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Enurese,Escorbuto,Esofagite,Esôfago de Barret,Esquistossomose,Epilepsia,Outros

migel

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Enurese,Escorbuto,Esofagite,Esófago de Barret,Esquistossomose,Epilepsia,Outros

Olá amigos;
Como é do vosso conhecimento, Saúde & Bem Estar consta de variadissimos temas divididos por vários tipos de DOENÇA/INFORMAÇÃO e para que não se verifique dispersão de assuntos, convido todos os membros a postarem por ordem alfabética.



Sendo assim, a partir desta data, todo o tipo de Informação relacionado com a letra E, será lançado neste tópico.


E


Esofagite
Esôfago de Barrett
Esquistossomose
Epilepsia
Outros


Com esta reorganização, pretendemos melhor consulta de quem nos visita, para que seja mais fácil obter o pretendido relativamente ao assunto, Saude & Bem estar.

O nosso muito obrigado a todos vós por cumprirem c/ o determinado.
 
Última edição por um moderador:

Lavalar

GF Ouro
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Muito se fala a respeito de dietas para melhorar enxaqueca. O que existe de concreto é que alguns pacientes (em torno de 25%) apresentam crises com alguns tipos de alimentos em alguns momentos de suas vidas.

Vinho tinto pode causar dor de cabeça?


EM TERMOS. Algumas pessoas sentem dor de cabeça com alguns tipos de vinho tinto. A verdade que existe nesta bebida não é apenas relacionada à presença de uma amina com acção sobre os vasos sanguíneos, denominada tiramina, mas também pela presença em grande quantidade dos radicais fenólico flavonóides. Essas substâncias, originárias da casca da uva e actuando como defensivos naturais desta fruta, são incorporadas ao vinho tinto mas não ao branco, e representam verdadeiros inimigos dos pacientes com enxaqueca em função de sua possibilidade real de deflagrar crises intensas

Pessoas com enxaqueca devem evitar o chocolate?


SIM.O chocolate contém cafeína e uma substância do tipo amina, com acção sobre o calibre dos vasos sanguíneos, chamada feniletilamina. Essas substâncias podem deflagrar episódios de enxaqueca em determinados pacientes.


Alimentação rica em frutas é a melhor dieta para quem sofre de enxaqueca?


NÃO.Algumas frutas também têm sido responsabilizadas pelo início de crises de enxaqueca. Os cítricos, devido à presença de outra amina com acção nos vasos sanguíneos e denominada de l'octopamina, foram apontados por vários pacientes em alguns estudos realizados com a ingestão de laranja, limão e até abacaxi.

in:h**p://www.dordecabeca.com.br/htm/sht_mitoalim.shtm
 
M

MMAD

Visitante
Enxaqueca

É uma dor hemicraniana (de um lado da cabeça), moderada a grave, pulsátil, pode ter uma duração de várias horas, até dois dias, e agrava com a actividade física. À medida que a intensidade aumenta, podem surgir náuseas e vómitos, aversão ao barulho (fonofobia), à luz (fotofobia) e, por vezes, a certos cheiros (osmofobia). A enxaqueca pode ser precedida por sintomas ou sinais neurológicos (20% dos casos): aura visual (distúrbios da visão, «flashes» luminosos e pontos negros), aura «somestésica» (anomalias da percepção das sensações) e mais raramente défice motor (paralisia ou fraqueza de um dos lados do corpo) ou dificuldade da locução (afasia).


A ENXAQUECA NA CRIANÇA

A enxaqueca na criança costuma ser mais curta, algumas têm uma duração de apenas meia-hora. A enxaqueca nas crianças localiza-se mais na parte frontal da cabeça; as crianças podem ser sensíveis à luz ou ao som, não a ambos, e os seus problemas de estômago (náuseas e vómitos) são mais accentuados. Um estudo europeu mostrou que de 73 crianças com enxaqueca entre os 7 e 15 anos, 41% estavam curadas 15 anos depois.

Embora as causas da enxaqueca continuem a estar mal-entendidas, as pesquisas mais recentes apontam para a "teoria neurovascular", envolvendo artérias cerebrais e nervos periféricos da face e cabeça (o nervo trigémeo que sai de um ponto localizado no centro do crânio e se dirige para a fronte).

Nas pessoas que sofrem de enxaqueca, existe uma predisposição genética do sistema neurovascular em reagir excessivamente a determinadas estimulações internas ou externas (as pessoas que sofrem de enxaqueca são «hipersensíveis»). Estas crises poderiam ser desencadeadas aquando de uma estimulação por uma modificação de um «relógio interno», provavelmente localizado a nível do hipotálamo.
Esta perturbação cerebral é responsável pelo desencadeamento de reacções em cadeia a nível dos vasos (que se contraem e se dilatam) e dos nervos.

Estes libertam substâncias (neuropeptídeos), entre as quais uma substância chave no controlo da dor: a serotonina. Daí os medicamentos específicos da enxaqueca actuarem a nível da serotonina.



FACTORES PREDISPONENETES

A hereditariedade constitui um factor predisponente em 60 a 80% dos casos das crianças, cujos pais sofrem ou sofreram de enxaqueca. Pelo contrário, a hereditariedade não parece ser importante nas cefaleias tipo tensão e em salva. Até à idade dos treze anos não existe diferença na incidência de enxaqueca entre os sexos. Mas, a partir da puberdade, as mulheres são mais afectadas que os homens (2/3 dos casos). A prevalência da enxaqueca é mais elevada, em ambos os sexos, por volta dos 35-40 anos. Existem alguns dados que associam a enxaqueca a determinados tipos de personalidade: tendência para o perfeccionismo, rigidez.



FACTORES PRECIPITANTES

Para que a crise de enxaqueca ocorra, verifica-se a actuação de factores externos e internos.


Factores externos:

» Alterações térmicas: bruscas variações de temperatura, calor ou frio excessivo, bebidas geladas;

» Ruído intenso, luz intermitente, cheiros muito activos de certas plantas ou perfumes;

» Traumatismos cranianos mínimos;

» Dores localizadas (dentárias, otorrino-laringológicas, oculares);

» Esforços físicos (desporto, actividade profissional ou sexual);

» Jejum ou inanição prolongados;

» Ingestão de alimentos gordos, chocolates, ovos, lacticínios,(leite gordo e certos queijos), mariscos, álcool, alimentos fumados ou conservas, certos frutos (citrinos e oleaginosas), café.



Factores internos:

» Alterações hormonais (início do período menstrual, ovulação);

» Alterações do sono (sono prolongado, alterações do ritmo circadiano);

» Hipoglicemia (jejum prolongado);

» Fadiga intensa;

» Stress prolongado.


É de referir uma situação curiosa: a enxaqueca de fim-de-semana, em que vários factores se podem associar: alterações do sono, jejum prolongado, aumento ou diminuição do stress, privação da cafeína.



TRATAMENTOS

Muitas cefaleias são banais e de curta duração, não necessitam de tratamentos.É essencial uma colaboração estreita do doente com o médico, no sentido de fornecer, com rigor, os sintomas (o modo como a dor se instalou, a forma como tem evoluído ao longo do tempo, tempo de duração...) e permitir um diagnóstico correcto.



É igualmente importante:

» Seguir, com rigor, o tratamento terapêutico: respeitar a dosagem, bem como o horário das tomas. Quando os episódios são frequentes (pelo menos 4 vezes por mês) o médico pode prescrever um tratamento de fundo (preventivo).

» O doente estar alerta no sentido de proceder à identificação e controlo dos factores que possam desencadear ou agravar as crises.

» Estar atento aos primeiros sinais: fadiga, euforia, sensação de fome... para, o mais rapidamente possível, iniciar a terapêutica com um analgésico. Um análgésico é sempre mais eficaz quando tomado no início da crise.

» A psicoterapia, o relaxamente e a higiene de vida contribuem positivamente para a qualidade de vida das pessoas com enxaquecas.
 
M

MMAD

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Reabilitação e Exercício Físico no Pós Enfarte do Miocárdio

Estudos demonstram que seguindo as “Guidelines” estabelecidas nos programas de reabilitação cardíaca, o exercício no Pós Enfarte do Miocárdio é seguro! O objectivo final é ajudar o paciente a retomar a sua actividade normal, tendo em conta os limites impostos pela doença.

Objectivos Específicos:

- Reduzir o risco de morte súbita, de novo E.M. ou de novos acidentes cardiovasculares

- Diminuir ou limitar o impacto fisiológico e psicológico do Enfarte do Miocárdio

- Optimizar a capacidade funcional

- Evitar/Prevenir a progressão subjacente ao processo arterioesclerótico

- Aumentar o “status” profissional e vocacional do paciente



Benefícios do Exercício Físico:

- Melhor Capacidade Funcional e de Tolerância Física

- Bem Estar Psico-Social

- Eficiência Cardio-Respiratória

- Melhor Circulação Sanguínea

- Coronária com Redução da Isquémia Miocárdica

- Doença Coronária Arteroesclerótica

- Redução do Risco de Morte Súbita

- Redução de Factores de Risco Arterotrombótico



Porém existem Contra-Indicações Absolutas:

- Angina Instável

- Hipertensão Severa Não Controlada

- Estenose Aórtica Severa

- Arritmias Cardíacas Não Controladas

- Bloqueio A.V. 3º Grau

- Distúrbios Metabólicos Não Controlados (Diabetes)



Modo e tipo de Exercício

- Contracção isotónica/relaxamento alternado das grandes cadeias musculares do tronco e membros

- Exercícios dinâmicos para os Membros Superiores e Membros Inferiores (marcha, jogging, exercícios na água, bicicleta)


Intensidade do Exercício

Deve ser mantido entre 40 a 85% do VO2 máx. ou CF (geralmente 50 a 90% da FCMáx.)



Duração e Frequência das Sessões de Tratamento

- 20 a 60 min.; Trisemanal

- Mínimo 20 min. progressão com uma intensidade de 50 a 85% de VO2 máx.

- Exercício intermitente (períodos de exercício com tempos de repouso, na relação de 1 para 1).

- Tempo total de exercício intermitente = tempo total de exercício contínuo


Num programa de Reabilitação Cardíaca, as várias fases do processo de reabilitação devem ser respeitadas, sendo a prescrição do exercício físico diferente para cada uma dessas fases.


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T

TIN

Visitante
Tudo sobre Eutanásia!!!

O que é a eutanásia?


A eutanásia é o acto de, invocando compaixão, matar intencionalmente uma pessoa.


Qual é a diferença entre a eutanásia e o suicídio assistido?


Usa-se o termo eutanásia quando uma pessoa mata directamente outra. Por exemplo, quando um médico dá uma injecção letal a um paciente.
Usa-se o termo suicídio assistido quando uma pessoa ajuda outra a matar-se a si própria. Por exemplo, quando um médico prescreve um veneno, ou quando uma pessoa põe no paciente uma máscara ligada a uma botija de monóxido de carbono e lhe dá instruções sobre como ligar o gás de forma a morrer.
Hoje em dia, em geral, utiliza-se o termo eutanásia para designar tanto a eutanásia propriamente dita como o suicídio assistido.

A eutanásia não é a garantia de uma morte digna?


“Morte com dignidade” tem sido um "slogan" muito usado pelos defensores da eutanásia, mas não há nada de dignificante nos meios que advogam. Por exemplo, uma organização pró-eutanásia distribuiu um panfleto que explicava como sufocar uma pessoa com um saco de plástico. Muitos dos “sujeitos” - como ele lhes chama - de Jack Kevorkian [o “Doutor Morte”, o mais conhecido activista e praticante da eutanásia americano] foram gaseados até à morte com monóxido de carbono e alguns dos seus corpos foram deixados em carros abandonados em parques de estacionamento. Qual é a dignidade de tais actos?

A legalização da eutanásia não serviria para que os pacientes morressem pacificamente, rodeados pelas suas famílias e médicos, em vez de serem sufocados por sacos de plástico ou gaseados com monóxido de carbono?


Não. Os defensores da eutanásia muitas vezes dizem isso, mas não é verdade.
Nos três lugares onde foram aprovadas leis que permitem a eutanásia, ficou claro que a legalização apenas legitimiza o uso dos sacos de plástico e do monóxido de carbono para matar pessoas vulneráveis.
Por exemplo, imediatamente após a aprovação da Medida 16, que legalizou a eutanásia no Estado americano do Oregon, os seus apoiantes admitiram que esta permitia o tipo de “actividades” de Jack Kevorkian. Também disseram que, quando são usados comprimidos para causar a morte, um saco de plástico deve também ser usado para garantir que a morte de facto ocorre. Algo de semelhante aconteceu no Território do Norte, na Austrália, onde os defensores da eutanásia pintaram o quadro de uma morte calma e pacífica do paciente, cercado pelos seus entes queridos. Nas linhas de orientação para os médicos escritas após a legalização (posteriormente anulada), foi reconhecido que o uso de monóxido de carbono era permitido. Foi também recomendado que, caso a morte fosse causada através de drogas, os membros da família fossem avisados de que podiam querer sair do quarto, já que a morte podia ser desagradável (As injecções letais frequentemente causam convulsões violentas e espasmos musculares).
O Dr. Philip Nitschke, um dos maiores activistas pró-eutanásia australianos, propôs um método de eutanásia que usava um computador de forma a permitir ao médico sair do quarto antes do paciente morrer.


Será que as pessoas devem ser forçadas a permanecerem vivas pelo avanço da medicina actual?


Não. Nem a lei nem a ética médica exigem que “tudo seja feito” para manter uma pessoa viva. A insistência, contra o desejo do paciente, em adiar a morte com todos os meios disponíveis seria contrária à lei e não é prática corrente nos hospitais. Seria algo cruel e desumano. A morte é algo de natural e não se justifica a sua recusa absoluta. Há um momento a partir do qual as tentativas de curar podem deixar de demonstrar compaixão ou de fazer sentido sob o ponto de vista médico. Nessa altura, o esforço deve ser posto em tornar o tempo de vida que reste ao doente o melhor possível. A intervenção médica pode-se limitar a aliviar a dor e outros sintomas que o incomodem. Deve também ser dado apoio humano, psicológico e espiritual, tanto por pessoal especializado como pelos familiares. Esses cuidados designam-se por cuidados paliativos e são referidos noutro artigo deste número.

As pessoas não deveriam ter o direito a cometer suicídio?


As pessoas habitualmente têm o poder de cometer suicídio. O suicídio e a tentativa de suicídio não são em geral criminalizados, como, aliás, em Portugal.
O suicídio é um acto trágico de um indivíduo. A eutanásia não é um acto privado. A eutanásia significa permitir que uma pessoa facilite a morte a outra. É razão para grande preocupação, pois pode levar a abusos tremendos, à exploração e à erosão dos cuidados aos mais vulneráveis entre nós.
A eutanásia não consiste em dar direitos à pessoa que morre, mas em alterar a lei e a prática de forma a que os médicos, parentes e outros possam directa e intencionalmente acabar com a vida dessa pessoa.
Esta alteração não daria direitos à pessoa que morre, mas à pessoa que mata. Por outras palavras, a eutanásia não diz respeito ao “direito a morrer”, mas sim ao direito a matar.
 
T

TIN

Visitante
A eutanásia não estaria disponível apenas para doentes em estado terminal?


Definitivamente, não. Há dois problemas nessa questão: a definição de “terminal” e as alterações que já tiveram lugar e que estenderam a eutanásia a doentes não terminais. Há muitas definições da palavra “terminal”. Por exemplo, quando falou no National Press Club em 1992, Jack Kevorkian definiu uma doença terminal como “qualquer doença que encurte a vida nem que seja em um só dia”. Algumas leis definem condição “terminal” como aquela na qual a morte decorrerá “em relativamente pouco tempo”. Outras declaram que “terminal” significa que a morte é esperada em seis meses ou menos. Ora, mesmo quando uma esperança de vida definida (tal como seis meses) é referida, os médicos reconhecem que é virtualmente impossível predizer a esperança de vida de um paciente. Além disso, algumas pessoas a quem é diagnosticado uma doença terminal não morrem senão ao fim de anos, se é que morrem da doença que foi diagnosticada.
No entanto, cada vez mais os defensores da eutanásia deixam cair a expressão “doença terminal” e substituem-na por outras mais abrangentes como “doente sem esperança”, “doente desesperado”, “doente incurável”, “estado desesperado” e “vida sem sentido”. Um artigo numa revista científica intitulado “Suicídio e Comportamentos que põem a Vida em Risco” descrevia orientações para o suicídio assistido de pessoas em “estado desesperado”. Este “estado” foi definido como incluindo doença terminal, dor física ou psíquica intensa, debilidade ou deterioração física ou psíquica, ou qualidade de vida já não aceitável para o indivíduo. Isso inclui, evidentemente, o estado de qualquer pessoa com um impulso suicida. Num discurso à American Psychiatric Association (Associação Psiquiátrica Americana) em Maio de 1996, George Delury (que em 1995 ajudou a sua mulher com esclerose múltipla a morrer) sugeriu que “as pessoas desenganadas ou com mais de 60 anos são candidatas a uma licença para morrer” e que essa licença deveria ser dada sem necessidade de exame médico. É também necessário referir que, pelo menos nos E.U.A., é permitida a eutanásia de recém-nascidos deficientes (sentença "Bowen vs American Hospital Association" de 1986).


A eutanásia não seria só a pedido do paciente, não seria sempre voluntária?


Não. Um dos principais argumentos dos defensores da eutanásia é a de que esta deveria ser considerada “tratamento médico”. Se se aceita essa ideia de que a eutanásia é algo de bom, então não só será desapropriado mas discriminatório negar esse “bem” a uma pessoa com base em que a pessoa é muito nova ou mentalmente incapaz de fazer esse pedido. De facto, para efeitos legais, a decisão de um representante é geralmente tratada como se tivesse sido tomada pelo próprio paciente. Isso significa que crianças e pessoas que não podem tomar as suas próprias decisões podem ser sujeitas a eutanásia.
Suponhamos no entanto, que não fosse admitida a opção de morte tomada por um representante. O problema de quão livre é um pedido de morrer continua em aberto.
Se a eutanásia for aceite, quer legalmente quer apenas em termos práticos, um certo grau de coerção, mesmo que involuntária, é inevitável. O caso da Holanda é muito claro: quando se aceita a eutanásia voluntária, a involuntária segue-se como consequência inevitável (ver textos sobre a eutanásia na Holanda).

A eutanásia não se poderia tornar num meio para conter os custos dos sistemas de saúde?


Nos últimos anos a preocupação com os custos dos sistemas de saúde tem sido crescente. Em tal clima, a eutanásia pode aparecer como um meio de contenção de custos.
Por exemplo, imediatamente após a aprovação da Medida 16 do Oregon, o director estadual da Medicaid, Jean Thorne, anunciou que o suicídio assistido seria pago como “cuidado de conforto” no Plano de Saúde do Oregon, que fornece cobertura médica a cerca de 345 mil habitantes desse estado. Dezoito meses depois da aprovação dessa lei, o Estado anunciou planos de cortar a cobertura dos cuidados de saúde dos pobres aí residentes.

Se a morte é inevitável, a pessoa que está a morrer não tem o direito a cometer suicídio?


É importante perceber que o suicídio de uma pessoa a quem foi diagnosticada uma doença terminal não é diferente do de uma pessoa que não é considerada doente terminal. A depressão, conflitos familiares, sentimentos de abandono, desespero, etc. conduzem ao suicídio, independentemente do estado de saúde da pessoa.
Diversos estudos mostram que se a dor e a depressão são tratadas de forma adequada num doente terminal – da mesma forma que o seriam num suicida não terminal – o desejo de cometer suicídio desvanece-se. O suicídio dos doentes terminais, como o suicídio entre a população em geral, é um acontecimento trágico que mata as vítimas e deixa sobreviventes arrasados.


A eutanásia não é por vezes a única forma de aliviar uma dor insuportável?


Pelo contrário. Os activistas da eutanásia exploram o medo natural que as pessoas têm do sofrimento e da morte, e muitas vezes concluem que quando a cura é improvável só há duas alternativas: eutanásia ou dor insuportável.
Por exemplo, um funcionário da organização pró-eutanásia “Escolha na Morte”, disse que recusar a liberalização da eutanásia “seria, de facto, abandonar o paciente a uma morte horrível”. Uma afirmação irresponsável como essa esquece que virtualmente qualquer dor pode ser eliminada e, nos casos raros em que não pode ser eliminada, pode ser muito reduzida desde que tratada adequadamente.
É um escândalo que haja tanta gente que não receba tratamento adequado da dor. Mas matar não é a resposta para esse escândalo. A solução é melhorar a formação dos profissionais de saúde nessa área, melhorar o acesso aos serviços de saúde, e informar os pacientes sobre os seus direitos como consumidores.
Toda a gente – quer seja uma pessoa com uma doença mortal ou em condição crónica – tem o direito a tratamento que alivie a dor. Com os modernos avanços no controlo da dor, nenhum paciente pode estar sujeito a dor insuportável. No entanto, muitos médicos nunca tiveram formação específica nessa área e podem não saber o que fazer.


Já que o suicídio não é criminalizado, porque é que deve ser ilegal ajudar alguém a cometer suicídio?


Nem o suicídio nem a tentativa de suicídio são criminalizados em Portugal, nos E.U.A. ou em muitos outros países, mas não por causa de um “direito” ao suicídio. O suicídio não é penalizado por motivo evidente: o suicida morre e, por isso, não pode ser punido. A tentativa de suicídio deixou de ser penalizada para facilitar que as pessoas que a cometem possam recorrer a ajuda antes de a morte chegar e também porque não há necessidade de penalizar quem já sofre com um mal que a leva a dar esse passo. A lei portuguesa pune, apenas, quem incitar outra pessoa a suicidar-se, ou lhe prestar ajuda para esse fim.


Onde é que a eutanásia é legal?


Até há alguns meses o Estado americano do Oregon tinha a única lei no Mundo que permitia explicitamente a um médico prescrever drogas letais com vista a terminar a vida do paciente, ou seja, suicídio assistido.
Na Holanda, a eutanásia é muito praticada desde há muitos anos, mas só há uns meses foi legalizada. Essa lei entrou em vigor no dia 1 de Abril de 2002.
Em 1995 o Território do Norte australiano aprovou a eutanásia. Essa lei entrou em vigor em 1996, mas foi anulada passados poucos meses por uma decisão do Parlamento australiano.
O site do IAETF tem dados actualizados permanentemente sobre a evolução da eutanásia no mundo.
 

néle

GF Prata
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a minha opinião sobre eutanásia não é de forma nenhuma generalista e não sei como se pode ajudar alguém... que existe mesmo que se conhece que se trata a toda a hora que se pensa no seu sofrimento a toda a hora e nem se quer se imagina a dor por que está a passar física e psicológica em fase terminal em que parecendo que não aguentaria mais que alguns dias já prolonga o sofrimento á mais de 4 meses, já cadáver e consciente, bem pior que qualquer imagem que possam ter de um corpo do holocausto esta pessoa vive!? ainda não morreu tem 50 e poucos anos e um cancro no útero de indescritível imagem e cheiro pelo serviço de enfermagem que conheço, 6 horas de morfina para aliviar tanto sofrimento todos os dias nada a pode confortar já, nada, a não ser a própria morte... a família já não consegue visitá-la, está só...
digam-me que viva é esta ?
isto é prolongar a vida ou o sofrimento?
isto é dignidade?
isto é vida ???????????????
isto é real
não se pode ajudar esta pessoa? eu acho que sim
ou vamos simplesmente, politicamente e eticamente ignorá-la...
eu não consigo, e admiro quem de algum modo lhe dê descanso
desculpem o desabafo mas não consigo de deixar de pensar nesta pobre mulher
 
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TIN

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a minha opinião sobre eutanásia não é de forma nenhuma generalista e não sei como se pode ajudar alguém... que existe mesmo que se conhece que se trata a toda a hora que se pensa no seu sofrimento a toda a hora e nem se quer se imagina a dor por que está a passar física e psicológica em fase terminal em que parecendo que não aguentaria mais que alguns dias já prolonga o sofrimento á mais de 4 meses, já cadáver e consciente, bem pior que qualquer imagem que possam ter de um corpo do holocausto esta pessoa vive!? ainda não morreu tem 50 e poucos anos e um cancro no útero de indescritível imagem e cheiro pelo serviço de enfermagem que conheço, 6 horas de morfina para aliviar tanto sofrimento todos os dias nada a pode confortar já, nada, a não ser a própria morte... a família já não consegue visitá-la, está só...
digam-me que viva é esta ?
isto é prolongar a vida ou o sofrimento?
isto é dignidade?
isto é vida ???????????????
isto é real
não se pode ajudar esta pessoa? eu acho que sim
ou vamos simplesmente, politicamente e eticamente ignorá-la...
eu não consigo, e admiro quem de algum modo lhe dê descanso
desculpem o desabafo mas não consigo de deixar de pensar nesta pobre mulher

Pois é amigo...
Mais palavras para quê?
Um abraço.
Tin.
 

Lavalar

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Enxaqueca em homens pode aumentar risco de Enfarte do Miocárdio

Homens que sofrem com frequência de Enxaqueca podem correr um maior risco de apresentar Doenças Cardiovasculares e, especialmente, Enfarte do Miocárdio, segundo um artigo da Harvard University, EUA, publicado na revista "Archives of Internal Medicine.

A equipa liderada por Tobias Kurth, da Escola de Medicina da universidade, estudou casos clínicos de 20.084 homens, com idades entre 40 a 84 anos, sem uma história anterior da Doença Cardíaca. Desde a data em que o estudo teve início, entre 1981 e 1984, até 2005, foram enviados aos homens inúmeros questionários sobre seu estado de saúde cardiovascular.

Foram analisadas doenças como AVC, Enfarte do Miocárdio ou morte por Doença Cardiovascular. Também foram objecto de avaliação a Angioplastia, implantação de ponte coronária (bypass) e angina de peito. Mesmo assim, os médicos classificaram como afectados por Enxaquecas aqueles que sofreram sintomas apenas nos cinco primeiros anos.

Cerca de 7% dos participantes afirmaram ter tido a doença. "Se compararmos os homens que não sofreram de Enxaqueca com aqueles que afirmaram ter tido os sintomas dessa doença, verificamos que o segundo grupo apresentou um risco significativamente mais alto de Doença Cardiovascular e Enfarte do Miocárdio", evidenciaram os autores.

A maior incidência da Doença Cardiovascular para cada 10 mil homens por ano foi de 8,5 para aqueles que não sofreram Enxaquecas e de 10,4 para aqueles que tiveram a doença.

MNI- Médicos na Internet
 

Navarra

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Exercício Físico e Manutenção ( FITNESS ) - I

Por que são importantes a actividade física e o exercício?

O que é actividade física e exercício

Estes dois termos podem parecer sinónimos, mas existem diferenças significativas entre os dois:

A actividade física compreende tudo o que faça activar os seus músculos, desde lavar pratos até jogar futebol ou praticar natação.

O exercício é uma categoria de actividade física e refere-se especialmente a um programa estruturado de forma a atingir ou manter a boa-forma

Como responde o organismo à actividade física e exercício.

Quando se efectua um trabalho físico, mesmo algo simples como atravessar uma sala, as células são “acordadas” do seu estado de repouso, e através de um processo complicado, são dotadas de energia adicional. Em primeiro lugar, as células necessitam de oxigénio para activar as funções metabólicas necessárias a uma actividade continuada. Para este efeito, os sistemas respiratório e circulatório fornecem sangue com grande percentagem de oxigénio aos músculos em exercício.

Este metabolismo acelerado, produz contudo produtos de eliminação, que são removidos pelos os pulmões (CO2) e rins (urina e seus componentes). É por estas razões que se respira mais rapidamente e o coração aumenta a sua frequência quando fazemos exercício. Outro produto da actividade das células estimuladas é o calor. A transpiração é o processo do organismo controlar a temperatura através da evaporação do suor

Benefícios da actividade física e exercício

A actividade física, bem como o exercício regular, são fundamentais a um estilo de vida saudável. Não somente o ajudam a estar em melhor forma e sentir-se com mais vitalidade, como melhoram significativamente a saúde e aumentam a esperança de vida. Uma vida fisicamente activa diminui as probabilidades de vir a sofrer de doenças potencialmente fatais como hipertensão, enfarte do miocárdio, acidentes vasculares cerebrais, diabetes e cancro.

Também baixa as probabilidades de vir a sofrer de doenças que diminuam a qualidade de vida, como é o caso dos reumatismos, bronquite, etc. Em resumo, o exercício físico regular:

· Diminui o risco de morte prematura

· Diminui o risco de tensão arterial elevada, e diminui-a nos casos em que já haja hipertensão

· Melhora o controle do peso

· Diminui o risco de diabetes

· Diminui o risco de cancro do intestino (cólon)

· Aumenta a resistência óssea

· Aumenta a resistência o esforço

· Diminui o risco de depressão e ansiedade

· Aumenta a energia

· Dá uma sensação geral de bem esta

Componentes de um programa básico de exercício:

Um programa de exercício físico bem estruturado deverá incluir actividades que desenvolvam as três áreas mais importantes: treino de resistência e força muscular, actividade aeróbica e exercícios de alongamento e flexibilidade

Treino de resistência - musculação (força): tente fazer cerca de 20 minutos de pesos ou aparelhos duas vezes por semana. Um programa básico deve incluir 8 a 10 exercícios diferentes que utilizem os músculos das pernas, tronco, braços, peitorais e ombros.

Actividade aeróbica: Faça 30 minutos de marcha ligeira (cerca de 7 km por hora) todos ou quase todos os dias da semana.

Exercícios de flexibilidade: Faça 10 a 15 minutos de exercícios de alongamento pelo menos duas vezes por semana. Deve incluir 8 a 10 exercícios que trabalhem a maior parte dos músculos do corpo e membros.

Quanto exercício deve fazer?

Para obter resultados benéficos do exercício deverá queimar 700 (mínimo aceitável) a 2000 calorias (o ideal) por semana em actividade aeróbica moderada. Se queimar mais de 2000 calorias poderá melhorar as suas capacidades atléticas. Aqui ficam alguns dados:

Andar de forma acelerada (cerca de 6 km por hora) queima aproximadamente 80 calorias por quilómetro. Assim, para queimar 700 calorias numa semana precisará de andar cerca de 9 quilómetros, ou andar cerca de uma hora e 30 minutos.

Para queimar 2000 calorias precisará andar cerca de 25 km ou andar cerca de 5 horas. Além disso, não deverá esquecer os exercícios de alongamento e força muscular.

Como deve praticar o exercício?

Para obter benefícios da actividade aeróbica, deve esforçar-se o suficiente para acelerar os ritmos cardíaco e respiratório. No entanto, devem-se fazer sessões mais prolongadas e frequentes de actividade moderada em vez de sessões espaçadas de exercícios violentos, como dantes era recomendado.

Existem várias razões para isso: em primeiro lugar, tudo indica que para diminuir o risco de doença, a quantidade de exercício aeróbico é mais importante do que a intensidade. Além disso, uma actividade moderada é mais segura para a generalidade das pessoas, enquanto exercícios mais violentos como a corrida, oferecem mais riscos de lesões musculares e ósseas, aumentando também muito o stress cardiovascular, sobretudo em indivíduos a partir da meia-idade, pessoas com hábitos sedentários (que não estão habituadas a fazer exercício), e naqueles que sofrem de doenças cardiovasculares.

Mas como se pode definir o que é exercício moderado para uma dada pessoa? Uma das melhores maneiras de o saber é também a mais simples: verifique como se sente. Embora o objectivo do exercício aeróbico seja aumentar os ritmos cardíaco e respiratório, se notar que tem dificuldades em respirar (fica a “arfar”), que o coração pulsa com grande intensidade, ou que transpira em grande quantidade, é porque excedeu o grau de moderação aconselhado e entrou numa fase de exaustão.

Também pode monitorizar o grau de esforço medindo a sua pulsação, que não deve exceder em 50 a 60 por cento da sua capacidade máxima. Para a medição ser bem feita, deve ser efectuada ainda durante o período em que está a fazer exercício, uma vez que o ritmo desce rapidamente assim que parar.

Determine a sua preparação física (fitness)

De um modo geral, a preparação física – “fitness” – é a capacidade do seu corpo para efectuar actividade física.

Existe uma série de parâmetros fisiológicos que avaliam a capacidade de resposta do seu organismo para o esforço.

Estrutura corporal: é a proporção entre a gordura acumulada e a massa muscular do corpo. Muitas doenças, incluindo o cancro, diabetes e doenças cardíacas, causam uma acumulação excessiva de gordura em especial no abdómen.

Flexibilidade: é a capacidade que as articulações têm para se mover livremente em todas as direcções. Com a idade, a diminuição da flexibilidade pode levar a lesões ou incapacidade funcional

Força e resistência musculares: medem, respectivamente, a quantidade de força que os músculos podem efectuar e quanto tempo podem trabalhar sem se fatigar

Endurance cárdio-respiratória: também conhecida como capacidade aeróbica, avalia as funções cardíacas e respiratórias indicando qual a capacidade do coração, pulmões e vasos sanguíneos para fornecer oxigénio às células durante o exercício prolongado.
 

Navarra

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Exercício Físico e Manutenção ( FITNESS ) - II

Quando iniciar um programa de manutenção física, deve ter uma ideia do seu actual estado de preparação, medindo vários parâmetros que posteriormente lhe irão permitir não só elaborar o seu programa de actividade física como também avaliar os seus progressos. Alguns desses parâmetros poderão ser medidos por si, outros terão que ser avaliados em ginásios ou locais específicos.

· Testes de constituição física

· Testes de flexibilidade

· Força muscular

· Testes de esforço cardíaco

Testes de constituição física

Ter excesso de peso aumenta o risco para uma série de problemas de saúde. Para além de causar um aumento de esforço cardíaco, facilita o aparecimento de diabetes, hipertensão, doenças cardíacas, artroses, alterações menstruais e alguns tipos de cancro

Como determinar o Índice de Massa Corporal (IMC)

Como saber se uma pessoa tem excesso de peso? Actualmente isso é feito determinando aquilo a que se chama Índice de Massa Corporal ou IMC. Para achar qual o valor, divide-se o peso em quilos pela altura, em metros, multiplicada ao quadrado – peso a dividir por (altura vezes altura). Um IMC de menos de 25 é o ideal, 25 a 29,9 significa que se tem peso em excesso, e mais de 30 que se é obeso.

Exemplo: uma pessoa com 75 kg de peso e 1,80m de altura terá o seguinte IMC: 75 / (1,8 x 1,8) = 75 / 3,24 = 23,

Testes de flexibilidade

Dependendo da sua constituição genética e o tipo de actividades físicas praticadas, poderá ter muita flexibilidade em certas zonas e pouca noutras. A maneira mais precisa para avaliar este capítulo é com um fisioterapeuta ou treinador de educação física que lhe meça a amplitude dos movimentos de todas as articulações. No entanto, pode fazer em casa o seguinte teste:

· Faça um aquecimento andando a pé ou de bicicleta até transpirar ligeiramente.

· Coloque uma fita métrica no chão (fixada com fita-cola) com o zero da escala virado para si. Coloque uma marca nos 40 centímetros

· Sente-se no chão com uma perna de cada lado da fita, e cada um dos calcanhares a cerca de 30 centímetros da marca.

· Peça a alguém que lhe segure as pernas, de modo a mantê-las fixas mas sem interferir com os movimentos.

· Coloque uma mão sobre a outra e, lentamente, dobre-se para a frente de modo a chegar o mais longe possível sobre a fita métrica. Páre assim que sentir algum desconforto. Quanto maior a distância atingida, melhor a flexibilidade. Faça o mesmo exercício 3 vezes e tome nota da distância máxima atingida. Poderá assim avaliar os seus progressos futuros.

Testes de força muscular

Para avaliar com exactidão a sua força muscular, deve testar cada grupo muscular separadamente.

Se estiver a pensar em iniciar um programa de musculação, deverá começar por fazer algumas sessões experimentais com um profissional habilitado (treinador, fisioterapeuta, professor de educação física). A fim de avaliar o nível inicial de força muscular, muitos técnicos utilizam o método das repetições progressivas em que se vai aumentado o peso levantado até se determinar qual o máximo que se consegue levantar com um único esforço. Os benefícios óptimos conseguem-se com um programa que utilize 75% do peso máximo nos vários exercícios, embora seja aconselhável que os principiantes iniciem apenas com 50%.

Exemplo de medição:

O teste que a seguir explicamos dá-lhe uma ideia aproximada da sua força muscular a nível da parte superior do corpo e membros:

· Coloque-se no chão, com os braços estendidos e apoiado nas palmas das mãos.

· Se for um homem, fique com as pernas esticadas e o peso distribuído pelas mãos e pontas dos pés.

· Se for uma mulher fique com os joelhos no chão.

· Baixe o peito até que toque no chão. Volte para cima (fazendo força com os braços até ficarem estendidos novamente e deitando fora o ar nessa altura – não prenda a respiração)

· Faça repetidas flexões como esta até que sinta necessidade de parar. Conte as flexões que fez e verifique ao longo do tempo os seus progressos.

Testes de esforço cardíaco

Existem vários processos relativamente simples para medir o esforço que se está a fazer durante o exercício, de que salientamos os testes de fala e do ritmo cardíaco:

Teste da fala

É bastante simples, embora algo subjectivo, mas muito prático para saber se o seu esforço é excessivo. Durante o exercício a respiração torna-se mais rápida e ofegante, mas deverá ser possível falar sem um esforço muito acentuado. Se for incapaz de falar durante o exercício, isso quer dizer que o nível de esforço pode ser demasiado.

Ritmo cardíaco

Para optimizar os benefícios do exercício aeróbico, o ideal é que se mantenha a frequência cardíaca entre os 50 e 85% do ritmo máximo estimado para a idade. Este ritmo máximo mede-se em número de batidas por minuto e calcula-se subtraindo a idade a 220. Por exemplo, se tiver 40 anos, o seu ritmo máximo estimado será de 220 – 40 = 180 batidas por minuto. 50% desse valor são 90 batidas por minuto, e 85% são 153 por minuto

O ritmo pode ser medido no pescoço ou no pulso, usando de preferência os 3 dedos médios da mão (e não o polegar) sobre a artéria. Conte durante 15 segundos e multiplique por quatro para obter o ritmo por minuto. A tabela abaixo indica o ritmo ideal para várias idades. Procure sempre manter-se entre os dois valores aconselhados quando fizer exercício

Idade:
Ritmo cardíaco ideal durante o exercício aeróbico

20
100 a 170 batidas por minuto

25
98 a 166 batidas por minuto

30
95 a 162 batidas por minuto

35
93 a 157 batidas por minuto

40
90 a 153 batidas por minuto

45
88 a 149 batidas por minuto

50
85 a 145 batidas por minuto

55
83 a 140 batidas por minuto

60
80 a 136 batidas por minuto

65
78 a 132 batidas por minuto

70
75 a 128 batidas por minuto

75
73 a 123 batidas por minuto

80
70 a 119 batidas por minuto

85
68 a 115 batidas por minuto

À medida que a forma física e cardio-respiratória melhoram, o coração trabalha de forma mais eficiente bombeando mais sangue com menos batidas, aumentando assim o seu rendimento. Uma das provas do benefício que se está a obter é a diminuição do ritmo cardíaco em repouso. Comece por medir o seu ritmo cardíaco logo de manhã, ainda na cama, em 3 dias consecutivos, e registe a média desses 3 dias. Repita periodicamente esta medição de 3 dias consecutivos e notará, se estiver a fazer um programa adequado, que o ritmo vai descendo. Também notará que o retorno ao ritmo de base após terminar o esforço se faz cada vez mais depressa. Caso a evolução se faça noutro sentido, isso poderá querer dizer que está a fazer esforço demasiado.
 

ssyssy

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Espinha bífida: o que é?

Espinha bífida: o que é?

De acordo com Eulália Calado, «a espinha bífida é um defeito do tubo neural, que se caracteriza pelo não encerramento dos arcos posteriores das vértebras, o que provoca danos no sistema nervoso central, formado pela espinal-medula e pelo cérebro. A malformação afecta, sobretudo, a sensibilidade e mobilidade dos membros inferiores e é acompanhada, muitas vezes, de hidrocefalia».

Há vários tipos de espinha bífida

A espinha bífida oculta é um tipo muito comum, que raramente causa deficiência de tal forma que a maioria dos doentes que padece desta forma não sabe que a tem.

Pode ter algumas manifestações externas como uma mancha avinhada, uma fosseta ou um tufo de pêlos nas costas, na região lombossagrada.

Há também a espinha bífida quística, que se divide em duas formas: meningocelo e mielomeningocelo.

Na primeira, existe uma bolsa que contém membranas que cobrem a espinal-medula e líquido cefalorraquidiano (LCR). Este líquido banha e protege o cérebro e a espinal-medula. As raízes nervosas não estão geralmente muito danificadas, por isso existem poucos sinais de deficiência.

Quanto ao mielomeningocelo «é o tipo de espinha bífida quística mais grave e mais comum», afirma a médica.

Neste caso, a bolsa contém raízes nervosas e parte da espinal-medula, que está lesionada. Logo, existe paralisia ou perda de sensibilidade abaixo da região lesada, bem como problemas de incontinência, quer da bexiga quer dos intestinos.

Eulália Calado refere que «a espinha bífida inclui uma série de complicações associadas como atraso cognitivo, subvisão, infecções renais que podem conduzir a insuficiência renal, deformações ortopédicas progressivas dos pés, joelhos, ancas e coluna e alergia ao látex».

A especialista alerta para o facto de as intervenções cirúrgicas e qualquer tratamento hospitalar terem de ser «realizadas num ambiente sem qualquer tipo de material com látex, uma vez que este pode desencadear reacções alérgicas graves».

«Os doentes são submetidos a vários tipos de cirurgia desde idades precoces: correcção do mielomeningocelo, derivação da hidrocefalia, intervenções ortopédicas, urológicas, sendo que mais de metade das crianças criam sensibilidade ao látex», explica a neurologista.

Tendinites, obesidade, desordens gastrintestinais, impotência, depressões e problemas de ordem social e psicológica são também problemas associados.

Por ser tão vasto o leque de complicações que podem surgir é que «é tão importante o diálogo entre os vários especialistas e entre estes e os pais das crianças», afirma Eulália Calado.

De acordo com a Enf.ª Luísa Monteiro, do Hospital de D. Estefânia, «tento explicar aos pais de forma mais simplificada as implicações, as consequências da doença. Tento trocar os termos científicos dos médicos “por miúdos”.

A pergunta que mais se ouve da boca dos pais é “O meu menino vai andar?”. Por isso, o diálogo com os pais é muito importante, temos uma grande preocupação nesse aspecto».
 

ssyssy

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Espinha bífida: uma doença rara com muitos encargos

A espinha bífida é uma doença rara e pouco conhecida do público, com inúmeras consequências físicas, psicológicas e sociais.

Cesaltina, 6 meses de idade, sofre de espinha bífida, uma malformação da coluna vertebral, que tem consequências como a dificuldade de locomoção.

Os olhos negros e expressivos desta bebé chegaram de São Tomé e Príncipe há cerca de cinco meses. Assim que chegou foi submetida a uma intervenção cirúrgica, para correcção do mielomeningocelo e pouco tempo depois à derivação da hidrocefalia, situação que aparece muitas vezes associada à espinha bífida.

Passou a ser acompanhada no Hospital de D. Estefânia, um dos poucos hospitais em Portugal onde existe um núcleo multidisciplinar de acompanhamento da espinha bífida.

«Este caso é um exemplo de uma realidade nova, em que o maior número de novos casos de espinha bífida que chegam hoje em dia ao Hospital de D. Estefânia é proveniente dos PALOP, sobretudo de S. Tomé e Príncipe, Guiné e Cabo Verde», afirma a Dr.ª Eulália Calado, neurologista do Núcleo de Espinha Bífida do Hospital de D. Estefânia.

E acrescenta:

«Vêm especialmente de países em que as mães não têm acompanhamento médico adequado, sem acesso a informação de qualquer tipo ou a ecografias.»

«Hoje em dia, a maioria dos casos que aparece em Portugal são oriundos dos PALOP. No ano passado, o hospital recebeu seis casos de países africanos de Língua Portuguesa contra dois casos de Portugal.»

o Dr. Luís Quaresma, responsável pela Associação Spina Bifida e Hidrocefalia de Portugal - ASBIHP, tem 45 anos e padece da mesma doença. Como o próprio diz, «sou dos poucos doentes de espinha bífida da minha geração que chegaram a esta idade».

«Só muito recentemente é que os avanços da Medicina permitiram que os doentes de espinha bífida tivessem uma esperança média de vida maior», menciona Luís Quaresma, que diariamente ainda se depara com muitas dificuldades.

E aponta as mais comuns:

«Estão relacionadas com a locomoção: as barreiras arquitectónicas como os passeios altos de mais ou a ausência de rampas ou ainda a dificuldade em entrar nos transportes públicos.»

Mas, há todo um conjunto de problemas pelos quais os doentes de espinha bífida passam e que são mais graves quando comparados com os acima referidos.

Ao nível médico, aquele doente afirma que «não há equipas especializadas que façam um acompanhamento correcto do doente na fase adulta. Até há uns anos, raramente se sobrevivia à infância, pelo que as equipas médicas são sobretudo pediátricas».

Estas equipas são multidisciplinares e envolvem neurologistas, fisiatras, ortopedistas, urologistas, psicólogos, enfermeiros, assistentes sociais…

«Quando chegamos a adultos deixa de haver um acompanhamento sistemático», refere Luís Quaresma, prosseguindo:

«Mas o facto de haver cada vez mais pessoas com espinha bífida a chegar à idade adulta é também sinal que as equipas multidisciplinares pediátricas funcionam bem».

Outro dos principais problemas prende-se com o estatuto da doença.

«Não temos o estatuto de doente crónico. A espinha bífida é considerada uma malformação e isso obriga a que tenhamos toda uma série de encargos por causa disso.»

«É necessário fazer tratamentos e exames frequentes. São necessárias sondas para fazer o esvaziamento da bexiga de três em três horas, pensos, fraldas e estes encargos não são comparticipados em nada. Os custos têm de ser inteiramente suportados pelos doentes», desabafa o responsável pela ASBIHP, frisando:

«O que acontece é que muitos doentes, por não terem possibilidades económicas, fazem a reutilização do material além do aconselhado».

O material deteriora-se e a higiene também, podendo provocar infecções urinárias e insuficiência renal crónica.

«E aí já somos considerados doentes crónicos e já passamos a ter os medicamentos comparticipados», explica o responsável pela ASBIHP, que continua:

«O material utilizado durante uma vida inteira de 30 ou 40 doentes custaria tanto ao Estado como um ano de hemodiálise.»

«Muitos homens com espinha bífida sofrem de disfunção eréctil e os medicamentos não são comparticipados. Mas os psicólogos são», refere o nosso entrevistado.

«Há todo um conjunto de situações ao nível da saúde, que se fosse melhor planeado pelo sistema poderia fazer com que a doença fosse mais barata tanto para os pacientes como para o próprio Estado», acrescenta este doente.

A educação e a integração profissional destes doentes também não são fáceis. Ao nível escolar é muito difícil, porque os frequentes, e por vezes longos, internamentos obrigam a taxas elevadas de absentismo.

«Eu fui para a primária aos 11 anos», conta Luís Quaresma.

Ao nível da formação profissional há grandes falhas. Os doentes de espinha bífida têm currículos alternativos, que por exemplo lhes permite «fugir» à matemática, pois a hidrocefalia afecta o raciocínio lógico e matemático.

«Estes currículos são um pau de dois bicos porque caem no facilitismo», comenta o mesmo doente.
 

ssyssy

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Espinha bífida: hidrocefalia

A hidrocefalia aparece muitas vezes associada à espinha bífida.

A hidrocefalia é provocada pela impossibilidade do liquor cefalorraquidiano (LCR), líquido que banha e protege o cérebro e a espinal-medula, ser drenado para o sistema sanguíneo.

As crianças com hidrocefalia não têm a capacidade de drenar o LCR, acumulando-se e causando um aumento da pressão no cérebro.

Pode provocar dificuldades de aprendizagem, problemas de concentração, de raciocínio e de memória de curto prazo. Podem também ocorrer problemas de visão.

A hidrocefalia pode ser tratada através de cirurgia, na qual é colocada uma derivação, que consiste na introdução de um tubo no sistema ventricular intracerebral, que permite a drenagem do LCR para o peritoneu.

No entanto, este tratamento não cura a hidrocefalia nem os eventuais danos por ela anteriormente causados.
 

ssyssy

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Espinha bífida: a importância do ácido fólico

As causas da espinha bífida não são muito claras à luz da Ciência, mas o ácido fólico é um factor importante de prevenção.

«A utilização do ácido fólico é aconselhada diariamente pelo menos três meses antes da gravidez e durante as primeiras 12 semanas de concepção», afirma Eulália Calado, acrescentando que «cerca de 70% dos defeitos do tubo neural, incluindo a espinha bífida, podem ser evitados com a toma de ácido fólico antes e durante a gravidez».

O ácido fólico é uma vitamina do complexo B essencial ao bom funcionamento do corpo humano presente em alimentos como os brócolos, o feijão, as lentilhas, os espinafres e, entre outros, a couve-de-bruxelas.
 

ssyssy

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Equoterapia

Equoterapia

O cavalo influencia, através do movimento, o desenvolvimento motor, psíquico, cognitivo e social do praticante
A Equoterapia é um método terapêutico e educacional, que utiliza o cavalo dentro de uma abordagem interdisciplinar, nas áreas de saúde, educação e equitação, buscando o desenvolvimento biopsicossocial de pessoas portadoras de deficiência e/ou com necessidades especiais.
O cavalo influencia, através do movimento, o desenvolvimento motor, psíquico, cognitivo e social do praticante.

A equoterapia é efectuada obrigatoriamente com diversos profissionais que se complementam e trabalham em conjunto tais como: fisioterapeutas – psicólogos – equitadores – terapeutas da fala – terapeutas ocupacionais etc.


Conheça todos os benefícios
No plano físico permite:
- Trabalho tônico global. Ao passo: Funcionamento de 300 músculos.
- Trabalho de sincronização.
- Ajustamento tônico para manter o equilíbrio (2280 por ½ h). - Associação dos membros superiores e inferiores.

No plano psíquico permite:- O contacto corporal estimula as sensações (o afeto).
- Tomada de consciência da sua existência.
- O movimento permite ao cavaleiro tomar consciência do seu esquema corporal.
- A supremacia do cavaleiro sobre o peão (revalorização psicológica).
- Nascimento da identificação. Necessidade absoluta para o cavaleiro de ter conta “do outro”.
- Segurança devido ao ritmo (passo).
- Processo de aprendizage longo é benéfico para pessoas com perturbações de carácter

No plano relacional permite:- Autenticidade da relação (cavaleiro-cavalo). O animal não pode enganar, não tem um “EU” artificial (importância para pessoas procedentes de famílias pouco estáveis). Ou encontra-se em estado de tensão (necessidade) = insegurança, o encontra-se em estado de descansos = segurança.
- Relação sem julgamento, é aceitante, não tem esperas.
- Sanção ou resposta imediata.
- Objecto intermediário na relação “ao outro”. Isto permite sempre ao terapeuta ser o “bom objecto “.
- Terapêutica de tipo regressiva, recorrendo às necessidades básicas (Winnicot).
- Simbolismo de força (imagem que protege ou o contrário). Sem estar a esquecer o aspecto mítico e fantasmático.


O cavalo como um espelho
Na Equoterapia o cavalo actua não apenas como um espelho onde são projectadas as dificuldades, progressos e vitórias, mas também como um novo estímulo, que propicia novas percepções e vivências.
Cavalgar neste animal dócil, porém de porte avantajado, leva o praticante a experimentar sentimentos de liberdade, independência e capacidade; sentimentos estes importantíssimos para a aquisição da autoconfiança, realização e auto-estima.


A quem se dirige a terapia
Dirige-se a todas as pessoas desejosas de vivenciar uma cumplicidade. O trabalho com o cavalo permite afastar os limites impostos. A progressão eqüestre, no sentido estrito, não é o objectivo principal.
Trabalha-se com adultos e crianças com dificuldades de vários registos:


Deficiência física (enfermidade a motor cerebral, enfermidades congênitas, acidental, doença, déficits sensoriais, etc..)

Deficiência psíquica (neurose, psicose, dificuldade comportamental, depressão, angústias).

Deficiência relacional (perturbações do caráter).
 

ssyssy

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Estrabismo

Estrabismo nas crianças: olhos desencontrados

Como se estivessem zangados um com o outro, os dois olhos não se direccionam para o mesmo sítio. Um deles olha para o que a pessoa quer focar e o outro desvia-se para uma outra direcção. Este é o sintoma mais comum e visível do estrabismo, uma patologia oftalmológica muito frequente na infância.

«Há uma quantidade de doenças do foro oftalmológico que afectam as crianças que são comuns aos adultos, mas há outras, como o estrabismo, o glaucoma congénito ou a retinopatia da prematuridade, que têm uma incidência especial na infância», explica o Dr. José Carlos Mesquita, oftalmologista e chefe do Serviço de Oftalmologia do Hospital de Dona Estefânia, que salienta ser uma patologia que «afecta mais ou menos 3% das crianças».

O estrabismo é um defeito no alinhamento dos olhos, que deixam de ver simultaneamente. Enquanto um olho fixa em frente, o outro desvia-se para dentro ou para fora, para cima ou para baixo.

«Quando um olho desalinha, provoca uma alteração motora que impede o desenvolvimento normal da visão, originando sequelas sensoriais graves, como as ambliopias (baixa de visão do olho desviado) e supressão (perda de visão simultânea)», diz este oftalmologista.

O estrabismo costuma iniciar-se na infância, mas também pode aparecer nos adultos.

«A criança estrábica tem um desenvolvimento e uma vida perfeitamente normais, apesar de não ter a visão binocular. O problema é que há trabalhos que necessitam de uma visão de conjunto e de relevo que não é possível realizar em visão monocular», sustenta o especialista.

A criança, ao contrário do adulto, está a desenvolver a sua visão e, quando um olho começa a desviar, há mecanismos cerebrais que impedem o aparecimento de diplopia (visão dupla). Assim, a criança não vê duas imagens do mesmo objecto, porque a imagem do olho desviado é suprimida. Se o estrabismo aparece no adulto, «a diplopia é a uma regra».
 

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Estrabismo nas crianças: por que se desalinham os olhos?

Segundo José Mesquita, «o estrabismo tem várias causas e pode até não ter causas conhecidas». A predisposição hereditária é uma delas: «Há uma incidência familiar muito grande em casos de estrabismo.»

Uma outra causa frequente é a hipermetropia elevada – defeito/vício de refracção que faz com que a imagem do objecto que se fixa se localize para trás da retina e a visão seja turva.

«Isto acontece porque existe um menor diâmetro ântero-posterior do olho ou uma insuficiente convergência da córnea ou do cristalino», explica o oftalmologista, prosseguindo:

«No olho em crescimento há uma incidência grande de hipermetropias. Normalmente, não tem grande importância, porque o crescimento encarrega-se de as neutralizar, mas hipermetropias mais elevadas obrigam a criança a fazer um esforço de acomodação para conseguir ver melhor.»

A criança com defeitos de refracção (hipermetropias) faz um esforço maior para focar a imagem no local exacto. Este esforço é acompanhado de um outro de convergência à custa dos músculos que fazem movimentar os olhos.

Quando este esforço é muito grande, um dos olhos desalinha, porque a convergência é muito maior, levando a um tipo de estrabismo chamado de acomodativo, no qual os olhos se desviam para dentro.

Quando em vez de um excesso de convergência se verifica um excesso de divergência, os olhos desviam-se para fora.

Existem, ainda, estrabismos secundários a lesões orgânicas do olho (cataratas infantis, lesões da córnea ou da retina) ou lesões extra-oculares.

O estrabismo não tem como única consequência o desalinhamento dos olhos, e, regra geral, leva à diminuição da acuidade visual do olho que não foca os objectos. Isto ocorre porque a criança utiliza o olho que vê bem e o outro não desenvolve uma visão normal.

A esta baixa de visão chama-se ambliopia funcional, que também pode existir sem estrabismo, em casos de defeitos de refracção não corrigidos.
 

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Estrabismo nas crianças: tratar enquanto é tempo

Na perspectiva deste oftalmologista, «a primeira coisa que se deve fazer é a observação dos dois olhos para perceber em que estado estão. Após a avaliação completa, e identificado o tipo de estrabismo, segue-se um plano de recuperação».

Este plano de tratamento começa por corrigir a refracção (prescrever óculos) e tratar a ambliopia. Depois, «temos de obrigar o olho que vê mal a funcionar melhor, tapando o olho saudável».

A este procedimento chama-se oclusão e é, segundo este especialista, «o método de tratamento das ambliopias mais eficaz».

A oclusão serve apenas para recuperar a visão e não o alinhamento dos olhos.

«Uma vez recuperada a visão, o olho fica ainda desalinhado e, se nós abandonarmos esta criança, passado pouco tempo fica a ver mal outra vez», sustenta José Carlos Mesquita, que acrescenta:

«Em alguns casos, o alinhamento restabelece-se com a recuperação da visão, mas, nos casos em que isto não acontece, faz-se uma intervenção cirúrgica, actuando-se ao nível dos músculos extra-oculares que fazem movimentar os olhos, enfraquecendo-os ou reforçando-os, conforme os casos.»

Nem sempre é necessária a intervenção cirúrgica, pois há casos em que basta a aplicação de uma injecção de toxina botulínica directamente nos músculos, sob anestesia geral, para alterar a relação de forças entre eles e restabelecer o paralelismo dos olhos.

Seguindo-se o tratamento, normalmente, a partir dos 7 ou 8 anos a visão está estabelecida, mas há casos em que aos 3/4 anos o problema já está resolvido.

«Depois, a criança fica a ser observada uma ou duas vezes por ano, durante a sua escolaridade, para corrigir eventuais defeitos que podem surgir com o crescimento», afirma este especialista em Oftalmologia Pediátrica.
 

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Estrabismo nas crianças: a importância do rastreio

Quanto mais precocemente um estrabismo é tratado, menores são as sequelas que ficam para toda a vida.

«Nas crianças mais velhas, é difícil fazer a recuperação, a melhoria da acuidade visual é mais complicada e a criança terá mais dificuldade em aceitar o tratamento que será mais longo e de resultados mais incertos», alerta José Carlos Mesquita.

O estrabismo tem duas componentes: a motora, do alinhamento, que pode ser corrigida numa fase mais avançada, e a sensorial, cuja recuperação só será viável se for precocemente tratada.

Se o estrabismo não é tratado até aos 4/5 anos é muito complicado. A pessoa pode não ficar estrábica, mas com a função do olho muito reduzida.

Por tudo isto, «é fundamental detectar precocemente e fazer a correcção do estrabismo, não só para permitir a melhoria da acuidade visual, como inclusive para melhorar o rendimento escolar das crianças.

Em muitos casos, o défice visual é o motivo do insucesso escolar», avisa o especialista, continuando:

«É por isso que eu julgo que a ambliopia é um problema social, de saúde pública e que podia ser minorado se houvesse programas de rastreio precoces, no sentido de despistar e tratar estes casos que não advêm de lesões orgânicas.»

«Os programas de rastreio são fáceis de realizar», assegura, «porque nem é necessário a criança ser observada pelo oftalmologista, pois temos hoje técnicos de Ortóptica, credenciados e a trabalhar directamente com os oftalmologistas, perfeitamente preparados para medir a acuidade visual na criança. Assim, o oftalmologista observa apenas os casos suspeitos».

Para este especialista, «em crianças que não manifestam problemas de visão, mas que podem tê-los, os rastreios devem ser feitos por volta dos três anos, porque nesta idade já colabora na determinação da acuidade visual com bonecos ou símbolos. Além disso, ainda é possível tratar com êxito as sequelas que possam aparecer.»

Segundo afiança José Carlos Mesquita, «hoje, a maioria dos pediatras estão sensibilizados para o problema e mandam as crianças aos oftalmologistas. Já os médicos de família não têm este hábito de enviarem as crianças para o rastreio visual».

«Por isso, tem de haver maior sensibilização junto dos médicos de família e mais facilidade no acesso à consulta de Oftalmologia Pediátrica».
 
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