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Entrevista a Nuno Lobo | Club Manager – Fitness Hut Santos
O Fitness Hut é um fenómeno no que respeita aos ginásios em Portugal. Tão depressa apareceu como se multiplicou, não só em Lisboa, mas por muitas localidades do país. A verdade é que, só em Lisboa, conseguimos encontrar vários destes espaços. Assim, fomos falar com o Nuno Lobo, Club Manager do Fitness Hut de Santos, que nos recebeu com toda a simpatia e revelou-nos todo o seu entusiasmo neste novo conceito de ginásio. Acompanha-nos nesta entrevista e deixa-te levar pelo entusiamo do Nuno!
O que é o Fitness Hut? Qual o conceito?
O Fitness Hut baseia-se no conceito FIT, sendo estes os três grandes valores do Fitness Hut: Fitness, Inovação e Transparência. O Fitness é aquilo que nós queremos vender, é o nosso produto. O I vem de Inovação, porque estamos constantemente a inovar no mercado, nos equipamentos, nas aulas e na tecnologia. Nos equipamentos e materiais, através de novas aquisições das melhores inovações do mercado.
No que respeita a aulas, inovamos com as virtuais; nas aulas tradicionais, com novas aulas, como a aula Hut Starter (para ajudar os nossos sócios); e na forma de marcação das aulas, o que nos leva à tecnologia. Temos o serviço Hut Training que é um acesso (app) que os sócios têm. Aqui têm acesso aos planos de treino, às avaliações, tudo isto à distância de um clique. Sabemos que hoje em dia as pessoas estão todas cada vez mais High Tech e nós, nesse sentido, tentamos acompanhar o mercado.
Realmente a tecnologia no Fitness Hut é um upgrade ao plano de treinos em papel, por exemplo!
É. E é prático, porque na nossa aplicação, e inclusive no site, têm a possibilidade de postar fotografias, e nós sabemos o quanto as pessoas estão ligadas às redes sociais. Podemos colocar aquilo que comemos e depois fazer o rácio com as calorias que gastámos no treino. A aplicação tem lembretes a lembrar que é dia de treinar. Outro exemplo é informar “já consumiste X calorias no target da semana, o objetivo do mês será Y, portanto tens de consumir mais hoje”.
Por fim a Transparência. Antigamente as pessoas tinham um vínculo a um clube, inscreviam-se e faziam um contrato de 12 meses, normalmente. Aqui somos transparentes com o sócio! A pessoa inscreve-se e pode desistir a qualquer momento, tem apenas de avisar com a antecedência de 15 a 30 dias. A pessoa pode desistir e inscrever-se quando quiser. Somos muito transparentes na comunicação, na adesão e também no cancelamento.
Basicamente, o vosso objetivo é que as pessoas fiquem porque gostam e não “agarrá-las” devido ao compromisso de pagamento.
Exato. E os números mostram-nos, e falo concretamente no meu clube, em que 90% das pessoas que cancelam em Santos é por mudança de residência, inclusive mudança de país, portanto não há nada a fazer. E também nos dizem os números que no Fitness Hut, 70% das pessoas que cancelam voltam a inscrever-se connosco, mais tarde.
Pode não ser no mesmo clube, mas noutro?
Sim. O que nos diz que as pessoas gostam de frequentar os nossos clubes e, por isso, regressam.
Referiste que em Santos os cancelamentos são maioritariamente por mudança de residência. Notas que neste clube há muitos estudantes universitários?
Temos alguns, mas nós somos um clube essencialmente corporate [empresarial, pessoas que utilizam o ginásio próximo do seu local de trabalho], devido a todas as empresas que nos rodeiam e respetivos trabalhadores. A nível de habitação, pessoas que morem aqui, acredito que iremos crescer, pois esta zona ribeirinha está a crescer muitíssimo. Acredito que a longo prazo teremos uma boa mistura de corporate com residentes.
Têm um público-alvo para o qual estejam a dirigir a vossa comunicação?
Não. Nós quando abrimos um clube, abrimos para cerca de 2.500 a 3.000 pessoas e vamos trabalhando nesse target. Sabendo que a idade mínima para frequentar os clubes é de 16 anos e daí para a frente. Estamos abertos para toda a gente e desejamos que toda a gente se inscreva, desde os mais novos aos mais velhos, aos menos novos. Trazer toda a gente cá. A verdade é que com o nosso conceito de Hight Tech e o conceito de Premium Low-Cost (Premium, pois consideramo-nos Premium, tanto no staff assim como nos materiais, Low-Cost apenas no preço que as pessoas pagam), apesar de cada vez mais o Hight Tech estar a atingir a população mais velha, o nosso público acaba por estar entre os 20 e os 50 anos.
Algo que eu reparei quando entrei neste clube e depois nos restantes que visitei, foi que vocês não têm receção como acontece noutros ginásios que têm rececionistas. Aqui mudou-se um bocadinho o paradigma, não é?
Foi também numa perspetiva exatamente Low-Cost. As pessoas antes tinham uma receção e 6 rececionistas, em que o atendimento era muito personalizado, mas que as pessoas valorizavam pouco e tinha um custo enorme. Então, nós, em termos de espaço físico, temos o rececionista e segurança para controlar também o clube, e temos outro cargo que é o member support que dá apoio direto ao sócio na resolução de alguns problemas (código pin, por exemplo).
No que respeita às modalidades/aulas que vocês oferecem, quais são as que têm maior adesão por parte dos sócios?
As aulas Les Milles têm muita procura. Alguns programas específicos são o BODYPUMP, o RPM, o SPRINT e o CXWORX. Fora das aulas Les Milles, as aulas de dança, como a Zumba, têm muita procura. O 3B, o 3B é um fenómeno! Nós podemos pôr uma aula num horário de pouca afluência ao clube e a aula enche.
Quando antes eu ia a ginásios era ao fim do dia. Aqui comecei a vir logo à abertura (7h). Uma coisa que reparei e me surpreendeu (não sei se acontece noutros ginásios) foi a quantidade de gente que está a treinar às primeiras horas do dia, com as aulas cheias. Esta adesão matinal ocorreu desde o início ou viram um aumento gradual da adesão aos horários matinais?
Tem acontecido logo desde o início. A verdade é que o clube se vai construindo e o Club Manager vai organizando e orientando baseado nos dados estatísticos que o clube apresenta. Por exemplo, eu sei que os dias de maior afluência no meu clube são segunda e terça-feira. Quarta melhorou bastante e depois eu tentei criar algumas estratégias para aumentar o número de utilizadores à quinta e à sexta. Nomeadamente, começar a criar aulas-tipo, aulas de mais procura em horários nobres para começar a trazer mais gente. Há sempre aquele conceito “há mais gente, mete mais aulas”, mas eu procuro não retirar aulas nos dias em que há mais afluência, mas tentar distribuir uniformemente ao longo da semana. Quando falo em semana, falo em 6 dias, porque como este é um clube corporate, ao domingo está praticamente deserto. Eu acredito que irá melhorar, exactamente pelo aumento futuro de residentes.
Uma das aulas que existe recentemente no Fitness Hut é o HUT RUNNERS. Está a ter sucesso?
Está. Estamos a ter um sucesso enorme na nossa empresa. Esta aula surgiu também para tirarmos algumas pessoas de dentro dos ginásios, pela lotação. E depois acompanhámos uma moda que existe que é a da corrida. Esta é uma aula de técnica de corrida para toda a gente. Qualquer pessoa pode fazer a aula. Desde a Dona Maria até ao atleta XPTO. Todos podem fazer esta aula, porque ela tem a capacidade de dar intensidade a todas as pessoas dentro da mesma aula e mesmo num grupo heterogéneo. É uma modalidade que tem tido muito sucesso no nosso clube.
É o Fitness Hut que decide que aulas vai para cada clube ou o Club Manager?
É o Fitness Hut. O Fitness Hut é um conceito, tem aulas base e entretanto, consoante a tal inovação que procuramos sempre ter nos nossos clubes, vamos investindo em mais modalidades. Recentemente o SPRINT, o HUT RUNNERS e HUT STARTER.
Outra coisa que reparei é a quantidade de Personal Trainers (PT) que vocês têm.
O nosso conceito de Personal Trainer é um conceito freelancer. Eles têm um fee [“renda”] mensal e depois têm os seus clientes e com eles combinam o preço, consoante o número de sessões por semana, duração das mesmas, etc.. Cerca de 10% dos nossos sócios já estão a treinar com Personal Trainer. E, realmente, a melhor publicidade que existe é o “boca a boca”. E a verdade é que uma pessoa quando começa a treinar com um Personal Trainer, para além de estar mais motivada, estar mais acompanhada, mais segura no seu treino, sente-se melhor e consegue também ter resultados mais eficazes. E a família e amigos acabam por se aperceber e perceber que hoje em dia a necessidade de ter um Personal Trainer é cada vez maior e que faz todo o sentido a pessoa ser acompanhada por um PT, porque é uma pessoa técnica. Quando temos uma dor de cabeça vamos à farmácia e o técnico dá-nos um medicamento adequado, ou vamos ao médico e ele dar-nos-á a receita ideal para a cura. E nós, Personal Trainers, somos a receita para o objetivo da pessoa e, mais do que o objetivo, às vezes, para as necessidades da pessoa. E nós trabalhamos as necessidades da pessoa para ela poder atingir os seus objetivos. E eu costumo dizer que temos um inimigo n.º 1 na nossa área: o youtube e os youtubers. Porque hoje em dia qualquer pessoa coloca um vídeo sem ser técnico, sem ter conhecimento a fundo do que é a estrutura do corpo humano (muito complexa) e sem estudos, sem investimento… e pode até ser uma figura pública, que acaba por ter muitos seguidores e uma pessoa por fazer muitas vezes o mesmo erro não significa que esteja a fazer bem.
Vocês têm as fotografias dos vossos funcionários com a sua área de formação e com aquilo em que são especializados, o que é um grande sinal de transparência e dá outra segurança aos utilizadores, até quando procuram um PT…
Conseguimos ser transparentes nesse sentido. Conseguimos dizer que uma pessoa gosta mais de uma determinada área e existem inúmeras patologias, pessoas hipertensas, diabéticas, etc.. E há pessoas que se especializam nessas áreas, ou em desporto na gravidez, pós-parto, recuperação de lesões, desporto de alto rendimento, treino desportivo, treino funcional, cross-fit… E isso é bom, porque a pessoa pode escolher aquilo que realmente lhe interessa e, lá está, a tal transparência que procuramos ter em todas as áreas.
E até ajuda quem quer ter um treino especializado. Por exemplo, quem queira um treino especializado para a corrida pode olhar para os placares dos PT e contactar aquele que tem especialização nessa área.
Por exemplo, o meu colega António Moita (Clube da Trindade, Porto) é triatleta e é licenciado na área, e ele saberá melhor que músculos trabalham menos na corrida e portanto os deve trabalhar mais para estar mais ativo, e quanto mais músculos tiver ativos, melhor. E isso ajuda bastante para uma pessoa ter depois uma boa performance a nível da modalidade que escolheu.
O que é que o Fitness Hut é para ti?
É uma questão gira, porque é uma mistura de sensações. Primeiro que tudo o Fitness Hut surge na minha vida quando eu trabalhava num Health Club em Évora e estava feliz e contente com o trabalho que lá tinha. Entretanto a minha namorada da altura, atual mulher, veio estudar para Lisboa e começou a trabalhar assim que acabou o curso. E ela disse-me que em Évora dificilmente encontraria trabalho, mas que eu facilmente encontraria em Lisboa. Eu estava na minha zona de conforto e dizia-lhe que não tinha essa perspetiva de ir viver para Lisboa e que ia ser difícil. Entretanto vi uma notícia num jornal, que dizia “Pais do Amaral e Pinto Bastos investem no primeiro ginásio Low-Cost de Portugal”. E isso chamou-me a atenção, porque eu gosto de viajar e viajo muito em Low-Cost. Achei graça. Na minha área era algo completamente inovador e gostei logo à partida do conceito. Posteriormente, candidatei-me a uma entrevista para PT, mas como tinha a questão do fee e eu ainda não tinha uma carteira de clientes, fiquei de pé atrás. Entretanto candidatei-me a Gym Service [figura no Fitness Hut cujo principal objetivo é dinamizar a sala], pois para mim era mais seguro vir com um ordenado, por pequeno que fosse. E a minha vontade de vir era tão grande, depois de até já ter visitado os ginásios, que apesar de a oferta ser pequena eu decidi logo vir, largar a minha zona de conforto e vir para Lisboa e agarrar com tudo.
Depois tudo se desenrolou naturalmente, comecei como Gym Service em Cascais, depois Group Trainer [são as pessoas que dão as aulas de grupo], depois comecei a trabalhar em vários clubes como Gym Sevice e Group Trainer. Na altura estavam abertas candidaturas para o curso de Potencial Club Manager e o nosso CEO perguntou-me “Porque não te candidatas?”. Era algo que eu pensava a médio, longo prazo, mas nunca a curto prazo. Eu achava que ainda era novo na área, novo na empresa… Mas entretanto aquilo começou a fazer algum sentido. Depois também me apercebi que estava a trabalhar muito e tinha pouco tempo disponível para o dinheiro que queria ganhar. Como queria ganhar mais dinheiro, optei pela carreira de PT, sendo que me candidatei então e larguei a função de Gym Service. Aí a ascensão a nível monetário foi significativa e passei a ter muito mais tempo, mais disponibilidade para a família, casei, tive o meu primeiro filho.
Assim, o Fitness Hut foi a minha catapulta profissional e acima de tudo permitiu-me construir uma família e melhorar a minha qualidade de vida. Consegui crescer a nível profissional, porque com o curso de Potential Club Manager, surge o convite para ser diretor do Fitness Hut de Santos. E tem sido um ano fantástico, com muitos desafios a nível profissional, gerir uma equipa, gerir cerca de 50 colaboradores na equipa é bastante desafiante, mas ao mesmo tempo é muito motivador. Portanto o Fitness Hut para mim tem sido a minha catapulta profissional, a minha catapulta familiar e tem-me ajudado a realizar os meus sonhos. Tem sido excelente trabalhar no Fitness Hut e estou muito reconhecido ao Fitness Hut e às pessoas que acreditaram em mim.
site: https://www.fitnesshut.pt/
O Fitness Hut é um fenómeno no que respeita aos ginásios em Portugal. Tão depressa apareceu como se multiplicou, não só em Lisboa, mas por muitas localidades do país. A verdade é que, só em Lisboa, conseguimos encontrar vários destes espaços. Assim, fomos falar com o Nuno Lobo, Club Manager do Fitness Hut de Santos, que nos recebeu com toda a simpatia e revelou-nos todo o seu entusiasmo neste novo conceito de ginásio. Acompanha-nos nesta entrevista e deixa-te levar pelo entusiamo do Nuno!
O que é o Fitness Hut? Qual o conceito?
O Fitness Hut baseia-se no conceito FIT, sendo estes os três grandes valores do Fitness Hut: Fitness, Inovação e Transparência. O Fitness é aquilo que nós queremos vender, é o nosso produto. O I vem de Inovação, porque estamos constantemente a inovar no mercado, nos equipamentos, nas aulas e na tecnologia. Nos equipamentos e materiais, através de novas aquisições das melhores inovações do mercado.
No que respeita a aulas, inovamos com as virtuais; nas aulas tradicionais, com novas aulas, como a aula Hut Starter (para ajudar os nossos sócios); e na forma de marcação das aulas, o que nos leva à tecnologia. Temos o serviço Hut Training que é um acesso (app) que os sócios têm. Aqui têm acesso aos planos de treino, às avaliações, tudo isto à distância de um clique. Sabemos que hoje em dia as pessoas estão todas cada vez mais High Tech e nós, nesse sentido, tentamos acompanhar o mercado.
Realmente a tecnologia no Fitness Hut é um upgrade ao plano de treinos em papel, por exemplo!
É. E é prático, porque na nossa aplicação, e inclusive no site, têm a possibilidade de postar fotografias, e nós sabemos o quanto as pessoas estão ligadas às redes sociais. Podemos colocar aquilo que comemos e depois fazer o rácio com as calorias que gastámos no treino. A aplicação tem lembretes a lembrar que é dia de treinar. Outro exemplo é informar “já consumiste X calorias no target da semana, o objetivo do mês será Y, portanto tens de consumir mais hoje”.
Por fim a Transparência. Antigamente as pessoas tinham um vínculo a um clube, inscreviam-se e faziam um contrato de 12 meses, normalmente. Aqui somos transparentes com o sócio! A pessoa inscreve-se e pode desistir a qualquer momento, tem apenas de avisar com a antecedência de 15 a 30 dias. A pessoa pode desistir e inscrever-se quando quiser. Somos muito transparentes na comunicação, na adesão e também no cancelamento.
Basicamente, o vosso objetivo é que as pessoas fiquem porque gostam e não “agarrá-las” devido ao compromisso de pagamento.
Exato. E os números mostram-nos, e falo concretamente no meu clube, em que 90% das pessoas que cancelam em Santos é por mudança de residência, inclusive mudança de país, portanto não há nada a fazer. E também nos dizem os números que no Fitness Hut, 70% das pessoas que cancelam voltam a inscrever-se connosco, mais tarde.
Pode não ser no mesmo clube, mas noutro?
Sim. O que nos diz que as pessoas gostam de frequentar os nossos clubes e, por isso, regressam.
Referiste que em Santos os cancelamentos são maioritariamente por mudança de residência. Notas que neste clube há muitos estudantes universitários?
Temos alguns, mas nós somos um clube essencialmente corporate [empresarial, pessoas que utilizam o ginásio próximo do seu local de trabalho], devido a todas as empresas que nos rodeiam e respetivos trabalhadores. A nível de habitação, pessoas que morem aqui, acredito que iremos crescer, pois esta zona ribeirinha está a crescer muitíssimo. Acredito que a longo prazo teremos uma boa mistura de corporate com residentes.
Têm um público-alvo para o qual estejam a dirigir a vossa comunicação?
Não. Nós quando abrimos um clube, abrimos para cerca de 2.500 a 3.000 pessoas e vamos trabalhando nesse target. Sabendo que a idade mínima para frequentar os clubes é de 16 anos e daí para a frente. Estamos abertos para toda a gente e desejamos que toda a gente se inscreva, desde os mais novos aos mais velhos, aos menos novos. Trazer toda a gente cá. A verdade é que com o nosso conceito de Hight Tech e o conceito de Premium Low-Cost (Premium, pois consideramo-nos Premium, tanto no staff assim como nos materiais, Low-Cost apenas no preço que as pessoas pagam), apesar de cada vez mais o Hight Tech estar a atingir a população mais velha, o nosso público acaba por estar entre os 20 e os 50 anos.
Algo que eu reparei quando entrei neste clube e depois nos restantes que visitei, foi que vocês não têm receção como acontece noutros ginásios que têm rececionistas. Aqui mudou-se um bocadinho o paradigma, não é?
Foi também numa perspetiva exatamente Low-Cost. As pessoas antes tinham uma receção e 6 rececionistas, em que o atendimento era muito personalizado, mas que as pessoas valorizavam pouco e tinha um custo enorme. Então, nós, em termos de espaço físico, temos o rececionista e segurança para controlar também o clube, e temos outro cargo que é o member support que dá apoio direto ao sócio na resolução de alguns problemas (código pin, por exemplo).
No que respeita às modalidades/aulas que vocês oferecem, quais são as que têm maior adesão por parte dos sócios?
As aulas Les Milles têm muita procura. Alguns programas específicos são o BODYPUMP, o RPM, o SPRINT e o CXWORX. Fora das aulas Les Milles, as aulas de dança, como a Zumba, têm muita procura. O 3B, o 3B é um fenómeno! Nós podemos pôr uma aula num horário de pouca afluência ao clube e a aula enche.
Quando antes eu ia a ginásios era ao fim do dia. Aqui comecei a vir logo à abertura (7h). Uma coisa que reparei e me surpreendeu (não sei se acontece noutros ginásios) foi a quantidade de gente que está a treinar às primeiras horas do dia, com as aulas cheias. Esta adesão matinal ocorreu desde o início ou viram um aumento gradual da adesão aos horários matinais?
Tem acontecido logo desde o início. A verdade é que o clube se vai construindo e o Club Manager vai organizando e orientando baseado nos dados estatísticos que o clube apresenta. Por exemplo, eu sei que os dias de maior afluência no meu clube são segunda e terça-feira. Quarta melhorou bastante e depois eu tentei criar algumas estratégias para aumentar o número de utilizadores à quinta e à sexta. Nomeadamente, começar a criar aulas-tipo, aulas de mais procura em horários nobres para começar a trazer mais gente. Há sempre aquele conceito “há mais gente, mete mais aulas”, mas eu procuro não retirar aulas nos dias em que há mais afluência, mas tentar distribuir uniformemente ao longo da semana. Quando falo em semana, falo em 6 dias, porque como este é um clube corporate, ao domingo está praticamente deserto. Eu acredito que irá melhorar, exactamente pelo aumento futuro de residentes.
Uma das aulas que existe recentemente no Fitness Hut é o HUT RUNNERS. Está a ter sucesso?
Está. Estamos a ter um sucesso enorme na nossa empresa. Esta aula surgiu também para tirarmos algumas pessoas de dentro dos ginásios, pela lotação. E depois acompanhámos uma moda que existe que é a da corrida. Esta é uma aula de técnica de corrida para toda a gente. Qualquer pessoa pode fazer a aula. Desde a Dona Maria até ao atleta XPTO. Todos podem fazer esta aula, porque ela tem a capacidade de dar intensidade a todas as pessoas dentro da mesma aula e mesmo num grupo heterogéneo. É uma modalidade que tem tido muito sucesso no nosso clube.
É o Fitness Hut que decide que aulas vai para cada clube ou o Club Manager?
É o Fitness Hut. O Fitness Hut é um conceito, tem aulas base e entretanto, consoante a tal inovação que procuramos sempre ter nos nossos clubes, vamos investindo em mais modalidades. Recentemente o SPRINT, o HUT RUNNERS e HUT STARTER.
Outra coisa que reparei é a quantidade de Personal Trainers (PT) que vocês têm.
O nosso conceito de Personal Trainer é um conceito freelancer. Eles têm um fee [“renda”] mensal e depois têm os seus clientes e com eles combinam o preço, consoante o número de sessões por semana, duração das mesmas, etc.. Cerca de 10% dos nossos sócios já estão a treinar com Personal Trainer. E, realmente, a melhor publicidade que existe é o “boca a boca”. E a verdade é que uma pessoa quando começa a treinar com um Personal Trainer, para além de estar mais motivada, estar mais acompanhada, mais segura no seu treino, sente-se melhor e consegue também ter resultados mais eficazes. E a família e amigos acabam por se aperceber e perceber que hoje em dia a necessidade de ter um Personal Trainer é cada vez maior e que faz todo o sentido a pessoa ser acompanhada por um PT, porque é uma pessoa técnica. Quando temos uma dor de cabeça vamos à farmácia e o técnico dá-nos um medicamento adequado, ou vamos ao médico e ele dar-nos-á a receita ideal para a cura. E nós, Personal Trainers, somos a receita para o objetivo da pessoa e, mais do que o objetivo, às vezes, para as necessidades da pessoa. E nós trabalhamos as necessidades da pessoa para ela poder atingir os seus objetivos. E eu costumo dizer que temos um inimigo n.º 1 na nossa área: o youtube e os youtubers. Porque hoje em dia qualquer pessoa coloca um vídeo sem ser técnico, sem ter conhecimento a fundo do que é a estrutura do corpo humano (muito complexa) e sem estudos, sem investimento… e pode até ser uma figura pública, que acaba por ter muitos seguidores e uma pessoa por fazer muitas vezes o mesmo erro não significa que esteja a fazer bem.
Vocês têm as fotografias dos vossos funcionários com a sua área de formação e com aquilo em que são especializados, o que é um grande sinal de transparência e dá outra segurança aos utilizadores, até quando procuram um PT…
Conseguimos ser transparentes nesse sentido. Conseguimos dizer que uma pessoa gosta mais de uma determinada área e existem inúmeras patologias, pessoas hipertensas, diabéticas, etc.. E há pessoas que se especializam nessas áreas, ou em desporto na gravidez, pós-parto, recuperação de lesões, desporto de alto rendimento, treino desportivo, treino funcional, cross-fit… E isso é bom, porque a pessoa pode escolher aquilo que realmente lhe interessa e, lá está, a tal transparência que procuramos ter em todas as áreas.
E até ajuda quem quer ter um treino especializado. Por exemplo, quem queira um treino especializado para a corrida pode olhar para os placares dos PT e contactar aquele que tem especialização nessa área.
Por exemplo, o meu colega António Moita (Clube da Trindade, Porto) é triatleta e é licenciado na área, e ele saberá melhor que músculos trabalham menos na corrida e portanto os deve trabalhar mais para estar mais ativo, e quanto mais músculos tiver ativos, melhor. E isso ajuda bastante para uma pessoa ter depois uma boa performance a nível da modalidade que escolheu.
O que é que o Fitness Hut é para ti?
É uma questão gira, porque é uma mistura de sensações. Primeiro que tudo o Fitness Hut surge na minha vida quando eu trabalhava num Health Club em Évora e estava feliz e contente com o trabalho que lá tinha. Entretanto a minha namorada da altura, atual mulher, veio estudar para Lisboa e começou a trabalhar assim que acabou o curso. E ela disse-me que em Évora dificilmente encontraria trabalho, mas que eu facilmente encontraria em Lisboa. Eu estava na minha zona de conforto e dizia-lhe que não tinha essa perspetiva de ir viver para Lisboa e que ia ser difícil. Entretanto vi uma notícia num jornal, que dizia “Pais do Amaral e Pinto Bastos investem no primeiro ginásio Low-Cost de Portugal”. E isso chamou-me a atenção, porque eu gosto de viajar e viajo muito em Low-Cost. Achei graça. Na minha área era algo completamente inovador e gostei logo à partida do conceito. Posteriormente, candidatei-me a uma entrevista para PT, mas como tinha a questão do fee e eu ainda não tinha uma carteira de clientes, fiquei de pé atrás. Entretanto candidatei-me a Gym Service [figura no Fitness Hut cujo principal objetivo é dinamizar a sala], pois para mim era mais seguro vir com um ordenado, por pequeno que fosse. E a minha vontade de vir era tão grande, depois de até já ter visitado os ginásios, que apesar de a oferta ser pequena eu decidi logo vir, largar a minha zona de conforto e vir para Lisboa e agarrar com tudo.
Depois tudo se desenrolou naturalmente, comecei como Gym Service em Cascais, depois Group Trainer [são as pessoas que dão as aulas de grupo], depois comecei a trabalhar em vários clubes como Gym Sevice e Group Trainer. Na altura estavam abertas candidaturas para o curso de Potencial Club Manager e o nosso CEO perguntou-me “Porque não te candidatas?”. Era algo que eu pensava a médio, longo prazo, mas nunca a curto prazo. Eu achava que ainda era novo na área, novo na empresa… Mas entretanto aquilo começou a fazer algum sentido. Depois também me apercebi que estava a trabalhar muito e tinha pouco tempo disponível para o dinheiro que queria ganhar. Como queria ganhar mais dinheiro, optei pela carreira de PT, sendo que me candidatei então e larguei a função de Gym Service. Aí a ascensão a nível monetário foi significativa e passei a ter muito mais tempo, mais disponibilidade para a família, casei, tive o meu primeiro filho.
Assim, o Fitness Hut foi a minha catapulta profissional e acima de tudo permitiu-me construir uma família e melhorar a minha qualidade de vida. Consegui crescer a nível profissional, porque com o curso de Potential Club Manager, surge o convite para ser diretor do Fitness Hut de Santos. E tem sido um ano fantástico, com muitos desafios a nível profissional, gerir uma equipa, gerir cerca de 50 colaboradores na equipa é bastante desafiante, mas ao mesmo tempo é muito motivador. Portanto o Fitness Hut para mim tem sido a minha catapulta profissional, a minha catapulta familiar e tem-me ajudado a realizar os meus sonhos. Tem sido excelente trabalhar no Fitness Hut e estou muito reconhecido ao Fitness Hut e às pessoas que acreditaram em mim.
site: https://www.fitnesshut.pt/