Sven Quandt critica organização do Dakar
Depois de tantos problemas e de tantas alterações nos traçados das etapas deste Dakar Argentina-Chile, era inevitável que as criticas não surgissem.
Sven Quandt critica organização do Dakar -
Sven Quandt, director da equipa X-Raid BMW, foi o último a tecer fortes criticas à organização por não ter conseguido antecipar os problemas que ontem se sentiram na etapa que ligou Fiambalá a La Rioja.
A etapa de ontem revelou-se como uma das mais complicadas da história do Dakar, apesar de ter sido encurtada e, posteriormente, neutralizada, já após o abandono de Carlos Sainz devido a um erro no road book, e diversos problemas com outros pilotos. Mark Miller, piloto da Volkswagen, chegou mesmo a questionar se os pilotos amadores alguma vez conseguiriam chegar ao fim da etapa.
"Julgo que o mais importante é que a organização deveria saber que o Verão é diferente do Inverno. E para além disso, após três etapas muito duras, poderiam ter prevenido a etapa de hoje [ontem]", referiu Quandt ao Autosport.com.
"Estou um pouco surpreendido, porque a organização deveria conhecer tudo isto um pouco melhor. Fizeram uma boa corrida, mas neste momento ainda há 90 carros e camiões atascados aos 170 km e isso é demais", continuou, referindo-se na altura a quase uma centena de competidores presos na etapa.
"Quando o tempo aquece, as dunas tornam-se muito difíceis de subir, tornam-se extremamente macias. De manhã, é quase como asfalto. À tarde, quando aquece, as dunas tornam-se muito difíceis de transpor, é difícil de acreditar no quão macia se torna a areia. É injusto para os pilotos que vão ser penalizados hoje", acrescentou, não sem antes partilhar que muitos dos pilotos acharam o road book "patético", como foi o caso de Giniel de Villiers.
"Alguns pilotos tiveram de seguir a sua própria rota e não o road book porque diziam que era estúpido", comentou Quandt, explicando, no entanto, que para si os problemas com o road book não têm sido demasiado graves. Para futuras provas, o responsável espera que a organização tenha aprendido com os problemas desta primeira edição na América do Sul.
"Julgo que eles aprenderam bastante este ano, e por certo que irão mudar. Espero que não vão no sentido oposto e tornem a prova demasiado fácil. Têm de encontrar o balanço correcto - ter um ou dois dias difíceis mas encontrar uma maneira para que todos possam terminar."
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