiam com a troika.
Os elementos escolhidos para negociar o resgate, os que decidem de onde tem que sair o dinheiro, para pagar a divida, e onde deve entrar o dinheiro do resgate... são todos eles elementos com ligações ás elites responsáveis pela crise - banca, imobiliário, advogados, etc, como afirma Paulo Morais no video.

Assim fica mais fácil perceber porque razão os pobres são os que mais pagam a crise, e os ricos continuam a ser os que menos pagam e ainda recebem.

Por acidente, ou sabe-se lá porque razão, o FMI publicou um gráfico... dos tais que o nosso governo envia ao FMI, para os colocar a par do estado do país... (relatórios que todos devíamos conhecer... Mas são mantidos em segredo).
Esse relatório aparentemente retrata uma realidade distorcida, no intuito de obter autorização para aplicar mais austeridade selectiva, da que eles gostam.- a que carrega sempre no zé povinho...
Nesse gráfico o FMI é levado a crer que os cortes nos salários não foi suficiente e que havia necessidade de fazer mais cortes.
Com informações fornecidas por equipas que, segundo Paulo Morais, nem sequer sabem o que é viver de salários... só podia dar nisto. Falta saber é quantos relatórios tendenciosos e manipulados chegam ao FMI... Por isso me farto de alertar ... não se revoltem contra a troika ou o FMI, revoltem-se contra os corruptos que nos colocaram nas mãos da troika e do FMI e continuam a ser corruptos com a troika e o FMI.

"O FMI publicou gráficos cedidos pelo Governo que escondem reduções nos salários e, por isso, defende mais cortes no setor privado. A questão é que os dados partem de uma amostra deturpada, já que a informação dada pelo Executivo não está completa.
No relatório da sétima avaliação da troika, o FMI publicou um documento sobre a evolução salarial em Portugal, onde escrevia que sete por cento dos trabalhadores inscritos na Segurança Social tiveram cortes salariais em 2012, escreve esta quarta-feira o «Jornal de Negócios».
Ora, esse valor é considerado reduzido e foi com base nisso que o Fundo alertou para a importância de haverem mais cortes salariais e uma maior flexibilidade laboral. Ou seja, a omissão está a custar caro a Portugal.
Acontece que, da base de dados utilizada para o efeito, foram omitidas milhares de observações, as quais, caso tivessem sido consideradas, apontariam para uma fatia de 20% de funcionários já atingidos por reduções nos respetivos ordenados, e não de 7% como o FMI publica.
Agora, a instituição presidida por Christine Lagarde defende-se garantindo que recebeu os dados do Governo de Pedro Passos Coelho. E o Governo português já admitiu que os dados fornecidos estão incompletos." fonte

Resumo do video....
A comissão parlamentar que neste momento tem mais importância para o futuro dos portugueses é a que está a negociar com a TROIKA.
Ironicamente o povo português não está representado nessa comissão, pois é composta por representantes dos bancos, representantes dos escritórios de advogados, dos interesses imobiliários e das grandes empresas.
A recente privatização/alienação da EDP é um exemplo de como uma comissão criada para fiscalizar e defender os interesses do estado, pode envolver nessa comissão, elementos com interesses no negócio que não eram os do estado.
Miguel Frasquilho - com interesses no BES, banco que acessorou os chineses na compra.
Mesquita Nunes - o advogado que pertence ao escritório de advogados que trabalhou para o governo nesse processo.
Pedro Pinto - que é consultor de empresas que dependem completamente da EDP.

Entretanto a Ministra da Justiça já deixou perceber que vão mesmo avançar com cortes nos salários...
No dia 5 de Setembro, declara que, ou os sindicatos aceitam cortes nos salários, ou vai haver despedimentos. É assim mesmo, um governo que insiste em ser duro com quem trabalha e mole com os parasitas.
Claro que os cortes devem deixar de fora os juízes e os 15 tachos, sócios do amante, denunciados por Marinho Pinto.

O embuste - para onde nos leva o resgate e a austeridade?

Portugal não está a ser resgatado, mas roubado
Paulo Morais, os responsáveis pela crise, são os mais protegidos da austeridade.
Comparado com outros países, as medidas de austeridade à portuguesa, foram as mais duras e devastadoras
12 mil milhões da troika para a banca.
Como foi gerido o dinheiro do resgate?
OCDE garante que Portugal está destruído pela corrupção
O objectivo final da austeridade selectiva
O mundo molda-se para criar oásis para elites e infernos para os pobres

Um video que explica para onde somos encaminhados. Expõe ainda, para quem trabalha o FMI e o Banco Mundial?

[video=youtube_share;a4DQDa3THSg]http://youtu.be/a4DQDa3THSg[/video]
 
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p.rodrigues

GF Ouro
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Justiça bem beneficiada e calada. Luxos e mais luxos...

# "Os juízes do TC podem reformar-se após 10 anos de trabalho"

Lista de Aposentados no ano de 2005 (Janeiro a Novembro) com pensões de luxo: E protegidos

Ministério da Justiça
- 5380.20 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
- 7148.12 procurador-geral Adjunto Procuradoria-Geral
- 5380.20 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
- 5484.41 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
- 5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
- 5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
- 5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
- 5338.40 Procuradora-Geral Adjunta
- 5663.51 Juiz Conselheiro Conselho Superior Magistratura
- 5498.55 Procurador-Geral Adjunto Procuradoria-Geral
- 5460.37 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
- 5663.51 Juiz Conselheiro Conselho Superior Magistratura
- 5338.40 Procuradora-Geral Adjunta Procuradoria-Geral República
- 5663.51 Juiz Conselheiro Conselho Superior Magistratura
- 5663.51 Juiz Conselheiro Supremo Tribunal Administrativo
- 5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
- 5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
- 5663.51 Juiz Conselheiro Conselho Superior Magistratura
- 5182.91 Juiz Direito Conselho Superior Magistratura
- 5182.91 Procurador República Procuradoria-Geral República
- 5307.63 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
- 5498.55 Procurador-Geral Adjunto Procuradoria-Geral República
- 5173.46 Conservador Direcção Geral Registos Notariado
- 5173.46 Conservadora Direcção Geral Registos Notariado
- 5173.46 Conservador Direcção Geral Registos Notariado
- 5173.46 Notário Direcção Geral Registos Notariado
- 5173.46 Conservador Direcção Geral Registos Notariado
- 5663.51 Juiz Conselheiro Conselho Superior Magistratura
- 5663.51 Juiz Conselheiro Conselho Superior Magistratura
- 5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
- 5043.12 Notária Direcção Geral Registos Notariado
- 5173.46 Conservador 1ª Classe Direcção Geral Registos Notariado
- 5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
- 5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
- 5027.65 Conservador Direcção Geral Registos Notariado
- 5663.51 Juiz Conselheiro Conselho Superior Magistratura
- 5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
- 5173.46 Conservador Direcção Geral Registos Notariado
- 5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
- 5173.46 Notário Direcção Geral Registos Notariado
- 5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
- 5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
- 5159.57 Conservador Direcção Geral Registos Notariado
- 5173.46 Notária Direcção Geral Registos Notariado
- 5173.46 Ajudante Principal Direcção Geral Registos Notariado
- 5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
- 5173.46 Notário 1ª Classe Direcção Geral Registos Notariado
- 5173.46 Notária Direcção Geral Registos Notariado
- 7284.78 Vice-Cônsul Principal Secretaria-Geral (Quadro Externo)
- 6758.68 Vice-Cônsul Secretaria-Geral (Quadro Externo)
- 5663.51 Juiz Conselheiro Conselho Superior Magistratura
- 5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
- 5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
- 5498.55 Procurador-Geral Adjunto Procuradoria-Geral República
- 5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
- 5663.51 Juiz Conselheiro Conselho Superior Magistratura
- 5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
- 5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
- 5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura

# - Privilégios dos magistrados: António Marinho (Jornal Expresso )
1) Recebem um subsídio de renda de casa no valor de 700 EUR mensais, mesmo que residam em casa própria. E, se forem casados com outro magistrado, habitando em casa própria cada um deles recebe esse subsídio (logo, 1400 EUR). A situação atinge mesmo o absurdo já que até os magistrados aposentados incorporam esse subsídio nas suas reformas (!?), nas mesmas condições dos que se encontram no activo. Mais ainda: O subsídio de renda de casa dos magistrados está isento de IRS, após acórdão do STA, ou seja, decisões dos magistrados.
E este subsidio já teve aumentos.

# - A somar mais privilégios aos juízes.
O Tribunal Constitucional é um tribunal de nomeação politica e, por esse facto, resolveram comprar automóveis de Luxo e Super Luxo para cada um dos 'Juízes' ( de nomeação política ).
Estes carros são utilizados pelos Juízes - num total de 13 Juízes - para todo o serviço, precisamente como acontece nas grandes Empresas.
1- O Presidente tem um BMW 740 D (129.245 EUR )
2- O Vice-Presidente: BMW 530 D ( 72.664 EUR )
3- Os restantes 11 Juízes têm um BMW 320 D ( 42.145 EUR)
@ - "Os juízes do TC podem reformar-se após 10 anos de trabalho"

Na Suiça, existe um tecto para as reformas, de 1.700 euros, veja neste video.
Em Portugal não há tecto para as reformas e ainda se podem acumular reformas, e salários e precocemente.
O exemplo mais criticado e descarado, é o caso de Assunção Esteves, a Presidente da AR.


Outros ministérios:

Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior
- 5015.16 Professor Coordenador Inst. Superior Engenharia Lisboa
Procuradoria-Geral República - Antigos Subscritores
- 6193.34 Professor Auxiliar Convidado
Outros ordenados chorudos do Banco de Portugal:
Vítor Constâncio governador do Banco de Portugal ganha 272.628 € por ano, ou seja quase
O Vice-governador, António Pereira Marta - 244.174 €/ano
O Vice-governador, José Martins de Matos - 237.198 €/ano
José Silveira Godinho - 273.700 €/ano
Vítor Rodrigues Pessoa - 276.983 €/ano
Manuel Ramos Sebastião - 227.233 €/ano

Empresas Públicas e Sociedades Anónimas
- 6082.48 Jurista CTT Correios Portugal SA
Ministério da Educação
- 5103.95 Presidente Conselho Nacional Educação
Ministério dos Negócios Estrangeiros
- 7327.27 Técnica Especialista Secretaria-Geral (Quadro Externo)
Tribunal de Contas
- 5663.51 Presidente

O Vice-governador, António Pereira Marta até acumula com o seu salário com a sua pensão como reformado … do Banco de Portugal.
Aliás, o Vítor Rodrigues Pessoa, também tem uma reforma adicional de 39.101 €/ano
Total 316.084 €/ano e o José Silveira Godinho também acumula com uma pensão do BP, mais 139.550 €/ano Total 413.250 €/ano
Campos e Cunha, ex-ministro das Finanças recebeu durante os dois meses em que esteve no Executivo 4600 euros mensais de ordenado e uma reforma de 8.000 euros do Banco de Portugal.
Mira Amaral saiu da Caixa Geral de Depósitos (CGD) com uma reforma de gestor 18.000 euros. Na altura acumulava uma pensão de 1,8 mil euros, como deputado e 16.000 euros como líder executivo da CGD.
O que me choca não é o valor da reforma. É o facto de Mira Amaral poder auferir desta reforma - paga pelos contribuintes - ao fim de apenas um ano e nove meses!!!!!!
 

p.rodrigues

GF Ouro
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Portugal vive há décadas a trabalhar para a banca.

Cidadã, indignada, deixa uma mensagem com duras criticas ao sector da banca, utilizando como alvo directo o arrogante atrevido e imoral Ulrich, que teima em ofender os mais fustigados pela crise.

"Sem açúcar nem afecto, em discurso directo.
“Maior crime que roubar um banco, é fundar um banco”
Brecht

Sei que a raiva não é boa conselheira. Paciência. Aí vai.

Havia dantes no coração das cidades e das vilas umas colunas de pedra que tinham o nome de picotas ou pelourinhos. Aí eram expostos os sentenciados que a seguir eram punidos com vergastadas proporcionais à gravidade do seu crime. Essa exposição tinha também por fim o escárnio popular.
Era aí que eu te punha, meu glutão.
Atadinho com umas cordas para que não fugisses. Não te dava vergastadas. Vá lá, uns caldos de vez em quando. Mas exibia-te para que fosses visto pelas pessoas que ficaram sem casa e a entregaram ao teu banco. Terias de suportar o seu olhar, sendo que o chicote dos olhos é bem mais possante que a vergasta.
Terias, pois, de suportar o olhar daqueles a quem prometeste o paraíso a prestações e a quem depois serviste o inferno a pronto pagamento.
Daqueles que hoje vivem na rua.
Daqueles que, para não viverem na rua, vivem hoje aboletados em casa dos pais, dos avós, dos irmãos, assim a eito, atravancados nos móveis que deixaram vazias as casas que o teu banco, com a sofreguidão e a gulodice de todos os bancos, lhes papou sem um pingo de remorso.

Dizes com a maior lata que vivemos acima das nossas possibilidades. Mas não falas dos juros que cobraste. Não dizes, nessas ladainhas que andas sempre a vomitar, que quando não se pagava uma prestação, os juros do incumprimento inchavam de gordos, e era nesse inchaço que começava a desenhar-se a via-sacra do incumprimento definitivo.
Olha, meu estupor, sabes o que acontece às casas que as pessoas te entregam? Sabes, pois… São vendidas por tuta e meia, o que quer dizer que na maior parte dos casos, o pessoal apesar de te ter dado a casa fica também com a dívida. Não vale a pena falar-te do sofrimento, da vergonha, do vexame que integra a penhora de uma casa, porque tu não tens alma, banqueiro que és.
Tal como não vale a pena referir-te que os teus lucros vêm de crimes sucessivos. Furtos. Roubos. Gamanços. Comissões de manutenção. Juros moratórios. Juros compensatórios, arredondamentos, spreads, e mais juros de todas as cores. Cartões de crédito, de débito, telefonemas de financeiras a oferecerem empréstimos clausulados em letrinhas microscópicas, cobranças directas feitas por lumpen, vale tudo, meu tratante. Mesmo assim tiveste de ser resgatado para não ires ao fundo, tal foi a desbunda. E, é claro, quem pagou o resgate foram aqueles contra quem falas todo o santo dia.

Este país viveu décadas sucessivas a trabalhar para os bancos. Os portugueses levantavam-se de manhã e ainda de olhos fechados iam bulir, para pagar ao banco a prestação da casa. Vidas inteiras nisto. A grande aliança entre a banca e a construção civil tornavam inevitável, aí sim, verdadeiramente inevitável, a compra de uma casa para morar. Depois os juros aumentavam ou diminuíam conforme era decidido por criaturas que a gente não conhece. A seguir veio a farra. Os bancos eram só facilidades. Concediam empréstimos a toda a gente. Um Carnaval completo, obsessivo, até davam prendas, pagavam viagens, ofereciam móveis. Sabiam bem o que faziam.
Na possante dramaturgia desta crise entram todos, a banca completa e enlouquecida, sendo que todos são um só. Depois veio a crise. A banca guinchou e ganiu de desamparo. Lançou-se mais uma vez nos braços do estado que a abraçou, mimou e a protegeu da queda.

Vens de uma família que se manteve gloriosamente ricalhaça à custa de alianças com outros da mesma laia. Viveram sempre patrocinados pelo estado, fosse ele ditadura ou democracia. Na ditadura tinham a pide a amparar-vos. Uma pide deferente auxiliava-vos no caminho. Depois veio a democracia. Passado o susto inicial, meu deus, que aflição, o povo na rua, a banca nacionalizada, viraram democratas convictos. E com razão. O estado, aquela coisa que tu dizes que não deve intervir na economia, têm-vos dado a mão todos os dias. Todos os dias, façam vocês o que fizerem.
Por isso falas que nem um bronco, com voz grossa, na ingente necessidade de cortes nos salários e pensões. Quanto é que tu ganhas, pá?
Peroras infindavelmente sobre a desejável liberalização dos despedimentos.
Discursas sem pejo sobre a crise de que a cambada a que pertences é a principal responsável.
Como tu, há muitos que falam. Aliás, já ninguém os ouve. Mas tu tinhas que sobressair. Depois do “ai aguenta, aguenta”, vens agora com aquela dos sem-abrigo. "Se os sem-abrigo sobrevivem, o resto do povo sobreviverá igualmente."
Também houve sobreviventes em Auschwitz, meu nazi.
É isso que tu queres? Transformar este país num gigantesco campo de concentração?
Depois, pões a hipótese de também tu poderes vir a ser um sem-abrigo. Dizes isto no dia em que anuncias 249 milhões de lucros para o teu banco. É o que se chama um verdadeiro achincalhamento.
Por tudo isto te punha no Pelourinho. Só para seres visto pelos milhares que ficaram sem casa. Sem vergastadas. Só um caldo de vez em quando. Podes dizer-me que é uma crueldade. Pois é. Por uma vez terás razão. Nada porém que se compare à infinita crueldade da rapina, da usura que tu defendes e exercitas.
És hoje um dos czares da finança. Vives na maior, cercado pelos sebosos Rasputines governamentais. Lembra-te do que aconteceu a uns e ao outro."

Por Alice Brito
 
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