Clube apresenta queixa-crime contra PSP por lançamento de gás pimenta em pavilhão
Em causa está o jogo entre “Limianos” e Associação Juventude de Viana, realizado no passado sábado, a contar para a primeira divisão de hóquei em patins e que era decisivo para a manutenção no principal escalão de ambas as equipas.
A direcção da Associação Desportiva “Os Limianos” apresentou uma queixa no Ministério Público de Ponte de Lima contra o «uso excessivo de força» pela PSP durante uma partida de hóquei em que foi lançado gás pimenta no recinto.
«Sou responsável há mais de vinte anos pelo hóquei em patins e nunca vi uma coisa destas. Agentes da PSP a subirem a bancada, distribuindo bastonadas e gás pimenta, inclusive numa zona com grávidas e crianças, foi inacreditável», explicou à Lusa Adriano Martins.
A partida acabou com uma vitória da Juventude de Viana por 4-2, mas a confusão nas bancadas precipitou-se a quase quatro minutos do final, numa altura em que a equipa da casa liderava o marcador.
«O árbitro inventou um livre directo e toda a confusão começou aí. Mesmo assim estamos apenas a falar de umas bocas e pouco mais, que quem anda nisto sabe que é normal. Contra a Juventude, que é um clube amigo, não houve nada», explicou ainda Adriano Martins, presidente da Secção de Hóquei em Patins da clube de Ponte de Lima.
Na sequência dos desacatos, diz o responsável, o reforço de policiamento da PSP, pedido expressamente para o jogo, «carregou de forma desproporcionada sobre as pessoas que estavam na bancada», apresentando o pavilhão municipal na altura uma moldura de cerca de 600 pessoas, para um efectivo inferior a 20 agentes.
«Começaram a distribuir fruta por toda a gente, bastonadas e gás pimenta. O resultado é que foram cinco pessoas para o hospital, devido ao gás, inclusive duas grávidas», diz ainda o responsável.
A formação do “Limianos” garante ter apresentado queixa-crime contra o comandante da esquadra de Ponte de Lima e contra o comandante da força que esteve presente no pavilhão.
«Queremos o caso apurado até às últimas consequências.»
Contactado pela Lusa, o comandante distrital de Viana do Castelo da PSP, intendente Vieira da Cruz, garantiu já ter remetido todo o expediente para o Ministério Público e, pelo menos para já, assegura que a carga policial não será alvo de qualquer processo interno.
«Efectivamente houve necessidade de utilizar a força, nomeadamente com o bastão e o gás pimenta, já que no decurso do jogo houve o arremesso de um balde do lixo com detritos para o interior e alguns adeptos tentaram prejudicar o decurso normal da partida», disse ainda.
Viera da Cruz garante que todas as informações apontam para que tenha sido «usada a força necessária» e rejeita qualquer cenário de «excesso».
«Aliás, o dispositivo tinha sido reforçado precisamente porque são equipas vizinhas, de muita rivalidade», acrescentou.
Segundo a PSP, os agentes tiveram ainda necessidade de dar protecção à Juventude de Viana para sair de Ponte de Lima, tendo em conta a alegada tentativa de apedrejamento do autocarro.
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