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Bashar al-Assad luta pela sobrevivencia

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Na fronteira da Síria com Líbano, uns juntam-se à libertação outros fogem


Na principal fronteira entre o Líbano e a Síria, vagas de refugiados sírios regressam ao seu país acabado de se libertar da tirania de Bashar al-Assad, mas, no sentido inverso, centenas de pessoas acumulam-se em fuga da incerteza.





Notícia







Desde a partida do ditador sírio, no passado fim de semana para a Rússia, após uma operação relâmpago das forças de oposição que culminou com a conquista de Damasco, milhares de sírios que se encontravam no vizinho Líbano começaram a cruzar fronteira de Masnaa, tornada num ponto de celebração, à semelhança da maioria das cidades do seu país.





Para a maioria, muitos dos quais sunitas perseguidos pela mão de ferro do regime de Damasco, trata-se do regresso às suas comunidades devastadas por 13 anos de guerra civil, e, de algum modo, um passo que não traz mais insegurança do que aquela que cerca de 1,5 milhões de refugiados sírios experimentam no Líbano, um país sacudido pelo conflito que há mais de um ano opõe Israel e o movimento xiita Hezbollah.




No entanto, após um primeiro êxodo logo a seguir à queda confirmada no passado domingo de mais de 50 anos da dinastia Assad, que levou o júbilo e o caos a Masnaa, o movimento começou a abrandar, enquanto, no sentido contrário, centenas de sírios indocumentados se foram acumulando em terra de ninguém entre os dois países, aguardando autorização para entrar. "Estão ali há três dias", conta Samir, motorista libanês residente na localidade vizinha de Anjar.



Samir, que tem sido testemunha destes movimentos contrários, faz uma divisão fácil dos dois grupo. De um lado estão aqueles que "perderam o medo de viver na Síria" e do outro os que "ganharam medo" com a rápida deposição do regime, ainda que o líder da principal fação rebelde, Abu Mohammad al-Jolani, tenha usado um discurso reconciliador de uma nova realidade em que ninguém é perseguido.



Para ele, que não é sírio, a escolha seria menos complexa, já que "um homem [Assad] que mata mulheres e crianças nunca é de se confiar", mas o seu país também vive momentos de alta instabilidade, apesar do cessar-fogo que interrompeu em 27 de novembro as hostilidades entre as forças israelitas e o grupo armado apoiado pelo Irão e que tem sido sucessivamente violado. "Ali ficava um aquartelamento do Hezbollah", indica Samir, apontando para uma construção abandonada junto do lado sírio da fronteira.



Afinal, passaram apenas dois meses desde que um raide aéreo israelita atingiu a estrada a meio caminho entre os dois postos fronteiriços, deixando a via intransitável, o que obrigava todos os viajantes a fazer o percurso de uns dois pares de quilómetros a pé e as malas de uma vida às costas.



As enormes crateras abertas pelas bombas israelitas foram entretanto reparadas e a entrada na Síria, no controlo de Jdaidit Yabws, é agora assinalada por um retrato vandalizado de Bashar al-Assad, e vigiada por grupo resplandecente de militares rebeldes vestidos à civil, que, segundo Samir, vivem em cidades vizinhas e foram armados pelo comando das forças de oposição a partir de Damasco. Não pedem passaportes e oferecem sorrisos e boas-vindas a um "país livre". Todos os edifícios de imigração e alfândega não mostram atividade e as instalações de 'duty free' foram pilhadas.



No lado contrário, as famílias de Yasser Ali, 40 anos e do seu irmão estão acomodadas em dois carros cheios. Partiram há duas semanas de Alepo, em simultâneo com a tomada da segunda maior cidade síria, no norte da Síria, pelas forças rebeldes do grupo Hayat Tahrir al-Sham (HTS), de al-Jolani, e têm como destino o Líbano.



"Enquanto não houver paz na Síria prefiro o Líbano", justifica o engenheiro sírio, que diz ter abandonado Alepo apenas com a roupa que traz no corpo e colocado todos os pertences das duas famílias de 10 pessoas, incluindo seis crianças, em duas malas no tejadilho das viaturas.



Relata ainda que seguiu rumores de ameaças do HTS, embora pessoalmente não recebido nenhuma. "Mas prefiro só regressar se a situação normalizar", remata, evitando previsões, sobre o chão coberto por invólucros de munições, provavelmente disparadas em festejos, porque os anteriores militares no local limitaram-se a abandonar os seus postos sem oferecer resistência.



A estrada que separa a fronteira de Damasco, numa distância de cerca de 50 quilómetros, é desoladora, com pouco movimento e comércio quase parado, repetindo-se os cartazes com imagens de al Assad destruídos, por vezes acompanhadas por retratos do seu aliado russo e líder do Kremlin, Vladimir Putin, igualmente vandalizados.



Também os numerosos antigos postos de controlo militar ao longo da via foram abandonados, como sucedeu junto da localidade de Dimas, mais um imponente blindado de fabrico russo, tal como a caserna adjacente, onde apenas restam as estruturas metálicas dos beliches dos soldados e restos de uniformes misturados com lixo.



Outros tanques foram deixados para trás pelas forças afetas ao regime, bem como viaturas equipadas com sistemas de defesa antiaérea que relatos indicam ter sido destruídas pela aviação israelita, que tem fustigado nos últimos dias os restos da capacidade militar do exercito sírio, e outras ainda de transporte que permanecem intactas nas bermas, sinalizando a deserção dos seus ocupantes. "Eram oficiais, despiram as fardas, vestiram roupas civis e desapareceram", conta Osama, 32 anos, um filho de Damasco que fugiu há 11 para Idlib, e que regressou há dois dias a casa.



Osama é na verdade Yamen de nascença, tendo adotado o pseudónimo quando se assumiu como "um revolucionário" e montou base como ativista de oposição a Assad e designer gráfico de profissão naquela cidade no noroeste do país, que nos últimos anos era controlada pelo HTS e governada por Mohammed al-Bashir, que acaba de ser apontado primeiro-ministro interino do novo executivo sírio.



Ao fim de 11 anos de ausência, Osama partiu de imediato para a sua Damasco natal, agora dominada pela nova bandeira síria tricolor de três estrelas, e dirigiu-se para a casa de infância para reencontrar o pai: "Foi um momento muito feliz e também estranho. Mal o reconheci".




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O "matadouro de Assad" foi aberto e era o terror que se dizia


Infame "matadouro de Assad" enfim libertado e onde ainda se procuram sobreviventes, a prisão de Saydnaya, no norte de Damasco, serviu durante décadas para degradar e torturar milhares de presos políticos, que em muitos casos acabavam na forca.




Notícia






Logo após a queda súbita do regime de Bashar al-Assad, que se exilou na Rússia antes de a capital síria ser tomada no domingo pelos grupos militares revoltosos do seu país, cerca de três mil prisioneiros de Saydnaya foram de imediato libertados, na ausência dos guardas que também se puseram em fuga pelos portões do gigantesco complexo, agora assinalado pela saudação 'Free Syria'.



No caminho inverso, milhares de sírios entupiram a estrada de acesso ao longo do árido Rif Dimashq, na esperança de encontrar familiares entre os reclusos ou pistas sobre o paradeiro dos desaparecidos.



Passaram-se quatro dias e as buscas mantêm-se, com operários a abrir caminho com martelos pneumáticos nas caves dos três edifícios dispostos em Y da chamada "zona branca", seguindo rumores, entretanto desmentidos por antigos prisioneiros, de cárceres ocultas no subsolo, a que se juntam métodos ancestrais usados por um homem que perscruta o pátio com auxílio de duas varas metálicas a fim de supostamente encontrar uma localização provável para escavar.



À entrada, dezenas de pessoas passam as noites frias em colchões de espuma ao relento sob um bosque de cedros, e os dias pesquisando milhares de documentos oficiais da prisão, muitos dos quais com a inscrição "confidencial", com fé de que um deles tenha o nome de um familiar em parte incerta.



Os longos corredores dos pisos superiores são percorridos como um museu por visitantes, que espreitam as celas cobertas por tapetes de mantas e roupas deixadas para trás pelos seus antigos ocupantes, tal como mensagens ocasionais de despedida em árabe nas paredes sujas, de gratidão às forças rebeldes ou de vingança contra o clã do Presidente sírio deposto: "Vamos atrás de ti".



Yusuf Daham Shumlan, 35 anos, passou por um daquelas celas em 2016: "Era aqui que estava", relata, apontando para o lugar exato onde ficou detido, enquanto se agacha e pousa um joelho no chão para explicar como batalhava por espaço entre 70 reclusos num máximo de 50 metros quadrados.



O habitante de Deir ez-Zor, no leste da Síria, recorda que foi detido logo a seguir ao seu irmão, há oito anos, por suspeita de terrorismo e colocado numa prisão na sua cidade natal, antes de ser encaminhado para Saydnaya, e também o procedimento padrão quando foi encarcerado com a multidão dos outros prisioneiros: "Cheguei vendado, espancaram-me brutalmente e chutaram-me para dentro da cela". Numa das torturas a que foi sujeito, partiram-lhe uma perna que ainda conserva placas metálicas.



Yusuf descreve ainda que toda a vida se desenrolava dentro da cela, incluindo a higiene num minúsculo espaço sanitário contíguo, a comida era fornecida através das grades -- habitualmente pão, batata mal cozida e tomate -- e tinha de durar três dias, as conversas eram proibidas e severamente punidas se fossem detetadas pelos guardas ou pelas câmaras de vigilância. Quase ninguém escapava de doenças.



Apesar de tudo, pertenceu a um grupo reduzido de presos de curta duração e, ao fim de alguns dias, foi transferido para uma cadeia militar e depois libertado sem qualquer explicação, ao contrário do seu irmão, que permaneceu na cadeia e que nunca viu enquanto esteve detido.




Yusuf ainda conseguiu visitá-lo há seis meses em Saydnaya, "muito doente e esquelético", mas agora encontra-se na lista dos desaparecidos. "Estou aqui há quatro dias à procura dele, talvez haja mesmo mais prisões nos subterrâneos".



É lá que os martelos pneumáticos continuam a bater o subsolo, depois de os "capacetes brancos" da proteção civil síria já terem feito o mesmo e sem sucesso, num trabalho vigiado pelos visitantes da prisão, horrorizados com o tratamento especial dado aos prisioneiros reservados aos pisos inferiores, afinal tão real como as descrições de antigos reclusos e denúncias internacionais de organizações de direitos humanos, sempre rejeitadas pelas autoridades de Damasco.



Nas caves, os presos eram privados de luz e depositados nas dezenas de celas húmidas, imundas e muito mais pequenas do que aquela que recebeu Yusuf, segundo um dos seus antigos ocupantes, que ali permaneceu entre 2019 e 2021, submetido a este tratamento cruel a que nem a doença era tolerada.




"Se nos queixávamos de alguma coisa, era espancamento certo", recorda este antigo prisioneiro, descrevendo inspeções clínicas que implicavam o procedimento de cada recluso se despir na totalidade dentro de um cubículo gradeado cravado na parede, antes de ser observado pelo médico, que se sentava a uma pequena secretária solitária num enorme salão, e que ainda se encontra no local.



O ex-prisioneiro natural da capital síria, também ele detido por suspeita de atos de terrorismo e militância nas forças de oposição, prefere não ser identificado nem fotografado, mantendo bem presente a ameaça que lhe dirigiram quando foi libertado sem ter sido julgado: "Disseram-me para nunca contar o que vi aqui, ou nunca mais veria a luz do sol, e eu já não confio em ninguém. Nem no novo governo".



E essa experiência, conta entre um cheiro persistente de latrina e esgoto, já a conheceu naqueles dois longos anos, em que apenas em intervalos de dois meses era permitido sair das catacumbas de Saydnaya para limpar o pátio "e os restos de sangue". Por cada cem presos que se apresentava ao trabalho, "pelo menos cinco ou seis já não voltavam às celas" e desapareciam sem deixar rasto.




No exterior da prisão, uma retroescavadora abre terreno, junto dos extensos e altos muros de betão com arame farpado, presumivelmente em busca de valas comuns, e bem perto do local dos enforcamentos de que sobram ainda duas cordas vermelhas penduradas.



Segundo a Amnistia Internacional, estima-se que cerca de 13 mil pessoas tenham sido executadas nesta cadeia, só entre 2011 e 2015, no rescaldo da Primavera Árabe e em plena guerra civil que devastou o país.



"Só quero que este edifício seja destruído e que nunca mais ninguém venha para aqui", declara o antigo prisioneiro, que, logo após a confirmação da queda de Assad, esteve na primeira linha dos libertadores de Saydnaya, de onde muitos reclusos saíram diretamente para o hospital e outros para a morgue. "Há prisões assim em Portugal? Vai alguém preso por dizer mal do presidente?", questiona ainda, ao mesmo tempo que exibe uma mão sem três dedos, amputados numa das sessões de tortura a que foi sujeito.




O enviado da ONU para a Síria, Geir Pedersen, exigiu hoje acesso completo de observadores independentes a centros de detenção do regime deposto de Assad para documentar e preservar provas de violações dos direitos humanos.




Estas deverão incluir a célebre prensa do "edifício vermelho", usada como instrumento de tortura através de esmagamento para os principais presos políticos, e onde hoje só a intervenção de militares rebeldes da Organização para a Libertação do Levante (HTS) evitou com disparos para o ar o linchamento de um homem por suspeita de ter sido guarda no chamado "matadouro humano", ou "matadouro de Assad".



Dentro dos sinistros muros de Saydnaya, todos os relatos apontam para a verdade como um objetivo secundário, depois da degradação e punição de suspeitos por acusar, mas é por ela que Nebar, uma mãe da cidade de Hama está há quatro dias acampada junto do edifício em busca de dois filhos, Ghazwan e Mohanad, presos há 12 anos, tal como Ali Yassin do seu filho Samer, capturado em 2018.



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Líder islamita convida sírios a saírem à rua para celebrar "vitória"


O líder da coligação armada dominada por islamistas que tomou o poder na Síria, Abu Muhammad al-Jolani, apelou hoje aos sírios que saiam às ruas em massa para celebrar a "vitória da revolução".





Notícia






"Quero felicitar o grande povo sírio pela vitória da abençoada revolução e convido-os a sair às ruas para expressar a sua alegria, sem disparar tiros e sem intimidar as pessoas", disse num vídeo o líder do grupo islamita sunita Organização de Libertação do Levante (Hayat Tahrir al Sham ou HTS, em árabe) num vídeo.




"Depois disto, vamos construir este país e, como dissemos desde o início, teremos a vitória com a ajuda de Deus", concluiu Al-Jolani, cujo nome verdadeiro é Ahmad al-Chareh, na sua breve mensagem.



Muitas pessoas já começaram a reunir-se na histórica mesquita dos Omíadas, em Damasco, uma das mais antigas do Médio Oriente e onde está prevista uma grande celebração após a oração de sexta-feira.



Al-Jolani deverá participar na oração semanal de sexta-feira na mesquita dos Omíadas.



Os rebeldes declararam na segunda-feira Damasco livre do regime do Presidente Bashar al-Assad, após 12 dias de ofensiva de uma coligação liderada pelo HTS. Um primeiro-ministro interino foi nomeado na terça-feira para liderar um Governo de transição até 01 de março.



O Presidente sírio, que esteve no poder 24 anos, deixou o país perante a ofensiva rebelde e exilou-se na Rússia.



No poder há mais de meio século na Síria, o partido Baath foi, para muitos sírios, um símbolo de repressão, iniciada em 1970 com a chegada ao poder, através de um golpe de Estado, de Hafez al-Assad, pai de Bashar, que liderou o país até morrer, em 2000.



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Síria. Coligação curda reclama morte de 210 combatentes pró-turcos


A coligação de rebeldes curdos na Síria reclamou hoje ter matado 210 combatentes pró-turcos em ataques contra a barragem de Tishrin e a ponte de Qereqozaqe, no norte da Síria nos últimos dias.





Notícia






"Após três dias de resistência heróica das forças do Conselho Militar de Manbech contra as fações mercenárias ligadas à ocupação turca, as forças conseguiram frustrar os ataques dos mercenários e expulsar os que restavam, causando pesadas perdas", afirmou a aliança em comunicado.




De acordo com o documento, o Conselho, composto por membros da coligação armada liderada pelos curdos Forças Democráticas da Síria (SDF), infligiu 210 baixas nas fileiras das milícias pró-turcas durante os confrontos.


As SDF acrescentaram que perderam oito combatentes.


A principal componente das FSD são as Unidades de Proteção do Povo Curdo (YPG), que a Turquia considera um ramo da guerrilha do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), considerado terrorista pelo governo de Ancara.


A Turquia ainda não se pronunciou sobre o comunicado das FDS.


Na quinta-feira, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, afirmou que as Forças Democráticas Sírias são "fundamentais" para garantir que o grupo radical Estado Islâmico (ISIS) não se reorganize, numa altura em que a aliança liderada pelos curdos está a perder terreno para as fações apoiadas pela Turquia.


"Queremos evitar o desencadear de mais conflitos na Síria, numa altura em que queremos ver esta transição para um governo provisório e para um caminho melhor para a Síria, e parte disso também tem de ser garantir que o ISIS não volte a aparecer", disse Blinken na Jordânia antes da deslocação que realiza hoje a Ancara.



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'Capacetes brancos' encontram vários corpos e ossadas em armazém na Síria


Os Capacetes Brancos, organização de salvamento síria, anunciaram hoje ter descoberto corpos e ossadas num armazém nos arredores de Damasco, onde estas descobertas têm-se tornado cada vez mais frequentes após a queda do Presidente Bashar al-Assad.





Notícia







Situado a cerca de cinquenta metros do bairro de Sayyeda Zeinab, o armazém estava cheio de caixas de medicamentos espalhadas pelo chão, relatou um jornalista da agência noticiosa francesa AFP.



Os socorristas, na sua maioria de fato-macaco branco, transportavam os corpos, cuja identidade não foi possível determinar, em sacos pretos para serem transportados em camiões.



Desde a tomada do país por uma coligação armada liderada pelo grupo islamita Organização de Libertação do Levante (HTS), os grupos pró-iranianos, incluindo o movimento xiita libanês Hezbollah, que têm controlado a região durante o regime de Assad, abandonaram a zona.



"Recebemos relatos de cheiros pútridos que emanam do local. No armazém, encontrámos um frigorífico com corpos em decomposição", disse Ammar al-Salmo à AFP, funcionário dos Capacetes Brancos, cujas informações não foram confirmadas pela agência.



Os ossos encontravam-se também espalhados pelo chão, acrescentou, estimando que o número de vítimas seria inferior a 20-1



"Vamos tentar determinar a idade das vítimas e depois recolher amostras dos corpos para efetuar testes de ADN e tentar encontrar as suas famílias", disse Salmo.



Desde a fuga de Bashar al-Assad para Moscovo, a 08 de dezembro, têm sido descobertos corpos em várias valas comuns por todo o país.



Muitos sírios estão agora à procura de familiares que desapareceram durante as décadas de repressão sob o regime de Assad, que deixou o país numa situação de devastação após uma guerra civil de 13 anos que custou a vida a mais de 500.000 pessoas, desencadeada pela repressão de uma revolta pró-democracia.




Ao longo da última década, várias famílias em todo o mundo têm pedido ajuda ao Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) para encontrar pessoas desaparecidas na Síria.



Apesar da situação incerta no terreno, o CICV tem apelado à proteção dos arquivos, cemitérios e outros locais onde possam ter sido enterradas pessoas e afirmou estar pronto a ajudar "todas as partes que exercem autoridade na Síria a encontrar os desaparecidos".



Em 2022, o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) estimou que mais de 100.000 pessoas tinham morrido nas prisões desde 2011, nomeadamente em resultado de torturas.



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Morrem 16 combatentes curdos em confrontos com forças pró-turcas na Síria


As Forças Democráticas Sírias (FDS), uma aliança armada liderada por curdos, anunciaram hoje a morte de 16 de seus combatentes nos confrontos que ocorrem há duas semanas no nordeste da Síria contra fações armadas pró-turcas.




Notícia






Em comunicado, as forças curdas afirmam que os 16 combatentes foram mortos "enquanto resistiam aos ataques da ocupação turca e dos seus mercenários em diferentes zonas do leste e nordeste da Síria".


As FDS afirmaram que os seus combatentes "frustraram os ataques da ocupação turca e dos seus mercenários, em defesa do seu povo e da sua segurança", sem dar mais pormenores.



A aliança, que inclui também árabes e assírios, tinha anunciado, noutras declarações, a morte, durante a noite, de cinco combatentes "mercenários", referindo-se a membros de fações sírias pró-turcas que tentam expulsar as FDS das áreas que controlam no leste e nordeste da Síria.


Os combates nesta zona intensificaram-se após o derrube do regime do Presidente sírio Bashar al-Assad, em 08 de dezembro, por uma coligação de insurgentes liderada pela Organização Islâmica de Libertação do Levante (HTS) e que inclui fações treinadas e financiadas pela Turquia.


Após o derrube do regime de Al-Assad, grupos pró-turcos lançaram uma ofensiva contra as regiões controladas pelas FDS, apoiadas pelos Estados Unidos devido ao seu trabalho contra a organização terrorista Estado Islâmico no leste da Síria.



A Turquia, vizinha do norte da Síria, insiste em erradicar as FDS, já que o seu principal componente são as Unidades de Proteção Popular Curda (YPG), que Ancara considera uma ramificação da guerrilha do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), que classifica como um grupo terrorista.



Hoje, o exército norte-americano anunciou a morte de dois alegados membros do grupo extremista Estado Islâmico num atentado bombista perpetrado na segunda-feira contra um camião na província de Deir Ezzor, situada no leste da Síria.



"O bombardeamento teve lugar numa zona anteriormente controlada pelo regime sírio e pelos russos", anunciou, em comunicado, o Comando Central dos Estados Unidos (Centcom).



A queda do regime de Bashar al-Assad suscitou o receio de um possível ressurgimento do grupo jihadista Estado Islâmico, que poderia explorar os vazios de segurança após o colapso das forças governamentais.



A este respeito, as Forças Democráticas da Síria também alertaram para o facto de a ofensiva rebelde contra as suas posições nas zonas administradas pelos curdos poder enfraquecer as operações contra o grupo Estado Islâmico.


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Mais de 25 mil refugiados sírios na Turquia regressaram ao seu país


Mais de 25 mil refugiados sírios atravessaram a fronteira turca para regressar ao seu país nos últimos 15 dias, após a queda do regime do presidente Bashar al-Assad, disse hoje o ministro do Interior turco, Ali Yerlikaya.




Notícia






Um número anterior, divulgado pelas autoridades turcas, indicava 7.621 regressos da Turquia entre 09 e 13 de dezembro, os quatro dias que se seguiram à queda de Bashar al-Assad.



A Turquia, que partilha uma fronteira de mais de 900 quilómetros com a Síria, continua a albergar cerca de 2,92 milhões de sírios que fugiram da guerra que assolou o país a partir de 2011, disse Yerlikaya à agência noticiosa estatal Anadolu.


Mais de 500.000 sírios vivem em Istambul, a maior cidade da Turquia, acrescentou.


O ministro do Interior turco adiantou que serão criados gabinetes de gestão da migração na embaixada turca em Damasco, capital síria, e no consulado turco em Alepo, segunda maior cidade síria, para facilitar o processo de reinstalação dos refugiados na Síria.


Perante o forte sentimento anti-sírio da população, as autoridades turcas esperam que um grande número de refugiados regresse à Síria.



Ancara vai permitir que um membro de cada família de refugiados viaje para a Síria e regresse três vezes durante o primeiro semestre de 2025, a fim de preparar a sua reinstalação.



Os refugiados sírios poderão também levar consigo os seus veículos, o que era impossível até agora, acrescentou Yerlikaya.



Numa ofensiva relâmpago iniciada em 27 de novembro, grupos rebeldes e 'jihadistas' liderados pela Organização de Libertação do Levante (Hayat Tahrir al Sham - HTS, em árabe), tomou as posições das tropas governamentais sírias e, em poucos dias, apoderou-se de Alepo, a segunda maior cidade do país e, em grande parte, controlada pelo regime.




Bashar al-Assad, que esteve no poder 24 anos, foi derrubado no dia 08 de dezembro e fugiu com a família para a Rússia.



A HTS é herdeira da antiga afiliada síria do grupo extremista Al-Qaida e classificada como grupo terrorista por países como Estados Unidos, Reino Unido, Canadá e ainda a União Europeia.



O novo poder instalado em Damasco nomeou o político Mohammed al-Bashir como primeiro-ministro interino do Governo sírio de transição, cargo que assumirá até março de 2025.


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Síria. Dias 25 e 26 declarados feriados após protestos da minoria cristã


As autoridades instaladas na Síria definiram quarta e quinta-feira como feriados, coincidindo com as celebrações natalícias, após protestos da comunidade cristã por causa da queima de uma árvore de Natal numa localidade do centro do país.



Notícia






O gabinete do primeiro-ministro interino, Mohamed al-Bashir, declarou que os dias 25 e 26 de dezembro serão "feriados públicos", e ordenou aos ministérios e organismos públicos que permitam aos funcionários públicos gozar as férias, de acordo com um comunicado publicado hoje na sua conta da rede social Facebook.



O anúncio surge na sequência dos protestos contra a queima de uma árvore de Natal na cidade de Suqailabiyah, de maioria cristã, na província de Hama, que foi registada num vídeo que circula nas redes sociais e que mostra pessoas mascaradas a atear fogo à árvore.


As autoridades atribuíram o incidente a elementos "indisciplinados" de uma das fações do Comando de Operações Militares, que reúne 'jihadistas' e rebeldes que estiveram na origem da operação relâmpago que levou ao derrube do presidente Bashar al-Assad, liderados pelo movimento islamita Hayat Tahrir al Sham (HTS).



Segundo o novo governo sírio, os responsáveis pela queima da árvore eram russos da região da Chechénia, e serão punidos.


A queima da árvore motivou protestos na cidade e noutras partes do país, incluindo bairros de maioria cristã na capital, Damasco, como noticiou o portal de notícias sírio Shaam Network.


As novas autoridades sírias garantiram que protegerão os direitos de toda a população, incluindo as minorias, apesar dos receios de uma tendência fundamentalista e do facto de o HTS ser considerado um grupo terrorista devido às ligações do seu líder, Ahmed Hussein al Shara, conhecido como Abu Mohamed al Golani, aos grupos extremistas Estado Islâmico e Al-Qaida.


A ofensiva na Síria, lançada a 27 de novembro a partir da província de Idlib, permitiu aos 'jihadistas' e aos rebeldes tomar a capital, Damasco, e pôr fim ao regime da família Al Assad, no poder desde 1971 - primeiro com Hafez al Assad (1971-2000) e depois com o seu filho, Bashar - face a uma retirada constante das tropas governamentais, apoiadas pela Rússia e pelo Irão.



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Novo Governo sírio anuncia acordo com grupos armados para os desmantelar


As novas autoridades sírias anunciaram hoje terem chegado a um acordo com "todos os grupos armados" para os dissolver, especificando que serão integrados no Ministério da Defesa.




Notícia






"Uma reunião entre os chefes dos grupos" armados e o novo dirigente sírio Ahmad al-Chareh "resultou num acordo sobre a dissolução de todos os grupos e a sua integração no Ministério da Defesa", anunciaram a agência oficial Sana e as novas autoridades nas suas contas Telegram.




Numa conferência de imprensa, Ahmad al-Chareh afirmou que não permitirá, "de forma alguma, que as armas escapem ao controlo do Estado" e acrescentou que a decisão se aplica igualmente às "fações presentes na zona das Forças Democráticas Sírias" (FDS, dominadas pelos curdos).




Fotografias publicadas pela agência oficial Sana e pela conta de Telegram das autoridades mostram al-Chareh rodeado pelos líderes de várias fações armadas, mas nenhum representante das forças lideradas pelos curdos no nordeste do país.



Uma coligação armada liderada pelo grupo radical islâmico Hayat Tahrir al-Sham (HTS), chefiado por al-Chareh, cujo nome de guerra é Abu Mohammad al-Jolani, tomou o poder em Damasco a 08 de dezembro, destituindo o Presidente Bashar al-Assad.



Na semana passada, o chefe militar do HTS, Murhaf Abu Qasra, conhecido pelo seu nome de guerra Abu Hassan al-Hamwi, disse à agência noticiosa France-Presse (AFP) que "o próximo passo" seria dissolver as fações armadas, a começar pela sua, e fundi-las na futura instituição militar.



Este responsável militar afirmou que o novo governo pretende alargar a sua autoridade às zonas do nordeste da Síria controladas por uma administração curda semi-autónoma.



Os 13 anos de guerra na Síria custaram mais de meio milhão de vidas e dividiram o vasto país em zonas de influência controladas por diferentes beligerantes apoiados por potências regionais e internacionais.



As novas autoridades sírias, lideradas por Mohamed al-Bashir como primeiro-ministro interino, manifestaram o desejo de estabelecer boas relações com a comunidade internacional e afirmaram que irão proteger os direitos de todas as pessoas, incluindo as minorias, apesar dos receios de uma tendência fundamentalista.




A ofensiva na Síria, lançada pelo grupo jihadista Hayat Tahrir al Sham (HTS) em 27 de novembro a partir da província de Idlib, permitiu aos jihadistas e aos rebeldes tomar a capital, Damasco, e pôr fim ao regime da família al-Assad, no poder desde 1971 - primeiro com Hafez al-Assad (1971-2000) e depois com o seu filho, Bashar - face a uma retirada constante das tropas governamentais, apoiadas pela Rússia e pelo Irão.



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Venceu irmão de Assad em competição e acabou detido. "Início do pesadelo"


Adnan Kassar destacou-se numa prova e, pouco tempo depois, acabou por ser detido com acusações que considerou vagas. Acabou em várias prisões, durante quase 22 anos, entre as quais a Sednaya, conhecida como o 'matadouro de Assad'.




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Adnan Kassar, é uma das inúmeras vítimas deixadas pela família Assad, que dominou a Síria durante anos e cujo regime caiu este mês - com a fuga do presidente, Bashar al Assad, para a Rússia.




Pela primeira vez desde a queda do regime, Kassar falou com a Sky News sobre o que levou à sua detenção que, ordenada pelo pai de Bashar al-Assad, durou até 2014.



Tudo aconteceu em 1993, quando Kassar, se destacou numa competição equestre, assegurando a vitória para a sua equipa. A vitória foi amplamente comemorada, com exceção de um dos seus colegas e, até aí, alguém a quem chamava amigo próximo, Bassel al-Assad - irmão de Bashar al-Assad, que iria suceder ao seu pai, Hafez al-Assad, na presidência da Síria, caso não tivesse morrido em 1994 num acidente de automóvel em que seguia a alta velocidade.



"A multidão levantou-me aos ombros. Foi um momento de pura alegria, mas para Bassel não foi a mesma coisa. Esse dia marcou o início do meu pesadelo", explicou á Sky News, falando da vitória. Pouco tempos depois, Kassar foi detido devido a acusações vagas que, segundo o que conta, foram fabricadas em resultado do ressentimento de Bassel.



Segundo o que recorda à imprensa britânica, aconteceram interrogatórios violentos, no qual foi vítima de abuso psicológico e físico: "Fui mantido [num local] abaixo do chão durante seis meses, espancado constantemente e interrogado sem fim", afirmou.



Depois, foi transferido para a prisão Sednaya, conhecido como 'o matadouro de Assad', local onde a "tortura ainda ficou pior".



Kassar recorda que quando Bassel morreu começaram a tratá-lo de forma ainda mais desumana, culpando-o mesmo pela morte do filho do então presidente. "Todos os anos a tortura intensificava-se no dia em que se assinalava a morte [de Bassel]", referiu.


Mais tarde, foi também transferido para a prisão Tadmur, conhecida também pelas suas poucas condições. "Furaram-me a orelha numa manhã e partiram-me o maxilar à noite”, recordou, dizendo que atos tão simples como rezar eram alvo de castigos extremos, como "ser chicoteado mil vezes. Os meus pés ficaram rasgados e os meus ossos expostos".



Kassar ficou detido durante 22 anos, e só depois de muita pressão por parte de grupos internacionais é que foi libertado, a 16 de junho de 2014.


Foi só agora, com a queda do regime, que Kassar decidiu falar sobre os seus anos na prisão, já que teve receio de que qualquer coisa que pudesse dizer o levasse de novo para a prisão. "Depois de anos, tortura e injustiça, a revolução acabou por derrubar este regime ditatorial", apontou.



Bashar al-Assad, que esteve no poder 24 anos, fugiu com a família para a Rússia, após a sua destituição pela HTS, herdeira da antiga afiliada síria da Al-Qaida e classificada como grupo terrorista por países como Estados Unidos, Reino Unido, Canadá e ainda a União Europeia.



O novo poder instalado em Damasco nomeou o político Mohammed al-Bashir como primeiro-ministro interino do governo sírio de transição, cargo que assumirá até março de 2025.



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Cerca de 18 mil refugiados sírios deixam Jordânia e regressam a casa


Cerca de 18 mil sírios deixaram a Jordânia para regressar ao seu país desde a queda do presidente Bashar al-Assad, a 08 de dezembro, anunciou hoje o ministro do Interior jordano, Mazen al-Faraya.




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Entre os que regressaram, acrescentou o ministro jordano, contam-se 2.300 refugiados registados junto das Nações Unidas.



A Jordânia, que partilha 375 quilómetros de fronteira com a Síria, acolhe cerca de 680 mil refugiados sírios registados no Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, mas Amã afirma ter recebido cerca de 1,3 milhões de pessoas deslocadas desde o início da guerra na Síria, em 2011.



Na terça-feira, o ministro do Interior turco, Ali Yerlikaya, também tinha avançado que mais de 25 mil refugiados sírios tinham atravessado a fronteira para regressar ao seu país nos últimos 15 dias.


A Turquia alberga cerca de 2,92 milhões de sírios que fugiram da guerra.


Numa conferência de imprensa sobre a situação da Síria realizada há uma semana, a líder da Organização Internacional para as Migrações (OIM) desaconselhou os regressos em grande escala de refugiados à Síria, explicando que isso iria sobrecarregar infraestruturas que já estão demasiado frágeis.


"Por enquanto, não estamos a promover regressos em grande escala. A comunidade não está pronta para absorver os milhões de pessoas que estão fora. Acreditamos que isso criaria um conflito com uma sociedade que já está frágil", afirmou, na altura, Amy Pope.


"Os retornos que se estima que aconteçam são numa escala muito maior do que temos visto, e integrar aqueles que regressam em paralelo com ter justiça na transição será uma tarefa verdadeiramente monumental", alertou.


A diretora da OIM lembrou ainda que mesmo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) considerou que muitas comunidades não estão preparadas para absorver o regresso de deslocados internos e refugiados, sublinhando que "todos os regressos devem ser voluntários, dignos e seguros".


Desde 2011, quando começou a guerra civil, mais de 14 milhões de sírios foram obrigados a fugir das suas casas em busca de segurança devido a um conflito que tornou o país numa das maiores crises humanitárias do mundo.


A maior parte dos refugiados partiu para os cinco países vizinhos da Síria -- Turquia, Líbano, Jordânia, Iraque e Egito -, mas muitos foram um pouco mais longe, para a Europa, criando a maior vaga de refugiados desde a II Guerra Mundial. Só a Alemanha recebeu cerca de um milhão.



Entre 2015 e 2023, a União Europeia (UE) deu proteção internacional a quase 1,3 milhões de sírios e cortou laços diplomáticos com o regime de Bashar al-Assad, acusando-o de utilizar armas químicas contra o seu próprio povo.


Numa ofensiva relâmpago iniciada a 27 de novembro, uma coligação de grupos rebeldes liderada pela Organização de Libertação do Levante (Hayat Tahrir al Sham - HTS, em árabe), herdeira da antiga afiliada síria da Al-Qaida e classificada como grupo terrorista por vários países ocidentais, tomou as posições das tropas governamentais sírias em poucos dias e apoderou-se de Alepo, que era, em grande parte controlada pelo regime.
Bashar al-Assad, que esteve no poder 24 anos, foi derrubado no dia 08 de dezembro e fugiu com a família para a Rússia.



O novo poder instalado em Damasco nomeou o político Mohammed al-Bashir como primeiro-ministro interino do governo sírio de transição, cargo que assumirá até março de 2025.


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Detido alto responsável do regime Assad


As forças de segurança sírias detiveram hoje em Tartus (oeste) um alto responsável do regime deposto de Bashar al-Assad, numa operação marcada por confrontos mortíferos, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).





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A organização não-governamental referiu que o general Mohammed Kanjo Hassan, chefe da justiça militar durante o regime deposto no passado dia 08 e "responsável por numerosas condenações à morte" na prisão de Saydnaya, perto de Damasco, foi detido na cidade de Khirbet al-Ma'zah, juntamente com 20 membros da sua equipa de segurança.




Hassan condenou "milhares de pessoas à morte em julgamentos sumários", garantiu à agência France Presse Diab Seria, cofundador da Associação dos Detidos e Desaparecidos da Prisão de Saydnaya.




A associação calcula que o general tenha amealhado cerca de 150 milhões de dólares à custa das famílias dos detidos que pagaram, em vão, para obter informações.



A detenção de Hassan, "um dos criminosos do regime" de Assad, "representa um passo importante para obter justiça e processar os criminosos", congratulou-se ainda, na rede social X (antigo Twitter), a Coligação da Oposição Síria, que reúne as principais formações políticas no exílio.



Bashar al-Assad, que esteve no poder 24 anos, fugiu com a família para a Rússia, após a sua destituição pela HTS, herdeira da antiga afiliada síria da Al-Qaida e classificada como grupo terrorista por países como Estados Unidos, Reino Unido, Canadá e ainda a União Europeia.




O novo poder instalado em Damasco nomeou o político Mohammed al-Bashir como primeiro-ministro interino do governo sírio de transição, cargo que assumirá até março de 2025.



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Síria. 77 pessoas morreram em explosão de minas desde a queda do regime


Pelo menos 77 pessoas morreram em explosões de minas e munições não detonadas abandonadas em diferentes zonas da Síria desde a queda do regime de Bashar al-Assad, anunciou hoje a organização não-governamental (ONG) Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).





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De acordo com a ONG, que tem sede no Reino Unido mas conta com uma vasta rede de colaboradores na Síria, entre o total de mortos, pelo menos 12 são crianças e sete mulheres.



No mesmo relatório é descrito que pelo menos 86 pessoas ficaram feridas, das quais 49 são menores e quatro mulheres.


"Os restos das operações de guerra estão espalhados por toda a parte, em aldeias e bairros devastados em toda a Síria, representando uma ameaça considerável à segurança e à vida dos civis, especialmente das pessoas deslocadas que esperam para regressar às suas casas", descreveu.


No mesmo relatório, a organização apontou que os residentes pedem às autoridades competentes que removam as minas terrestres e objetos não detonados das áreas povoadas o mais rápido possível para evitar mais mortes e feridos causados por estas detonações.


Há apenas três dias, esta ONG contabilizou 66 mortos e 75 feridos devido a explosões de minas abandonadas, um número que nestas 72 horas aumentou em 11 mortos e outros 11 feridos, e que poderá subir.


A guerra na Síria começou após a violenta repressão de Al-Assad às revoltas populares de 2011, e terminou com a queda do seu regime no dia 08 de dezembro por uma coligação de fações insurgentes liderada pela Organização Islâmica de Libertação do Levante (Hayat Tahrir al Sham, HTS, em árabe).


Apesar dos sinais e declarações positivas do novo homem forte da Síria, Ahmed al Sharaa, que lidera o HTS, sobre o futuro do país árabe, a reconstrução e eliminação de minas e munições abandonadas pela guerra continua a ser um dos maiores obstáculos antes do regresso à Síria de refugiados e pessoas deslocadas.


"O Observatório Sírio para os Direitos Humanos renova o seu apelo às organizações internacionais para que trabalhem na remoção dos restos de guerra do território sírio tendo em conta os perigos que representam para a vida da população, uma vez que são generalizados", concluiu a ONG.



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Lançada nova campanha para capturar elementos do antigo regime de Assad


As forças de segurança da nova liderança síria iniciaram hoje uma "ampla campanha de busca" para capturar membros do antigo regime de Bashar al-Assad no município de Zabadani, a oeste da capital Damasco, divulgou a agência noticiosa oficial SANA.




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"A campanha de busca visa confiscar depósitos de munições escondidos, além de prender membros das milícias de Assad que se recusaram a depor as armas", segundo a mesma fonte.



As novas autoridades da Síria pediram à população civil da zona que colabore com as forças de segurança "para livrar a área dos criminosos e das armas", acrescentou a agência.


Levada a cabo pela Administração de Segurança Pública em cooperação com o Departamento de Operações Militares, a operação começa um dia depois de uma campanha semelhante ter terminado na cidade de Homs, a norte da capital síria.


O Observatório Sírio para os Direitos Humanos também informou sobre estas operações, que enquadrou como parte de uma campanha de segurança de "grande escala" em várias cidades a oeste de Damasco.


Segundo a organização não-governamental (ONG), com sede no Reino Unido mas que conta com uma vasta rede de colaboradores no terreno, registaram-se múltiplas detenções e "inspeções rigorosas" a habitações e veículos, tendo sido enviados reforços militares para a zona.


A ONG alertou ainda que várias das detenções efetuadas hoje ocorreram depois de membros da segurança apresentarem falsas denúncias contra estas pessoas, sem dar mais pormenores.


Lançada a 27 de novembro, uma ofensiva relâmpago derrubou em 12 dias o regime do Presidente Bashar al-Assad, há 24 anos no poder na Síria, obrigando-o a abandonar o país com a família a 08 de dezembro e a pedir asilo político na Rússia.


A ofensiva, que na realidade eram duas combinadas -- "Dissuadir a Agressão", lançada pela Organização Islâmica de Libertação do Levante (Hayat Tahrir al-Sham, HTS, em árabe) que inclui o antigo ramo sírio da Al-Qaida, e "Amanhecer da Liberdade", liderada pelos rebeldes sírios - foi a primeira em grande escala em que as forças da oposição conquistaram território em Alepo desde 2016, quebrando o impasse de uma guerra civil iniciada em 2011, que matou mais de 300.000 pessoas e fez sair do país quase seis milhões de refugiados e que, formalmente, nunca terminou.



Os Presidentes turco e russo, Recep Tayyip Erdogan e Vladimir Putin, respetivamente, acordaram, em 2020, um cessar-fogo, após meses de combates em Idlib.


O reacendimento do conflito fez-se com esta ofensiva que partiu da cidade de Idlib, um bastião da oposição, em que os rebeldes conseguiram expulsar em poucos dias o Exército de Bashar al-Assad, apoiado pela Rússia e pelo Irão, das capitais provinciais de Alepo, Hama e Homs, abrindo caminho para Damasco, a capital do país, e pondo fim ao regime do clã Assad, iniciado em 1971, ano em que o pai de Bashar, Hafez al-Assad, tomou o poder através de um golpe de Estado.



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Forças de segurança sírias lançam operação contra milícias de Assad


As forças de segurança sírias lançaram uma "vasta operação de varrimento na aldeia de Ghor al-Gharbiya", no oeste de Homs, contra as últimas milícias ligadas ao ex-presidente Bashar al-Assad, revelou hoje a agência noticiosa Sana.




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A operação tem como alvo "traficantes de droga, contrabandistas e o que resta das milícias de Assad que se recusaram a depor as armas", segundo a Sana, que cita uma fonte dos serviços de segurança das novas autoridades sírias.



A Sana noticiou que foi encontrado "um depósito de armas e munições pertencentes ao regime deposto", relatando confrontos violentos entre as forças de segurança e grupos de homens armados.



Os confrontos na província de Homs, no centro da Síria, fizeram seis mortos naquela aldeia, indicou pelo seu lado o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), sediado em Londres e com uma vasta rede de colaboradores no país.



Segundo o OSDH, os combates fizeram seis mortos naquela aldeia habitada maioritariamente por xiitas e perto da fronteira com o Líbano, tendo sido enviados tanques para o local.



O diretor do Observatório, Rami Abdel Rahmane, disse à agência France Presse (AFP) que a aldeia abrigava grupos locais próximos do movimento xiita libanês Hezbollah após a queda do regime de Bashar al-Assad, em 08 de dezembro passado.


O Hezbollah apoiou militarmente o Governo de Assad durante o conflito na Síria, desencadeado em 2011 pela repressão sangrenta das manifestações de grupos de oposição pró-democráticos.


Segundo o OSDH, dezenas de pessoas foram detidas durante a operação e "algumas não tinham a sua situação regularizada" nos centros criados pelas novas autoridades para o efeito.


Muitas pessoas foram detidas nas últimas semanas no âmbito de operações de segurança contra milicianos leais a Assad, que foi deposto do poder por uma coligação liderada pela Organização para a Libertação do Levante (Hayat Tahrir al-Sham, HTS) após uma ofensiva militar relâmpago.


Segundo a AFP, testemunhas e organizações não-governamentais relataram buscas em residências e execuções sumárias.


Após a deposição do regime sírio, as novas autoridades de Damasco lideradas pelo HTS, de inspiração islamita, têm tentado tranquilizar as minorias políticas e religiosas que temem ser marginalizadas e perseguidas.



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Síria. Presidente defende que Estado deve tomar posse de todas as armas


O presidente interino da Síria, Ahmad al-Chareh, disse hoje que as armas utilizadas durante a guerra civil devem ser detidas pelo Estado rejeitando a formação de fações e apelando à unidade.




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"A unidade e o monopólio das armas nas mãos do Estado não são um luxo, mas um dever e uma obrigação. A Síria não aceita a divisão, é um todo integrado e a força reside na unidade", declarou na abertura da conferência de diálogo nacional em Damasco.




As declarações de Ahmad al-Chared ocorreram hoje, durante a sessão de abertura da conferência de diálogo nacional, que pretende criar uma comissão para trabalhar na justiça de transição com o objetivo de "restaurar os direitos" dos sírios.



Al-Chared é atualmente o chefe de Estado interino da Síria, após o derrube do regime de Bashar al-Assad, em dezembro do ano passado.



"Há dois meses que estamos a trabalhar para processar os autores de crimes contra os sírios e vamos trabalhar para formar uma comissão para a justiça de transição que vai restaurar os direitos das pessoas e, se Deus quiser, fazer justiça e levar os criminosos à justiça", disse o Presidente interino.



Entretanto, a União Europeia anunciou a suspensão das sanções contra a Síria que visa os setores económicos fundamentais, uma decisão saudada pelo chefe interino da diplomacia síria.



Os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia, reunidos em Bruxelas na segunda-feira, decidiram formalmente a suspensão, que diz respeito aos setores bancário, energético e dos transportes.



A União Europeia pretende contribuir para a reconstrução do país devastado pela guerra e estabelecer relações com os seus novos dirigentes, que apelam regularmente ao levantamento das sanções.



Estas medidas foram impostas ao governo de Bashar al-Assad durante a guerra civil que eclodiu em 2011.



No entanto, as medidas podem voltar a ser impostas se os novos dirigentes sírios, oriundos de movimentos islamitas, não respeitarem os direitos humanos ou os valores democráticos, disse em janeiro a chefe da diplomacia europeia, Kaja Kallas.



NM
 
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