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Apenas três hospitais municipais de emergência do Rio têm dois tomógrafos

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Secretário Daniel Soranz admite que é importante aumentar capacidade da rede; PM baleado na cabeça precisou ser transferido por um defeito no único aparelho disponível no Salgado Filho

Rio - A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) aponta que apenas três hospitais de emergência, de um total de 11, contam com dois tomógrafos. Em entrevista a O DIA, o secretário Daniel Soranz admitiu a importância de um número maior de aparelhos na rede de saúde do Rio. O aumento neste número pode ser crucial para evitar uma transferência desnecessária ou um eventual comprometimento no atendimento a casos graves.

O debate quanto à capacidade do município de realizar tomografias em casos urgentes foi motivado após o policial militar Cláudio Muniz ser baleado na cabeça, na segunda-feira (2). O agente de segurança precisou ser transferido para realizar o exame de imagem, que é capaz de detalhar estruturas internas do corpo por meio de raios-x.

Ele foi atingido enquanto realizava patrulhamento no Morro São João, no Engenho Novo, na Zona Norte. Segundo a corporação, o PM foi levado ao Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier, e foi transferido em seguida ao Hospital Central da PM. O motivo: o único tomógrafo disponível na unidade da Secretaria de Saúde estava com defeito.

Entretanto, Soranz destacou que o Rio vive uma evolução, mesmo com a média de somente 27% das unidades emergenciais equipadas com dois dispositivos: "É óbvio que a gente quer ampliar, o que já vem acontecendo. Ainda não é possível ter dois tomógrafos em cada unidade, mas a gente aumenta o número a cada ano. E onde não tem o aparelho, a gente vai avançando para que tenha".

Números
Além dos seis tomógrafos disponíveis nos hospitais Souza Aguiar, do Andaraí e Albert Schweitzer, em Realengo, há ainda 17 aparelhos em operação distribuídos da seguinte forma: oito em outras oito unidades para casos graves; e mais nove em oito hospitais gerais, especializados e unidades ambulatoriais, onde os exames precisam ser agendados previamente - confira lista detalhada no fim da página.

Para reforçar o viés de alta da rede municipal de saúde na realização do exame de imagem, para emergência ou não, Soranz deu alguns números gerais. "O Rio realizou 33.242 tomografias em 2020. Em 2024, foram 131.607. Quase quadruplicou. É um crescimento expressivo", apontou.

O secretário citou ainda um contexto nacional para ressaltar que a capacidade do Rio de realizar tomografias está dentro de uma razoabilidade: "Ainda não é uma realidade brasileira ter tomógrafo. A maioria dos hospitais públicos de emergência no Brasil não têm. É um desafio ter pelo menos um".

Um estudo do Centro de Ensino Unificado do Distrito Federal (UDF) mostrou que, em 2020, apenas 15,7% dos municípios brasileiros possuíam tomógrafos. E dos quase 5 mil aparelhos existentes no país, apenas a metade estava disponível no Sistema Único de Saúde (SUS).

A reportagem procurou o Ministério da Saúde para tentar dados mais atualizados, mas não obteve resposta até a última atualização desta matéria. Procurada para ceder números que poderiam servir como parâmetro para a capital fluminense, a Secretaria de Estado de Saúde também não retornou. O espaço segue disponível.

Procedimento contra perda de tempo
Ainda sobre o caso do PM baleado na segunda-feira, a SMS informou que o tomógrafo do Salgado Filho já foi reparado. Soranz, inclusive, enfatizou que a pasta possui uma equipe para conserto imediato dos aparelhos.

Mas quando a restauração não é feita a tempo de receber um paciente em estado grave, a rede municipal de Saúde dispõe de um sistema automático de restrição. "Ele informa diferentes profissionais, como os do Samu e de diferentes forças de socorro, sobre tomógrafos inoperantes e os direciona aonde tem o equipamento. Quando não é possível [fazer esse direcionamento], como nesse caso [do policial militar], a gente faz como foi feito: verifica se tem bala alojada, estabiliza, entuba e encaminha para cirurgia", complementou o secretário.
A SMS informou ainda que adquiriu um tomógrafo especial para o Hospital Federal Cardoso Fontes, em Jacarepaguá, Zona Oeste, que atualmente está sob gestão municipal. Trata-se de um equipamento com capacidade para 300 quilos, destinado ao atendimento de pacientes superobesos. O prazo para instalação é de 90 dias. Com isso, a unidade passará a ter dois tomógrafos.
Lista de unidades municipais
Unidades de urgência e emergência com tomógrafos
- Hospital Municipal Souza Aguiar (dois aparelhos)
- Hospital Municipal Miguel Couto
- Hospital do Andaraí (dois aparelhos)
- Hospital Municipal Salgado Filho
- Hospital Municipal Evandro Freire
- Hospital Municipal Albert Schweitzer (dois aparelhos)
- Hospital Municipal Rocha Faria
- Hospital Municipal Pedro II
- Hospital Municipal Francisco da Silva Telles
- Hospital Municipal Cardoso Fontes
- Hospital Municipal Lourenço Jorge
Hospitais gerais, especializados e unidades ambulatoriais com tomógrafos (necessário agendamento prévio)
- Centro Carioca de Diagnóstico e Tratamento por Imagem (Super Centro Carioca de Saúde)
- Hospital Municipal Jesus
- Hospital Municipal da Piedade
- Hospital Municipal Ronaldo Gazolla (dois aparelhos)
- Centro de Imagem da Rocinha
- Clínica da Família Harvey Ribeiro
- Centro Municipal de Saúde Belizário Penna
- UPA Madureira
Hospitais gerais e especializados sem tomógrafo
- Hospital Municipal Raphael de Paula Souza (Curicica)
- Hospital Municipal Barata Ribeiro (Mangueira)

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