Évora Folk Festival apresenta sons tradicionais
Évora Folk Festival apresenta sons tradicionais
As músicas de raiz tradicional e popular, oriundas de Portugal, Irlanda, Espanha, Cuba e Cabo Verde, vão «encher» a Arena d'Évora durante uma semana, a partir de sexta-feira, no primeiro festival folk da cidade.
O I Évora Folk Festival, que decorre até dia 27, por ocasião das festas populares da cidade, é uma iniciativa da Câmara Municipal, com produção da empresa Trovas Soltas e direcção artística de Mário Correia.
O certame integra 11 actuações de inspiração folk e várias actividades paralelas, como uma conferência, uma feira do livro e do disco e uma exposição sobre a máscara ibérica.
«As músicas de raiz tradicional e popular têm vindo a construir uma referência cultural fundamental dos processos de reafirmação da identidade dos povos, entendida como elemento indispensável para o seu enraizamento e autonomia expressiva», realça a organização.
Ao mesmo tempo, «numa Europa tendencialmente sensibilizada para a necessidade de salvaguarda e de valorização da sua multiplicidade histórica, social e cultural», as tradições musicais das diferentes regiões «têm vindo a merecer uma atenção muito especial».
Em declarações à agência Lusa, António Ferro, da Trovas Soltas, garantiu hoje que o festival, que decorre ao mesmo tempo da Feira de S. João, visa proporcionar «espectáculos para toda a gente assistir» e levar a Évora «música que cria um ambiente de festa e apela às raízes tradicionais».
O primeiro concerto do Évora Folk Festival é protagonizado, sexta-feira, às 22:00, pelo músico português Fernando Tordo, acompanhado pela Stardust Orchestra.
O grupo espanhol Aulaga Folk, formado em 1999 e que, inspirado nos cancioneiros populares, tem como objectivo principal divulgar a música tradicional do Vale de Ambroz, na zona de Cáceres (Extremadura), actua sábado, na mesma noite do grupo irlandês Solas, que se estreou em 1996.
Os portugueses Monte Lunai, que se dedicam a uma reinvenção da dança e do baile tradicional, no contexto da música tradicional europeia, e os espanhóis La Musgaña, que oferecem uma mostra da música instrumental da Meseta Ibérica, com instrumentos autóctones, étnicos e contemporâneos, são os artistas convidados para domingo.
Na terça-feira é a vez dos Vocal Sampling, um grupo de seis jovens cubanos que, como por magia, transformam as suas vozes em instrumentos musicais, acompanhadas pela percussão corporal.
A cantora Mafalda Veiga, nascida em Lisboa, mas com raízes no Alentejo, também apresenta na Arena d'Évora o seu novo álbum, «Chão», editado este ano, subindo ao palco depois do grupo coral alentejano Os Almocreves, na quarta-feira.
Na noite seguinte é a vez dos La Bandina'l Tombo, grupo das Astúrias que recupera o espírito dos bailes que se faziam naquela região espanhola, no século XIX e inícios do século XX, e da banda irlandesa Flook, formada em 1995, integrando quatro músicos.
O concerto de encerramento do Évora Folk Festival está a cargo, no dia 27, do guitarrista, compositor e cantor cabo-verdiano Tito Paris, qualificado pela organização como a «verdadeira personificação da alma» daquele país e «ícone da moderna música luso-africana».
Entre as actividades paralelas ao festival, encontra-se uma exposição da máscara ibérica, patente no Palácio D. Manuel durante o certame, e uma feira do livro e do disco folk.
Além disso, o responsável pela direcção artística do festival, Mário Correia, especialista em folk e fundador do Centro de Música Tradicional Sons da Terra, em Sendim (Miranda do Douro), dá uma conferência sobre esta temática no dia 21, no Palácio D. Manuel, às 19:00.
Diário Digital / Lusa