billshcot
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A Via Láctea é uma galáxia
Embora parte da Via Láctea apareça no céu noturno a olho nu (quando há boa visibilidade, claro), pouco se sabia sobre ela quando ganhou este nome. Foi só em 1608 que a invenção de um certo Hans Lippershey veio a público: a luneta, um pequeno telescópio refrator. Galileu Galileu tomou conhecimento da invenção no ano seguinte e, então, construiu o seu próprio instrumento.O que veio depois desse momento foram algumas das descobertas mais fantásticas para a época. Pela primeira vez, a humanidade podia olhar os misteriosos objetos celestes “de pertinho”, e muita coisa se revelou. A luneta astronômica de Galileu Galilei ficou famosa por coisas como a descoberta das principais luas de Júpiter (apelidadas de luas galileanas), mas ele também viu algo maravilhoso ao olhar para a Via Láctea.
Luas galileanas
Olhando através de seu telescópio caseiro para o planeta Júpiter, em 7 de janeiro de 1610, Galileu notou três pontos de luz ali por perto, e pensou que se tratassem de estrelas distantes. Contudo, observando-as nas noites seguintes, notou que se moviam na direção errada em relação às estrelas ao fundo e permaneciam sempre perto de Júpiter, embora mudassem de posição umas em relação às outras. Em seguida, observou que havia uma quarta "estrela" com o mesmo comportamento.
Em 15 de janeiro, Galileu concluiu que não eram estrelas, mas sim luas orbitando ao redor de Júpiter — as famosas Io, Europa, Ganimedes e Calisto. Elas forneceram fortes evidências para a teoria copernicana de que a maioria dos objetos celestes não giram em torno da Terra. Ele relatou o sistema de satélites como se fosse um mini Sistema Solar, levantando a hipótese de que isso poderia ser comum em outros astros.
Esse episódio é tão importante que o ano de 2009 ficou estabelecido como o Ano Internacional da Astronomia, pois foi quando celebramos os 400 anos das descobertas revolucionárias de Galilei (incluindo a descoberta da Via Láctea como galáxia, as fases de Vénus, as manchas solares e os anéis de Saturno).
O primeiro exoplaneta
Em uma noite de inverno, a observação do estudante de astronomia Didier Queloz no observatório de Haute-Provence, na França, foi atrapalhada pela chuva. Ele decidiu então ir à biblioteca para desenvolver um programa capaz de analisar os dados que ele já havia coletado. Era janeiro de 1995 e outros grupos de astrônomos também procuravam o mesmo que ele — um planeta na órbita ao redor de uma estrela que não o Sol, ou seja, um exoplaneta.
Seus dados sugeriam que uma estrela brilhante chamada 51 Pegasi tremia ligeiramente, o que era justamente o indício que Queloz estava procurando. Esse movimento estelar poderia indicar a presença de um exoplaneta, a apenas 47,9 anos-luz da de distância da Terra. A estrela é uma anã amarela com 7,5 bilhões de anos, um pouco mais velha que o Sol, e também ligeiramente mais massiva. Em 6 de outubro de 1995, Michael Mayor e Didier Queloz publicaram na revista Nature a descoberta do exoplaneta 51 Pegasi B.
É difícil dizer quem descobriu de fato o primeiro exoplaneta, porque na época alguns conceitos ainda não haviam sido muito bem definidos. Além disso, o primeiro candidato a exoplaneta, encontrado por Gordon Walker no finalzinho de 1979, só veio a ser comprovado 2003. Naquela época e nos anos 1980, a comunidade científica via com “maus olhos” qualquer um que se aventurasse a procurar planetas ao redor de estrelas. Por isso, o Prêmio Nobel da Física pela descoberta do primeiro planeta ao redor de uma estrela do tipo solar foi para Queloz e Mayor.