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História de uma Vida....

Satpa

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Neste mundo há muitos Heróis e resolvi contar aqui a História de alguns deles...

Mulheres e Homens que com coragem e determinação, conseguem mostrar que a Vida é uma luta constante, e a recompensa depende só de nós...


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satpa
 

Satpa

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Lutando por mais um olhar

Lutando por mais um olhar


Lina Pimentel poderia ser apenas mais uma jovem, no meio de centenas de outras, que conseguiu concretizar o sonho de entrar para a Universidade. Contudo, para aqueles que a conhecem, ela ultrapassa largamente o mérito de muitas outras.

Esta jovem de 21 anos é vista por muitos como símbolo de coragem, luta e determinação, pois lutou pelo sonho entrar na universidade contra um enorme obstáculo, cujo nome é "stargadt". A Stargadt é uma doença hereditária incurável, muito rara, que consiste na degeneração das células nervosas da retina – ou seja, esta doença provoca uma consecutiva perda de visão e tem como fim a cegueira.

Os sintomas da doença manifestaram-se desde cedo quando Lina tinha apenas 7 anos e frequentava o 1º ano de escolaridade. Nessa época apenas teve de usar óculos, mas no 5º e 6º ano já só conseguia ler os livros A3 que foram gentilmente fornecidos pela Escola das Capelas (escola que frequentava).

No 7º e 8º ano o tamanho da letra A3 já não era suficiente, por isso teve de estudar a partir de fotocópias ampliadas e passou a escrever somente com marcadores que a própria escola lhe fornecia. Chegando ao 9º ano iniciou a difícil caminhada da aprendizagem do braile e confessa que "no início, apesar de saber que era para o meu bem estar, não gostava das aulas e ia desanimada, pois aprender braile fazia-me pensar que ia deixar de ler e escrever normalmente, o que me deixava triste".

Quando passou para o 10ºano matriculou-se na Escola Secundária Domingos Rebelo que por não ter consciência da gravidade da situação de Lina aceitou a sua matrícula. Ao chegar ao início das aulas a escola apercebeu-se da situação e tentou transferi-la para a Escola Secundária das Laranjeiras, que é a escola em S. Miguel que está mais preparada para receber estudantes invisuais. Todavia, a Secundária das Laranjeiras já tinha as turmas completas e por esse motivo recusou a transferência de Lina. Perante essa resposta a Domingos Rebelos disponibilizou de imediato uma lupa, arranjou uma professora de braile e informou todos os professores das dificuldades da nova aluna. Segundo a própria Lina, "eles foram incansáveis" principalmente a Dr. Ana Isabel Serpa (professora de Língua Portuguesa) e a Dr. Ana Paula Rego (Professora de Educação Especial) que a ajudaram muito a concretizar o seu sonho.

Lina confessa que o 9º e 10º ano foram os mais difíceis, pois não queria aceitar a doença, muito menos admitir que ela lhe provocava limitações. Contudo, devido ao apoio incondicional de toda a sua família, da ACAPO (Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal) e do seu namorado, que a apoia e está constantemente a informar-se sobre as novas descobertas e informações que surgem sobre a doença, Lina hoje em dia, fala dela com bastante naturalidade e toma as suas decisões de forma consciente, ou seja, tendo em conta as limitações que são inevitáveis. A tirar o 1º ano de Serviço Social na Universidade dos Açores, Lina refere que as suas maiores dificuldades são a leitura dos extensos documentos e o ritmo das aulas que é bastante acelerado e por isso difícil de acompanhar.

Diz ainda que muitas pessoas não se apercebiam que ela não conseguia ver, pois raramente usa bengala, devido ao facto de ainda não ter tido aulas para saber como utilizá-la correctamente (usa bengala somente quando vai para sítios diferentes do normal, pois assim as pessoas apercebem-se que ela precisa de ajuda). Esta situação, de não saber usar a bengala, faz com que sinta dificuldades, por exemplo quando há objectos como contentores do lixo no meio do passeio ou obras mal sinalizadas.

Por outro lado também sente dificuldade em atravessar a passadeira, pois não sabe quando o sinal está verde para os peões, mas devido ao seu carácter autónomo e determinado, Lina arranjou sempre forma de ultrapassar essas dificuldades, caminhando na rua sozinha a fazer a sua vida.

No corrente ano Lina até foi condecorada com um merecido diploma de mérito cívico entregue pela Escola Secundária Domingos Rebelo e pela Câmara Municipal de Ponta Delgada.

Lina Pimentel possui actualmente menos de 10% de visão, mas essa condicionante não a impediu, nem a impede de fazer a sua vida e jamais a fará desistir dos seus sonhos, pois é uma lutadora. Uma lutadora que só gostava que descobrissem a cura da sua doença para voltar a olhar o mundo com imagens e cores...



Rita Resendes
Lerparaver
 

Satpa

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Uma experiência vivida na primeira pessoa

Uma experiência vivida na primeira pessoa

No dia 2 de Agosto de 1998, sofri um acidente de mota que me deixou tetraplégico. Na altura do acidente, estava de férias de Verão, no Algarve.

Era madrugada, quando resolvi sair da discoteca, estava cansado, devido ao ritmo acelerado das férias de Verão. Deitava-me todos os dias muito tarde, passava as manhãs na praia e no final da tarde ia jogar futebol com os meus amigos. A noite era obviamente o culminar de um belo dia de verão.

Nessa noite, regressava a casa ao volante da mota da minha irmã, uma Yamaha BW’S de 50cc que não passava dos 45 quilómetros por hora. Adormeci numa das rotundas da Quinta do Lago e embati contra um Placard de publicidade.

Porque razão é que adormeci?

Porque para além do cansaço inerente ao ritmo das férias, bebi álcool e isso contribuiu para aumentar o meu estado de cansaço e distracção.

Após o acidente, seguiu-se um período em que fui permanentemente sujeito a exames médicos, hospitais e intervenções cirúrgicas.Foi-me diagnosticada uma lesão medular a nível C – 3, C – 4, o que significava que doravante eu seria um tetraplégico. O primeiro confronto com a realidade foi muito dura.

A minha família viveu comigo todos aqueles momentos, de sofrimento, de pânico e angústia. Foi e é a minha família que me fortalece até hoje.

Felizmente, possuía os apoios quer a nível afectivo, quer económico, que me permitiam enfrentar esta nova fase da minha vida com algum conforto e segurança.

Com o decorrer do tempo interrogava-me, “como é que era possível um jovem de 16 anos que praticava Jet Ski quase todos os fins-de-semana, jogava rugby, futebol e fazia equitação todos dias, ficar dependente de outros para quase todas as acções de um dia-a-dia normal?” “Como conseguiria aceitar a condição de tetraplégico”?

À medida que constatava a realidade da minha situação de dependência física absoluta, também me começava a questionar:

O que fazer agora da minha vida? Qual o meu futuro daqui por diante? O que poderei fazer face a esta situação? As respostas foram surgindo aos poucos. Na vida cada «coisa» tem o seu tempo certo, nós só temos de ter a exacta percepção da maturidade do tempo para realizarmos os nossos objectivos.

Ordenei a minha vida por prioridades:

Empenhei-me na fisioterapia, para recuperar o maior número de movimentos, disciplina que mantenho até hoje. A fisioterapia ordenada mantém os meus órgãos mais activos, incrementando a minha qualidade de vida.

Prossegui com os meus estudos com muito empenho.

Entendi que teria de tentar levar uma vida o mais próxima possível da normalidade.

E foi assim, que fui conseguindo encontrar o equilíbrio necessário para continuar a minha caminhada ascendente.

À medida que me ia reencontrando, fui descobrindo que tinha possibilidade de fazer algo que me fizesse sentir mais útil e realizado e simultaneamente ajudar os outros. Foi assim, que, a 23 de Novembro 2004, criei a Associação Salvador, com a missão de lutar e zelar pelos direitos e interesses das pessoas com deficiência. É com sentido de compromisso e com enorme prazer que assumo um papel interveniente na defesa das pessoas com deficiência.

Os anos que se seguem são de extrema importância para a associação. Iremos afirmarmo-nos como uma Associação de referência em Portugal. Para isto definimos os nossos 3 eixos com o objectivo de colmatar as insuficiências e contribuir para o desenvolvimento do país na área da deficiência.

Face ao contacto pessoal e à troca de experiências com associações congéneres internacionais, fiquei cada vez mais seguro, de que é não só fundamental, como prioritário, apostar na área da Investigação e Tecnologia.

Sem o contributo indispensável dos avanços científicos e, mesmo verificando uma abertura e mudança de mentalidades, o risco de regressão é permanente e a sociedade civil, juntamente com todos os cidadãos que aguardam por uma melhor qualidade de vida verão goradas as suas expectativas.

O investimento sólido em tecnologia e uma aposta sustentada num bom modelo de investigação garantirá ao país a mudança que se quer visível e imediata.

Ao apostar no Eixo de Investigação e Tecnologia creio seriamente, estar a contribuir para a modernização do país e para o incremento de qualidade de vida dos cidadãos, que como eu, lutam dia a dia pelos mais elementares pressupostos de igualdade.

Outra das constatações que tive em diálogo com instituições foi o facto de existirem equipamentos sociais em número suficiente para dar resposta às necessidades que existem. Muito embora, esta premissa seja verdadeira, e existam associações em número suficiente, falta apoio público e privado ao desenvolvimento dos objectivos e propósitos destas instituições. Muitos projectos são abandonados em plena execução e tantos outros são por diversos redimensionados, à medida que escasseia o financiamento necessário à sua plena concretização.

Foi com base neste cenário real que a Associação Salvador, não querendo gladiar-se entre apoios, de si já tão diminutos, irá potenciar através de canais de financiamento privado o apoio ao desenvolvimento de projectos de retorno social sólido, pensados e desenhados por Associações da área.

Sem ter qualquer intuito de nos substituirmos ao Estado, pretendemos antes ser um parceiro estratégico e uma alternativa credível ao bom funcionamento do génio criativo da sociedade civil.Desde que ando num cadeira de rodas deparo-me com muitas dificuldades, em especial nas acessibilidades.

Portugal é um dos países mais procurados da União Europeia, pela riqueza do seu passado, cultura muito própria, o que o torna muito apetecível para qualquer turista de todo o mundo. Dado o nosso espírito aberto e acolhedor é extremamente necessário termos acessibilidades para todos, a fim de mostrarmos uma sociedade justa e desenvolvida onde todos possam circular livremente e da maneira mais independente possível.

Por exemplo: andar na rua em passeios acessíveis, de preferência sem carros a bloquear o caminho, ter acesso aos transportes públicos, conseguir entrar e visitar museus, restaurantes hotéis e organismos estatais sem barreiras arquitectónicas.

Estes são apenas pequenos exemplos das dificuldades que uma pessoa com deficiência tem de ultrapassar para ter uma vida normal, igual à de qualquer outro cidadão sem deficiência. Obviamente que a questão das acessibilidades será um dos estandartes da Associação, transversal ao desenvolvimento de qualquer um dos eixos acima definidos.

A Prevenção Rodoviária é outra das áreas criticas no nosso plano de actividades. Fui com orgulho uma das caras na última campanha da Prevenção Rodoviária Portuguesa, e continuarei a sê-lo, até que as estatísticas nos dêem uma razão para parar.Por tudo isto que referi e pela minha experiência de vida, afirmo com toda a convicção que a Associação Salvador é uma instituição que faz falta à sociedade, não só pelos objectivos que se propõem alcançar, mas também pela missão pessoal e profissional que esta representa para mim, em prol de todas as pessoas com ou sem deficiência!


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Se quiser saber mais ou fazer algum donativo veja aqui:Associação Salvador

ideias
 

Satpa

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É a Historia de um Dia...

Olimpíadas Especiais
- Autor Desconhecido


"Há alguns anos, nas olimpíadas especiais de Seattle, nove participantes, todos com deficiência mental ou física, alinharam-se para a largada da corrida dos 100 metros rasos.

Ao sinal, todos partiram, não exactamente em disparada, mas com vontade de dar o melhor de si, terminar a corrida e ganhar.

Todos, com excepção de um garoto, que tropeçou no asfalto, caiu rolando e começou a chorar.
Os outros oito ouviram o choro. Diminuíram o passo e olharam para trás. Então eles viraram e voltaram. Todos eles.

Uma das meninas, com Síndrome de Down, ajoelhou-se, deu um beijo no garoto e disse: "- Pronto, agora vai sarar".

E todos os nove competidores deram os braços e andaram juntos até a linha de chegada.

O estádio inteiro levantou e os aplausos duraram muitos minutos.

As pessoas que estavam ali, naquele dia, continuam repetindo essa história até hoje. Talvez os atletas fossem deficientes mentais... Mas, com certeza, não eram deficientes da sensibilidade... Por que?

Porque, lá no fundo, todos nós sabemos que o que importa nesta vida mais do que ganhar sozinho é ajudar os outros a vencer, mesmo que isso signifique diminuir o passo e mudar de curso...

Pensem nisso. E tenham dias diferentes. "


:espi28::36_2_51:
 

robert_paul

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quem me dera ter tenta coragem

quem me dera ter tanta coragem para ultrapassar todos os obstaculos.
tb me apareceu uma doença nos musculos dos membros inferiores que estão a dar comigo em doido. Até ja fiz mal a mim próprio.
Não me consigo aceitar como sou.
Acabei o curso em Radiologia, sim curso esse que escolhi porque gostava mas que é feito para pessoas normais, e não para coxo como eu.
Se eu me tivesse aceitado como era, coisa impossivel de aceitar, nunca teria tirado este curso.

Uns ganham pela sua coragem eu perco tudo o que mais gosto por causa desta maldita doença.
 

Satpa

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quem me dera ter tanta coragem para ultrapassar todos os obstaculos.
tb me apareceu uma doença nos musculos dos membros inferiores que estão a dar comigo em doido. Até ja fiz mal a mim próprio.
Não me consigo aceitar como sou.
Acabei o curso em Radiologia, sim curso esse que escolhi porque gostava mas que é feito para pessoas normais, e não para coxo como eu.
Se eu me tivesse aceitado como era, coisa impossivel de aceitar, nunca teria tirado este curso.

Uns ganham pela sua coragem eu perco tudo o que mais gosto por causa desta maldita doença.

Amigo,

Noto que estás a passar uma fase difícil, e queria deixar-te uma palavra de esperança.

Todos somos diferentes e todos somos iguais!

Se conseguiste tirar um curso é porque força de vontade não te falta, e é com essa força de viver e lutar que tens que conseguir ultrapassar esses momentos.

Todas as coisas são possíveis. Desanimados não conseguimos nada.

É preciso persistência e acção. Luta por aquilo que queres, e vais-te sentir realizado e feliz.

Sempre que queiras, coloca as tuas dúvidas ou pensamentos.

E Força, robert_paul
:espi28::espi28:


Bjs
satpa
 

Satpa

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A escola de Camila e Lua

A escola de Camila e Lua

Como em todos os dias de trabalho, Augusto ia apanhar o comboio. “Busca o comboio, Camila”, “avança”. “Para a frente”, “avança”. Mas nada. Camila insistia em não cumprir a ordem e continuava imóvel. “Avança, para a frente.” Augusto teimava em dar um passo à frente, um passo em falso. Acabaram por cair por cair na linha, aquele não era o caminho que habitualmente percorriam.

Augusto Hortas é cego e Camila foi o primeiro cão-guia treinado em Portugal. O acidente na linha de comboio não passou de um susto. “A culpa foi toda minha, eu é que insisti com ela”, reconhece Augusto. “Estes cães são dotados de uma desobediência inteligente que faz com que não aceitem as nossas ordens se isso nos colocar em perigo.” Hoje, ao fim de mais de sete anos, Augusto já sabe como reagir: “Quando a cadela não quer avançar, vou calmamente com a bengala ver o que se passa. Acredito nela porque tem quase sempre razão.”

Camila devolveu a Augusto a identidade que havia perdido aos 16 anos quando um descolamento de retina lhe trocou as voltas. “quando entrava em qualquer espaço as pessoas tinham uma atitude de comiseração: “Coitadinho do ceguinho.” Ajudavam a sentar-me mas nem sequer me dirigiam uma palavra, era como se eu fosse um ser sem alma”. Desabafa. Com um cão-guia, Augusto começou a sentir que o diálogo se estabelecia naturalmente, sem pena ou acções forçadas. “Interpelam-me na rua, falam comigo, fazem-me perguntas: “Tão giro, posso fazer uma festinha”, “o cão nunca se engana? Não tem medo de andar sozinho?”.”

Com Camila, que foi a sua primeira cadela e morreu no ano passado, Augusto teve de enfrentar os entraves de quem dá os primeiros passos num caminho agreste. “A Camila foi-me entregue em Janeiro de 1999 e só em Julho do mesmo ano saiu o decreto-lei sobre a utilização de cães-guia.” Sem protecção legal, Augusto viu-se muitas vezes impedido de entrar em locais públicos. Com Lua, a sua nova guia, já não tem esse tipo de problemas. “Ando com ela de avião, vou ao restaurante, posso entrar em qualquer estabelecimento público. A minha cadela tem todos os direitos perante a lei. Se a Lua põe as patas no chão, as pessoas também põem os sapatos. Ela é limpa, escovada, tratada, por isso, pode entrar em qualquer lado.”

Augusto é técnico superior no Centro de Formação Profissional de Alverca. Depois do inconformismo, resolveu reaprender a viver. “Tinha que me considerar cego para o resto da vida e lutei para conseguir os meus objectivos”, conta. Formou-se em Filosofia e casou. Os mais de 30 anos de cegueira atenuaram-lhe a revolta e a dor.

Lua acompanha-o de casa, em Vila Franca de Xira, até ao trabalho. Os sentidos da cadela-guia vêm apurados ao máximo durante todo o percurso, por isso, quando chegam tem direito ao merecido descanso. Os raios de sol reflectem na janela e a labrador beje está enroscada num dos cantos do escritório, aos pés da cadeira do dono. Ouve-se o barulho de quem está prestes a dormir a sesta. Sacode-se e volta a ressonar. “Está com preguiça”?, pergunta Augusto. Lua desperta de imediato, “ela é uma cadela muito alegre e divertida”, descreve.

Foi na Escola de Cães-guia de Mortágua, a única em Portugal, que Camila e Lua foram treinadas. Esta escola, criada em 1999, já entregou 50 cães-guia. Recebe do Estado cerca de 60 por cento do seu financiamento, o resto do orçamento é conseguido através de doações de empresas e de festas e sorteios de rifas organizados pela própria escola. “Temos falta de ajudas financeiras que nos possibilitem aumentar o número de educadores e consequentemente formar mais cães”, diz Filipa Paiva, a veterinária da escola.

Com três educadores, forma anualmente 12 guias e tem uma lista de espera de cem pessoas – o tempo previsto para a entrega de um cão é de quatro anos. “A situação começa a complicar-se”, queixa-se Filipa Paiva. “Os primeiros cães que entregámos estão a morrer e damos sempre prioridade às pessoas que já tiveram um cão-guia.”

Segundo os Censos de 2001, existirão em Portugal mais de 150 mil deficientes visuais – nem todos podem ter um destes guias por não reunirem as condições necessárias; outros não se candidatam a ter um pois desconhecem a existência da escola.

Lola é uma labrador preta e olhos e pêlo brilhantes. Há dois anos foi a escolhida para ser treinada de entre uma ninhada com 12 cães. “Escolhemos os mais sociáveis, que não têm medos e são menos irrequietos. Damos também preferência às fêmeas porque adquirem mais cedo capacidade de trabalho e são menos dominadoras”, explica Filipa Paiva. Depois de ter estado um ano numa família de acolhimento em fase de socialização, para se habituar às rotinas diárias, Lola voltou à escola para o treino técnico. Faltava-lhe ainda um ano para poder substituir os olhos de alguém.

É com as quatro patas assentes no chão e o focinho erguido, em “posição de trabalho” que Lola inicia o treino do dia. “Busca o passeio!”, “as escadas, onde estão as as escadas?”, “avança, avança em frente, à esquerda”. Lola segue com rigor as regras que lhe são dadas. Compreende tudo o que lhe dizem, parece conhecer de cor as ruas de Mortágua. Pára em cada degrau. Desvia-se das poças e de todos os obstáculos que surgem. Identifica a passadeira, o banco ou o café.

Uma hora e meia por dia, cinco dias por semana, é o tempo que Marta Ferreira, uma das educadoras da escola, e a labrador preta passam a treinar. Marta não é cega mas faz como se fosse. Pé ante pé, tenta imitar os gestos habituais daqueles que não conseguem enxergar o mundo. Quando Lola pára, antecipando a existência de um degrau, Marta estica a perna e sente com a sola do sapato a altura do mesmo. “Tenho de ter um comportamento o mais semelhante possível ao de um cego, quem não vê e vai sempre confirmar se a informação que o cão lhe está a dar é correcta.” Entre Marta e Lola existe uma química evidente. Sempre que a cadela identifica um local ou pára diante de um obstáculo, Marta congratula-a: “Bom trabalho, Lola.” Palavras meigas seguidas de festas e palmadinhas no dorso fazem com que Lola abane a cauda e enrugue os olhos num gesto de agradecimento. “É muito importante que eles percebam quando estão a fazer bem”, explica Marta para justificar o motivo de tanta bajulação.

Por serem cães meigos, maleáveis e sociáveis é que todos os guias que existem em Portugal são labradores. “As pessoas têm reservas mentais contra determinadas raças. Se visse um cego com um pitbull ou um rotteweiler aproximava-se?”, questiona Sabina Teixeira, outra das educadoras. Todos os cães e cadelas guias foram capados para não reagirem a determinados instintos.

Para Sabina, é evidente que estes cães têm um lado emocional muito forte: “Quando ralhamos mais alto, não gostam e vão-se esconder. Quando fogem é porque estão amuados.” Apesar de serem cães de trabalho, à semelhança do que acontece com as pessoas, gostam de mimo e brincadeira. “Quem trabalha o cão também tem de ter com ele momentos de lazer, fazer-lhe festas, escová-lo. Se não for o utilizador a mimá-lo, acabará por ter preferência pelos outros membros da família”, alerta Sabina. No fundo são animais iguais aos outros, a única diferença é que são treinados desde que nasceram. Aprendem por repetição e trabalho diário e acabam por se tornar o melhor amigo do seu utilizador. “Muitos cães são os filhos que nunca tiveram. [Com ele] o cego passa a ter acção. Para além da mobilidade, devolveram-lhe a identidade”, acrescenta Sabina.

Judite Martins tem 57 anos e cegou há quatro. Enviou a papelada necessária há mais de meio ano, mas ainda nem a chamaram para a entrevista. Tal como Augusto, sofreu um descolamento de retina. “Quando soube que iria ficar cega para sempre pensei logo em ter um cão-guia. Na altura o meu cão, de há 17 anos, morreu e optei por tentar adquirir um animal que me pudesse ajudar nesta nova fase.” A aquisição de um cão-guia é totalmente gratuita. A escola cede o usufruto do animal mas este será sempre sua propriedade.

Judite preenche os requisitos básicos impostos pela escola de cães-guia, tem noções de mobilidade e condições financeirasque lhe permitam tratar do cão (cerca de 150 euros mensais), pretende exercer uma actividade que a obrigue a sair diariamente de casa. “E até tem um quintal, pequenino, mas que dá para ele brincar.” Com um cão, “sairia muito mais, não estaria dependente de nada nem de ninguém.” Judite tem saudades de sair sem dar explicações. Sair porque lhe apetece. Fazer aquilo que dantes era simples e agora já não pode.

Apesar de a estimativa apontar para uma espera de quatro anos, Judite não desiste. “Algum dia hei-de ter um bichinho destes.” Depois de ter preenchido “um autêntico livro de questões”, acredita que o mais difícil já passou.

Mas não. A escola tem dois tipos de lista de espera. A dos que se candidatam a cães-guia (e podem nunca vir a ser chamados) e a dos que já foram seleccionados como futuros utilizadores, após uma entrevista. Judite Martins ainda está na primeira. Mas nem isso a demove: “Não desisto. É o meu sonho. E os cegos sonham sempre a cores, sabia?”


Sofia da Palma Rodrigues

Fonte: “Pública”
 

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Ser Surdocego numa Sociedade que desconhece o que é a Surdocegueira.

Ser Surdocego numa Sociedade que desconhece o que é a Surdocegueira.

Descobrindo novas formas de comunicação, e de acesso ao Mundo.


Testemunho de José Pedro Amaral

Vou contar-vos a história de uma Pessoa Diferente – como aliás todos nós o somos – numa Sociedade que pelo simples facto de não se conhecer a Si mesma, e a sua verdadeira estrutura, se encontra quase totalmente cega – por uma cegueira funcional, causada por uma excessiva exposição a um sem número de tipos de informação quiçá de qualidade duvidosa - face aos problemas deste Ser que é a sua Verdadeira Razão de Existir : o Homem.

Pois bem, quem Sou; e como sou; e qual tem sido o Meu Percurso até ao momento em que vos faço este relato.

Eu dou pelo nome de José Pedro Amaral; tenho 40 anos, sou Funcionário Público – Assistente Administrativo - e uma vida cheia de peripécias dignas de um melodrama, dos melhores que hollywood alguma vez possa ter filmado. Mas se Eu sou Estrela de algum filme sê-lo-ei, apenas e só, para dois dignos Espectadores: Deus – o Meu Deus - e Eu Próprio.

Como já afirmei atrás, tenho 40 anos; fiquei surdo tanto quanto se conhece, aos 3 ( três) anos de idade tendo-me sido aplicada, logo de imediato, uma prótese retroauricular; facto esse que teve um papel preponderante no facto de não ter perdido a fala, que ainda incipiente dos meus 3 anos, como ainda me permitiu ao longo da vida construir uma Cultura muito vasta, que vai da música – de todo o género, mas de qualidade - ao cinema bem como da leitura –. Comecei pela Banda desenhada das Histórias de Walt Disney até aos grandes Clássicos da Literatura Moderna - às viagens, por essa Europa fora – ocidental e de Leste - e ainda Republica de Cabo Verde em África.

Desde muito cedo, eu fui confrontado com problemas a nível da visão; lembro-me por exemplo, de que quando era criança e até aos 28 anos, lia quase tudo com a cabeça inclinada para a esquerda e sem óculos ou qualquer ajuda técnica, por mais pequena que fosse; mas lia, pois isso é fundamental para a edificação da estrutura mental do Ser Humano, e estou-me a referir às lupas manuais. A causa provável desta situação será, se o diagnóstico for exacto, o Síndroma de Staghardt.

É bom que fique bem claro o papel preponderante que a Família teve na minha forma de construir, na Minha Pessoa, uma capacidade de reacção e de Força de Vontade, de enfrentar as várias situações que, ao longo da vida, me foram surgindo. Salientarei a título exemplificativo o simples facto – mas de importância primordial para a minha formação – de quase nunca me ter ocultado os factos da realidade da vida quotidiana. Só assim é possível qualquer pessoa evoluir e enfrentar a verdadeira realidade.

Situações como as que nos são descritas com uma falsa consistência e um excessivo paternalismo e demasiada fantasia, levam-nos à criação de uma idéia inconsistente e falsa da realidade da vida, e do Mundo onde estamos inseridos; qual Alice no País das Maravilhas.


Só é possível evoluir e Crescer, com um desenvolvimento Natural das Relações Interpessoais; a ocultação das realidades abre caminho a Ilusões, que irão condicionar todo um percurso que se pretende Autónomo.

Sei bem como muitas pessoas, por esse simples facto, não conseguem dar passos perfeitamente naturais, e construir a sua capacidade de reacção e de fazer as suas próprias relações; com o mundo que as rodeia, não só por desconhecimento – causado por uma ocultação demasiadamente paternalista das realidades - mas, por esse facto, têm um medo tremendo de Cair num Abismo ; tal é a sua insegurança em relação a Si próprias, e ao Mundo que as rodeia.

Posteriormente em 1993, numa situação, ainda hoje, pouco esclarecida, fiquei quase totalmente surdo, durante 6 ( seis) meses; tendo recuperado uma parte da audição, mas tendo que substituir a prótese auditiva por outra mais potente. Só Deus sabe como recuperei!!

Nessa altura, pela primeira vez, tomei contacto com essa pequena maravilha, com mais de 100 anos, que Ann Sullivan tão habilmente concebeu para a sua pupila Hellen Keller: a escrita dos caracteres árabes na palma da mão; esse episódio passou-se no carro da minha irmã, quando regressávamos a casa, a altas horas da noite, vindos do Hospital, onde me desloquei de urgência na ânsia de controlar a situação e recuperar o pouco que ainda ouvia. Tendo ela necessidade de me dizer algo, mas porque estava escuro era impossível eu entender, até porque estava nervoso com o que estava a viver, ela agarrou na minha mão e começou a desenhar-me, letra após letra, as palavras do que me queria dizer. Confesso que a sensação que vivi, naquele instante, foi o de ter visto uma luz numa noite que se desenhava de perfeita escuridão. Mais tarde no meu Espírito surgiu a recordação de um filme que vi, um dia, de 1962, bem elucidativo sobre esse assunto: The Miracle Worker.

Ainda bem que eu gosto de aprender, e evoluir, com coisas novas – fui sempre assim, curioso – porque há 3 (três) anos atrás o pouco que restava da audição desapareceu, quase na totalidade; e, para além do já existente Síndroma de Staghardt surgiram Cataratas. Enfim, nada do Outro Mundo; passei a ser um Surdocego, com características muito Pessoais; pois para além de nunca ter tido necessidade de aprender a L.G.P. – Língua Gestual Portuguesa – tive que reequacionar quase totalmente, a forma de receber a comunicação dos que me rodeiam. Foi só uma questão de adaptação; e usar a capacidade intrínseca para superar situações mais ou menos adversas. Mas, com a Força e capacidade - que trago em Mim - de reagir, e com o apoio de toda a Família, colegas e amigos que nunca se abstiveram de me estimular e apoiar em todos os passos que dei, consegui contornar as barreiras – não só técnicas, arquitectónicas como até ideológicas – porque existe em Mim uma capacidade de acreditar, no essencial: EU PRÓPRIO COM TODO O MEU POTENCIAL inserido na Sociedade da qual sou – ou procuro ser – parte integrante.


A celebração de sucessos de outrém, é a demonstração inequívoca, do acreditar nas suas verdadeiras potencialidades; e uma demonstração de um perfeito Conhecimento de Si Próprio, por parte de quem o pratica.

O meu maior problema – e de todos os que são de algum modo diferentes, e ninguém é perfeito, (Perfeito foi Jesus Cristo; e por O Ser foi Crucificado pelos homens!) é que quando os enfrento, e eu próprio lhes tento dar, e mostrar aos que me rodeiam, as soluções para os Meus - e não só - casos e problemas, as pessoas – a Sociedade – pelo simples facto de não se conhecerem, e acreditarem, nas Suas próprias capacidades, pura e simplesmente, – para além de, muitas vezes, fazerem fraca figura – me barram o caminho.

Exemplo disso são as inúmeras situações que vivi – e vivo ainda hoje - ao longo da minha vida - algumas quase inultrapassáveis - nos colégios por onde passei; e, felizmente, foram muitos; pois a permanência prolongada no mesmo colégio, sempre com as mesmas pessoas, dava azo, na maioria das vezes, à criação de idéias pré-concebidas e estereotipadas - de fundamento, sempre, algo controverso e duvidoso - a respeito de uma Pessoa – neste caso eu - só pelo simples facto de ela ser diferente - em Si - mas igual a tantos outros. E, não foi só na escolaridade, no mercado de trabalho a situação manteve-se ao longo de 17 (dezessete) anos, em que vivi situações de perfeita instabilidade e precariedade de emprego, pelo simples facto de as minhas limitações não oferecerem garantias de rentabilidade.

Mas a espera e a persistência são, hoje e sempre, as melhores conselheiras. Nós Portugueses, temos um ditado muito popular que diz: “Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura”.

Hoje, após um longo período – o mais longo e no mesmo local – de instabilidade de trabalho consegui – após Concurso Público – ingressar na Função Pública, nos Quadros da Escola de Pesca e da Marinha de Comércio; onde estou há quase 9 ( nove ) anos – e estive 7 ( sete ) em regime precário.

Durante 6 ( seis) anos fui operador de máquinas de fotocópias e executei tarefas administrativas, e atendimento ao público e de telefones; mas porque a visão se complicou, e a audição se extinguiu, presentemente estou colocado na Biblioteca da Escola; sem qualquer função atribuída, com um ampliador de caracteres – que é minha pertença – a ocupar o tempo a ler; por mero desinteresse, e desconhecimento, de quem de direito, das potencialidades e capacidades – que existem - da- minha Pessoa. E, a titulo de exemplo limitar-me-ei a referir que desde 23 – 11 – 98 – por minha própria iniciativa – me encontro a freqüentar uma Acção de Formação, na área da informática, para invisuais – Windows 95 /98 associados ao Lunar 95 e Word 97 – apenas só três horas diárias, sem qualquer possibilidade de praticar no local de trabalho – embora haja suficientes meios informáticos disponíveis – pelas mesmas razões que atrás referi: incúria, desinteresse e falta de informação e de vontade de a obter.

Mas devo concluir sem sombra de dúvida, que neste mundo ser-se diferente é mera rampa de lançamento, pare uma trajectória que â partida nunca terá, sequer, uma Carta de Navegação; mas, por força das dificuldades o alcançar dos objectivos, traz-nos a oportunidade, quase única, de experimentar-mos momentos de perfeito júbilo. Somos tão diferentes, que até sabemos lutar pelos objectivos a que nos propomos; mas quando nos deixam.

Alguém afirmou um dia:


“Obstáculos; é o que cada um vê, quando tira os olhos dos seus objectivos.”



Mas confesso que ser-se um Surdocego – adquirido e autónomo – não é fácil; certamente, sê-lo congénito sê-lo-á muito mais complicado; não digo Impossível, porque tenho uma postura de abstenção quase total da pré-concepção da vida, e do rumo, de cada pessoa; mas lá que é difícil, lá isso é! Mas não é impossível, porque esses não existem...!

Exemplos disso são as situações, que vezes sem conta, com que eu, quer na via pública, repartições oficiais, estabelecimentos comerciais, centros de saúde e hospitais, sou confrontado; quando me dirijo a uma pessoa, e lhe digo que sou Surdocego, e, que, por esse facto, não oiço e vejo muito mal; e, ainda, quando lhe digo que me pode escrever na palma mão, em letra de imprensa, com a ponta do dedo indicador, ou com uma caneta virada ao contrário, na palma da minha mão, surgem situações quiçá caricatas; em que das duas uma: ou desatam aos berros ao meu ouvido – sem êxito, mas que quase pára o tráfego – ou, sem me darem tempo para reagir, tiram a tampa da caneta, e... zás! Toca a escrever, na minha mão, COM TINTA; para além das vezes que se recusam a faze-lo - o tal, antiquado, preconceitozinho de tocar carne alheia – talvez, talvez não tenho a certeza absoluta, por medo de o fazer mal, desconhecimento, e falta de credibilidade em Si próprios – ou falta de informação sobre o SIDA.

Mas, há pessoas que, felizmente, não olham a meios, para fazer com que esse fosso de alguma escuridão e silêncio seja quebrado; e, posso-vos relatar mais um episódio, que se passou recentemente num Seminário em Lisboa; onde me desloquei sozinho – pois o tema era deveras interessante; versava sobre um tema que se debruçava sobre a questão da Filosofia da iluminação e a forma como os invisuais, e não só, têm a percepção do mundo onde estão inseridos: “A luz e a cor” - pois não me foi disponibilizada/o, pela associação a que pertenço, um interprete; vivi, mais uma vez, uma situação de perfeito desinteresse e, até, falta de qualquer tipo de informação, de como lidar, e ajudar, com este tipo de situações. A minha sorte, foi que quando me encontrava à espera, porque quase fui esquecido, que me arranjassem alguém que se dispusesse a ajudar-me; surgiu ao meu lado alguém que pegou, muito delicadamente, na mão – essa pessoa já me conhecia de vista da A.P.S.- Associação Portuguesa de Surdos, da qual faço parte como Director do D.A.P.Sc. – Departamento de Apoio à Pessoa Surdocega, mas nunca me tinha dirigido a palavra – e escreveu «Olá bom dia!».

Essa pessoa, tão amável, fez, durante o tempo que permaneci no seminário, uma verdadeira Ponte entre mim e o Mundo que girava em meu redor; e assim contribuir para quebrar e diminuir o fosso entre ambos; o Mundo e Eu. Mas, mais uma vez, as pessoas ao serem confrontadas com uma situação, para além de desconhecida, que não sabem controlar - por ausência de conhecimento de Si mesmas e do Mundo a que pertencem – teceram comentários do género: “ Olhem só para aquela ali, a escrever tudo na mão do rapaz. Que frete!” ou “Eu, não era capaz!” e ainda “Que faz aqui um surdocego?!

Estas expressões são bem elucidativas de uma mentalidade tão fechada – e tão pré-concebida – ao exterior que dificilmente lhes permite um, pequeno que seja, olhar pelo mundo onde habitam.
A essas pessoas, para que tentem, ao menos, um pequeno abrir de olhos – em ano de atribuição do 1º Prémio Nobel da Literatura a um Escritor Português – citarei, um pensamento desse mesmo escritor - José Saramago - extraído do seu livro: “Ensaio sobre a Cegueira”; que diz textualmente o seguinte:

“Se puderes ver, olha; se puderes olhar, repara.”


Mas, como já afirmei atrás, também pessoas há que sabem bem qual o seu lugar, e papel, no mundo; e são bem capazes de ser Espelho.

Essas são as que nos permitem, de alguma forma, Ser Pessoa; e isso é admirável.

Pois; é precisamente para essas pessoas, admiráveis, sejam elas quem forem, que eu no final desta meu testemunho me quero voltar; com uma, sentida e singela, Homenagem; com um pequenino Poema; escrito por mim após a leitura de um pequeno texto, num livro das Selecções do Reader’s Digest; O A B C do Corpo Humano, com titulo: “A Mulher que Via com as mãos”; Tratava-se, pois, de um resumo da belíssima, e edificante, história de Hellen Keller e Ann Sullivan.



Para essas pessoas e para todos vós que, connosco, partilhastes estes dias, com as experiências de cada um, e de todos; despeço-me, com esse pequenino Poema

“Viver... Sentindo”

Na ausência dos sons
Na indefinição da visão
Há um mundo que desperta
Na minha palma da mão.
Um mundo de palavras
Cheias de Cor;
Cada toque na mão
É uma dádiva de amor.
O amor entre dois Seres
Que se completam;
E dão razão
À palavra AMOR.


Obrigado, Felicidades para todos, e até Sempre!

José Pedro Amaral.


Retirado:Banco da Escola
 

Satpa

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Um time de emoção

Um time de emoção

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Rick Hoyt nasceu em 1962 e por causa de um estrangulamento pelo cordão umbilical que privou seu cérebro de oxigénio na hora do parto, sua vida jamais seria normal. Aos 8 meses, os médicos disseram à família que Rick não duraria muito tempo e que ele seria um vegetal para o resto da vida. Seus pais porém, jamais cogitaram a possibilidade de interná-lo. Contra tudo e contra todos, Dick, o pai, e Judy, a mãe, usaram e abusaram de carinho, paciência e amor para dar uma vida digna ao pequeno Rick.

Quando ele fez 11 anos, o casal levou o filho ao Departamento de Engenharia da Tufts University, em busca de "algo" que pudesse fazer o filho se comunicar.

Eles tinham certeza de que a falta de controle dos membros e outras inúmeras sequelas, não haviam afectado sua compreensão e inteligência. Rick tinha um corpo incapaz de se mexer, mas um cérebro plenamente capaz de pensar. E eles queriam provar que isso era verdade. Para convencer os engenheiros, incrédulos, pediram que uma piada fosse contada. Rick riu.

Foi assim que em 1972, usando as economias da família no valor de 5.000 dólares, um computador adaptado para que ele pudesse controlar o cursor tocando com a cabeça um botão no encosto de sua cadeira, mudou a vida do garoto. Rick finalmente foi capaz de se comunicar.

Assim que começou a "digitar", a família esperou que na tela aparecesse "Papai" ou "Mamãe", mas que nada! Sua primeira frase foi surpreendente: "Go Bruins!", o grito da torcida dos times da Universidade da Califórnia. Naquela época, estavam acontecendo as finais de hóquei e Rick acompanhou os jogos do Boston Bruins. Sua família entendeu então, o quanto o rapaz, antes incomunicável, amava os esportes.

Em 1975, após muita luta, Rick entrou em uma escola pública. Foi outro acidente, que deixou um garoto da escola paralítico, o responsável por mais uma mudança nesta inabalável família. Rick "disse" a seu que gostaria de participar da corrida que organizaram para levantar fundos e ajudar o aluno acidentado.

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Mesmo sem jamais ter corrido, ele encarou o desafio. Dores e fadiga, não foram suficientes para acabar com sua saga. Rick falou a seu pai que quando ele correu, empurrando sua cadeira de rodas, ele sentiu que não tinha deficiências. Foi o estopim para Dick mudar radicalmente.

Obcecado pela felicidade do filho, treinou, entrou em forma e depois de muita dedicação, ele estava pronto para a Maratona de Boston em 1979. Ele não, eles! O "Team Hoyt" estava formado! Embora tenham conseguido apenas em 1983 o direito de competir oficialmente em Boston, a dupla já tinha se tornado conhecida. Com raça, força de vontade e uma abnegação absurda de Dick, eles foram vencendo os novos obstáculos da vida de "atletas".

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Sugeriram então, algo mais impensável: o triathlon! Como seria possível um homem correr, nadar e pedalar carregando seu filho paralítico de 50 quilos? Empurrando a cadeira de rodas, rebocando o garoto em um pequeno barco e pedalando com um assento extra na bicicleta foram as respostas! Incrível, emocionante, quase inacreditável, a dupla conseguiu encarar o desafio. Isto incluiu o Ironman, a maior das maiores provas de triathlon; uma competição que beira o desumano. Até Janeiro deste ano, foram 224 triathlons, 6 Ironman, 5 "meio" Ironman, 20 duathlons e 65 maratonas, sendo 25 de Boston, além de dezenas de outras competições.

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Em 2004, Dick teve uma alteração cardíaca durante uma prova e descobriu que ele tinha uma de suas artérias com 95% de entupimento. Segundo os médicos, não fosse sua dedicação em ajudar os sonhos do filho, mantendo-se em forma e cuidando da saúde, ele poderia ter morrido uns 15 anos antes. Foi um presente de Rick para Dick.

Rick, que graduou-se na Universidade de Boston, onde também trabalha, e seu pai, um Tenente-coronel da reserva, competem até hoje. Como não poderia deixar de ser, em outro emocionante capítulo desta história, quando perguntam a Rick o que ele gostaria de dar de presente a seu pai, ele responde: "Eu gostaria de um dia poder empurrar meu pai na cadeira pelo menos uma vez."

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Esta história nos faz reflectir sobre como certos problemas que temos no dia-a-dia, na maioria das vezes não são nada e que devemos agradecer por nossas vidas sempre. Ter pessoas como a Família Hoyt de exemplo são uma bela inspiração.


Retirado: obvious
 

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istu e a prova k nunca se deve desistir de uma coisa k keiramos mt. . .devemos kntinuar sempre a lutar por mt k nos kuste ou por razoes km as de este rapaz. . .

a nossa força de vontade deve vencer tudo i todos:espi28::espi28:

cumps

AyO
 

B@eta

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História de Vida...Desafio da Fundação Portugal Telecom

História de Vida

Desafio da Fundação Portugal Telecom


A Fundação Portugal Telecom tem uma nova iniciativa conhecer histórias de vida de pessoas especiais que são um exemplo para todos nós.

Aqui transcreve-se a primeira história que a FPT recebeu, participe nesta iniciativa.

Era uma vez ...

Chamo-me Gonçalo Heitor, tenho 24 anos e sou utente da APPACDM de Santarém.
Entrei nesta Associação a 15 de Setembro de 1986, tinha então 2 anos.
Comecei por frequentar o Jardim de Infância “A Joaninha” e lá aprendi a brincar ao faz de conta, ao Era uma vez...
No ano lectivo de 1990/1991 passei para a Valência do Sócio Educativo e tive muitas professoras: a Prof. Hermengarda, a Prof. Margarida, a Prof. Lilia, a Prof. Ernestina, a Prof. Ana Vinagre e a Prof. São Camacho. Nesta Valência aprendi outro Era uma vez... era uma vez as letras, os números,
os computadores , entre outras actividades que desenvolvi.

Em 1999 o Prof. Montez chamou-me para um
“CASTING” a fim de integrar o Grupo de Teatro
da nossa Associação.

Agora sim ia começar o Era uma vez... na realidade

A minha estreia foi na peça “ A Carochinha e o João Glutão” - Foi um êxito!...
Depois disto já participei em diversas peças do nosso Grupo. Este grupo de Teatro é conhecido nacional e internacionalmente pois já fomos representar a países como a Republica Checa e França em Festivais de Teatro Especial.
No ano de 2002 passei para o Centro de Actividades Ocupacionais da Quinta Nª Senhora do Rosário onde desenvolvo actividades como a natação, a educação física e o atletismo. Semanalmente frequento a sala de recursos onde está instalado o Projecto Urano que me permite utilizar os computadores, bem como fazer pesquisas na Internet. Gosto de pesquisar biografias de actores e cantores conhecidos e ainda explorar, à minha maneira, temas da política actual. A poesia também marca os meus interesses uma vez que declamo em festas da nossa Associação. Gosto muito de utilizar este espaço porque me permite estar actualizado acerca de assuntos do meu interesse, e viajar pelo mundo do Era uma vez...

Gonçalo Heitor

Fonte:Fundação Portugal Telecom
 

B@eta

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Lição de Vida "Não me dou por vencido"

"Não me dou por vencido"

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"Mergulhei e quando estava a voltar à superfície, dei por mim paralisado. Fiquei a boiar, de barriga para baixo, sem conseguir virar-me nem pedir ajuda. Quando acordei, estava no hospital, entubado."

Flávio Jorge Soares lembra-se bem dessa tarde do dia 21 de Junho de 2009, na praia de Esmoriz. Antes de sair de casa, viu na net que o mar estaria de feição para praticar bodyboard, mas, afinal, não havia ondas. Quando já estava para ir embora, resolveu dar um último mergulho. Estava com os amigos, numa zona que conhecia bem.

"Foi um mergulho normal, como muitos outros. Não bati com a cabeça em lado nenhum", conta Flávio. O que terá acontecido foi o que vulgarmente se designa por movimento chicote, uma extensão abrupta da coluna que pode causar lesões gravíssimas. No caso de Flávio, fracturou a coluna vertebral, ao nível da cervical (entre as vértebras C5 e C6). Ficou tetraplégico. Tem 19 anos.

Os últimos 17 meses passou-os em quatro hospitais, onde foi submetido a diversas cirugias até estabilizar e iniciar o processo de reabilitação. Começou com exercícios para treinar o equilíbrio do tronco e conseguir manter-se sentado. Fortaleceu os músculos para conseguir levantar-se e fazer as transferências de e a partir da cadeira de rodas.

Flávio recusou a cadeira de rodas eléctrica e explica porquê: "Obriga-me a trabalhar mais. É preciso mais equilíbrio e força. Não quero ficar tão dependente. Com a cadeira eléctrica, ia acomodar-me ao problema."

E acomodar-ser não é verbo que queira conjugar. Quer licenciar-se em Informática e continuar com o árduo processo de reabilitação. "Disseram-me que iria ficar completamente paralisado, que não iria conseguir andar numa cadeira manual. Sinto as pernas, tenho força nos braços. Não trabalho por acreditar que vou andar, mas tenho melhorado muito e, com paciência, vou melhorar ainda mais", acredita Flávio. "Não me dou por vencido."

Fonte: JN
 

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Tetraplégicas e mães

“Tem gente que me chama de louca porque escolhi ser mãe duas vezes, mas isso nunca me abalou” Juliana Oliveira, 36 anos, mãe de Isa, 2 anos, e de Lis, 2 meses

Assim como muitas mulheres, a jornalista Flávia Cintra, 39 anos, tem uma agenda atribulada. Ela se divide entre dois empregos (é repórter do programa “Fantástico”, da Rede Globo, e também dá palestras em empresas), cuida da casa, arruma tempo para encontrar o namorado e ainda faz questão de buscar, todos os dias, os filhos gêmeos Mariana e Mateus, 5 anos, na escola. A rotina dessa paulistana típica pode ser considerada banal, exceto por um detalhe:

Flávia é tetraplégica. Ferida gravemente em um acidente de carro em 1991, quando tinha 18 anos, a então jovem estudante perdeu os movimentos do pescoço para baixo por causa de uma lesão em sua coluna cervical. Após meses de fisioterapia, no entanto, acabou recuperando o domínio dos braços e hoje, apesar das limitações de locomoção, consegue levar uma vida muito ativa. “Lido com todos os desafios de uma mãe moderna. Ser cadeirante é apenas mais um”, diz Flávia.

A admirável história dessa tetramãe é contada no livro “Maria de Rodas – Delícias e Desafios na Maternidade de Mulheres Cadeirantes” (Editora Scortecci), que chega às livrarias nos próximos dias.

Na obra, Flávia e outras mulheres com mobilidade reduzida contam como superaram tabus e preconceitos para realizar o desejo da maternidade. “É importante mostrar para as cadeirantes que é possível, sim, ser mãe”, diz Flávia, uma militante da causa.

“Minha deficiência não interfere no meu papel de mãe, porque ser mãe não é uma condição física.”

Separada, no dia a dia, Flávia acompanha as crianças em várias tarefas, e conta com a ajuda de duas assistentes em atividades que exigem mais mobilidade, como dar banho. Muitas pessoas, porém, perpetuam a errônea crença de que uma mulher tetraplégica não teria condições de criar uma criança.

“Quando eu estava grávida, muita gente me olhava com espanto na rua, como se fosse um crime uma tetraplégica engravidar”, lembra Flávia.

“Lido com todos os desafios de uma mãe moderna. Ser cadeirante é apenas mais um” Flávia Cintra, 39 anos, mãe dos gêmeos Mariana e Mateus, 5 anos

Essas reações de assombro e desaprovação são bem conhecidas da publicitária carioca Juliana Oliveira, 36 anos. Tetraplégica desde os 22, quando sofreu um acidente de carro, ela decidiu ser mãe há três anos e logo que parou com o anticoncepcional engravidou naturalmente de Isa, que hoje tem 2 anos de idade. “Ter minha filha foi tão bom que, assim que ela nasceu, eu e meu marido já pensávamos em ter outro filho”, diz Juliana.

A segunda gestação veio em 2011, e trouxe ao mundo a pequena Lis, de 2 meses. Apesar da alegria pela dupla maternidade, Juliana teve que lidar com comentários desagradáveis de desconhecidos e até mesmo de familiares.

“Tem gente que me chama de louca porque escolhi ser mãe duas vezes, mas isso nunca me abalou”, diz Juliana, que tem uma rotina tão repleta de afazeres quanto Flávia.

Funcionária pública e apresentadora de um programa sobre inclusão na TV Brasil, ela ainda coordena a casa, cuida das crianças e gosta de frequentar bares e a praia.

“Mas conto com a ajuda do marido e de uma funcionária, claro.”

Do ponto de vista médico, a gravidez de uma tetramãe não é muito diferente da de uma mulher sem deficiência.

“Só é preciso ter cuidado extra com a circulação, porque elas têm mais chance de desenvolver trombose, e com a bexiga, para evitar infecções urinárias”, diz Miriam Waligora, obstetra do Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Pelo fato de partos de gestantes tetraplégicas serem tão raros, porém, a maioria dos médicos não sabe como lidar com essas pacientes.

Na sociedade o desconhecimento é ainda maior. “Existe um mito de que as pessoas com deficiência são assexuadas, como se a limitação motora representasse necessariamente uma disfunção sexual”, diz Ana Claudia Bortolozzi Maia, professora-doutora da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e autora do livro “Inclusão e Sexualidade na Voz de Pessoas com Deficiência Física” (Editora Juruá).

“O que a maioria da população não sabe é que os cadeirantes muitas vezes mantêm a sensibilidade e podem ter uma vida sexual plenamente satisfatória”, diz.

No caso de Flávia e Juliana, além de desfrutar de uma rica vida amorosa e sexual, as duas optaram por aproveitar também as delícias da maternidade.

“Antes de ser mãe, eu era viciada em trabalho. Hoje minha prioridade é a Mariana e o Mateus”, resume Flávia.

Fonte: Ser Lesado
 

Satpa

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Casal de cegos apaixona-se através dos seus cães-guia

Casal de cegos apaixona-se através dos seus cães-guia

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Publicado em greensavers


Um casal de cegos revelou ter-se apaixonado quando os seus cães-guia trocaram um brinquedo. Claire Johnson, 50 anos, e Mark Gaffey, 52 anos, estão hoje noivos e tudo começou quando os seus labradores se tornaram amigos nas aulas de treino de cães.

Os dois animais – ambos com três anos – tornaram-se inseparáveis, estendendo o sentimento aos seus donos. Após um 11 meses de namoro, o casal a viver em Stoke-on-Trent, em Inglaterra, ficou noivo e planeia já casar em Março do próximo ano – com os seus cães a transportarem as alianças.

“Durante o treino, os nossos dois cães, Rodd e Venice, pareciam saber algo que nós não sabíamos. Estavam sempre a brincar juntos e a aninharem-se”, partilha Mark, cego de nascença.

“É irónico termo-nos conhecido lá [nas aulas], porque descobrimos que só vivíamos a 2,5 Km de distância um do outro, mas nunca nos tínhamos encontrado. Estávamos realmente no lugar certo à hora certa.”

Claire perdeu a visão aos 24 anos, devido a diabetes. “Isto não teria acontecido se não fossem os nossos cães”, diz ela.
Rodd e Venice dormem na mesma cama, tal e qual um verdadeiro casal, como Calire e Mark. Mudaram, sem dúvida, a vida destas duas pessoas.



 
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