Portal Chamar Táxi

Mariza

edu_fmc

GForum VIP
Entrou
Fev 29, 2008
Mensagens
21,260
Gostos Recebidos
21
Mariza - Há uma Música do Povo

Há uma música do Povo,
Nem sei dizer se é um Fado
Que ouvindo-a há um ritmo novo
No ser que tenho guardado

Ouvindo-a sou quem seria
Se desejar fosse ser
É uma simples melodia
Das que se aprendem a viver

Mas é tão consoladora
A vaga e triste canção
Que a minha alma já não chora
Nem eu tenho coração

Sou uma emoção estrangeira,
Um erro de sonho ido
Canto de qualquer maneira
E acabo com um sentido!
 

edu_fmc

GForum VIP
Entrou
Fev 29, 2008
Mensagens
21,260
Gostos Recebidos
21
Mariza - Já Me Deixou

A saudade andou comigo
E através do som da minha voz
No seu fado mais antigo
Fez mil versos a falar de nós
Troçou de mim à vontade
Sem ouvir sequer os meus lamentos
E por capricho ou maldade
Correu comigo a cidade
Até há poucos momentos

Já me deixou
Foi-se logo embora
A saudade a quem chamei maldita
Já nos meus olhos não chora
Já nos meus sonhos não grita
Já me deixou
Foi-se logo embora
Minha tristeza chegou ao fim
Já me deixou mesmo agora
Saíu pela porta fora
Ao ver-te voltar para mim

Nem sempre a saudade é triste
Nem sempre a saudade é pranto e dor
Se em paga saudade existe
A saudade não dói tanto amor
Mas enquanto tu não vinhas
Foi tão grande o sofrimento meu
Pois não sabia que tinhas
Em paga ás saudades minhas
Mais saudades do que eu
 

edu_fmc

GForum VIP
Entrou
Fev 29, 2008
Mensagens
21,260
Gostos Recebidos
21
Mariza - Lágrimas del Alma

Lágrimas del Alma

As coisas vulgais que há na vida, não deixam saudade
Só as lembranças que doem, ou fazem sorrir
Há gente que fica na história, na história da gente
E outras de caina e novo, lembramos a ouvir

São emoções que dão vida à saudade que trago
Aquelas que tive contigo e acabei por perder
Há dias que marcam a alma e a vida da gente
E aquela em que tu me deixaste, não posso esquecer

A chuva molhava- me o rosto, enjoado e cansado
As ruas que a cidade tinha, já eu percorrera
Lá em meu choro de moça perdida, gritava à cidade
Que o fogo do amor sob a chuva a instantes, caíra

A chuva ouviu e calou meu segredo à cidade
E eis que ela bate no vidro, trazendo a saudade

A chuva molhava - me o rosto, enjoado e cansado
As ruas que a cidade tinha, já eu percorrera
Lá em meu choro de moça perdida, gritava à cidade
Que o fogo do amor sob a chuva a instantes, caíra

A chuva ouviu e calou meu segredo à cidade
E eis que ela bate no vidro, trazendo a saudade
 

edu_fmc

GForum VIP
Entrou
Fev 29, 2008
Mensagens
21,260
Gostos Recebidos
21
Mariza - Lírios

Não me dês rosas, se te peço lírios
O aroma do lírio é bem diferente
E não te pedi rosas, meu amor
Pedi-te lírios de um lilás ardente
E as rosas, sabes bem, são de outra cor
Pedi-te lírios, só me trazes rosas
Não quero rosas tontas de perfume
Só lírios roxos, tristes como eu sou
Como o amargo aroma do ciúme
Do louco amor sem freio que te dou
Deste-te me rosas, e pedi-te lírios
Vê bem como são frágeis estas rosas
Vê como pendem, prestes a murchar
E os lírios que pedi, não me deste
Florescem-me nas mãos para te dar
As rosas, sabes bem são de outra cor
Dá me lírios, só lírios, meu amor
 

edu_fmc

GForum VIP
Entrou
Fev 29, 2008
Mensagens
21,260
Gostos Recebidos
21
Mariza - Lisboa Não Sejas Francesa

Não namores os franceses
Menina, Lisboa,
Portugal é meigo às vezes
Mas certas coisas não perdoa
Vê-te bem no espelho
Desse honrado velho
Que o seu belo exemplo atrai
Vai, segue o seu leal conselho
Não dês desgostos ao teu pai

Lisboa não sejas francesa
Com toda a certeza
Não vais ser feliz
Lisboa, que idéia daninha
Vaidosa, alfacinha,
Casar com Paris
Lisboa, tens cá namorados
Que dizem, coitados,
Com as almas na voz
Lisboa, não sejas francesa
Tu és portuguesa
Tu és só pra nós

Tens amor às lindas fardas
Menina, Lisboa,
Vê lá bem pra quem te guardas
Donzela sem recato, enjoa
Tens aí tenentes,
Bravos e valentes,
Nados e criados cá,
Vá, tenha modos mais decentes
Menina caprichosa e má

Lisboa não sejas francesa
... ... ... ... ...
 

edu_fmc

GForum VIP
Entrou
Fev 29, 2008
Mensagens
21,260
Gostos Recebidos
21
Mariza - Loucura

Sou do fado
Como sei
Vivo um poema cantado
De um fado que eu inventei

A falar
Não posso dar-me
Mas ponho a alma a cantar
E as almas sabem escutar-me

Chorai, chorai
Poetas do meu país
Troncos da mesma raíz
Da vida que nos juntou

E se vocês
não estivessem a meu lado
Então não havia fado
Nem fadistas como eu sou

Esta voz
tão dolorida
É culpa de todos vós
Poetas da minha vida

É loucura,
ouço dizer
Mas bendita esta loucura
de cantar e de sofrer

Chorai, chorai
Poetas do meu país
Troncos da mesma raíz
Da vida que nos juntou

E se vocês
não estivessem a meu lado
Então não havia fado
Nem fadistas como eu sou
 

edu_fmc

GForum VIP
Entrou
Fev 29, 2008
Mensagens
21,260
Gostos Recebidos
21
Mariza - Mágoa

Bóiam leves, desatentos,
Meus pensamentos de mágoas
Como no sono dos ventos
As algas, cabelos lentos
Do corpo morto das águas

Bóiam como folhas mortas
À tona de águas paradas
São coisas vestindo nadas
Pós remoinhando nas portas
Das casas abandonadas

Sono de ser sem remédio
Vestígio do que não foi
Leva-me a água leve tédio
Não sei se pára, se foi
Não sei se existe ou se dói
 

edu_fmc

GForum VIP
Entrou
Fev 29, 2008
Mensagens
21,260
Gostos Recebidos
21
Mariza - Mal me quer

Mal me quer a solidão
Bem me quer a tempestade
Mal me quer a ilusão
Bem me quer a liberdade
Mal me quer a voz vazia
Bem me quer o corpo quente
Mal me quer a alma fria
Bem me quer o sol nascente
Mal me quer a casa escura
Bem me quer o céu aberto
Bem me quer o mar incerto
Mal me quer a terra impura
Mal me quer a solidão
Entre o fogo e a madrugada
Mal me quer ou bem me quer
Muito, pouco, tudo ou nada...
 

edu_fmc

GForum VIP
Entrou
Fev 29, 2008
Mensagens
21,260
Gostos Recebidos
21
Mariza - Maria Lisboa

É varina, usa chinela,
Tem movimentos de gata

Na canastra, a caravela,
No coração, a fragata
Na canastra, a caravela,
No coração, a fragata

Em vez de corvos no xaile
Gaivotas vêm pousar

Quando o vento a leva ao baile,
Baila no baile com o mar
Quando o vento a leva ao baile
Baila no baile com o mar

É de conchas o vestido
Tem algas na cabeleira

E nas veias o latido
Do motor duma traineira
E nas veias o latido
Do motor duma traineira

Vende sonho e maresia,
Tempestades apregoa,
Seu nome próprio - maria,
Seu apelido - lisboa
Seu nome próprio - maria
Seu apelido - lisboa
 

edu_fmc

GForum VIP
Entrou
Fev 29, 2008
Mensagens
21,260
Gostos Recebidos
21
Mariza - Medo (Tributo a Amália Rodrigues)

Quem dorme à noite comigo
É meu segredo,
Mas se insistirem, lhes digo,
O medo mora comigo,
Mas só o medo, mas só o medo

E cedo porque me embala
Num vai-vem de solidão,
É com silêncio que fala,
Com voz de móvel que estala
E nos perturba a razão

Gritar: quem pode salvar-me
Do que está dentro de mim
Gostava até de matar-me,
Mas eu sei que ele há-de esperar-me
Ao pé da ponte do fim.
 

edu_fmc

GForum VIP
Entrou
Fev 29, 2008
Mensagens
21,260
Gostos Recebidos
21
Mariza - Menino Do Bairro Negro

Olha o sol que vai nascendo,
Anda ver o mar,
Os meninos vão correndo
Ver o sol chegar

Menino sem condição
Irmão de todos os nus
Tira os olhos do chão,
Vem ver a luz

Menino do mal trajar
Um novo dia lá vem
Só quem souber cantar
Virá também

Negro,
Bairro negro,
Bairro negro
Onde não há pão
Não há sossego

Menino pobre teu lar
Queira ou não queira o papão
Há-de um dia cantar
Esta canção

Olha o sol
Que vai nascendo...

Se até dá gosto cantar
Se toda a terra sorri
Quem te não há-de amar
Menino a ti?

Se não é fúria a razão
Se toda a gente quiser
Um dia hás-de aprender
Haja o que houver

Negro bairro negro,
Bairro negro
Onde não há pão
Não há sossego

Menino pobre o teu lar
Queira ou não queira o papão
Há-de um dia cantar
Esta canção

Olha o sol que vai nascendo
Anda ver o mar
 

edu_fmc

GForum VIP
Entrou
Fev 29, 2008
Mensagens
21,260
Gostos Recebidos
21
Mariza - Meu Fado Meu

Trago um fado no meu canto
Canto a noite até ser dia
Do meu povo trago pranto
No meu canto a Mouraria

Tenho saudades de mim
Do meu amor, mais amado
Eu canto um país sem fim
O mar, a terra, o meu fado
Meu fado, meu fado, meu fado, meu fado

De mim só me falto eu
Senhora da minha vida
Do sonho, digo que é meu
E dou por mim já nascida

Trago um fado no meu canto
Na minh'alma vem guardado
Vem por dentro do meu espanto
A procura do meu fado
Meu fado, meu fado, meu fado, meu fado
 

edu_fmc

GForum VIP
Entrou
Fev 29, 2008
Mensagens
21,260
Gostos Recebidos
21
Mariza - Minh' Alma

Alma ai! Minh' Alma
Diz-me quem eu sou
Alma ai! Minh' Alma
Diz-me para onde vou

Lisboa vem namorar-me lá vou eu
Pelas ruas do passado a correr
O meu fado é o futuro mas eu juro
Meu amor
Que namoro o meu passado
Sem lhe dizer para onde vou

Alma ai! Minh' Alma
Diz-me quem eu sou
Alma ai! Minh' Alma
Diz-me para onde vou

Quando saio de ao pé de mim eu sou o mar
Doutras terras, doutras gentes que não vi
O meu canto é o meu sonho não morreu
Meu amor
Meu amor eu sou o povo
Sou mais longe do que eu

Alma ai! Minh' Alma
Diz-me quem eu sou
Alma ai! Minh' Alma
Diz-me para onde vou
 

edu_fmc

GForum VIP
Entrou
Fev 29, 2008
Mensagens
21,260
Gostos Recebidos
21
Mariza - Montras

Ando na berma
Tropeço na confusão
Desço a avenida
E toda a cidade estende-me a mão
Sigo na rua, a pé, e a gente passa
Apressada, falando, o rio defronte
Voam gaivotas no horizonte
Só o teu amor é tão real
Só o teu amor…

São montras, ruas
E o trânsito
Não pára ao sinal
São mil pessoas
Atravessando na vida real
Os desenganos, emigrantes, ciganos
Um dia normal,
Como a brisa que sopra do rio
Ao fim da tarde
Em Lisboa afinal

Só o teu amor é tão real
Só o teu amor…

Gente que passa
A quem se rouba o sossego
Gente que engrossa
As filas do desemprego,
São vendedores, polícias, bancas, jornais
Como os barcos que passam tão perto
Tão cheios
Partindo do cais

Só o teu amor é tão real
Só o teu amor…
 

edu_fmc

GForum VIP
Entrou
Fev 29, 2008
Mensagens
21,260
Gostos Recebidos
21
Mariza - Murmúrios

Ó murmúrios do silêncio
Não vos consigo entender
Sois ecos de pensamentos
Que se cruzam e entrelaçam
Eternamente esvoaçam
Nas margens, no entardecer
O caos seria luz se eu vos pudesse colher
 

edu_fmc

GForum VIP
Entrou
Fev 29, 2008
Mensagens
21,260
Gostos Recebidos
21
Mariza - Não é Desgraça Ser Pobre

Não é desgraça ser pobre,
não é desgraça ser louca:
desgraça é trazer o fado
no coração e na boca.

Ao nascer trouxe uma estrela;
nela o destino mercado.
Não foi desgraça trazé-la:
desgraça é cantar o fado.

A moedinha de prata
vale mais do que a de cobre
Se a pobreza não nos mata
não é desgraça ser pobre

Desgraça é andar a gente
de tanto cantar, já rouca,
e o fado, teimosamente,
no coração e na boca.
 

edu_fmc

GForum VIP
Entrou
Fev 29, 2008
Mensagens
21,260
Gostos Recebidos
21
Mariza - O Deserto

Deserto
Império do Sol
Tão perto
Império do Sol
Prova dos nove
Da solidão
Cega miragem
Largo clarão
Livre prisão
Sem a menor aragem
Sem a menor aragem

Que grande mar
De ondas paradas
Que grande areal
De formas veladas
Vitória do espaço
Imensidão
Ponto de fuga
Ampliação
Livre prisão
Anfitrião selvagem
Anfitrião selvagem

No deserto
Ouço o fundo da alma
E, se a areia está calma,
O bater do coração
É que tanto deserto
Tão de repente
Faz-me pensar
Que o deserto sou eu
Se não me vieres buscar
 

edu_fmc

GForum VIP
Entrou
Fev 29, 2008
Mensagens
21,260
Gostos Recebidos
21
Mariza - O fado do Encontro

Fado do Encontro ou luas 3

Vou andando
Cantando
Tenho o sol à minha frente
Tão quente, brilhante
Sinto o fogo à flor da pele
Tão quente, beijando
Como se fosses tu

Ao longe,
Distante,
Fica o mar no horizonte
É nele, por certo
Onde a tua alma se esconde
Carente, esperando
Esse mar és tu

Pode a noite ter outra cor
Pode o vento ser mais frio
Pode a lua subir no céu
Eu já vou descendo o rio...

Na foz
Revolta
Fecho os olhos penso em ti
Tão perto
Que desperto
Há uma alma à minha frente tão quente,
Beijando
Por certo que és tu

Pode a lua subir no céu
E as nuvens a noite toldar
Pode o escuro ser como breu
Acabei por t'encontrar

Vou andando
Cantando
Tive o sol à minha frente
Tão quente brilhando
Que a saudade me deixou
Pra sempre, por certo
O meu Amor és tu
 

edu_fmc

GForum VIP
Entrou
Fev 29, 2008
Mensagens
21,260
Gostos Recebidos
21
Mariza - Ó Gente da Minha Terra

É meu e vosso este fado
Destino que nos amarra
Por mais que seja negado
Às cordas de uma guitarra

Sempre que se ouve o gemido
De uma guitarra a cantar
Fica-se logo perdido
Com vontade de chorar

Ó gente da minha terra
Agora é que eu percebi
Esta tristeza que trago
Foi de vós que recebi

E pareceria ternura
Se eu me deixasse embalar
Era maior a amargura
Menos triste o meu cantar

Ó gente da minha terra
Agora é que eu percebi
Esta tristeza que trago
Foi de vós que recebi

(SOLO)


Ó gente da minha terra
Agora é que eu percebi
Esta tristeza que trago
Foi de vós que recebi
 

edu_fmc

GForum VIP
Entrou
Fev 29, 2008
Mensagens
21,260
Gostos Recebidos
21
Mariza - O Silêncio da Guitarra

O silêncio da guitarra
Que à minha alma se agarra
Como se fora de fogo
Em meu peito se demora
Qu´a alegria também chora
E apaga tanto desgosto

Este silêncio do Tejo
Sem ter boca para um beijo
Nem olhos para chorar
Gaivota presa no vento
Um barco de sofrimento
Que teima sempre em voltar

Lisboa, cais de saudade
Onde uma guitarra há-de
Tocar-nos um triste fado
Quando a alma se agiganta
A tristeza também canta
Num pranto quase parado
 

edu_fmc

GForum VIP
Entrou
Fev 29, 2008
Mensagens
21,260
Gostos Recebidos
21
Mariza - Oiça Lá Ó Senhor Vinho

Oiça lá ó senhor vinho,
vai responder-me, mas com franqueza:
porque é que tira toda a firmeza
a quem encontra no seu caminho?

Lá por beber um copinho a mais
até pessoas pacatas,
amigo vinho, em desalinho
vossa mercê faz andar de gatas!

É mau procedimento
e há intenção naquilo que faz.
Entra-se em desequilíbrio,
não há equilíbrio que seja capaz.

As leis da Física falham
e a vertical de qualquer lugar
oscila sem se deter
e deixa de ser perpendicular.

"Eu já fui", responde o vinho,
"A folha solta brincara ao vento,
fui raio de sol no firmamento
que trouxe a uva, doce carinho.

Ainda guardo o calor do sol
e assim eu até dou vida,
aumento o valor seja de quem for
na boa conta, peso e medida.

E só faço mal a quem
me julga ninguém
e faz pouco de mim.
Quem me trata como água
é ofensa, pago-a!
Eu cá sou assim."

Vossa mercê tem razão
e é ingratidão
falar mal do vinho.
E a provar o que digo
vamos, meu amigo,
a mais um copinho!
 

edu_fmc

GForum VIP
Entrou
Fev 29, 2008
Mensagens
21,260
Gostos Recebidos
21
Mariza - Oxalá

Oxalá
Não te entristeça meu fado
Meu astro signo real
Nasceste ao mar acostado
No extremo ocidental

O céu iluminaste
Com tua luz dourada
Espada que outrora ergueste
E que hoje é quase nada
Mística luz dourada

Oxalá
Não te entristeça meu fado
Meu astro signo real
Nasceste ao mar acostado
No extremo ocidental

Devolve o meu anseio
Canto-te a flor da voz
O teu destino inteiro
E oxalá...

Não te entristeça meu fado
Meu astro signo real
Dormindo ao mar acostado
Acorda Portugal
 

edu_fmc

GForum VIP
Entrou
Fev 29, 2008
Mensagens
21,260
Gostos Recebidos
21
Mariza - Perdigão

Perdigão que o pensamento
Subiu em alto lugar
Perde a pena de voar
Ganha a pena do tormento.

Não tem no ar nem no vento
Asas com que se sustenha:
Não há mal que lhe não venha
Perdigão perdeu a pena

Quis voar a uma alta torre
Mas achou-se desasado
E vendo-se depenado,
De puro penado morre.

Se a queixumes se socorre
Lança no fogo mais lenha:
Não há mal que lhe não venha
Perdigão perdeu a pena.
 

edu_fmc

GForum VIP
Entrou
Fev 29, 2008
Mensagens
21,260
Gostos Recebidos
21
Mariza - Poetas

Ai as almas dos poetas
Não as entende ninguém;
São almas de violetas
Que são poetas também.

Andam perdidas na vida,
Como as estrelas no ar;
Sentem o vento gemer
Ouvem as rosas chorar!

Só quem embala no peito
Dores amargas e secretas
É que em noites de luar
Pode entender os poetas

E eu que arrasto amarguras
Que nunca arrastou ninguém
Tenho alma pra sentir
A dos poetas também!
 

edu_fmc

GForum VIP
Entrou
Fev 29, 2008
Mensagens
21,260
Gostos Recebidos
21
Mariza - Por ti

Fecho os meus olhos e canto
E canto só para ti
Derramo a voz e o pranto
Que te canta como eu canto
É por ti e só por ti
Derramo a voz e o pranto
Que te canta como eu canto
É por ti e só por ti

Dou à guitarra e ao xaile
Caminhos de Santiago
Cega-me o pó neste vale
Que o vento só por meu mal
Acende fogos que apago
Cega-me o pó neste vale
Que o vento só por meu mal
Acende fogos que apago

Há tanta melodia, tanta
Que o vento traz nos sentidos
Sinfonias que me encantam
Parece às vezes que cantam
Fados de amores proibidos
Sinfonias que me encantam
Parece às vezes que cantam
Fados de amores proibidos

Eu trago a estrada da vida
Guardada na minha mão
Que pensa perder-se na ida
Com medo de não ter partida
Dentro do meu coração
Que pensa perder-se na ida
Com medo de não ter partida
Dentro do meu coração
 
Topo