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Irão anuncia manobras navais no Mar da Arábia e no norte do oceano Índico
O Exército iraniano vai realizar manobras militares no sábado no Mar da Arábia e a norte do oceano Índico, anunciou hoje fonte das Forças Armadas citada pela televisão estatal do Irão.
"O exercício militar conjunto 'Zolfaghar 1403' vai começar amanhã (sábado) na costa de Makran, Mar da Arábia e no norte do oceano Índico", disse hoje o vice-coordenador das Forças Armadas iranianas, almirante Habibollah Sayyari.
Desde a tomada de posse Donald Trump como Presidente dos Estados Unidos , Teerão intensificou as demonstrações de força, nomeadamente com exercícios militares de grande escala.
O Irão apresentou nas últimas semanas novos equipamentos e bases militares subterrâneas.
Ao mesmo tempo, Teerão envia sinais aos países ocidentais, nomeadamente aos Estados Unidos, para que iniciem negociações sobre o programa nuclear.
Os exercícios de sábado têm por objetivo reforçar as capacidades de defesa e de dissuasão contra qualquer ameaça terrestre, aérea ou marítima, disse o almirante Sayyari.
"Qualquer ataque aos interesses do Irão vai ter como consequência uma resposta severa", advertiu o mesmo oficial de alta patente iraniano.
Nas últimas semanas, o Irão realizou exercícios militares em todo o país, nomeadamente perto de instalações nucleares.
No passado dia 05 de fevereiro, o Presidente norte-americano declarou-se favorável a um "acordo de paz" com o Irão, adversário dos Estados Unidos desde a Revolução Islâmica de 1979.
Na mesma declaração Trump insistiu que o Irão "não pode ter armas nucleares".
Na quinta-feira à noite, o Presidente Massoud Pezeshkian admitiu que o Governo do Irão pode negociar com os Estados Unidos, "mas não a qualquer preço".
"Não podem sancionar-nos e dizer-nos para não termos mísseis ou armas e, ao mesmo tempo, falar de negociações", afirmou Pezeshkian, citado pela agência oficial Irna.
Na semana passada, o secretário de Estado norte-americano Marco Rubio descreveu a República Islâmica como a maior fonte de instabilidade no Médio Oriente.
O líder supremo do Irão, aiatollah Ali Khamenei, o principal decisor em questões estratégicas, instou o Governo do Irão a não negociar com Washington, afirmando que tal atitude pode ser imprudente.
Irão aumenta "de forma preocupante" reservas de urânio enriquecido a 60%
O Irão aumentou "de forma muito preocupante" as suas reservas de urânio enriquecido a 60%, um limiar próximo dos 90% necessários para fabricar uma arma nuclear, segundo um relatório confidencial da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA).
Citada pelas agências internacionais, a agência da ONU registou 274,8 quilos no passado dia 08 contra os 182,3 quilos assinalados três meses antes, o que demonstra uma clara aceleração do ritmo de produção.
O Irão cumpriu, assim, o seu anúncio de instalar e utilizar mais maquinaria para enriquecer urânio a 60%.
No relatório é ainda notada a preocupação com a falta de progressos e de cooperação de Teerão, pelo que a AIEA "não estará em posição de dar garantias de que o programa nuclear do Irão é exclusivamente pacífico".
O aumento do ritmo de enriquecimento de urânio começou dias depois de o Conselho de Governadores da AIEA ter aprovado uma resolução a condenar o facto de o Irão não ter esclarecido que o seu programa nuclear é, como Teerão afirma, exclusivamente pacífico.
Em 2015, o Irão e as grandes potências chegaram a um acordo que limitava o âmbito e as capacidades do programa atómico iraniano em troca do levantamento das sanções.
Esse acordo foi enfraquecido, primeiro porque os Estados Unidos o abandonaram no primeiro mandato do Presidente Donald Trump e, depois, porque o Irão decidiu ignorar as suas obrigações.
No seu relatório publicado hoje, a AIEA recorda que o Irão é o único país sem arsenal nuclear que enriquece urânio a 60%.
Recorda também que já passaram quatro anos desde que o Irão suspendeu a aplicação do protocolo do Tratado de Não Proliferação Nuclear que permite inspeções mais rigorosas às suas instalações.
Cantora iraniana presa pela polícia em Teerão durante um concerto
Uma organização não-governamental com sede na Noruega denunciou hoje a detenção pela polícia iraniana da cantora Hiva Seyfizadeh durante um concerto numa sala de espetáculos de Teerão.
A organização Hengaw, com sede em Oslo, disse que os motivos da ação da polícia iraniana ainda não são conhecidos.
"Hiva Seyfizadeh, 27 anos, foi detida na quinta-feira, na mansão Rooberoo, em Teerão", declarou a Hengaw, uma organização não-governamental que se dedica a denunciar as violações dos direitos humanos na República Islâmica.
Segundo a Hengaw, as forças de segurança de Teerão entraram na sala de espetáculos Rooberoo Mansion, uma instituição que organiza concertos e exposições, e detiveram a cantora, apesar de Hiva Seyfizadeh ter autorização para atuar.
A República Islâmica do Irão só permite que as mulheres atuem em concertos para públicos femininos, sem a presença de câmaras de vídeo ou fotográficas, ou como acompanhantes de cantores masculinos.
A organização Hengaw não explicou as razões da detenção e, até à data, as autoridades não comunicaram o incidente.
A sala Rooberoo Mansion anunciou que vai permanecer fechada até novo aviso.
Seyfizadeh, professora de música clássica e cantora, apoiou os protestos de 2022 contra a morte de Mahsa Amini, a A jovem de origem curda que morreu depois de esta ter sido detida por não usar o lenço islâmico.
Em dezembro do ano passado, a cantora iraniana Parastoo Ahmadi foi detida em Teerão depois de ter publicado um concerto sem o véu obrigatório.
A artista foi processada pelo sistema judicial iraniano e libertada sob fiança.
Vários músicos iranianos foram condenados a pesadas penas por terem publicado música em apoio dos protestos de Amini, incluindo Shervin Hajipour e o "rapper" Tomaj Salehi, que foi condenado à morte, sentença que foi posteriormente retirada, tendo sido libertado.
Irão: Negociações sobre nuclear com EUA "não levantarão sanções"
O líder supremo do Irão, ayatollah Ali Khamenei, afirmou hoje que as negociações nucleares com os Estados Unidos "não levantarão as sanções" impostas ao Irão, após Teerão ter confirmado a receção de uma carta do Presidente norte-americano, Donald Trump.
"Se o objetivo das negociações é levantar as sanções, negociar com este governo norte-americano não vai levantar as sanções", disse Khamenei numa reunião com estudantes.
O ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Abbas Araghchi, confirmou ter recebido hoje uma carta do Presidente dos Estados Unidos, entregue em Teerão por um diplomata de alto nível dos Emirados Árabes Unidos, informaram os meios de comunicação social iranianos.
"A carta de Donald Trump foi entregue ao Irão pelo conselheiro diplomático do Presidente dos Emirados Árabes Unidos, Anwar Gargash", informou a agência de notícias Fars.
Na passada sexta-feira, Trump anunciou que tinha enviado uma carta ao líder supremo do Irão, instando-o a entrar em negociações nucleares e alertando para uma possível ação militar se o Irão as recusasse.
Khamenei, além de afirmar que as conversações com Washington "não levantarão as sanções" impostas pelos Estados Unidos ao Irão, garantiu que o país "não está à procura de armas nucleares" e considerou "imprudentes" as ameaças norte-americanas de ação militar.
O líder supremo iraniano frisou que Teerão "não tem armas nucleares" e "não está a tentar adquiri-las", sublinhando que, se o quisesse fazer, fá-lo-ia.
"No que diz respeito às armas nucleares, foi dito que não permitiremos que o Irão as adquira. Se quiséssemos construir armas nucleares, os Estados Unidos não nos poderiam impedir. O facto de não termos armas nucleares e não estarmos a tentar obtê-las deve-se ao facto de nós próprios não as querermos", sustentou Khamenei.
Para Khamenei, as ameaças dos Estados Unidos são "imprudentes".
"Os Estados Unidos estão a brandir uma ameaça militar. Na minha opinião, esta ameaça é imprudente. O Irão é capaz de retaliar e, sem dúvida, irá infligir um golpe em troca", avisou o ayatollah Khamenei.
A 07 deste mês, Trump indicou ter enviado uma carta a Khamenei relacionada com o avanço do programa nuclear do Irão.
"Escrevi-lhes [às autoridades iranianas] uma carta a dizer: 'Espero que negoceiem, porque se tivermos de intervir militarmente, vai ser uma coisa terrível'", disse Trump ao canal televisivo Fox Business News.
"Eu preferia negociar um acordo. Não tenho a certeza de que todos concordem comigo, mas podemos fazer um acordo que seria tão bom como se vencêssemos militarmente. Mas o momento é agora. O momento está a chegar. Alguma coisa vai acontecer, de uma forma ou de outra", explicou Trump.
Desde que Trump regressou à Casa Branca, o seu Governo tem sempre afirmado que o Irão deve ser impedido de se dotar de armas nucleares.
Num relatório divulgado em fevereiro, elaborado pela agência de vigilância nuclear das Nações Unidas, é indicado que Teerão acelerou a produção de urânio enriquecido quase para níveis usados na produção de armamento.
O primeiro mandato presidencial de Trump (2017-2021) foi marcado por um período particularmente conturbado nas relações com Teerão. Em 2018, retirou unilateralmente os EUA do acordo nuclear entre o Irão e as potências mundiais, reimpondo a Teerão sanções que prejudicaram a economia, e ordenou a morte do principal general do país.
Nos termos do acordo nuclear original de 2015, o Irão foi autorizado a enriquecer urânio apenas até 3,67% de pureza e a manter uma reserva de 300 quilos de urânio.
A aceleração da produção de urânio para fins militares por parte do Irão coloca mais pressão sobre Trump, que tem repetidamente afirmado estar aberto a negociações com a República Islâmica, ao mesmo tempo que sanciona cada vez mais as vendas de petróleo do Irão, como parte da sua política de "pressão máxima" reimposta.
Irão. Estado usa cada vez mais câmaras para detetar mulheres sem 'hijab'
O Irão usa cada vez mais vigilância eletrónica para detetar mulheres que recusam o véu obrigatório em público e está a tentar impor penas mais severas para quem se oponha, denunciou a ONU num relatório hoje divulgado.
As conclusões da Missão Internacional Independente de Investigação sobre a República Islâmica do Irão surgem depois de ter sido determinado, no ano passado, que a teocracia do país foi responsável pela "violência física" que levou à morte de Mahsa Amini.
A morte da jovem de 22 anos levou a protestos em todo o país contra a lei do uso obrigatório de 'hijab' (o véu islâmico) e à desobediência pública desta regra, que continua, apesar da ameaça de prisão e de detenções violentas.
"Dois anos e meio após o início dos protestos, em setembro de 2022, as mulheres e raparigas no Irão continuam a enfrentar uma discriminação sistemática, na lei e na prática, que permeia todos os aspetos das suas vidas, particularmente no que diz respeito à aplicação do 'hijab' obrigatório", refere a missão das Nações Unidas no relatório.
"O Estado usa cada vez mais câmaras de vigilância, num esforço para garantir que empresas e indivíduos cumprem as regras do 'hijab', classificando-o como uma responsabilidade cívica", acrescentou.
Os investigadores descreveram que, entre os esforços do Irão, conta-se a "vigilância aérea por drones" para monitorizar mulheres em locais públicos.
Na Universidade Amirkabir, em Teerão, as autoridades instalaram um 'software' de reconhecimento facial no portão de entrada para encontrar mulheres que não estivessem a usar o 'hijab', refere o documento.
A missão adianta ainda acreditar que as câmaras de vigilância colocadas nas principais autoestradas do Irão sejam usadas para descobrir mulheres que não usam o véu, sendo que os investigadores da ONU disseram ter tido acesso a uma aplicação para telemóvel, a "Nazer", que é oferecida pela polícia iraniana para que o público denuncie mulheres sem o 'hijab' em veículos, incluindo ambulâncias, autocarros, carruagens de metro e táxis.
"Os utilizadores podem adicionar o local, a data, a hora e o número da matrícula do veículo em que ocorreu a alegada infração, que depois envia um alerta à polícia", refere o relatório.
"De seguida, dispara uma mensagem de texto (em tempo real) para o proprietário registado do veículo, avisando-o de que foi encontrado a violar as leis do 'hijab' obrigatório e que o seu veículo será apreendido".
Estas mensagens de texto já levaram a situações perigosas, alerta a missão da ONU, lembrando que, em julho de 2024, a polícia disparou e paralisou uma mulher que, segundo ativistas, tinha recebido a mensagem e estava em fuga de um posto de controlo perto do Mar Cáspio.
Os investigadores descobriram que 8.000 veículos foram confiscados porque as suas condutoras não usavam o 'hijab' de forma adequada.
"O que é invulgar e extraordinário nisto é o tipo de atividade que está a ser monitorizada pelo uso desta aplicação... o que uma mulher veste ou não veste", disse a presidente da missão, Sara Hossain, numa conferência de imprensa hoje realizada em Genebra.
O Irão tem sido palco de tensões internas crescentes desde a morte de Mahsa Amini, que desencadeou meses de protestos e de repressões que levaram à morte de mais de 500 pessoas e à detenção de mais de 22.000.
Após as manifestações, a polícia reduziu a severidade em relação à aplicação das leis sobre o 'hijab', mas voltou a intensificá-la em abril de 2024.
As missões diplomáticas do Irão na ONU, em Nova Iorque e em Genebra, não comentaram as conclusões do relatório.
A missão irá, segundo avançou a sua presidente, investigar, este ano, dois novos temas relacionados com o uso do 'hijab'.
Por um lado, um "padrão perturbador" de mortes de manifestantes anti-véu, que o Estado considerou como casos de suicídio, explicou Sara Hossain, acrescentando que, em muitos casos, as famílias enfrentaram "assédio judicial" e foram impedidas de chorar a morte dos seus entes queridos.
Por outro, a missão quer analisar o uso de execuções simuladas.
"Descobrimos que homens, mulheres e crianças detidos foram colocados - em alguns casos, com armas apontadas ou com cordas à volta do pescoço - sob tortura psicológica", disse, avançando ainda que a equipa descobriu que existe "uma impunidade crónica" dos responsáveis pelas repressões.
Jovens iranianos purificam-se ao dançar nas ruas na única noite em que o podem fazer
Os jovens iranianos dançaram, cantaram e saltaram fogueiras, na terça-feira, nas ruas do antigo festival zoroastriano de Chaharshanbe Suri, a única altura do ano em que podem desfrutar deste tipo de liberdade na República Islâmica do Irão.
Chaharshanbe uri --- 'Festival de Quarta-feira' ou 'Quarta-feira Vermelha' em persa --- é um festival de purificação popular com 3000 anos, celebrado na última terça-feira do calendário iraniano e é a primeira das celebrações do Ano Novo Persa, Nowruz, que começa em 20 de março.
É uma festa de origem zoroastriana e pré-islâmica, na qual as pessoas saltam fogueiras para se purificarem, mas muitos jovens aproveitam para dançar e cantar nas ruas, algo proibido na República Islâmica do Irão.
"Hoje é o nosso dia. É o único dia em que podemos fazer algo assim", contou à agência Efe Medina, um barista de 18 anos do bairro de Saadat Abad, em Teerão, no meio da explosão de fogos de artifício.
À sua volta, centenas de rapazes e raparigas sem véu, juntos e misturados, dançavam em público, algo proibido às mulheres, numa atmosfera que os clérigos que governam os destinos do Irão não aprovariam, num sinal de mudança dos tempos.
"Saímos à rua para celebrar esta festa histórica. Para nos divertirmos", explicou Medina.
Tanaz, uma tradutora de inglês de 38 anos, foi mais severa, afirmando que "aqui [no Irão] a felicidade é proibida".
"Como há tantas restrições, as pessoas aproveitam estas festividades para se divertirem", destacou esta mulher, que lança constantemente fogo de artifício e explica que se trata de uma festa antiga.
O 'Chaharshanbe Suri' tem raízes zoroastrianas, a religião dominante na Pérsia antes da chegada do Islão, e remonta a cerca de 1.700 a.C.
Neste dia, as pessoas saltam fogueiras para se purificarem, uma vez que na tradição zoroastriana, o fogo e a luz representam a bondade, por isso as pessoas saltam fogueiras para se livrarem das coisas más e pedir energia para o novo ano.
Empinam também as chamadas "lanternas dos desejos", que, quando sobem ao céu com fogo no seu interior, realizam desejos, de acordo com a tradição iraniana.
Tudo isto, somado à natureza pré-islâmica do festival e às liberdades que muitos jovens tomam, faz com que as autoridades reprovem este dia.
O poder judicial iraniano alertou na terça-feira que "qualquer pessoa que perturbe a ordem pública e a paz com distúrbios, tumultos ou movimentos incomuns será condenada a prisão e açoitamento".
E a polícia pediu à população que não atire petardos contra as viaturas.
Todos os anos, as festividades fazem um elevado número de vítimas devido a acidentes que envolvem o manuseamento de fogos de artifício e explosivos e, este anos, pelo menos seis pessoas morreram e mais de 600 ficaram feridas nos dias que antecederam a celebração.
Em 2024, pelo menos 15 pessoas morreram e mais de 5.000 ficaram feridas em acidentes durante o festival tradicional, uma queda acentuada em relação a 2023, quando se registaram 27 mortes.
Irão avalia "ameaças" em carta enviada por Donald Trump a líder iraniano
Teerão está a avaliar as ameaças e oportunidades contidas na carta enviada pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, ao líder supremo do Irão sobre o programa nuclear, afirmou hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano.
"A carta contém principalmente ameaças, mas também contém oportunidades. Percebemos a dimensão das ameaças e das oportunidades", afirmou Abbas Araqchi, antes de declarar que Teerão "responderá nos próximos dias" à carta de Washington.
Araqchi afirmou que as autoridades iranianas enviarão a sua resposta "através dos canais apropriados", sublinhando que Teerão "não iniciará negociações diretas sob pressão, ameaças ou sanções", segundo a agência de notícias iraniana FARS.
As declarações do ministro iraniano surgiram dias depois de o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, Esmaeil Baqaei, ter sublinhado que o conteúdo da carta de Trump a pedir um acordo sobre o programa nuclear do Irão "não está muito distante" das suas declarações públicas, nas quais o Presidente norte-americano chegou a ameaçar com uma ação militar se não fossem abertos canais diplomáticos para resolver o diferendo.
As autoridades iranianas já haviam confirmado a receção da carta enviada a Khamenei.
O líder iraniano disse na semana passada que o regresso às negociações com os Estados Unidos "só levará a sanções mais duras", sublinhando que o próprio Trump retirou Washington do acordo alcançado entre as partes, que foi apoiado por uma resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Em 2018, Trump retirou unilateralmente os Estados Unidos do histórico acordo nuclear de 2015 e impôs uma série de sanções contra Teerão, levando os iranianos a reduzirem os seus compromissos com o pacto até que Washington retomasse o cumprimento dos seus termos.
Desde que regressou à Casa Branca, Trump restabeleceu um vasto leque de sanções, algo criticado pelo Governo iraniano.
Irão considera inconsequentes as ameaças de Trump sobre negociações
O líder supremo do Irão, Ali Khamenei, disse hoje que as ameaças dos Estados Unidos contra Teerão são inconsequentes.
As declarações de Khamenei ocorreram numa altura em que o Irão considera responder a uma mensagem do Presidente norte-americano, Donald Trump, que apelou a conversações sobre o programa nuclear.
"Com o Irão, os americanos têm de saber que as ameaças não os levarão a lado nenhum. Eles e outros devem saber que vão receber uma severa bofetada na cara se prejudicarem a nação iraniana", disse Ali Khamenei num discurso transmitido hoje pela televisão iraniana.
Na semana passada, Donald Trump instou Teerão a negociar um acordo nuclear, que, segundo o portal Axios, estabelecia um prazo de dois meses para chegar a um novo tratado.
Na quinta-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Abbas Araqchi, considerou responder.
"A carta tem sobretudo um tom ameaçador, mas também refere que existem oportunidades. Vamos considerar tanto a dimensão das ameaças como a das oportunidades", disse Araqchi num discurso divulgado pela agência noticiosa estatal IRNA.
O chefe da diplomacia iraniana indicou que admitia responder nos através dos canais apropriados mas garantiu que o Irão não vai negociar diretamente com os Estados Unidos sob pressão e ameaças.
Durante o primeiro mandato como Presidente norte-americano, em 2018, Donald Trump retirou os Estados Unidos do tratado sobre o programa nuclear que tinha sido alcançado durante a Administração de Barack Obama.
Líder supremo do Irão avisa que o país vai retaliar caso seja atacado
O líder supremo do Irão, ayatollah Ali Khamenei, avisou hoje que o Irão vai retaliar com força se for atacado por causa do programa nuclear.
Ali Khamenei disse que o Irão vai responder de forma firme em caso de danos contra o país, mas não fez qualquer referência às recentes ameaças do chefe de Estado norte-americano, Donald Trump.
O líder supremo do Irão falou durante um discurso em Teerão que assinalou hoje o fim do Ramadão.
Também o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Teerão considerou hoje uma afronta chocante a ameaça do Presidente dos Estados Unidos, que admitiu bombardear o Irão se não for alcançado um acordo sobre o programa nuclear.
"Uma ameaça aberta de bombardeamento por um chefe de Estado contra o Irão é uma afronta chocante à própria essência da paz e segurança internacionais", disse hoje o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, Ismail Baghaei, através das redes sociais.
Numa entrevista à cadeia norte-americana NBC, Donald Trump reiterou que podem ocorrer bombardeamentos caso não se verifique um acordo sobre a questão nuclear iraniana.
"Se não assinarem um acordo haverá bombardeamentos", disse Trump referindo-se ao Irão.
Os países europeus, Israel e os Estados Unidos acusam Teerão de desenvolver armas nucleares.
O Irão rejeita as alegações e afirma que o programa nuclear existe apenas para fins civis, em especial para fins energéticos.
Em 2015, o país assinou um acordo com os membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas (República Popular da China, Rússia, Estados Unidos, França e Reino Unido) e a Alemanha para regular as atividades relativas à energia nuclear.
Em 2018, durante o primeiro mandato como chefe de Estado, Donald Trump retirou unilateralmente os Estados Unidos do acordo e restabeleceu a imposição de sanções.
Desde o regresso à Presidência, em janeiro, Trump afirmou estar disposto ao diálogo com Teerão, tendo escrito uma carta nesse sentido aos dirigentes iranianos.
O Irão disse na quinta-feira passada que tinha respondido à mensagem de Washington através do Sultanato de Omã.
Ao mesmo tempo, Donald Trump intensificou a política de "pressão máxima" contra Teerão, impondo sanções adicionais para reduzir a zero as exportações de petróleo e outras fontes de rendimento, ameaçando com uma ação militar se o Irão recusar manter conversações.
O Presidente norte-americano também advertiu o Irão contra o apoio aos rebeldes huthi no Iémen, contra os quais Washington realizou ataques nas últimas semanas.
"Cada tiro disparado pelos huthis vai ser considerado como um tiro disparado pelas armas iranianas e pelos dirigentes iranianos, e o Irão vai ser responsabilizado e vai sofrer as consequências", que podem ser terríveis, escreveu recentemente Donald Trump nas redes sociais.
O Irão e os Estados Unidos não mantêm relações diplomáticas desde 1980 mas os dois países trocam informações de forma indireta através da embaixada suíça em Teerão, que representa os interesses norte-americanos no Irão.
O sultanato de Omã também desempenhou um papel de mediador no passado assim como o Qatar.
O presidente iraniano, Massoud Pezeshkian, reiterou no domingo que o Irão não aceita negociar com os Estados Unidos, sob ameaça.
A Guarda Revolucionária iraniana apreendeu hoje, no golfo Pérsico, dois navios-tanque de bandeira estrangeira por transportarem três milhões de litros de gasóleo alegadamente de contrabando e prendeu os 25 membros das tripulações.
Os petroleiros Star 1 e Vintage, cujas bandeiras e nacionalidades das tripulações são desconhecidas, estão a ser transferidas para o porto iraniano de Bushehr, noticiou a agência estatal iraniana IRNA.
O golfo Pérsico tem sido palco de numerosos incidentes nos últimos anos, incluindo ataques a petroleiros e navios de carga, no meio de tensões entre o Irão e os Estados Unidos sobre as sanções impostas por estes últimos às vendas de petróleo iraniano.
Em janeiro do ano passado, a marinha iraniana apreendeu no mar de Omã um petroleiro com bandeira das Ilhas Marshall, propriedade grega, que alegadamente transportava petróleo dos EUA e que foi confiscado pelas autoridades iranianas.
Em julho de 2024, apreendeu um navio-tanque com pavilhão do Togo por alegadamente transportar uma "grande quantidade de combustível de contrabando" e prendeu os 12 membros da tripulação, de nacionalidade indiana e do Sri Lanka, que foram posteriormente libertados.
As tensões nesta região têm subido de tom por se tratar de uma zona onde passa um quinto de todo o petróleo bruto comercializado no mundo.
Em 11 de março, China, Irão e Rússia realizaram exercícios navais conjuntos no Médio Oriente, numa demonstração de força precisamente pela importância da circulação de transporte de petróleo.
Os exercícios conjuntos, designados "Maritime Security Belt 2025", tiveram lugar no golfo de Omã, perto do estratégico estreito de Ormuz, no golfo Pérsico.
Na área em torno do estreito, o Irão apreendeu navios comerciais e lançou ataques desde que o Presidente norte-americano, Donald Trump, retirou unilateralmente o país do acordo nuclear com as potências mundiais.
Nobel da Paz alerta para execução iminente de Narges Mohammadi
A ativista iraniana Narges Mohammadi, Prémio Nobel da Paz 2023, alertou hoje para a execução iminente da trabalhadora humanitária e ativista curda Pakhshan Azizi, cuja sentença de morte foi confirmada pelo Supremo Tribunal do Irão.
"Azizi, detida na prisão de Evin, em Teerão, enfrenta a ameaça de execução da pena de morte a qualquer momento", alertou, em comunicado, a Fundação Narges, gerida pela família da Nobel da Paz, condenando a sentença de Azizi, que foi acusada por "rebelião".
A Fundação escreve que a sentença de morte é "mais um reflexo da campanha de medo e repressão da República Islâmica na sequência do movimento 'Mulheres, vida, liberdade'", que emergiu em 2022 após a morte da jovem Mahsa Amini, sob custódia policial, que tinha sido presa por não usar o seu véu islâmico seguindo as normas.
A organização de defesa dos direitos humanos apelou "à comunidade internacional, às organizações de defesa dos direitos humanos e a todas as pessoas de consciência para que se manifestem e tomem medidas urgentes" para impedir a execução de Azizi, condenada à morte em julho passado pelo Tribunal Revolucionário de Teerão.
"Exija o fim do uso crescente da pena de morte como ferramenta de repressão política na República Islâmica", escreve a fundação iraniana, na mensagem hoje divulgada.
Além de Azizi, que está detida desde agosto de 2023, também as ativistas pelos direitos das mulheres Varishe Moradi e Sharife Mohammadi enfrentam a pena de morte no Irão.
Em 2024, pelo menos 901 pessoas, incluindo 31 mulheres, foram executadas no Irão. Este é maior número de sentenças de morte executadas por enforcamento desde 2015, no país, quando foram registadas 972 execuções, segundo dados das Nações Unidas.
Irão garante que não desenvolverá armas nucleares mesmo que atacado
O Ministério dos Negócios Estrangeiros do Irão garantiu hoje que o país não desenvolverá armas nucleares, mesmo que seja atacado pelos Estados Unidos, depois de um conselheiro do líder supremo, Ali Khamenei, ter avançado esta possibilidade.
"A posição do Irão sobre a questão nuclear é clara e tem sido repetidamente declarada: o Irão nunca se aventurará no desenvolvimento de uma bomba nuclear", disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, Ismail Baghaei, numa conferência de imprensa.
O diplomata afirmou que a política nuclear do Irão assenta na 'fatwa' --- doutrina religiosa --- emitida pelo 'ayatollah' Khamenei em 2003, na qual declarou as armas atómicas e biológicas 'haram' (proibidas).
Baghaei respondia a uma pergunta dos jornalistas sobre declarações do conselheiro de Khamenei, Ali Larijani, que disse que o Irão seria forçado a desenvolver armas nucleares se fosse atacado pelos Estados Unidos ou por Israel.
"Não estamos a desenvolver armas [nucleares], mas se fizerem algo de errado na questão nuclear iraniana, forçarão o Irão a avançar nesse sentido para se defender", admitiu, no entanto, Larijani em declarações feitas na semana passada a um canal de televisão.
"Se em algum momento eles [os EUA] decidirem bombardear, ou o fizeram através de Israel, vão obrigar o Irão a tomar uma decisão diferente", acrescentou.
O aviso de Larijani foi feito num contexto de novas tensões entre Teerão e Washington sobre o programa nuclear do Irão.
O Presidente norte-americano, Donald Trump, ameaçou o Irão com bombardeamentos e tarifas se o país não chegar a acordo sobre o seu programa nuclear, depois de Teerão ter rejeitado negociações diretas com Washington na semana passada.
Teerão fechou a porta às negociações diretas devido às ameaças de Trump, mas manifestou disponibilidade para manter negociações indiretas.
O Irão afirma, há décadas, que o seu programa nuclear é exclusivamente para uso civil e pacífico, mas o Ocidente continua a suspeitar de que o país quer criar armas atómicas.
Desde que regressou à Casa Branca, a 20 de janeiro, Trump tem instado o regime de Teerão a iniciar negociações sobre o seu programa nuclear, com o objetivo de o impedir de fabricar armas atómicas.
Em março, ameaçou lançar um ataque contra as instalações nucleares iranianas se Teerão não aceitasse a sua oferta para negociar.
Reagindo a essa ameaça, na segunda-feira, o líder supremo da República Islâmica do Irão, o 'ayatollah' Ali Khameneí, prometeu "um golpe recíproco e forte" em caso de ataque.
Ao mesmo tempo, a administração de Donald Trump reimpôs a política de "pressão máxima" sobre o regime de Teerão, com o objetivo de reduzir a exportação de petróleo iraniano.
Esta medida tem tido grande impacto no país, onde a inflação ronda os 37% e a moeda nacional iraniana caiu para mínimos históricos.
Durante o primeiro mandato de Trump (2017-2021), o Presidente norte-americano retirou os Estados Unidos de um acordo nuclear com o Irão, em 2018.
O acordo envolvia também China, França, Rússia, Reino Unido e Alemanha e limitava o programa nuclear do Irão em troca do levantamento das sanções económicas.
Com a saída do acordo, Trump restabeleceu sanções contra a república islâmica.
O Irão e os Estados Unidos não mantêm relações diplomáticas desde 1980, mas trocam informações indiretamente através da embaixada suíça em Teerão, que representa os interesses norte-americanos.
Irão confirma negociações com EUA sobre nuclear, mas com intermediários
O Irão confirmou esta terça-feira que manterá negociações sobre seu programa nuclear com os Estados Unidos, mas insistiu que serão contactos indiretos, através de intermediários, contrariando o anuncio feito pelo Presidente norte-americano, Donald Trump.
"O Irão e os Estados Unidos vão reunir-se em Omã, no sábado, para contactos indiretos de alto nível", disse o ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araqchi, numa publicação na rede social X.
"É uma oportunidade e um teste. A bola está do lado dos Estados Unidos", acrescentou.
Até agora, o Irão sempre disse que qualquer contacto com os Estados Unidos seria indireto, através de intermediários, o que entra em conflito com a posição de Trump.
A mensagem do principal diplomata iraniano veio horas depois de Trump anunciar que os dois rivais iniciariam "conversas diretas" no sábado, em busca de um acordo sobre o programa nuclear iraniano.
Iran and the United States will meet in Oman on Saturday for indirect high-level talks.
It is as much an opportunity as it is a test. The ball is in America's court.
— Seyed Abbas Araghchi (@araghchi) April 7, 2025
"Teremos conversas diretas com o Irão e elas começarão no sábado. Veremos o que acontece", disse Trump, durante uma reunião com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, na Casa Branca.
O presidente enfatizou que as negociações com o Irão, país com o qual não tem relações diplomáticas, serão diretas e não por meio de intermediários, e que envolverão autoridades "quase dos mais altos níveis".
Trump afirmou que chegar a um acordo "seria preferível a fazer o óbvio", em aparente referência a um hipotético ataque ao Irão, e afirmou que a situação com o país persa "está a tornar-se muito perigosa", expressando esperança de que as negociações "sejam bem-sucedidas".
O republicano enviou uma carta ao Irão via Emirados Árabes Unidos pedindo negociações sobre o programa nuclear e ameaçou repetidamente bombardear o país se um acordo não fosse alcançado.
Teerão respondeu em 26 de março, com a mensagem a informar que estaria disposto a conversar indiretamente com Washington, dadas as ameaças militares do presidente dos EUA e a imposição de novas sanções para cortar as vendas de petróleo iraniano.
Durante o seu primeiro mandato (2017-2021), Trump retirou os EUA de um acordo de 2015 entre o Irão e outras potências, que estabelecia limites rígidos às atividades nucleares de Teerão, em troca de alívio de sanções.
Desde então, o Irão enriqueceu urânio muito além dos limites permitidos pelo extinto acordo e, agora, possui 274 quilos de urânio enriquecido com 60% de pureza, próximo dos 90% de grau militar, de acordo com a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA).
Irão executa cinco homens acusados de rebelião armada
Cinco prisioneiros acusados de rebelião armada foram executados pelo Irão sem terem tido a possibilidade de receber uma última visita familiar, denunciou hoje a organização não-governamental Iran Human Rights (IHR).
As execuções ocorreram na prisão central de Mashhad, no norte do país, e terão sido realizadas sem que os condenados pudessem receber uma última visita das suas famílias.
A IHR condenou as execuções e alertou para um aumento significativo na aplicação da pena de morte no Irão, sobretudo contra presos políticos.
A organização identificou os cinco executados como Farhad Shakeri, Abdolhakim Azim Gorgij, Abdolrahman Gorgij, Taj Mohamad Jormali e Malek Ali Fadayi Nasab.
"Estes prisioneiros foram torturados e condenados à morte após um julgamento profundamente injusto perante o Tribunal Revolucionário. A comunidade internacional e o povo iraniano devem reagir com firmeza a estas execuções", defendeu o diretor da Iran Human Rights, Mahmoud Amiri-Moqadam, em comunicado.
As autoridades iranianas detiveram os cinco homens em 2015, juntamente com outras seis pessoas, acusando-os de pertencer ao Hizb al-Furqan, um grupo armado que professa o ramo sunita do Islão, e de se filiarem na Frente Nacional de Solidariedade dos Sunitas Iranianos, uma minoria num país principalmente xiita.
Após a detenção, os prisioneiros permaneceram dez meses em regime de isolamento na prisão de Mashhad, antes de serem julgados.
Dos seis outros detidos no mesmo caso, todos foram igualmente condenados por rebelião armada. Três deles foram executados a 31 de dezembro de 2020.
Irão perto de ter uma bomba atómica, diz Agência da Energia Atómica
O Irão está perto de ter uma bomba atómica, alertou o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), numa entrevista ao jornal Le Monde hoje publicada, poucas horas antes de uma visita a Teerão.
"É como um puzzle: eles têm as peças e um dia podem juntá-las. Ainda há um longo caminho a percorrer antes de lá chegarem. Mas não estão longe, temos de admitir", disse.
"Não basta dizer à comunidade internacional 'não temos armas nucleares' para que acreditemos. Precisamos de ser capazes de verificar", acrescentou.
O diretor-geral da agência, Rafael Mariano Grossi, deverá chegar hoje ao Irão para discutir formas de melhorar o acesso dos seus inspetores ao programa de Teerão.
A AIEA desempenhou um papel fundamental na verificação da conformidade do Irão relativamente ao acordo nuclear de 2015, assinado com cinco potências mundiais, e continuou a trabalhar na República Islâmica mesmo depois de o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter retirado unilateralmente os Estados Unidos do acordo, em 2018.
Desde então, o Irão enriqueceu urânio muito para além dos limites permitidos pelo antigo acordo e conta agora com 274 quilos de urânio enriquecido com 60% de pureza, próximo dos 90% de grau militar, de acordo com a AIEA.
"A continuação do compromisso e da cooperação com a agência é essencial numa altura em que são urgentemente necessárias soluções diplomáticas", escreveu Grossi na rede social X.
Desde que regressou à presidência dos EUA, Donald Trump insiste em negociar com o Irão sobre o seu programa nuclear, ameaçando lançar uma ação militar contra os iranianos se não for alcançado um acordo.
Apesar disso, o chefe da diplomacia iraniano afirmou hoje que a questão do enriquecimento de urânio "é inegociável".
Os países ocidentais, liderados pelos Estados Unidos, há muito que suspeitam que o Irão deseja adquirir armas nucleares, apesar de Teerão rejeitar estas alegações e defender o direito à energia nuclear para fins civis.
O Irão e os Estados Unidos, que não mantêm relações diplomáticas desde 1980, mantiveram conversações no passado sábado, mediadas pelo sultanato de Omã, sobre o programa nuclear iraniano e deverão voltar a reunir-se no próximo sábado.
Irão refere que posições com a Rússia "nunca foram tão próximas e sólidas"
O ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Abbas Araqchi, referiu hoje, quando se encontrou com o seu homólogo russo, Sergey Lavrov, que as posições de Teerão e de Moscovo sobre os assuntos internacionais "nunca foram tão próximas e sólidas".
O chefe da diplomacia iraniana, que chegou à Rússia na quinta-feira, foi recebido pelo Presidente russo, Vladimir Putin, a quem entregou uma carta do líder supremo do Irão, Ali Khamenei.
"Esta mensagem foi dirigida não só a Putin, mas foi também um sinal para o mundo inteiro de que o Irão considera a Rússia o seu parceiro estratégico e vizinho importante", disse Araqchi no início do encontro.
Na véspera da sua deslocação a Moscovo, o ministro iraniano revelou que iria discutir com responsáveis russos as conversações indiretas entre o Irão e os Estados Unidos sobre o programa nuclear de Teerão, cuja primeira ronda se realizou na semana passada em Omã, onde prosseguirão no sábado.
Lavrov, por sua vez, sublinhou que o encontro de quinta-feira entre Putin e Araqqchi constituía o "dinamismo sem precedentes" do diálogo político entre Moscovo e Teerão.
A Rússia, que aprovou há alguns dias o Acordo de Parceria Estratégica com Teerão, tem apoiado nas últimas semanas uma solução diplomática para as tensões entre o Irão e os EUA.