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Ponte de Lima: Bombeiros acusam INEM de concorrência desleal

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Ponte de Lima: Bombeiros acusam INEM de concorrência desleal

Os Bombeiros Voluntários de Ponte de Lima anunciaram hoje que vão romper o protocolo de socorro pré-hospitalar com o INEM, por causa da «concorrência desleal» da ambulância de suporte imediato de vida (SIV) instalada no concelho.

A SIV, do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), começou a funcionar em Ponte de Lima a 15 de Junho, no âmbito da reestruturação da rede nacional de urgências.

Em comunicado hoje enviado aos OCS, os bombeiros de Ponte de Lima alegam que o INEM «não agiu de boa fé».

Acusam o Instituto de ter instalado aquela ambulância no concelho «pela calada», sustentando que se trata de um serviço que eles já asseguravam «há 10 anos, e com mérito reconhecido oficialmente».

«O INEM tem efectuado uma concorrência desleal com os bombeiros, uma vez que tem realizado todos os serviços, deixando para nós apenas os residuais, ou seja, aqueles que fisicamente não tem capacidade para assegurar», refere o comunicado.

Contactada pela Lusa, fonte do INEM garantiu que sempre manifestou «total abertura para o diálogo» e que nada mudou com a SIV em Ponte de Lima.

Como tal, acrescenta a fonte, continua a contar com os bombeiros locais como parceiros no socorro pré-hospitalar.

No comunicado, os bombeiros de Ponte de Lima garantem que os serviços que lhes são solicitados pelo INEM «diminuíram drasticamente».

O presidente da corporação, António Amorim, sustenta que, desde que a SIV começou a funcionar, em grande parte dos dias os bombeiros de Ponte de Lima apenas têm efectuado dois ou três serviços, quando anteriormente faziam uma média diária de 10, o que representava um aporte financeiro mensal para a corporação de cerca de 6.300 euros.

«Com esta redução significativa de serviços e consequente diminuição do suporte financeiro mensal, a implementação da SIV em Ponte de Lima colocou inexoravelmente em risco alguns postos de trabalho, e poderá retirar a viabilidade à permanência dos enfermeiros na associação e à manutenção da secção de Freixo», acrescenta.

Pelas contas de António Amorim o INEM, que até aqui pagava 6000 euros mensais aos bombeiros para estes assegurarem todo o serviço de emergência médica no concelho, vai agora desembolsar perto de 15 mil euros por mês para manter a SIV em funcionamento.

«Não se percebeu bem esta lógica económica, assim como também não se perceberam os verdadeiros motivos para a instalação de uma SIV em Ponte de Lima, uma vez que, na prática, este serviço já existia nos bombeiros há 10 anos, e com mérito reconhecido oficialmente», acrescenta.

A fonte do INEM salientou que a SIV foi instalada em Ponte de Lima ao abrigo do protocolo assinado entre a câmara local e a Administração Regional de Saúde do Norte.

«Dispõe de técnicos com competência diferenciada em termos de emergência médica e constitui uma mais-valia indubitável para a região», acrescenta a fonte.


Diário Digital / Lusa​
 
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