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Irão. Ativista de direitos humanos e jornalista libertados da prisão
O Irão libertou hoje um ativista de direitos humanos, preso desde 2018, e um jornalista, detido durante os protestos antigovernamentais que começaram em setembro, de acordo com órgãos de comunicação locais.
"Farhad Meysami foi preso em julho de 2018 e libertado da prisão após cumprir a sua sentença", revelou o diário Shargh.
Médico e ativista de direitos humanos, Meysami estava em greve de fome há várias semanas para exigir, em particular, o fim das execuções ligadas às manifestações e a libertação de presos políticos, segundo o seu advogado Mohammad Moghimi.
O ativista foi detido enquanto fazia campanha pelo fim da obrigatoriedade de usar o véu em público e foi condenado a cinco anos de prisão, por colocar em risco a segurança nacional.
O jornal Shargh já tinha divulgado também a libertação de Hossein Yazdi, "ativista político e jornalista", da prisão de Dastgerd, na cidade de Isfahan, no centro.
Yazdi foi detido em 05 de dezembro durante o movimento de protesto no Irão, antes de ser condenado a um ano de prisão e a proibição de viajar durante dois anos, segundo o mesmo jornal.
O Shargh não deu detalhes sobre as acusações contra o jornalista, mas disse que Yazdi era o "diretor do 'site' Mobin 24 e do canal de notícias Iran Times".
Milhares de pessoas foram detidas pelo seu alegado envolvimento no movimento de protesto desencadeados após a morte, em 16 de setembro, de Mahsa Amini, uma jovem curda iraniana de 22 anos detida pela chamada "polícia da moralidade", por alegadamente usar o lenço islâmico fora dos padrões exigidos.
Na quinta-feira, 'medias' estrangeiros noticiaram que sete mulheres ativistas e jornalistas foram libertadas da prisão de Evin, em Teerão.
Entre as libertadas estava a ativista Saba Kordafshari, detida desde 2019 após fazer campanha contra o uso obrigatório do véu para mulheres, e a fotógrafa Alieh Motalebzadeh, cuja última permanência na prisão começou em abril de 2022, de acordo com os 'media'.
Ainda não está claro se as recentes libertações estão associadas ao anúncio no domingo, divulgado pelo gabinete do líder supremo do Irão, o ayatollah Ali Khamenei, de um perdão para um "número significativo" de condenados, incluindo aqueles que foram detidos durante os protestos antigovernamentais.
Segundo a agência noticiosa iraniana IRNA, a proposta apresentada e aceite pelo ayatollah sugere que sejam merecedores de uma amnistia os acusados e os condenados que "não praticaram espionagem, homicídio doloso ou lesão corporal, ou destruição de património público".
A amnistia foi concedida por ocasião da próxima comemoração do 44.º aniversário da revolução islâmica, em 11 de fevereiro de 1979, e funciona de acordo com o artigo 110.º da Constituição, que "concede ao líder o direito de indultar ou reduzir as penas dos condenados por recomendação do titular do Poder Judicial".
O Governo iraniano, embora tenha reconhecido excessos pontuais na repressão aos protestos, atribui as manifestações à intervenção de "desordeiros", muitos deles a soldo de "potências estrangeiras".
Dos protestos resultaram até agora entre 481 e 522 mortos, incluindo 68 funcionários das forças de segurança do país, segundo Organizações Não-Governamentais (ONG).
Segundo a ONG Agência de Notícias de Ativistas de Direitos Humanos (HRANA, na sigla em inglês), um total de aproximadamente 19.600 pessoas foram detidas desde o início dos protestos, das quais 713 já foram condenadas por um tribunal iraniano.
Pelo menos quatro pessoas foram executadas e 109 enfrentam a possibilidade de acabar no corredor da morte.
Protestos atingem várias cidades do Irão após semanas de acalmia
Manifestantes marcharam pelas ruas de várias cidades do Irão durante a noite de quinta-feira, na maior vaga de protestos antigovernamentais das últimas semanas, de acordo com vídeos colocados hoje nas redes sociais.
As manifestações assinalaram 40 dias desde que as autoridades iranianas executaram dois homens condenados à pena de morte devido a acusações relacionadas com os protestos que têm ocorrido desde setembro.
A vaga de protestos foi desencadeada pela morte em 16 de setembro de Mahsa Amini, uma jovem de 22 anos que estava sob a custódia da chamada polícia de costumes após ter sido detida por supostamente estar a usar o véu islâmico de forma incorreta.
Vídeos mostraram manifestações na capital, Teerão, bem como nas cidades de Arak e Isfahan (centro), Izeh, na província de Khuzestan (sudoeste), e Karaj (norte), disse o grupo iraniano Ativistas dos Direitos Humanos, citado pela agência de notícias Associated Press.
Vídeos publicados pela Organização de Direitos Humanos de Hengaw mostraram estradas bloqueadas por objetos em chamas na capital da província do Curdistão, Sanandaj (oeste), que tem sido palco de manifestações consecutivas desde a morte de Amini.
A organização publicou um vídeo em que manifestantes gritavam "Morte ao ditador", um cântico repetido em outros vídeos aparentemente filmados em Teerão, visando o líder supremo do Irão, o ayatollah Ali Khamenei, de 83 anos.
A imprensa estatal iraniana não publicou até ao momento qualquer notícia sobre as manifestações.
Desde que começaram os protestos, pelo menos 529 pessoas foram mortas, de acordo com ativistas de direitos humanos.
Também as autoridades iranianas admitiram que centenas de pessoas, incluindo membros das forças de segurança, foram mortas no âmbito das manifestações, que diminuíram de dimensão nas últimas semanas.
Mais de 19.700 pessoas de pessoas, incluindo figuras culturais, advogados e jornalistas, foram presas e mais de uma centena foi condenada sumariamente à pena de morte -- até agora, o regime iraniano executou pelo menos dois dos condenados -- o que tem gerado acesas críticas da comunidade internacional. By Kok@s
O Irão executou hoje Arash Ahmadi, um ativista ligado a um grupo rebelde curdo banido acusado de matar um polícia em 2018, informou a televisão estatal.
"Arash Ahmadi, também conhecido como Sarkout, membro do grupo terrorista Komala, foi executado esta manhã", disse a televisão do país.
O policial Hassan Maleki foi assassinado em agosto de 2018 em Ravansar, uma cidade na província de Kermanshah, no oeste do Irão.
A televisão transmitiu vídeos mostrando o que dizia serem confissões dos acusados.
Esses vídeos são comuns no Irão e frequentemente denunciados por grupos de direitos humanos, segundo os quais essas confissões são muitas vezes distorcidas e obtidas sob tortura.
Komala é um grupo marxista, banido desde a Revolução Islâmica de 1979, que faz campanha pela autonomia das regiões povoadas por curdos no Irão.
As províncias do Curdistão, Kermanshah e Azerbaijão Ocidental, que abrigam grandes populações curdas, têm sido palco de confrontos entre as forças de segurança iranianas e rebeldes curdos.
Segundo a Amnistia Internacional, o Irão é o principal país do mundo a aplicar a pena de morte depois da China. By Kok@s
nm
Irão apresenta novo míssil balístico num momento de tensão com o Ocidente
A Guarda Revolucionária Iraniana apresentou um novo míssil balístico com um alcance de 1.650 quilómetros, num momento de tensão com o Ocidente sobre a venda de drones à Rússia e a repressão dos protestos desencadeados pela morte da jovem Mahsa Amini em setembro.
"Acrescentámos um novo míssil com um alcance de 1.650 quilómetros ao arsenal da República Islâmica", disse na sexta-feira à noite o comandante da Força Aeroespacial Revolucionária, o general Amir Ali Hajizadeh.
Hajizadeh assinalou que Teerão tem mísseis com um alcance de 2.000 quilómetros que podem atingir "porta-aviões americanos" e enviou uma mensagem à União Europeia.
"Limitámos o alcance dos nossos mísseis a 2.000 quilómetros, por respeito aos europeus. Esperamos que os europeus mantenham a sua dignidade", disse Hajizadeh.
Isto é uma alusão às tensões entre o Irão e a Europa sobre as sanções europeias contra Teerão devido à repressão dos protestos contra a morte de Mahsa Amini, bem como à venda de drones à Rússia, que os utilizou na invasão da Ucrânia.
Em Janeiro, o Parlamento Europeu aprovou uma resolução apelando ao Conselho da União Europeia a considerar a Guarda Revolucionária Iraniana e as suas forças subsidiárias, tais como a milícia paramilitar Basij e a Força Quds, como uma organização terrorista.
Esta resolução veio agravar as difíceis relações entre o Irão e os países europeus, apesar de a Guarda Revolucionária não ter sido designada como um grupo terrorista.
Os mísseis balísticos do Irão são uma fonte de preocupação para os EUA, Europa e alguns países do Médio Oriente, embora as autoridades de Teerão afirmem que apenas têm uma função defensiva e dissuasora.
Mahsa Amini foi detida em setembro numa rua de Teerão pela "polícia da moral" por usar incorretamente o 'hijab' (véu islâmico), acabando por morrer dias depois no hospital, o que originou vários meses de protestos sem precedentes no país e no mundo.
Ativista espanhola libertada no Irão chega segunda-feira à Galiza
A ativista Ana Baneira Suárez, de 24 anos, libertada no sábado pelas autoridades do Irão, onde estava presa desde novembro, chegará na segunda-feira de manhã à Galiza, informaram fontes do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Espanha.
Baneira, que pertencia a uma organização não-governamental de direitos humanos, foi detida no princípio de novembro de 2022 por alegadamente ter participado nos protestos provocados pela morte, em setembro, quando estava detida pela polícia, de Mahsa Amini, a jovem curda de 22 anos.
Governo espanhol, PSOE e a família da ativista manifestaram já a sua satisfação pela libertação.
O ministro dos Negócios Estrangeiros espanhol, José Manuel Albares, confirmou a viagem da ativista de Teerão para o Dubai e depois para Genebra, na Suíça, de onde rumará à Corunha para encontrar-se de manhã com a família e amigos.
A ativista falou com Albares, a quem garantiu estar em bom estado e manifestou a sua alegria por regressar a casa e agradeceu os esforços feitos pelo Governo para a sua libertação.
Desde que foi libertada, a jovem esteve sempre acompanhada pelo embaixador espanhol em Teerão, Ángel Losada, assegurou Albares.
O governante manifestou a sua satisfação pela libertação da jovem galega, ocorrida no sábado, e que não foi tornada pública até o "avião ter descolado de Teerão", sublinhando que o "importante foi a sua libertação".
Durante os últimos três meses, o ministrou conversou várias vezes por telefone com o seu homólogo iraniano a quem solicitou a libertação imediata de Baneira "porque as acusações feitas eram completamente infundadas".
Também a porta-voz do PSOE e ministra da Educação, Pilar Alegría, expressou a sua "satisfação" pela libertação de Baneira numa conferência de imprensa na sede do partido em Ferraz, durante a qual dedicou as primeiras palavras à ativista.
A família da jovem galega explicou em comunicado que a "Ana está desde ontem [sábado] à tarde a caminho de casa".
"Queremos começar por agradecer à comunicação social o respeito com que nas últimas semanas de espera tratou este assunto", assinalou a família, que pediu "espaço e privacidade" no momento da chegada da jovem.
O ministro dos Negócios Estrangeiros confirmou que continuam as conversações para a libertação de outro cidadão espanhol preso em Teerão, Santiago Sánchez Cogedor, detido em outubro em Saqqez, depois de visitar e fotografar o túmulo de Amini, cuja morte gerou uma onda de protestos no país e em quase todo o mundo. By Kok@s
Centenas de raparigas no Irão terão sido envenenadas em salas de aulas
Centenas de raparigas que frequentam diferentes escolas no Irão terão sido envenenadas por algum tipo de agente nas suas salas de aula, noticiou hoje a imprensa internacional.
As autoridades iranianas não tinham associado estes incidentes entre si, mas agora estão a investigá-los como possíveis ataques intencionais que atingiram cerca de 30 escolas, de acordo com os meios de comunicação locais, citados pela agência de notícias Associated Press (AP).
No país há especulações que estes ataques poderiam ter como objetivo tentar encerrar escolas para raparigas nesta teocracia islâmica com mais de 80 milhões de habitantes.
Os ataques relatados estão a acontecer num momento sensível no Irão, que enfrenta há meses protestos após a morte da jovem Mahsa Amini, depois da sua detenção em setembro pela polícia de moralidade do país.
As autoridades ainda não identificaram suspeitos, mas os recentes ataques levantaram receios de outras raparigas poderem ter sido envenenadas apenas por frequentarem a escola.
Os primeiros casos surgiram no final de novembro em Qom, cerca de 125 quilómetros a sudoeste da capital do Irão, Teerão. Estudantes do Conservatório de Noor Yazdanshahr adoeceram em novembro e ficaram novamente doentes em dezembro.
As estudantes queixaram-se de dores de cabeça, palpitações cardíacas, letargia e paralisia. Algumas alunas descreveram um cheiro a tangerinas, a cloro ou a agentes de limpeza.
É inverno no Irão, onde as temperaturas geralmente caem abaixo de zero à noite. Muitas das escolas são aquecidas a gás natural, levando a especulação sobre os envenenamentos poderem dever-se a monóxido de carbono.
O ministro da Educação do país descartou inicialmente os relatos como rumores.
As escolas afetadas eram destinadas a apenas mulheres jovens, alimentando suspeitas de que os casos não foram acidentais. Pelo menos um caso ocorreu em Teerão, com outros em Qom e Boroujerd. Pelo menos uma escola de rapazes também foi alvo.
Lentamente, as autoridades começaram a levar estas ocorrências a sério. O procurador-geral do Irão ordenou uma investigação, dizendo que "existem possibilidades de atos criminosos deliberados". O Ministério da Informação do Irão também estaria a investigar o caso.
No domingo, a agência de notícias estatal IRNA revelou várias histórias, com autoridades a reconhecer a dimensão da crise.
"Após vários envenenamentos de estudantes nas escolas Qom, verificou-se que algumas pessoas pretendem que todas as escolas, especialmente as escolas de raparigas, sejam encerradas", disse à IRNA Younes Panahi, vice -ministro da Saúde.
Um porta-voz do Ministério da Saúde, Pedram Pakaieen, disse que o envenenamento não foi provocado por um vírus ou micróbio, mas não especificou a origem.
Ali Reza Monadi, um membro do Parlamento Nacional que pertence ao comité de educação, descreveu os envenenamentos como "intencionais".
Os ativistas preocupam-se que estas ações possam ser uma nova tendência de ataques aos direitos humanos no país, especialmente das mulheres. By Kok@s
Mais de 90 pessoas já foram executadas este ano no Irão
As autoridades iranianas executaram pelo menos 94 pessoas até agora em 2023, adiantaram hoje duas organizações não-governamentais (ONG), alertando para um "aumento significativo" em comparação com o mesmo período do ano passado, no país onde decorrem manifestações antigovernamentais.
Em comunicado, a Amnistia Internacional e o centro de ONG iranianas Abdorrahman Boroumand denunciaram "horríveis denúncias de violência sexual e outros tipos de tortura" para obter confissões forçadas.
Estas ONG, que apontaram "um aumento significativo" no número de execuções em comparação com o mesmo período de 2022, também estão alarmadas com o "uso crescente da pena de morte contra minorias perseguidas".
"Desde o início do ano, as autoridades iranianas executaram pelo menos uma pessoa da minoria árabe ahwazi, 14 curdos e 13 baluchis após julgamentos injustos, e condenaram pelo menos uma dúzia de outros à morte, marcando uma escalada terrível no uso da pena de morte como ferramenta de repressão contra as minorias étnicas", sublinharam no comunicado citado pela agência France-Presse (AFP).
Algumas destas pessoas foram condenadas em casos relacionados com as atuais manifestações e movimentos de protesto no Irão, desencadeados após a morte, em 16 de setembro, de Mahsa Amini, uma jovem curda iraniana de 22 anos detida pela chamada "polícia da moralidade", por alegadamente usar o lenço islâmico fora dos padrões exigidos.
"As autoridades iranianas estão a realizar estas execuções numa escala terrível. As suas ações representam um ataque ao direito à vida e uma tentativa indecente não apenas de reprimir ainda mais as minorias étnicas, mas também de espalhar o medo de que qualquer oposição seja reprimida por um força brutal, seja nas ruas ou na forca", sublinhou Roya Boroumand, diretora do Abdorrahman Boroumand Center, com sede nos Estados Unidos.
Nas últimas semanas, pelo menos 12 pessoas das minorias ahwazi e baluchi foram condenadas à morte, depois de terem sido torturados, e forçados a confessar, vincaram ainda as ONG
"O mundo deve agir agora para pressionar as autoridades iranianas a implementar uma moratória oficial sobre as execuções, para anular condenações injustas e sentenças de morte, e para anular todas as acusações relacionadas a manifestações pacíficas", frisou, por sua vez, Diana Eltahawy, vice-diretora para o Norte da África e região do Médio Oriente na Amnistia Internacional.
Em cerca de três meses de protestos, fortemente reprimidos pelas autoridades iranianas, morreram mais de 500 pessoas e pelo menos 15.000 foram detidas, segundo a organização não-governamental (ONG) Iran Human Rights.
Irão. Envenenamentos aumentam e governo fala em "amostras suspeitas"
Os casos de envenenamento em várias escolas femininas no Irão aumentaram nas últimas semanas, contabilizando-se várias centenas, e o governo indicou que foram descobertas "amostras suspeitas" durante as investigações.
De acordo com a agência de notícias Isna, que citou autoridades oficiais de saúde, foram identificados casos de envenenamento de alunas em escolas secundárias femininas nas cidades de Abhar (Oeste), Ahvaz (Sudoeste) e também na escola primária em Zanjan (oeste.
Também se verificaram casos de envenenamento em escolas das cidades de Mashhad (Nordeste), Shiraz (Sul) e Isfahan (Centro).
Os casos de envenenamento ultrapassam agora "várias centenas", tendo sido afetadas 52 escolas, segundo o último balanço oficial.
Num comunicado, divulgado este sábado, o ministro do Interior disse que foram descobertas "amostras suspeitas" durante as investigações, sem adiantar mais detalhes.
Na sexta-feira, o presidente iraniano, Ebrahim Raisi, apelou aos ministérios do Interior e dos Serviços Secretos para que "desvendassem a conspiração do inimigo para criar medo e desespero entre a população", sem especificar.
O governo iraniano iniciou ainda uma investigação sobre as origens do envenenamento, mas não foram anunciadas quaisquer detenções nesta fase.
Os ataques relatados estão a acontecer num momento sensível no Irão, que enfrenta há meses protestos após a morte da jovem Mahsa Amini, depois da sua detenção em setembro pela polícia de moralidade do país.
As autoridades ainda não identificaram suspeitos, mas os recentes ataques levantaram receios de outras raparigas poderem ter sido envenenadas apenas por frequentarem a escola.
Os primeiros casos surgiram no final de novembro em Qom, cerca de 125 quilómetros a sudoeste da capital do Irão, Teerão. Estudantes do Conservatório de Noor Yazdanshahr adoeceram em novembro e ficaram novamente doentes em dezembro.
As estudantes queixaram-se de dores de cabeça, palpitações cardíacas, letargia e paralisia. Algumas alunas descreveram um cheiro a tangerinas, a cloro ou a agentes de limpeza.
É inverno no Irão, onde as temperaturas geralmente caem abaixo de zero à noite. Muitas das escolas são aquecidas a gás natural, levando a especulação sobre os envenenamentos poderem dever-se a monóxido de carbono.
As escolas afetadas eram destinadas a apenas mulheres jovens, alimentando suspeitas de que os casos não foram acidentais. Pelo menos um caso ocorreu em Teerão, com outros em Qom e Boroujerd. Pelo menos uma escola de rapazes também foi alvo.
Envenenamento de alunas? "Crime imperdoável", diz líder supremo do Irão
O líder supremo do Irão, Ali Khamenei, classificou hoje como um "crime imperdoável" o envenenamento, alegadamente com gás, de mais de mil meninas em dezenas de escolas femininas.
"É um crime imperdoável. Os responsáveis por estes crimes devem ser severamente punidos", disse Khamenei, citado pelos meios de comunicação oficiais iranianos.
O líder religioso pediu às autoridades que investiguem os envenenamentos em escolas femininas, supostamente por algum tipo de gás, que começaram em novembro na cidade sagrada xiita de Qom e se multiplicaram nos últimos dias por várias regiões do país.
Até agora, mais de mil alunas foram envenenadas em dezenas de cidades do país. As jovens estudantes sofreram de dores de cabeça, palpitações, náuseas, tonturas e, às vezes, incapacidade de mover os membros após sentirem um cheiro de citrinos, cloro ou produtos de limpeza.
Os últimos casos ocorreram no domingo em várias cidades do país, incluindo num dormitório estudantil onde vivem 450 jovens, das quais 29 estiveram internadas no hospital, noticiou o jornal Shargh.
O Ministério do Interior e o Ministério da Informação estão a investigar os ataques.
Segundo dados do Ministério Interior, houve ataques com gás em 52 escolas e um número desconhecido de alunas foram envenenadas, números que estão longe dos fornecidos pelos meios de comunicação iranianos e grupos de ativistas.
O Presidente do Irão, Ebrahim Raisi, culpou "inimigos" do país pelos envenenamentos, um termo frequentemente usado para se referir aos Estados Unidos e Israel.
Os ataques estão a alimentar o descontentamento popular, principalmente entre os pais, dada a ineficácia das autoridades em deter os ataques que parecem destinados a travar a educação das mulheres.
No Irão, a educação feminina nunca foi proibida nos 43 anos de existência da República Islâmica e alguns pais relacionam os envenenamentos com os protestos que ocorreram nos últimos meses.
Os ataques relatados estão a acontecer num momento sensível no Irão, que enfrenta há meses protestos após a morte da jovem Mahsa Amini, depois da sua detenção em setembro pela polícia de moralidade do país.
Muitas das alunas das escolas e institutos que participaram nesses protestos tiravam os véus, gritavam "mulher, vida, liberdade" e destruíam retratos de Khamenei e do ayatollah Ruhollah Khomeini.
Irão faz primeiras detenções no caso das alunas envenenadas
O Ministério do Interior do Irão anunciou hoje que foram realizadas as primeiras detenções na investigação sobre a série de envenenamentos que afetaram milhares de estudantes em escolas femininas nos últimos três meses.
"Várias pessoas foram detidas em cinco províncias e os serviços [de segurança] continuam a investigar", disse o vice-ministro do Interior, Majid Mirahmadi, à televisão estatal iraniana.
Mirahmadi não forneceu mais detalhes sobre a identidade dos detidos, nem as circunstâncias das detenções ou o grau de envolvimento dos detidos no caso.
No total, "mais de 5.000 alunas foram afetadas" em "cerca de 230 escolas" localizadas em 25 das 31 províncias do país desde o final de novembro, declarou hoje Mohammad-Hassan Asafari, membro da comissão parlamentar de investigação encarregada de esclarecer as causas desta onda de envenamentos que estão a afetar as estudantes.
O líder supremo do Irão, o ayatollah Ali Khamenei, declarou na segunda-feira que o envenenamento das raparigas, alegadamente por gás, é um "crime imperdoável, pedindo ainda "sentenças severas" para os culpados e prometendo que "não haverá amnistia".
As jovens estudantes sofreram de dores de cabeça, palpitações, náuseas, tonturas e, às vezes, incapacidade de mover os membros após sentirem um cheiro de citrinos, cloro ou produtos de limpeza.
Os ataques estão a alimentar o descontentamento popular, principalmente entre os pais, dada a ineficácia das autoridades em travar os ataques, que parecem destinados a deter a educação das mulheres.
No Irão, a educação feminina nunca foi proibida nos 43 anos de existência da República Islâmica e alguns pais relacionam os envenenamentos com os protestos que ocorreram nos últimos meses.
Os ataques relatados estão a acontecer num momento sensível no Irão, que enfrenta há meses protestos após a morte da jovem Mahsa Amini, depois da sua detenção em setembro pela polícia de moralidade do país.
Muitas das alunas das escolas e institutos que participaram nestes protestos tiravam os véus, gritavam "mulher, vida, liberdade" e destruíam retratos de Khamenei e do ayatollah Ruhollah Khomeini.
Irão confirma condenação à morte de dissidente iraniano-sueco
A autoridade judiciária iraniana confirmou hoje a condenação à pena de morte de um dissidente iraniano-sueco, detido desde 2020 no Irão, onde foi condenado por "terrorismo".
"A condenação à morte de Habib Chaab por corrupção na terra, liderança de um grupo rebelde e a idealização e execução de numerosas operações terroristas foi aprovada pelo Supremo Tribunal de Justiça [do Irão]", indicou a agência Mizan Online, órgão de informação da justiça iraniana.
Líder do Movimento Árabe pela Libertação de Ahvaz (ASMLA), considerado um grupo terrorista pelas autoridades iranianas, Chaab, 50 anos, desapareceu em outubro de 2020 após ir a Istambul antes de reaparecer meses depois detido no Irão.
Em julgamento desde janeiro de 2022 por "terrorismo" e, sobretudo, pela "difusão da corrupção na Terra", a justiça iraniana anunciou a 06 de dezembro a sentença de condenação à morte, segundo a imprensa local.
Em novembro de 2020, a televisão iraniana transmitiu um vídeo de Habib Chaab, em que este assumiu um ataque terrorista que teve como alvo uma parada militar em setembro de 2018, em Ahvaz, capital da província de Cuzistão.
"A condenação da pena de morte de Chaab está confirmada e é definitiva", reportou a agência Mizan Online.
A Suécia, da qual é cidadão, tomou medidas para lhe oferecer assistência consular, mas sem resultados prático, uma vez que o Irão não reconhece a dupla nacionalidade.
Na segunda-feira passada, a justiça iraniana condenou à morte seis homens acusados de integrarem o ASMLA, acusando-os de terem "seguido as ordens dos seus líderes europeus, como Habib Nabgan e Habib Chaab".
Teerão provocou uma onda de indignação internacional após executar em janeiro um ex-oficial do exército, o iraniano-britânico Alireza Akbari, condenado por espionagem.
Em 01 de março, a Alemanha expulsou dois diplomatas iranianos colocados em Berlim em protesto contra a sentença de morte do dissidente iraniano-alemão Jamshid Sharmahd, de 67 anos, acusado de ter participado num atentado contra uma mesquita em Shiraz, no sul do Irão, que matou 14 pessoas em abril de 2008.
Pelo menos 16 portadores de passaportes ocidentais, incluindo seis franceses, estão detidos no Irão. A maioria deles tem dupla nacionalidade, mas o Irão não reconhece esse estatuto.
Irão promete libertar 22 mil dos manifestantes presos em 2022
A autoridade máxima do setor judiciário do Irão, Gholamhossein Mohseni Ejehi, anunciou hoje que 22 mil pessoas detidas no âmbito dos recentes protestos na República Islâmica foram perdoadas.
O número foi avançado hoje pela agência de notícias estatal IRNA, citando Gholamhossein Mohseni Ejehi, mas não foi possível confirmá-lo de forma independente.
A imprensa iraniana controlada pelo Estado já tinha, no entanto, sugerido que o líder supremo, o 'ayatollah' Ali Khamenei, poderia perdoar muitos dos que participaram, no final do ano passado, em manifestações de protesto, como forma de marcar o início do mês de jejum sagrado muçulmano do Ramadão, que começa no próximo dia 22.
Os protestos começaram em setembro de 202, depois da morte da jovem curda Mahsa Amini após ser detida pela chamada polícia da moralidade por alegadamente usar de forma inadequada o véu islâmico ('hijad').
A onda de protestos - sem precedentes desde a Revolução Islâmica de 1979 - visou todo o rígido código de vestuário feminino e durou quase três meses, durante os quais morreram mais de 400 pessoas e foram detidas mais de 20 mil.
Número de alunas envenenadas nas escolas do Irão sobe para 23 mil
O número de alunas envenenadas nas escolas do Irão aumentou para 13 mil, uma centena das quais ainda está hospitalizada, anunciaram hoje as autoridades iranianas.
O Governo iraniano condenou esta onda de envenenamentos - que já resultou em pelo menos uma centena de detenções -, congratulando-se, no entanto, por "não haver mortes entre as estudantes".
Também as autoridades educativas iranianas sublinharam não terem sido registados casos extremamente graves e informaram que o corpo docente do país, assim como os pais das alunas, estão a receber instruções sobre como agir face a casos de intoxicação.
A série de envenenamentos começou em finais de novembro, em Qom. Na última semana, os casos aumentaram mas nos últimos dias não se registaram novos casos.
Os estudantes sofreram dores de garganta, dores de cabeça, dificuldades respiratórias, fraqueza, arritmias ou incapacidade de mover os membros após inalação de um gás suspeito.
Os envenenamentos estão a alimentar o descontentamento popular, especialmente entre os pais, perante a ineficácia das autoridades no combate a ataques que parecem ter sido concebidos para paralisar a educação das alunas.
O Ministério do Interior do Irão avançou, neste fim de semana, que foram detidos mais de 100 suspeitos, atribuindo os casos a "inimigos do país".
Teerão garante que entre os detidos há casos de pessoas que agiram "por maldade" para que as aulas fossem suspensas mas também "motivos hostis", cujo propósito era "semear o terror no povo e nos estudantes, criando ceticismo em relação ao sistema", refere a agência de notícias iraniana IRNA.
As autoridades estão a tentar acalmar a situação, sublinhando que "o número de incidentes nas escolas diminuiu significativamente".
Apesar de os primeiros envenenamentos terem sido relatados há mais de dois meses, desconhece-se ainda a abrangência total desta onda.
Tanto o líder supremo, o 'ayatollah' Ali Khamenei, como o Presidente, Ebrahim Raissi, consideram estes incidentes como parte de uma conspiração orquestrada no estrangeiro.
Khamenei afirmou mesmo que os envenenamentos são "um crime imperdoável" e pediu "punições severas" contra os responsáveis.
As autoridades indicaram estar a investigar a ligação dos alegados ataques com o grupo de oposição no exílio Mujahidin al-Khalq (MEK).
Por seu lado, alguns pais associam os envenenamentos aos protestos feministas ocorridos nos últimos meses, em que as estudantes femininas de escolas e colégios retiraram véus e gritaram "mulher, vida, liberdade", com gestos de desprezo perante os retratos de Khamenei e do fundador da República Islâmica, o 'ayatollah' Ruhollah Musavi Khomeini.
Vinte mulheres hospitalizadas depois de envenenamento em escola no Irão
Um envenenamento num instituto para mulheres no Irão levou hoje à hospitalização de 20 estudantes, neste que é o segundo caso de envenenamento desde o recomeço do ano letivo na segunda-feira, divulgaram os meios de comunicação estatais iranianos.
Osegundo envenenamento desde que o ano letivo recomeçou aconteceu no instituto da cidade de Tabriz, no noroeste do país, onde as alunas mostraram sinais de dificuldade respiratória, segundo noticiaram os meios de comunicação estatais.
A agência oficial de notícias do país, IRNA, divulgou que as vítimas receberam o tratamento necessário e que já tiveram alta hospitalar.
Este é o segundo caso de envenenamento depois das interrupções para a celebração do feriado de Ano Novo persa, segundo deu nota o jornal Etemad.
O primeiro caso ocorreu numa escola secundária na cidade de Naqdeh-ye, no Curdistão, onde os alunos descreveram sintomas como tonturas, náuseas e dor de cabeça.
O acontecimento chegou a ser noticiado por jornais reformistas como o jornal Shargh, mas todas as notícias que faziam referência ao ocorrido foram mais tarde retiradas dos sites, disse o jornal Etemad na mesma peça.
Dados fornecidos pelo parlamentar Mohamad-Hassan Asafari, membro de uma comissão criada para investigar os envenenamentos, indicam que cerca de 5.000 alunas já foram vítimas de uma onda de intoxicações por gás que começou em novembro de 2022.
Hassan Asafari afirmou que o Governo iraniano prendeu, até ao momento, mais de 100 pessoas pela suposta responsabilidade pelos envenenamentos, atribuídos a inimigos do país.
Os envenenamentos aconteceram depois de protestos feministas, nos quais alunas de vários institutos do país retiraram os véus e fizeram gestos de desprezo em frente a retratos do fundador da República Islâmica, o aiatolá Ruhollah Khomeini. By Kok@s
Execuções no Irão cresceram 75%. ONG denunciam "máquina assassina"
As execuções judiciais no Irão aumentaram 75% em 2022, com 582 enforcamentos, de acordo com duas organizações de direitos humanos que denunciam uma "máquina assassina" destinada a "incutir medo" no país.
A partir de setembro de 2022, o Irão foi abalado durante semanas por protestos em massa desencadeados pela morte sob custódia policial da curda-iraniana Mahsa Amini, detida por não respeitar o código de vestuário imposto às mulheres no país.
As autoridades iranianas reprimiram violentamente o movimento, com quatro enforcamentos diretamente relacionados e prontamente condenados pela comunidade internacional.
O número de pelo menos 582 execuções é o mais elevado da República Islâmica desde 2015, após um total de 333 execuções em 2021, de acordo com a organização não-governamental (ONG) Iran Human Rights (IHR), com sede na Noruega, e a Ensemble Contre la Peine de Mort (ECPM), sediada em Paris.
A pena de morte foi "mais uma vez utilizada como instrumento final de intimidação e opressão pelo regime iraniano, a fim de manter a estabilidade do seu poder", disseram as ONG num relatório conjunto divulgado hoje.
"A fim de incutir medo na população e nos jovens manifestantes, as autoridades intensificaram as execuções de prisioneiros condenados por razões que não políticas", disse o diretor do IHR, Mahmood Amiry Moghaddam.
"A fim de deter a máquina de morte criada pelo regime iraniano, a comunidade internacional e a sociedade civil, seja no local ou não, devem mostrar ativamente a sua oposição sempre que uma pessoa é executada no país", defendeu.
O relatório afirma também que cerca de 100 detidos estão atualmente no corredor da morte ou a enfrentar acusações em que arriscam a pena capital.
De acordo com as mesmas ONG, o número de condenações em casos de tráfico de droga aumentou acentuadamente, apesar de uma alteração da lei de 2017 sobre o tráfico de estupefacientes ter resultado numa queda significativa nas estatísticas até 2021.
Mais de metade dos condenados executados após o início dos protestos, e 44% das execuções registadas em 2022, estavam ligados a casos de tráfico de droga. Este é o dobro do número de 2021 e dez vezes o número de 2020.
Os autores do relatório denunciaram ainda a passividade do Gabinete das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) a este respeito.
"A falta de reação do UNODC e dos países filiados não envia a mensagem certa às autoridades iranianas. A abolição da pena de morte por crimes relacionados com a droga deve ser uma condição para a cooperação futura entre o UNODC e o Irão", sustentou o diretor da ECPM, Raphael Chenuil-Hazan.
Segundo o relatório, os membros da minoria baluchi, principalmente sunitas, representam 30% das execuções, ainda que correspondam entre 2 a 6% da população.
Irão volta a impôr às mulheres uso do véu islâmico a partir de sábado
O Irão vai voltar a impôr o véu islâmico às mulheres, regra que será fiscalizada com a ajuda de câmaras de vigilância, enquanto grupos de estudantes anunciaram protestos contra o regresso da medida.
"A aplicação do plano do véu e a castidade começará amanhã", anunciou hoje o chefe da polícia iraniana, Ahmad Erza Radan, citado pelo diário Hammihan.
O responsável pelas forças policiais do país assegurou que "as câmaras não cometem erros" no momento de identificar as mulheres que não se cobrem com o véu, com uso obrigatório no Irão desde 1983.
Há uma semana, a polícia iraniana anunciou que iria utilizar câmaras para identificar em diversos locais as mulheres que não usam o 'hijab'.
As mulheres identificadas sem véu receberão uma mensagem de texto onde são informadas da infração. Caso reincidam, serão indiciadas e terão de comparecer em tribunal.
A lei pune as mulheres que não usam o véu com multas e penas até dois meses de prisão, mas as autoridades estão a considerar outras opções, como a privação de utilizar serviços bancários.
As autoridades também já advertiram lojas e restaurantes para que não atendam mulheres descobertas e diversos estabelecimentos já encerraram por esse motivo.
No início de abril, os ministérios da Educação e da Saúde anunciaram que não permitirão que as estudantes sem véu frequentem as universidades e institutos.
Diversas organizações estudantis anunciaram protestos para sábado contra a imposição da nova medida.
"Devemos responder às medidas repressivas do Governo com manifestações, protestos, concentrações e pichagens", indiciaram várias organizações estudantis em comunicado.
Muitas mulheres deixaram de usar o obrigatório véu islâmico como forma de protesto e desobediência civil desde a morte em setembro de Mahsa Amini, detida por não usar de forma correta o 'hijab'.
A morte de Amini que ocorreu durante a detenção originou protestos em todo o país e que se converteram num protesto político contra a República islâmica, com importante participação das universidades, institutos e colégios.
A repressão dos protestos provocou cerca de 500 mortos, incluindo diversos agentes policiais, milhares de detidos e quatro enforcamentos.
Irão: Educação das iranianas em risco por causa de envenenamentos
A organização não-governamental (ONG) Amnistia Internacional alertou hoje que a educação de milhões de mulheres iranianas está em risco por causa dos envenenamentos em centros educativos femininos e enviou uma carta ao Procurador-Geral do Irão a exigir medidas urgentes.
"Os direitos à educação, saúde e vida de milhões de meninas em idade escolar estão ameaçados pelos ataques com gás em escolas femininas no Irão", denunciou a ONG num comunicado.
A organização internacional de defesa e promoção dos direitos humanos indicou que, desde novembro de 2022, mais de 100 centros educacionais para mulheres foram atacados, alguns deles por várias vezes, e que cerca de 13.000 estudantes receberam atendimento médico por envenenamento.
As alunas apresentaram sintomas como tosse, dificuldades respiratórias, irritação na garganta, dores de cabeça, náuseas ou vómitos, adiantou a Amnistia Internacional (AI).
Em março, as autoridades anunciaram a prisão de 118 pessoas por suspeitas de envolvimento nos envenenamentos, mas, apesar disso, os ataques continuam a ocorrer em todo o país.
Segundo vários grupos de ativistas, os casos mais recentes ocorreram hoje, com ataques a escolas na própria capital, Teerão, e também nas cidades de Hamedan e Dezful.
Na terça-feira, o grupo de oposição curdo-iraniano no exílio Hengaw registou ataques a 19 escolas nas cidades de Teerão, Kermanshah, Saqez, Ahvaz, Eslamshahr, Ardebil, Karaj e Urmia, que levaram à hospitalização de dezenas de estudantes.
Apesar destes registos, o ministro da Saúde iraniano, Bahram Einollahi, desvalorizou os factos, afirmando que "não existem evidências" de que as alunas tenham sido envenenadas e atribuindo "mais de 90% dos casos ao 'stress' e a travessuras".
Por esse motivo, a Amnistia Internacional decidiu enviar uma carta ao Procurador-Geral do país, Mohamad Jafar Montazeri, instando-o a iniciar uma "investigação independente, completa e eficaz" e a levar os responsáveis pelos ataques à justiça.
"As autoridades devem garantir que as meninas tenham acesso igual e seguro à educação e que sejam protegidas de qualquer forma de violência", defendeu a ONG, que pediu às autoridades iranianas que autorizem funcionários das Nações Unidas a entrar no país para ajudar a participar na investigação aos ataques.
No Irão, a educação feminina não foi questionada nos 43 anos de existência da República Islâmica e alguns pais relacionam os envenenamentos com os protestos com forte tom feminista registados nos últimos meses no país. Os protestos, que têm diminuído de intensidade, foram alvo de uma forte repressão estatal.
Os protestos desencadearam-se maioritariamente após a morte, em setembro passado, da jovem iraniana curda Mahsa Amini, de 22 anos, que morreu sob custódia policial depois de ser detida por alegado uso indevido do 'hijab' (véu islâmico).
Nos protestos participaram alunas das escolas e institutos, que tiraram os véus, gritaram palavras de ordem hostis ao regime teocrata e fizeram gestos de desprezo diante dos retratos do líder supremo do Irão, Ali Khamenei, e do fundador da República Islâmica, o 'ayatollah' Ruhollah Khomeini, em 1979.
Irão. Cinquenta raparigas hospitalizadas após novos ataques em escolas
Cinquenta alunas de cerca de 10 escolas femininas no Irão foram hoje hospitalizadas após novos ataques com produtos químicos, denunciou uma organização não-governamental, num momento em que vários centros educativos femininos do país têm sido alvo de envenenamentos.
"Os ataques químicos organizados contra escolas continuam e mais 10 atentados aconteceram hoje em Teerão, Urmia, Hamedan, Qazvin, Saqez, Dezful e Ardabil", declarou o Observatório de Direitos Humanos Hengaw, antes de acrescentar que várias estudantes foram levadas para um centro médico no nordeste de Teerão devido a um ataque com "gás".
A organização não-governamental (ONG) precisou que várias estudantes foram envenenadas em Hamedan, situação semelhante à vivida em Dezful, onde a direção da escola "não permitiu a entrada das famílias para levarem as filhas e apagou fotos e vídeos dos telemóveis das raparigas".
O Governo do Irão assegurou, em meados de março, ter detido mais de uma centena de pessoas ligadas ao envenenamento de alunas em várias escolas do país.
O regime de Teerão considerou que os ataques faziam parte de uma conspiração orquestrada por países classificados como "inimigos".
Os primeiros envenenamentos foram relatados há mais de dois meses numa escola localizada em Qom, capital da província de mesmo nome.
Desde então, os ataques foram registados em outras partes do país, sendo desconhecida a real amplitude destes casos em todo o território iraniano.
A Amnistia Internacional alertou na quarta-feira que a educação de milhões de mulheres iranianas está em risco por causa dos envenenamentos em centros educativos femininos e enviou uma carta ao Procurador-Geral do Irão a exigir medidas urgentes.
"Os direitos à educação, saúde e vida de milhões de meninas em idade escolar estão ameaçados pelos ataques com gás em escolas femininas no Irão", denunciou a organização num comunicado.
A organização internacional de defesa e promoção dos direitos humanos indicou no mesmo dia que, desde novembro de 2022, mais de 100 centros educacionais para mulheres foram atacados, alguns deles por várias vezes, e que cerca de 13.000 estudantes receberam atendimento médico por envenenamento.
As alunas apresentam sintomas como tosse, dificuldades respiratórias, irritação na garganta, dores de cabeça, náuseas ou vómitos, adiantou a Amnistia Internacional.
Irão. Clérigo muçulmano assassinado no norte do país
Um clérigo xiita foi hoje assassinado a tiro na cidade de Babolsar, no norte do Irão, num ataque realizado por um homem que posteriormente foi detido pelas autoridades, divulgou a agência de notícias estatal IRNA.
O'ayatollah' Abbas Ali Soleimani, de 75 anos, era um dos 88 membros da Assembleia de Peritos, responsável pela nomeação do líder supremo - a autoridade máxima no Irão.
Um dos responsáveis pela segurança política da província de Mazandaran, Ruhola Selagi, declarou que "o agressor foi detido graças aos esforços do dispositivo de segurança", segundo a agência de notícias iraniana Mehr.
Até ao momento, não foram divulgados mais detalhes sobre a morte do 'ayatollah' Abbas Ali Soleimani, nem há qualquer reivindicação de responsabilidade pelo ataque.
Soleimani também havia sido representante pessoal do líder supremo iraniano, 'ayatollah' Ali Khamenei, na província iraniana do Sistão-Baluchistão.
A Assembleia de Peritos, da qual era membro, é um órgão composto por 88 religiosos eleitos por oito anos por sufrágio universal direto de um grupo de candidatos aprovados pelo Conselho de Guardiões.
A Assembleia é responsável por nomear o líder supremo e supervisionar o seu trabalho, tendo poderes constitucionais para nomear outra pessoa se julgar necessário.
Em abril de 2022, um ataque realizado por supostos 'jihadistas' na cidade sagrada de Mashhad (nordeste) causou a morte de outros dois clérigos xiitas.
Jornalistas que revelaram caso de Mahsa Amini em risco de pena de morte
A justiça iraniana acusou as jornalistas que revelaram o caso de Mahsa Amini de "colaboração com o governo hostil dos EUA, conluio contra a segurança nacional e propaganda contra o sistema", acusações que podem levar a pena de morte.
O porta-voz do poder judicial, Masoud Setayeshi, informou hoje as acusações feitas às jornalistas Nilufar Hamedi e Elahe Mohammadi por informarem a morte em setembro de Amini, a que se sucederam fortes protestos no país.
O julgamento deve começar dentro de um mês, "no Tribunal Revolucionário de Teerão", acrescentou, durante uma conferência de imprensa.
Em outubro, o Ministério das Informações e a organização de informações da Guarda Revolucionária acusaram as duas jornalistas de terem recebido treino da CIA, em "guerra híbrida", para fomentar os protestos.
Hamedi foi a jornalista que publicou uma foto de Amini no hospital, quando estava em coma e entubada, e depois outra com os pais abraçados no passeio do hospital, depois de terem sido informados da morte da filha.
Esta jornalista do diário reformista Shargh foi detida em 21 de setembro e passou grande parte da detenção em regime de isolamento.
Por sua vez, Mohammadi cobriu o funeral de Amini, na sua cidade - Saqez, no Curdistão -, onde começaram os protestos, em 17 de setembro.
Mohammadi trabalhava para o diário Hammihan e foi detida em casa, em 22 de setembro.
Hamedi e Mohammadi são apenas duas de entre uma quase centena de jornalistas detidos por fazerem o seu trabalho durante os protestos no Irão, segundo o Comité para a Proteção de Jornalistas.
Daquele total, pelo menos 72 foram libertados sob fiança.
A morte de Amini causou fortes protestos em todo o país, em que se pediu o fim da República Islâmica, protagonizados sobretudo por jovens e mulheres, que acabaram depois de uma forte repressão estatal, que causou pelo menos 500 mortos.
Há também registo de quatro enforcamentos, um dos quais em público, por participação nos protestos.
Mais duas atrizes processadas no Irão por aparecerem em público sem véu
Duas atrizes iranianas vão responder judicialmente por aparecerem sem o véu obrigatório num evento público em Teerão, poucos dias depois de outras duas atrizes terem sido processadas pelo mesmo motivo, revelou hoje a agência iraniana Fars.
"Após a remoção do 'hijab' por Afsaneh Baygan e Fatemeh Motamedarya, duas atrizes de cinema e de televisão, durante uma cerimónia, foi iniciada uma ação legal contra elas", revelou a agência de notícias Fars, citando um comunicado da polícia, no qual era destacado que o caso foi enviado à entidade iraniana correspondente ao Ministério Público.
Imagens das duas mulheres viralizaram nas redes sociais no domingo, após terem participado numa noite de homenagem a um famoso ator iraniano, Atila Pesyani, em Teerão.
Em 25 de abril, a polícia da capital já havia denunciado outras duas atrizes, Katayoun Riahi e Pantea Bahram, por "terem cometido o crime de retirar o 'hijab' em público" e "terem publicado fotos na internet".
A ação penal contra as atrizes surge na sequência da entrada em vigor, em meados de abril, de um novo plano da polícia para endurecer o controlo do uso do véu pelas mulheres, obrigatório desde a Revolução Islâmica de 1979.
Nos últimos meses, cada vez mais mulheres têm aparecido nas ruas sem véu, especialmente após o início do movimento de protesto desencadeado pela morte, em setembro, de Mahsa Amini, depois de ter sido detida por violar o rígido código de vestimenta.
Em meados de abril, as autoridades tinham indicado que mais de 150 estabelecimentos comerciais tinham sido encerrados em 24 horas por não terem respeitado a obrigatoriedade do uso do véu pelas funcionárias.
O Irão executou hoje o dissidente irano-sueco Habib Chaab, condenado à morte por terrorismo, acusado de ser o líder de um grupo separatista árabe no oeste do país, o Harakat al-Nidal.
No Irão, as execuções são geralmente efetuadas por enforcamento.
A 12 de março, a Justiça tinha confirmado a condenação à morte "por corrupção, gestão e liderança de um grupo rebelde e conceção e execução de numerosas operações terroristas".
A Suécia reagiu, classificando a pena de morte como "um castigo desumano e irreversível". "A Suécia, tal como o resto da União Eeuropeia, condena a aplicação da pena de morte em todas as circunstâncias", declarou o ministro dos Negócios Estrangeiros sueco, Tobias Billstrom.
Segundo a imprensa iraniana, Chaab, também conhecido como Habib Asyud, é o líder do grupo Harakat al-Nidal, ou ASMLA (Movimento Árabe para a Libertação de Ahvaz), considerado um movimento terrorista pelas autoridades iranianas.
Desapareceu em Outubro de 2020, depois de ter viajado para Istambul, e reapareceu um mês depois na prisão no Irão.
Dois iranianos enforcados em Teerão por blasfémia e insultos ao Islão
O Irão executou hoje duas pessoas que tinham sido condenadas à morte por blasfémia e insultos ao Islão ao publicarem na internet "conteúdos contra a religião" e por defenderem o ateísmo.
Yousef Mehrdad e Sadrollah Fazeli Zare foram enforcados por crimes contra o Islão, noticiou a agência de notícias Mizan que depende do Ministério da Justiça.
Os dois homens tinham sido condenados à morte por "envolvimento numa rede que distribuía conteúdos" contra o Islão, insultos a Maomé e promoção do ateísmo, indicam as autoridades judiciais iranianas.
A agência Mizan qualifica os dois condenados à morte como "destruidores do Islão" e, adianta, que Yousef Mehrdad estava na posse de documentos que referiam a destruição do Islão pelo fogo.
A Justiça iraniana afirmou que os dois condenados utilizaram números de telefone franceses para acionar contas em serviços de internet para levarem a cabo atividades contra a religião.
A Mizen acrescenta que os dois homens "confessaram os delitos" tendo sido presos há três anos.
O Irão adota uma postura muito severa contra o que considera "ofensas ao Islão".
De acordo com organismos internacionais, o Irão é um dos países com mais execuções por condenação à morte, destacando-se 246 enforcamentos em 2021.
Irão. Risco de execução iminente de três manifestantes condenados à morte
Três homens condenados à morte no Irão na sequência dos protestos que eclodiram no ano passado estão em "risco iminente" de execução depois de o Supremo Tribunal ter decidido manter as sentenças, divulgou hoje a Amnistia Internacional.
Majid Kazemi, Saleh Mirhashemi e Saeed Yaghoubi foram detidos em novembro de 2022 depois dos protestos na cidade de Isfahan (centro) e condenados à morte em janeiro de 2023.
Na rede social Twitter, a organização não-governamental (ONG) afirmou que os três homens foram condenados à morte por "hostilidade contra Deus" depois de serem considerados culpados de "sacar uma arma de fogo" durante os protestos.
A ONG de defesa dos direitos humanos disse estar "gravemente preocupada" com o facto de os três "estarem em risco iminente de execução (...) depois de o Supremo Tribunal do Irão confirmar as suas sentenças injustas".
Segundo a Amnistia Internacional, Majid Kazemi denunciou torturas e maus-tratos na prisão onde se encontra detido, incluindo espancamentos para obter uma "confissão".
Os opositores do regime iraniano acusam as autoridades de usarem a pena de morte como forma de intimidar a sociedade civil após meses de protestos que eclodiram em setembro de 2022, depois da morte sob custódia policial de Mahsa Amini, uma jovem iraniana curda que foi detida por alegadamente não ter respeitado o código de vestuário imposto às mulheres na República Islâmica do Irão.
Pelo menos 582 pessoas foram executadas no Irão no ano passado, o maior número desde 2015 e muito acima das 333 execuções registadas em 2021, disseram as ONG Iran Human Rights (IHR) e a Ensemble contre la Peine de Mort (ECPM) num relatório divulgado em abril.
O ritmo de execuções tem sido ainda mais intenso em 2023, com pelo menos 223 execuções registadas desde o início do ano, segundo a IHR.
Desde o final de abril, as autoridades iranianas executaram pelo menos 60 pessoas, denunciou a Human Rights Watch (HRW).
"As autoridades iranianas estão a utilizar execuções, uma punição desumana, após julgamentos injustos, como uma demonstração de força contra o seu próprio povo, que exige mudanças fundamentais", enfatizou Tara Sepehri Far, investigadora da HRW.
"A comunidade internacional deve condenar inequivocamente esta tendência assustadora e pressionar as autoridades iranianas a interromper essas execuções", exortou.
Na segunda-feira, o país executou duas pessoas que tinham sido condenadas à morte por blasfémia e insultos ao Islão ao publicarem na Internet "conteúdos contra a religião" e por defenderem o ateísmo.
Jornalista iraniano morto a tiro no sudoeste do país
Um jornalista iraniano foi hoje morto a tiro por um atirador não identificado na província de Khuzestan, no sudoeste do Irão, segundo a agência noticiosa semioficial daquele país Tasnim.
O jornalista foi identificado como redator-chefe do diário 'Tavsa-e-Jonob' ('Expansão do Sul'), morto a tiro num café na cidade de Izé.
A agência de notícias indica ainda que o agressor conseguiu fugir após o disparo contra o jornalista, tendo a polícia iniciado uma operação de busca e captura.