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Dois responsáveis da Defesa ucranianos suspeitos de desvio de fundos
Dois responsáveis do Ministério da Defesa ucraniano são suspeitos de um desvio de fundos de mais de seis milhões de euros para a compra de coletes à prova de bala, indicou hoje um organismo anticorrupção.
Esta revelação indicia um novo caso de corrupção num país confrontado desde fevereiro de 2022 com a invasão militar da Rússia.
Segundo o gabinete de investigação do Estado, um antigo vice-ministro da Defesa responsável pela logística do Exército e o chefe de um departamento do ministério responsável pelo fornecimento são suspeitos de "desvios por abuso de poder em larga escala".
Os dois homens, cuja identidade não foi revelada, "encomendaram no estrangeiro equipamentos de proteção individual de má qualidade" e que foram previamente pagos integralmente sem respeitar "o procedimento de controlo da qualidade prevista", segundo a mesma fonte.
"Em consequência, as Forças Armadas ucranianas receberam coletes à prova de bala de má qualidade e que colocam vidas em perigo caso sejam utilizados em combate", denunciou ainda o gabinete de investigação.
Os dois homens, que estão detidos, arriscam até 12 anos de prisão.
Segundo o gabinete de investigação, este desvio de fundos constitui um novo episódio num caso mais amplo que totaliza mais de 36 milhões de euros e que envolve contratos de fornecimento de munições de má qualidade ao Exército ucraniano.
Desde o início da invasão russa, o Ministério da Defesa ucraniano tem sido abalado por vários casos de corrupção.
Em agosto, os 'media' revelaram a aquisição pelo ministério de uniformes a preços inflacionados, e em janeiro a aquisição de produtos alimentares para soldados por somas particularmente elevadas.
No início de agosto, a totalidade dos responsáveis regionais pelo recrutamento militar foram demitidos pelo Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, com o objetivo de desmantelar um sistema de corrupção que permitia aos recrutas, entre outras situação, evitar o serviço militar.
Após estes escândalos, o então ministro da Defesa ucraniano, Oleksii Reznikov, apresentou a demissão.
A luta contra a corrupção, um mal endémico no país, é um dos critérios estabelecidos pela União Europeia (UE) para examinar a candidatura de adesão da Ucrânia, que tem recebido dezenas de milhares de milhões de euros de ajuda ocidental desde o início da guerra.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Os aliados ocidentais da Ucrânia têm fornecido armas a Kiev e aprovado sucessivos pacotes de sanções contra interesses russos para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra.
nm