- Entrou
- Ago 4, 2007
- Mensagens
- 47,386
- Gostos Recebidos
- 1,111

Dois dos analgésicos mais comuns, o ibuprofeno e o paracetamol, podem estar, inadvertidamente, a aumentar a resistência a antibióticos, diz um novo estudo publicado pela Universidade da Austrália do Sul (UniSA).
Os dois fármacos, usados comumente para aliviar a febre e a dor, podem aumentar a resistência a bactérias. Pior ainda: se combinados, o efeito é amplificado.
Os investigadores estavam a testar a reação de medicamentos não antibióticos com a ciprofloxacina - um antibiótico de largo espetro usado para tratar infeções de pele, intestinos e do trato urinário - e a batéria ‘Escherichia coli’ (E. coli), comum neste tipo de infeções.
Quando a E. coli foi exposta à ciprofloxacina em conjunto com o ibuprofeno e o paracetamol gerou mais mutações genéticas do que apenas com o antibiótico, o que permite à bactéria crescer mais depressa e tornar-se mais resistente - não apenas à ciprofloxacina, mas a outras classes de antibiótico.
Este efeito ganha contornos mais preocupantes quando se pensa em cuidados da terceira idade, sobretudo em lares, onde os mais velhos tomam várias combinações de medicamentos (analgésicos, sedativos, para circulação sanguínea, etc.) que podem culminar em “tempestades perfeitas” para permitir a bactérias intestinais ganhar resistência.
Os antibióticos são usados para curar infeções há décadas, mas sempre se alertou para o uso em excesso, que pode potenciar mutações bacterianas que os tornam ineficazes. Este estudo sugere que o problema pode ser ainda mais complexo, uma vez que os medicamentos não antibióticos também podem ter influência.
Os investigadores deixam claro que não defendem o fim do uso destes analgésicos, pedindo apenas mais sensibilização à forma como interagem com antibióticos, particularmente, se estiver envolvido o uso de vários fármacos de uso crónico.
IN:NM