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Presidente da CM Braga pede «valor razoável» para vender Pedreira
Ricardo Rio só admite vender estádio ao SC Braga se o negócio ficar fechado «nos próximos meses»
O presidente da Câmara Municipal de Braga, Ricardo Rio, admitiu nesta segunda-feira que o cenário de uma venda do Estádio Municipal de Braga, conhecido como «Pedreira» ganhou força perante o interesse demonstrado pelo SC Braga.
O autarca sublinha, porém, a necessidade de encontrar o «valor razoável» para efetivar a venda, um valor que será sempre superior a 15 milhões de euros.
«Mais recentemente, essa possibilidade ganhou alguma força, em diálogos que tem havido com a administração da SAD e com os sócios da SAD, que admitem a possibilidade de poder levar este negócio para a frente no futuro próximo», começou por dizer o edil no final da reunião de Câmara desta segunda-feira.
«Nós pedimos objetivamente uma avaliação aos nossos serviços para tentar perceber qual seria o valor razoável pelo qual o estádio poderia ser negociado (…) e é isso que está a ser feito, os nossos serviços estão a fazer essa estimativa. E depois, quando tivermos um valor em cima da mesa, iremos sentar-nos com a administração da SAD e com os sócios [do clube] para ver se é viável ou não a operação», detalhou depois.
Além do valor, há um outro detalhe a ter em atenção no que respeita o negócio: o timing. A venda do estádio estava incluída no programa eleitoral do autarca que foi eleito em 2021 – as próximas eleições estão marcadas para 2025 – e Rio coloca como condição fundamental a conclusão da transação neste seu mandato.
«Se não chegarmos a entendimento nos próximos meses, seguramente que esse processo vai abortar. Só avançará se for feita neste mandato, porque há um ‘timing’ próprio também para o plano de investimentos que o SC Braga quer concretizar», enaltece.
Ricardo Rio lembrou ainda que há necessidade de «fazer várias correções no estádio municipal» e que a câmara já disse que não investiria mais no equipamento. «O
SC Braga, para corrigir essas patologias e para tornar o estádio mais confortável, mais acessível, mais moderno, tem de fazer investimentos e só faz sentido fazer esses investimentos se o estádio for propriedade sua», acrescentou.
Por fim, o autarca descartou a hipótese de a venda ser feita sem contrapartida para o município. «Neste caso concreto, é preciso pensar que, em primeiro lugar, a Câmara de Braga ainda tem dívida inerente à construção do estádio. Nós estamos prestes a liquidar o último dos empréstimos, mas mais recentemente tivemos de contratar alguma dívida adicional para pagar ao arquiteto e para pagar aos empreiteiros por causa dos trabalhos a mais. E, a juntar a isso, há, na minha perspetiva, um valor que tem de ser superior a essa mesma dívida, porque ela hoje já é relativamente diminuta», finalizou Ricardo Rio.
Recorde-se que o estádio foi projetado pelo arquiteto Eduardo Souto de Moura, para acolher jogos do Euro 2004, tendo custado cerca de 200 milhões de euros. O SC Braga paga 500 euros de renda mensal pela utilização do equipamento.