Satélites!
Um satélite artificial é um objecto feito pelo homem e colocado em órbita ao redor da Terra ou de qualquer outro planeta. Actualmente, ao contrário do que ocorria no início da história dos satélites artificiais, o termo satélite vem sendo usado praticamente como um sinónimo para "satélite artificial". O termo "satélite artificial" tem sido usado quando se quer distingui-los dos satélites naturais, como a Lua. Actualmente estão em órbita, para além dos satélites do Sistema de Posicionamento Global, satélites de comunicações, científicos, militares e uma grande quantidade de lixo espacial.
Satélite NAVSTAR-2 em órbita da Terra.
Os satélites de comunicações são satélites que retransmitem sinais entre pontos distantes da Terra. Estes satélites servem para retransmitir dados, sinais de televisão, rádio ou mesmo telefone. Os chamados telefones por satélite baseiam-se numa rede Iridium, uma rede de satélites de baixa altitude.
Iridium é um consórcio dirigido pela empresa norte-americana Motorola, que possui um sofisticado sistema de telecomunicações baseado numa grande e complexa constelação formada por 66 satélites "LEO" ou de órbita polar baixa (órbita de baixa altitude). O sistema foi projectado e inaugurado na década de 1990 pela Motorola e tem o objectivo de fornecer um serviço mundial digital de telecomunicações por meio de dispositivos portáteis. Este sistema de telefonia por satélite levou mais de dez anos para ser implementado e algumas estimativas apontam para um consumo inicial de aproximadamente 5000 milhões de dólares norte-americanos.
Os satélites científicos são utilizados para observar a Terra ou o espaço ou para realizar experiências em ausência de gravidade. Os satélites de observação da Terra permitem estudar as mudanças climáticas, os recursos naturais, observar fenómenos naturais, para o mapeamento de cidades e até para a espionagem (algumas foto-satélites tem o poder de aproximação de 1metro de dimensão mas existem especulações de satélites secretos com maior poder de aproximação).
O Espaço é o local ideal para a realização de observações astronómicas já que a luz emitida pelas estrelas não é perturbada pela atmosfera terrestre. Por este motivo é que os cientistas optaram por colocar o telescópio Hubble em órbita junto à outros que utilizam ondas de radar para fazer o mapeamento do espaço.
O Telescópio Espacial Hubble é um satélite astronómico artificial não tripulado que transporta um grande telescópio para a luz visível e infravermelha. Foi lançado pela agência espacial NASA, em 24 de Abril de 1990, a bordo do Vaivém Espacial Discovery (missão STS-31). Este telescópio já recebeu várias visitas espaciais da NASA para a manutenção e para a substituição de equipamentos obsoletos ou inoperantes. O Telescópio Espacial Hubble é a primeira missão da NASA pertencente aos Grandes Observatórios Espaciais, consistindo numa família de quatro observatórios orbitais, cada um observando o Universo no comprimento diferente de onda, como a luz visível, raios gama, raios-X e infravermelho. Pela primeira vez se tornou possível ver mais longe do que as estrelas da nossa própria galáxia e estudar estruturas do Universo até então desconhecidas ou pouco observadas. O Hubble, de uma forma geral, deu à civilização humana uma nova visão do universo e proporcionou um salto equivalente ao dado pela luneta de Galileu Galilei no século XVII. Desde a concepção original, em 1946, a iniciativa de construir um telescópio espacial sofreu inúmeros atrasos e problemas orçamentais. Logo após o lançamento para o espaço, o Hubble apresentou uma aberração esférica no espelho principal que parecia comprometer todas as potencialidades do telescópio. Porém, a situação foi corrigida numa missão especialmente concebida para a reparação do equipamento, em 1993, voltando o telescópio à operacionalidade, tornando-se numa ferramenta vital para a astronomia. Imaginado nos anos 40, projectado e construído nos anos 70 e 80 e em funcionamento desde 1990, o Telescópio Espacial Hubble foi baptizado em homenagem a Edwin Powell Hubble, que revolucionou a Astronomia ao constatar que o Universo estava se expandindo.
Telescópio Espacial Hubble em órbita do Planeta Terra.
Fotos espectaculares tiradas pelo Telescópio Espacial Hubble:
Não há estatísticas oficiais, mas estima-se que já foram lançados aproximadamente 4600 satélites, e que apenas cerca de 500 deles continuam em funcionamento.
O primeiro satélite artificial foi o Sputnik I, lançado pela União Soviética em 4 de Outubro de 1957. O lançamento colocou a U.R.S.S. na frente da corrida espacial e iniciou uma das competições mais acirradas da Guerra Fria. Pesando cerca de 84 kg foi feito pelos soviéticos e emitia sons em determinadas frequências. Meses depois os americanos lançaram seu primeiro satélite, o Explorer I, que só pesava 14 kg e foi capaz de descobrir o Cinturão de Van Allen (um cinturão magnético que protege a Terra da radiação solar).
Tipos de satélites:
- Biossatélites: são satélites projectados para levar ao espaço organismos vivos para experimentação científica. Um biosatélite é um satélite artificial projectado para levar organismos vivos ao espaço exterior. O primeiro biosatélite foi o Sputnik, lançado pela U.R.S.S., o qual levou a cadela Laika a bordo. A NASA também lançou três biosatélites chamados Biosatellite 1, 2 e 3 entre 1966 e 1969.
- Satélites miniaturizados: são satélites com dimensões e massas reduzidas. Hoje, esses satélites são categorizados como minissatélites (500–200 kg), microssatélites (menos de 200 kg) e nanossatélites (menos de 10 kg).
- Satélites de energia solar: são satélites que usam células solares para captar a energia solar e a convertem em feixe de microondas, transmitido para grandes antenas na Terra por potentes transmissores a bordo do satélite. A energia captada pela antena pode então ser usada como uma fonte alternativa de energia.
- Estações espaciais: são estruturas fabricadas pelo homem e projectadas para permitir que seres humanos possam viver no espaço exterior. Uma estação espacial difere de uma nave espacial. Ao contrário das naves espaciais, as estações espaciais não possuem capacidade de propulsão nem de aterragem. Por outro lado as estações espaciais são projectadas para permitir a permanência humana por períodos de tempo, que variam de semanas até alguns anos.
Tipos de satélites por função:
- Armas anti-satélites: por vezes chamados de satélites assassinos, são satélites projectados para destruir satélites "inimigos" e outros tipos de alvos em órbita. Actualmente, pelo que se sabe, somente os E.U.A., países membros da antiga U.R.S.S. e a China desenvolveram esse tipo de arma, embora a Índia alegue ter capacidade técnica para o desenvolvimento dessas armas. Em 11 de Janeiro de 2007 a China destruiu um antigo satélite meteorológico, realizando o primeiro teste com armas anti-satélites desde os anos de 1980.
- Satélites astronómicos: são satélites usados para observações astronómicas, tanto no óptico, quanto em outras bandas do espectro electromagnético.
- Satélites de comunicação: são satélites estacionários utilizados em telecomunicações.
- Satélites do Sistema Global de Navegação (GPS): são satélites que enviam sinais de rádio a receptores móveis na Terra possibilitando a determinação precisa de sua localização geográfica. A recepção directa do sinal dos satélites GPS, combinada com uma electrónica cada vez melhor, permite que o sistema GPS determine a posição com um erro de poucos metros, em tempo real.
- Satélites de reconhecimento: são satélites projectados para observação da Terra ou antigos satélites de comunicação utilizados para fins militares ou de espionagem. Pouco se sabe sobre a capacidade real desses satélites, pois os países que os desenvolvem geralmente não divulgam informações sobre eles.
- Satélites de observação da Terra: são satélites projectados para uso não militar, para por exemplo, observação ambiental, meteorologia, mapeamento geográfico, etc.
- Satélites meteorológicos: são satélites projectados essencialmente para monitorar o tempo e o clima na Terra.