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Mulheres do Irão 'heroínas do ano' para a revista Time
As mulheres do Irão receberam hoje a menção especial de "heroínas do ano" pela revista Time, que aplaude o seu movimento de "luta pela liberdade" com uma reportagem ilustrada por três mulheres retratadas de costas.
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O artigo da revista, assinado pela jornalista iraniana-americana Azadeh Movaeni, descreve a evolução da luta das mulheres iranianas através de atos de desobediência até aos protestos que começaram há cinco anos, liderados pela chamada geração Z.
No centro dos protestos mais recentes está a morte de Mahsa Amini, de 22 anos, presa pela polícia moral por violar o código de vestuário das mulheres, e que provocou "a revolta mais prolongada nos 43 anos de história da República Islâmica", segundo a publicação.
Azadeh Movaeni, no artigo, destaca que as jovens que hoje lideram o movimento pelas mulheres já mostravam o seu "caráter de luta" antes da morte de Masha Amini, pois conseguiram "abolir efetivamente o 'hijab' [véu islâmico] obrigatório" e conduzir a uma modesta modernização do código de vestuário no Irão.
Estima-se que 400 manifestantes foram mortos pelas forças de segurança no Irão, estando as autoridades judiciais a tentar endurecer a punição para alguns dos detidos, cuja idade, segundo a jornalista, é de apenas 15 anos, mostrando o alcance social do movimento.
O espaço da Time para as mulheres iranianas inclui uma entrevista com a ativista Roya Piraei, cuja mãe foi morta a tiro por forças de segurança quando protestava contra a morte de Amini, em setembro passado, e uma entrevista à atriz Angelina Jolie, envolvida em causas humanitárias.
Irão anuncia primeira execução de prisioneiro detido nos protestos
O Irão disse hoje ter aplicada a pena de morte ao primeiro prisioneiro condenado por um crime supostamente cometido durante os protestos que abalam o país desde a morte, em setembro, da jovem Mahsa Amini.
Aagência de notícias Mizan, detida pelo sistema judicial do Irão, avançou a execução de Mohsen Shekari, acusado de bloquear uma rua e ferir um militante islâmico com uma catana na capital, Teerão.
Segundo a Mizan, Shekari foi preso em 25 de setembro e condenado em 20 de novembro no Tribunal Revolucionário de Teerão, onde normalmente os julgamentos são à porta fechada.
Shekari terá confessado durante o julgamento ter recebido "pagamentos" para agredir agentes das forças de segurança, alegou a agência de notícias.
O prisioneiro foi a julgamento sob a acusação de "moharebeh", uma palavra farsi que significa "travar guerra contra Deus". Essa acusação tem sido feita contra outros detidos, nas décadas desde a implantação da República Islâmica do Irão, em 1979, e acarreta a pena de morte.
Ativistas alertam que outros podem em breve também condenados, já que os procuradores iranianos dizem que pelo menos sete pessoas receberam sentenças de morte até agora pelo seu envolvimento nas manifestações.
A "execução de Mohsen Shekari deve motivar fortes reações, caso contrário, enfrentaremos execuções diárias de manifestantes", escreveu o diretor do grupo ativista Iran Human Rights, com sede em Oslo.
"Esta execução deve ter rápidas consequências práticas internacionalmente," acrescentou Mahmood Amiry-Moghaddam, na rede social Twitter.
A execução surge um dia depois do Irão ter vivido uma jornada de greve, com o comércio parcialmente fechado e sobretudo manifestações de estudantes universitários contra o regime teocrático do país, reprimidas pelas forças de segurança.
Foi o terceiro e último dia de concentrações e greves convocado por ativistas no contexto dos protestos que abalam o país desde a morte, em setembro, da curda iraniana Mahsa Amini, após ter sido violentamente agredida e detida pela polícia da moralidade, responsável pelo cumprimento do rígido código de vestuário feminino na República Islâmica.
Esta onda de protestos sem precedentes no Irão desde a Revolução Islâmica de 1979 que instaurou o regime teocrático designado pelos seus líderes como "República Islâmica", foi desencadeada pela morte, a 16 de setembro, de Mahsa Amini, de 22 anos, em Teerão.
Desde esse dia que há manifestações por todo o país, que têm aumentado de dimensão e intensidade e têm sido duramente reprimidas pelas forças de segurança, inclusive com munições reais, tendo já feito mais de 500 mortos e pelo menos 15 mil detidos.
Após quase três meses de contestação social, as autoridades iranianas anunciaram, de forma algo confusa, a dissolução da polícia da moralidade, responsável pela detenção e morte de Amini, mas o anúncio não acalmou a situação.
Quem era Mohsen Shekari? O primeiro executado pelos protestos no Irão
Mohsen Shekari, de 23 anos, foi enforcado após ter sido considerado culpado de bloquear uma rua e ferir um militante islâmico com uma catana na capital iraniana.
Mohsen Shekari, um jovem de 23 anos, foi executado, na quinta-feira, no Irão, após ter sido condenado por um crime alegadamente cometido durante os protestos pela morte da jovem Mahsa Amini, que abalam o país desde setembro. Tinha sido considerado culpado de bloquear uma rua e ferir um militante islâmico com uma catana na capital iraniana, Teerão.
Em declarações ao jornal The Guardian, o tio de Shekari, que se encontra na Dinamarca, contou que o jovem “era atlético e forte” e “quando viu as forças de segurança a atacar os manifestantes, retirou as proteções da berma da estrada e colocou-as no meio da rua para bloquear o caminho”.
Segundo Mahmoud Shekari, o jovem trabalhava num café e era o principal assalariado da família, que não sabia que o jovem seria executado. A mãe de Shekari tinha sido avisada várias vezes pelas autoridades iranianas para não comentar a prisão do filho e, quando o visitou na noite anterior, foi-lhe ordenado que se mantivesse em silêncio.
O jovem não teve direito a um advogado de defesa e tinha vários sinais de tortura no corpo, adiantou ainda o tio, que acusa as autoridades iranianas de terem “iniciado um jogo para torturar a família” ao não libertarem imediatamente o corpo do jovem. Segundo Mahmoud Shekari, a família foi encaminhada para dois cemitérios, mas quando lá chegou, foi-lhes dito que o corpo não se encontrava lá.
A agência de notícias Mizan, detida pelo sistema judicial do Irão, revelou que Shekari foi preso a 25 de setembro e condenado quase dois meses depois, a 20 de novembro, no Tribunal Revolucionário de Teerão.
Shekari terá confessado durante o julgamento ter recebido "pagamentos" para agredir agentes das forças de segurança e foi acusado de ‘moharebeh’, uma palavra farsi que significa "travar guerra contra Deus".
O grupo ativista Iran Human Rights condenou a execução e afirmou que a morte de “Mohsen Shekari deve motivar fortes reações, caso contrário, enfrentaremos execuções diárias de manifestantes”. “Esta execução deve ter rápidas consequências práticas internacionalmente'”, acrescentou Mahmood Amiry-Moghaddam, diretor do grupo, na rede social Twitter.
Também a Organização das Nações Unidas (ONU) lamentou a morte e afirmou ter receios acerca do futuro de outros 11 manifestantes que foram condenados à morte. "Apelamos à suspensão imediata das execuções. A pena de morte é incompatível com os direitos humanos", frisou.
A execução foi ainda lamentada por vários líderes da comunidade internacional.
Esta onda de protestos sem precedentes no Irão desde a Revolução Islâmica de 1979 que instaurou o regime teocrático designado pelos seus líderes como "República Islâmica", foi desencadeada pela morte, a 16 de setembro, de Mahsa Amini, de 22 anos, em Teerão.
Desde esse dia que há manifestações por todo o país, que têm aumentado de dimensão e intensidade e têm sido duramente reprimidas pelas forças de segurança, inclusive com munições reais, tendo já feito mais de 500 mortos e pelo menos 15 mil detidos.
Após quase três meses de contestação social, as autoridades iranianas anunciaram, de forma algo confusa, a dissolução da polícia da moralidade, responsável pela detenção e morte de Amini, mas o anúncio não acalmou a situação.
Pelo menos 20 de manifestantes enfrentam possível execucação no Irão
Pelo menos duas dezenas de manifestantes iranianos enfrentam uma possível execução como resposta das autoridades à sua participação nos protestos contra o Governo, segundo uma reportagem publicada hoje pelo jornal local Etemad.
O referido jornal deu a conhecer uma lista elaborada pelas autoridades iranianas em que 25 manifestantes são acusados de "travar uma guerra contra Deus", acusação que, segundo a lei iraniana, é punível com a morte.
Na lista dos 25 acusados está o 'rapper' Mohsen Shekari, que foi executado na quinta-feira de manhã, acusado de agredir um segurança com uma arma, incitar ao terror e bloquear uma autoestrada.
As autoridades judiciais iranianas já anunciaram que novas execuções serão realizadas, enquanto grande parte da comunidade internacional e os setores nacionais mais críticos, como o próprio Etemad, pedem às autoridades que revejam as sentenças e evitem novas execuções.
A morte de Shekari já atraiu forte condenação no país e no exterior, embora líderes políticos iranianos, incluindo o Presidente Ebrahim Raisi, tenham descrito a execução como uma resposta legítima à agitação em todo o país.
Os manifestantes ameaçaram agir em resposta e espalharam a mensagem "Esperem pela nossa vingança" nas redes sociais. Enquanto isso, internacionalmente, a população iraniana também anunciou novos protestos antigovernamentais ao longo do fim de semana.
O Irão é palco de protestos desde meados de setembro, quando Mahsa Amini, uma jovem curda, morreu sob custódia da polícia após ser presa por não usar o véu adequadamente e violar os códigos de vestimenta islâmicos.
Desde então, enquanto ocorriam as mobilizações, as autoridades reprimiam-nas violentamente, ganhando assim novas sanções da comunidade internacional por questões relacionadas aos Direitos Humanos.
No entanto, de Teerão não consideram que estão a dar argumentos para as mobilizações e acusam os "inimigos" do Irão e os "mercenários" de estarem por detrás dos protestos massivos.
As autoridades consideram que a maioria dos iranianos continua a apoiar o sistema islâmico.
Em quase três meses de protestos, morreram mais de 500 pessoas e pelo menos 15.000 foram detidas, segundo a ONG Iran Human Rights.
As autoridades iranianas estimaram em 300 o número de mortos, 50 dos quais membros das forças de segurança do país.
Após quase três meses de contestação social, foi anunciada, de forma algo confusa, a dissolução da polícia da moralidade, responsável pela detenção e morte de Amini, mas o anúncio não acalmou a situação, agora agravada pela execução do primeiro manifestante.
Além disso, o desaparecimento das patrulhas dessa força policial não implicou o fim das leis que impõem o uso obrigatório do véu e outras normas sociais rígidas no país.
Tudo parece indicar que apenas mudarão os métodos utilizados para garantir o cumprimento de tais leis, cujas infrações, como por exemplo "o mau uso do hijab", passarão a ser punidas com multas e até dois meses de prisão.
Irão executa segunda pessoa por participação em protestos
O Irão disse hoje que executou o segundo preso detido numa onda de protestos antigovernamentais, noticiou a agência Mizan, da Autoridade Judicial iraniana.
O homem executado foi identificado como Majidreza Rahnavard, acusado de esfaquear até à morte dois membros das forças de segurança e ferido quatro, no dia 17 de novembro, em Mashhad, no nordeste do país, acrescentou a Mizan.
Na quinta-feira, o Irão executou o primeiro preso detido nas manifestações.
Pelo menos duas dezenas de manifestantes iranianos enfrentam uma possível execução como resposta das autoridades à participação nos protestos contra o Governo, de acordo com uma reportagem publicada, no sábado, pelo jornal local Etemad.
A publicação deu a conhecer uma lista elaborada pelas autoridades iranianas em que 25 manifestantes são acusados de "travar uma guerra contra Deus", acusação que, ao abrigo a lei iraniana, é punível com a morte.
Na lista dos 25 acusados está o 'rapper' Mohsen Shekari, o primeiro manifestante a ser executado, na quinta-feira de manhã, acusado de agredir um segurança com uma arma, incitar ao terror e bloquear uma autoestrada.
A morte de Shekari atraiu forte condenação no país e no exterior, embora líderes políticos iranianos, incluindo o Presidente, Ebrahim Raisi, tenham descrito a execução como uma resposta legítima à agitação em todo o país.
Os manifestantes ameaçaram agir em resposta e espalharam, nas redes sociais, a mensagem: "esperem pela nossa vingança". Enquanto isso, a nível internacional, a população iraniana também anunciou novos protestos antigovernamentais.
O Irão é palco de protestos desde meados de setembro, quando Mahsa Amini, uma jovem curda, morreu sob custódia da polícia depois de ter sido detida por não usar o véu adequadamente e violar os códigos de vestuário islâmicos.
Desde então, protestos são reprimidos violentamente pelas autoridades, que ganham novas sanções impostas pela comunidade internacional por questões relacionadas com os Direitos Humanos.
No entanto, Teerão considera que a maioria dos iranianos apoia o Governo e acusa inimigos do país e mercenários de estarem por detrás dos protestos maciços.
Em quase três meses de protestos, morreram mais de 500 pessoas e pelo menos 15 mil foram detidas, de acordo com a organização não-governamental (ONG) Iran Human Rights.
Por seu lado, as autoridades iranianas estimaram em 300 o número de mortos, 50 dos quais membros das forças de segurança do país.
Depois de quase três meses de contestação social, foi anunciada a dissolução da polícia da moralidade, responsável pela detenção e morte de Amini, sem que este anúncio não acalmou a situação.
Mas o desaparecimento das patrulhas daquela força policial não implicou o fim das leis que impõem o uso obrigatório do véu e de outras normas sociais rígidas no país.
Tudo parece indicar que apenas mudarão os métodos utilizados para garantir o cumprimento de tais leis, cujas infrações, como por exemplo "o mau uso do hijab" [véu islâmico], vão passar a ser punidas com multas e até dois meses de prisão.
Jogador iraniano condenado à morte por defender direitos das mulheres
A revelação foi feita pela FIFPro. Organismo já pediu a remoção do castigo a Amir Nasr-Azadani.
A Federação Internacional das Associações de Futebolistas Profissionais (FIFPro) emitiu, na segunda-feira, um comunicado, no qual revela que Amir Nasr-Azadani foi condenado à pena de morte no Irão por defender direitos das mulheres no seu país.
"A FIFPRO está chocada e enjoada com os relatos de que o futebolista profissional Amir Nasr-Azadani enfrenta a execução no Irão após uma campanha pelos direitos das mulheres e pela liberdade básica no seu país. Estamos solidários com Amir e apelamos ao cancelamento imediato do seu castigo", pode ler-se na nota do organismo.
Nos últimos dias, a imprensa internacional revelou que Amir Nasr-Azadani foi detido poucos dias após participar numa manifestação contra a morte de Mahsa Amini, jovem curda detida por não respeitar o código de vestuário do Irão.
Execução de jovens leva a protestos de comunidade iraniana em Lisboa
A Comunidade Iraniana Portuguesa convocou hoje duas manifestações em Lisboa, para sexta-feira e sábado, contra a execução pública de dois jovens iranianos detidos numa vaga de protestos antigovernamentais no Irão.
Em comunicado hoje divulgado, a comunidade iraniana refere que todo o processo dos dois jovens executados - desde o julgamento, sentença e subsequente execução - demorou 3 semanas, o que "demonstra de forma muito clara que se tratam de julgamentos fraudulentos e usados como arma de maneira a criar medo no povo iraniano para que parem de reivindicar os seus direitos básicos humanos".
O regime da República Islâmica executou nos últimos dias dois jovens manifestantes, Mohsen Shekari e Majidreza Rahnavard, ambos com 23 anos de idade, por terem participado nas manifestações.
Rahnavard tinha sido condenado à morte por ter esfaqueado dois membros das forças de segurança e ferido quatro pessoas, segundo a agência Mizan, da Autoridade Judicial iraniana.
O jovem foi enforcado em público em Mashhad, no nordeste do Irão, noticiou a agência France-Presse (AFP).
Esta foi a segunda execução associada aos protestos desencadeados pela morte da jovem iraniana Mahsa Amini, em 16 de setembro, mas a primeira em público, após o enforcamento, em 08 de dezembro, de Mohsen Shekari, condenado por agredir e ferir um paramilitar.
Mais de 10 outros prisioneiros encontram-se sentenciados à morte, pelo que as suas vidas se encontram em iminente risco.
No comunicado hoje divulgado, a comunidade iraniana apela urgentemente a ações concretas por parte do governo português, pelo que irá realizar 2 manifestações frente à Assembleia da República.
Convocada para sexta-feira, 16 de dezembro, a partir das 12:00, a manifestação será aproveitada para entrega de cartas com pedido patrocínio político, a fim de serem remetidas aos deputados.
No sábado, 17 de dezembro, a partir das 15:00, terá lugar a marcha global de ação contra execuções no Irão, com início na Assembleia da República e fim no Jardim Dom Luís.
O Irão é palco de protestos desde meados de setembro, quando Mahsa Amini, uma jovem curda, morreu sob custódia da polícia depois de ter sido detida por não usar o véu adequadamente e violar os códigos de vestuário islâmicos.
Desde então, os protestos têm sido reprimidos violentamente pelas autoridades, alvo de novas sanções impostas pela comunidade internacional por questões relacionadas com os Direitos Humanos.
No entanto, Teerão considera que a maioria dos iranianos apoia o Governo e acusa inimigos do país e mercenários de estarem por detrás dos protestos maciços.
Em quase três meses de protestos, morreram mais de 500 pessoas e pelo menos 15 mil foram detidas, de acordo com a organização não-governamental (ONG) Iran Human Rights.
Por seu lado, as autoridades iranianas estimaram em 300 o número de mortos, 50 dos quais membros das forças de segurança do país.
Depois de quase três meses de contestação social, foi anunciada a dissolução da polícia da moralidade, responsável pela detenção e morte de Amini, sem que este anúncio não acalmou a situação.
Mas o desaparecimento das patrulhas daquela força policial não implicou o fim das leis que impõem o uso obrigatório do véu e de outras normas sociais rígidas no país.
Irão. Novas manifestações assinalam início do quarto mês de contestação
Dezenas de pessoas saíram hoje às ruas no sudeste do Irão, indicam imagens partilhadas por grupos de direitos humanos, enquanto a onda de protestos desencadeada pela morte de Mahsa Amini entrou no quarto mês.
As imagens, confirmadas pela agência noticiosa France-Presse (AFP), mostram várias dezenas de manifestantes em Zahedan, capital do Sistão-Balochistão, a gritarem palavras de ordem como "morte ao ditador", numa referência ao líder supremo do Irão, ayatollah Ali Khamenei, segundo um vídeo divulgado pela organização Iran Human Rights (IHR), com sede em Oslo.
Outras imagens de Zahedan, igualmente confirmadas pela AFP, mostram multidões de homens, alguns segurando cartazes com 'slogans' contra o regime teocrático de Teerão, bem como um grupo de mulheres vestidas de preto a andar pelo que parece uma rua próxima, entoando também palavras de ordem contra Khamenei.
O Irão tem sido assolado por protestos desde a morte, a 16 de setembro, da jovem curda iraniana Mahsa Amini, 22 anos, que foi detida e espancada pela polícia dos costumes três dias antes, após ter sido acusada de violar o rígido código de indumentária do regime, nomeadamente o uso indevido do 'hijab', o véu islâmico.
Centenas de pessoas foram mortas e milhares de outras presas durante os protestos, o que tem gerado condenações internacionais, sanções e a expulsão do Irão, quarta-feira, de uma comissão das Nações Unidas sobre os direitos das mulheres.
A empobrecida e remota província de Sistão-Baluchistão, de maioria sunita (o Irão é maioritariamente xiita), está localizada na fronteira com o Afeganistão e o Paquistão e é habitada pela minoria Baloch, alvo da discriminação por parte de Teerão, segundo asseguram várias organizações não-governamentais.
A província tem sido palco de violência, muitas vezes mortal, antes mesmo dos protestos irromperem por todo o país.
Segundo o grupo de direitos humanos HRANA, com sede nos Estados Unidos, centenas de pessoas reuniram-se após as orações de hoje em Zahedan.
As manifestações acontecem todas as semanas na cidade desde a morte, a 30 de setembro, de mais de 90 pessoas nas manifestações contra a suposta violação de uma adolescente por um agente da polícia.
Segundo indicam vários especialistas citados pela AFP, os baluchis inspiraram-se nas manifestações provocadas pela morte de Mahsa Amini, inicialmente motivadas pela defesa dos direitos das mulheres e que se estenderam, depois, a outras reivindicações.
Na semana passada, um clérigo foi morto após ter sido sequestrado na sua mesquita em Khash, na mesma província.
Terça-feira, o Procurador do Ministério Público de Zahedan, Mahdi Shamsabadi, disse que os assassinos do clérigo Abdelwahed Rigi foram presos, acusando os supostos perpetradores de pretenderem "semear a discórdia" entre as comunidades sunita e xiita.
Segundo o mais recente relatório do IHR, divulgado a 07 deste mês, pelo menos 458 pessoas foram mortas na repressão às manifestações no Irão desde meados de setembro. Segundo a ONU, mais de 14.000 foram presas.
A 03 deste mês, o Conselho Supremo de Segurança Nacional admitiu que "mais de 200 pessoas" foram mortas nas manifestações de protesto, incluindo membros dos serviços de segurança.
A justiça iraniana declarou ter pronunciado 11 sentenças de morte em ligação às manifestações. As duas primeiras execuções já ocorreram, a de Mohsen Shekari, a 08 deste mês, e a de Majidreza Rahnavard, na passada segunda-feira, ambos de 23 anos.
Rahnavard foi enforcado em público e não na prisão.
Hoje, a Amnistia Internacional (AI) disse que pelo menos 26 pessoas correm o risco de execução devido aos protestos no Irão.
De acordo com a organização de defesa dos direitos humanos, com sede em Londres, o Irão é o segundo país com maior número de execuções, só atrás da China.
Vigília pede libertação de espanhol que fotografou campa de Mahsa Amini
Uma centena de pessoas pediu hoje em Madrid, frente à embaixada do Irão, a libertação do espanhol Santiago Cogedor, preso pelas autoridades iranianas por ter fotografado o túmulo de Mahsa Amini, cuja morte desencadeou protestos em todo o país.
O protesto, silencioso, foi encabeçado por familiares de Santiago Cogedor, de 41 anos, preso com o tradutor que o acompanhava em 02 de outubro, no Irão.
No início do protesto silencioso, que durou cerca de uma hora, a mãe de Santiago Cogedor leu "um manifesto" que disse já ter entregado ao embaixador iraniano em Espanha, Hassan Ghashghavi, e no Ministério dos Negócios Estrangeiros espanhol, a quem agradeceu os esforços diplomáticos para libertarem o filho e o acompanhamento que lhe têm dado na prisão.
Célia Cogedor disse que o embaixador iraniano a recebeu pessoalmente na quinta-feira passada e se mostrou "tremendamente compreensivo", pelo que pediu a todos os que se juntaram hoje ao protesto em Madrid para serem "prudentes e educados" e para se manterem em silêncio.
Ao fotografar o túmulo de Mahsa Amini, o espanhol Santiago Cogedor não pretendeu "atentar contra a segurança do Estado do Irão" e se alguma coisa "ofendeu" os iranianos e os seus dirigentes com essa conduta, a família "pede desculpa", como "com certeza" ele próprio já o fez, escreveram os familiares do detido no texto do manifesto lido por Celia Cogedor.
O mesmo texto lembra que Santiago Cogedor já tinha estado no Irão em 2019 e sempre expressou "opiniões muito positivas" sobre o país, nomeadamente, as suas paisagens, cultura e a hospitalidade e amabilidade dos iranianos, como confirmam as publicações que fez na altura na rede social Instagram.
Santiago Cogedor, considerado "um aventureiro" pelos meios de comunicação social espanhóis, é também um ativista ambiental que em 2019 atravessou o Irão de bicicleta, numa das etapas de uma viagem de vários meses entre Espanha e a Arábia Saudita.
Desta vez, chegou ao Irão no início de outubro e estava a fazer a pé, desde janeiro, um percurso entre Madrid e Doha, no Qatar, tendo como objetivo final ver os jogos de Espanha no campeonato mundial de futebol.
Durante o trajeto, Santiago Cogedor foi participando em iniciativas com escolas, hospitais e outras instituições e entidades, em diversos países, relacionadas com a sensibilização para as alterações climáticas e a defesa do ambiente.
Ao protesto de hoje em Madrid juntaram-se também pessoas com fotografias de Ana Baneira, uma espanhola de 24 anos presa no Irão desde pelo menos 10 de novembro por ter participado numa das manifestações em defesa dos direitos das mulheres que se têm repetido no país desde a morte de Mahsa Amini.
Santiago Cogedor e Ana Baneira são dois dos 40 estrangeiros que as autoridades iranianas admitiram, em 22 de novembro, estarem presos no Irão por alegado envolvimento nos protestos.
Teerão argumenta que as manifestações estão a ser instigadas e organizadas por países estrangeiros.
O protesto de Madrid foi silencioso e os familiares de Santiago Cogedor optaram pela prudência nas palavras, com esperança de que o espanhol seja libertado em breve, em resultado do trabalho diplomático de Espanha junto das autoridades iranianas.
Quem acabou por ser menos prudente foi Nilufar Saberi, uma iraniana residente em Espanha que se disse "ativista independente dos Direitos Humanos".
Nilufar Saberi pediu a libertação imediata de Santiago Cogedor e Ana Baneira e acrescentou que "outros 20.000 jovens" estão "na mesma situação" dos dois espanhóis no Irão, presos por "causas absolutamente injustas".
"Os iranianos só saem à rua para se manifestarem pacificamente, como estamos a fazer aqui, e são detidos", afirmou.
O Irão tem sido abalado por protestos desde a morte, em 16 de setembro, de Mahsa Amini, uma jovem curda iraniana de 22 anos, que morreu após ter sido detida pela chamada polícia da moralidade, responsável pelo cumprimento do rígido código de vestuário feminino.
Desde essa altura, os protestos transformaram-se num dos mais sérios desafios ao regime teocrata do Irão, instalado pela Revolução Islâmica de 1979.
Em cerca de três meses de protestos, que têm sido fortemente reprimidos pelas autoridades iranianas, morreram mais de 500 pessoas e pelo menos 15.000 foram detidas, segundo a organização não-governamental (ONG) Iran Human Rights.
Irão: Defensores dos direitos humanos apelam à libertação de Alidoosti
Celebridades e grupos de defesa dos direitos humanos estão a apelar ao regime iraniano que liberte a ativista Taraneh Alidoosti, presa no sábado por publicações de apoio aos protestos no Irão que duram há três meses, noticia hoje a AFP.
Taraneh Alidoosti, atriz de 38 anos, foi detida no sábado, acusada de espalhar falsidades sobre os protestos que têm agitado o país desde setembro, segundo informaram os 'media' estatais, que explicam que a atriz não apresentou "nenhum documento que comprovasse as suas denúncias".
A atriz divulgou na rede social Instagram uma mensagem a expressar a sua solidariedade para com um homem que foi recentemente executado por crimes alegadamente cometidos durante os protestos no país e acusou as autoridades iranianas de conduzirem um "banho de sangue" para reprimir a onda de protestos.
"Qualquer organização internacional que assiste a este banho de sangue sem reagir é uma vergonha para a humanidade", escreveu Alidoosti na sua página Instagram, seguida por mais de oito milhões de pessoas e que hoje já não está acessível.
Em novembro, a atriz tinha prometido permanecer no Irão, "pagar o preço" necessário para defender os seus direitos e deixar de trabalhar para apoiar as famílias das pessoas mortas ou presas durante os protestos.
Os protestos no Irão foram desencadeados pela morte, em 16 de setembro, de uma mulher curda iraniana de 22 anos, Mahsa Amini, que morreu após ter sido presa em Teerão pela polícia moral por violar o rigoroso código de vestuário das mulheres da República Islâmica.
Desde então, centenas de pessoas foram mortas, milhares foram presas e dois homens de 23 anos foram enforcados, acusados de estarem ligados à agitação.
A detenção de Taranaeh Alidoosti foi denunciada por várias organizações de defesa dos diretos humanos como o Center for Human Rights in Iran (CHRI), sediado em Nova Iorque, que declarou que "mulheres estão a ser presas e encarceradas no Irão por se recusarem a usar o hijab obrigatório, incluindo atrizes famosas como Taraneh Alidoosti".
"O poder das vozes das mulheres aterroriza os governantes da República Islâmica", afirmaram responsáveis por aquela organização, citados pela AFP.
"Taraneh Alidoosti é uma das atrizes mais talentosas e reconhecidas do Irão. Espero que ela seja libertada brevemente para continuar a representar a força do cinema iraniano", escreveu a realizadora do Festival de Cinema de Toronto no Canadá, Cameron Bailei.
A ativista goza de fama internacional por ser estrela em filmes premiados pelo realizador Asghar Farhadi, incluindo "O Cliente", o vencedor do Óscar de 2017 para melhor filme em língua estrangeira.
Atriz desde a adolescência, também se destacou em "Leïla and Her Brothers", de Saeed Roustayi, que foi exibido no Festival de Cinema de Cannes deste ano.
Além daquela atriz, várias personalidades do cinema iraniano têm sido perseguidas ou detidas pelas autoridades, mesmo antes da atual onda de protestos, como os realizadores Mohammad Rasoulof e Jafar Panahi, que ainda se encontram detidos.
Autoridades iranianas detêm atriz por divulgação de falsas informações
As autoridades iranianas detiveram uma das atrizes mais famosas do país, acusada de espalhar falsidades sobre os protestos que têm agitado o país desde setembro, informaram hoje os 'media' estatais.
Taraneh Alidoosti, a "estrela" do filme vencedor do Óscar de Melhor Filme Estrangeiro (2017) "The Salesman", foi detida uma semana depois de ter divulgado na rede social Instagram uma mensagem a expressar a sua solidariedade para com um homem que foi recentemente executado por crimes alegadamente cometidos durante os protestos no país.
De acordo com os 'media' estatais, Alidoosti foi detida por não ter apresentado "nenhum documento que comprovasse as suas denúncias".
"O seu nome era Mohsen Shekari. Cada organização internacional que assiste a este derramamento de sangue e não age é uma vergonha para a Humanidade", escreveu a atriz, na mensagem publicada no Instagram.
Shekari foi executado em 09 de dezembro, após ter sido acusado por um tribunal iraniano de bloquear uma rua em Teerão e por ter atacado, segundo as autoridades, um membro das forças de segurança com uma faca.
O Irão tem sido abalado por protestos desde a morte, em 16 de setembro, de Mahsa Amini, uma jovem curda iraniana de 22 anos, que morreu após ter sido detida pela chamada polícia da moralidade, responsável pelo cumprimento do rígido código de vestuário feminino.
Desde essa altura, os protestos transformaram-se num dos mais sérios desafios ao regime teocrata do Irão, instalado pela Revolução Islâmica de 1979.
Hengameh Ghaziani e Katayoun Riahi, outras duas atrizes famosas no Irão, também foram detidas pelas autoridades por expressarem solidariedade com os manifestantes, em mensagens nas redes sociais, tendo já sido libertadas.
Em cerca de três meses de protestos, que têm sido fortemente reprimidos pelas autoridades iranianas, morreram mais de 500 pessoas e pelo menos 15.000 foram detidas, segundo a organização não-governamental (ONG) Iran Human Rights.
Irão. Pais pedem às autoridades para anularem condenação do filho à morte
Os pais de um jovem iraniano, condenado à morte por envolvimento no movimento de protesto que abala o Irão há três meses, imploraram hoje às autoridades judiciais que poupem o filho.
Num vídeo, Mashallah Karami, pai de Mehdi Mohammad Karami, pede ao sistema judiciário que anule a sentença de morte.
"Peço respeitosamente ao poder judiciário, imploro, por favor, que anule a sentença de morte no caso de meu filho", disse Mashallah.
O pai descreve o filho, na casa dos 20 anos, de acordo com grupos próximos do movimento de protesto, como campeão de karaté, membro da seleção nacional e vencedor de várias competições no Irão.
Ao seu lado, a mãe de Mehdi, que se levanta como se estivesse a embalar um bebé, pede então às mesmas autoridades para que o filho seja poupado.
Mehdi pode ser o terceiro iraniano a ser executado na sequência de decisões saídas de julgamentos sumários relacionados com as ações de protesto provocadas pela morte Mahsa Amini, a 16 de setembro.
A morte da jovem Amini, detida três dias antes por uso incorreto do véu e que morreu sob custódia policial, gerou uma série de protestos a nível nacional que estão a ser duramente reprimidos pelas autoridades, o que tem levado inúmeros países ocidentais a impor sanções a Teerão.
Segundo a organização de defesa e promoção dos direitos humanos Amnistia Internacional (AI), Mehdi é uma das cinco pessoas condenadas à morte por um ataque que tirou a vida de um paramilitar, durante uma cerimónia fúnebre em homenagem a um manifestante em Karaj, perto de Teerão.
"[Mehdi foi condenado] menos de uma semana depois do início de um julgamento apressado e injusto que não tem qualquer semelhança com um processo legal válido", denunciou a Amnistia.
O pai, Mashallah Karami, disse à imprensa local que o advogado da família não conseguiu aceder ao processo judicial do filho e que um outro defensor, nomeado pelo tribunal, nunca respondeu às chamadas telefónicas da família.
O Irão anunciou 11 sentenças de morte por envolvimento em "motins" e acusa "inimigos estrangeiros", incluindo Estados Unidos e Israel, de os estarem a fomentar a sublevação.
Segundo a Amnistia, além das 11 pessoas já condenadas, 15 são indiciadas por crimes puníveis com pena de morte.
Grupos de direitos humanos acreditam que os procedimentos legais foram forjados e estão preocupados com as confissões obtidas sob tortura.
As duas primeiras execuções ocorreram com Mohsen Shekari, a 08 de dezembro, e com Majidreza Rahnavard, quatro dias depois. Ambos tinham 23 anos.
Majidreza Rahnavard foi enforcado em público.
Segundo a ONU, as autoridades do regime teocrático iraniano já prenderam cerca de 14 mil pessoas desde meados de setembro, enquanto a organização Iran Human Rights (IHR), com sede em Oslo, dá conta da morte de pelo menos 469 manifestantes.
As autoridades reportaram oficialmente mais de 200 mortes, incluindo membros das forças de segurança, desde o início dos protestos.
Entretanto, a rede de Internet do Irão registou hoje uma série de bloqueios nas páginas internacionais que terminam em ".com", ao mesmo tempo que os utilizadores alertaram para o facto de a velocidade estar "extremamente lenta".
No entanto, os domínios nacionais - as páginas da web que terminam em ".ir" - são facilmente acessíveis, levantando preocupações de que as autoridades iranianas estejam a tentar isolar o país da rede internacional.
Anunciada morte de 2 presumíveis terroristas envolvidos em atentado
As autoridades do Irão anunciaram hoje a morte de dois presumíveis terroristas envolvidos num atentado em novembro em Izeh, centro oeste do país, que fez sete mortos e mais de uma dezena de feridos.
A Guarda Revolucionária iraniana adiantou que as forças de segurança lançaram uma operação conjunta no quadro dos "rigorosos esforços dos serviços secretos" contra vários implicados no atentado e acrescentou que outros dois suspeitos foram detidos.
Segundo a agência noticiosa iraniana Mehr, a "célula terrorista" sofreu um "rude golpe" com a operação, e a Guarda Revolucionária iraniana destacou ainda a apreensão de diversas armas e munições.
Os presumíveis terroristas, prosseguiu, teriam recebido treino e apoio de "monárquicos sediados no exterior" do Irão, que os usam "para provocar distúrbios e insegurança, bem como para realizar ataques terroristas".
Um dia após o atentado registado num mercado de Izeh, o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Hossein Amir-Abdollahian, acusou Israel e outros países "ocidentais" de planear "uma guerra civil" no país, enfatizando que o Irão "não é a Líbia nem o Sudão".
Entretanto, em Teerão, o Supremo Tribunal iraniano ordenou hoje a repetição do julgamento de um jovem manifestante que em novembro tinha sido condenado à morte num tribunal sumário, anunciou a autoridade judiciária iraniana no site Mizan Online.
Mahan Sadrat é uma das 11 pessoas até hoje condenadas à morte, segundo a justiça iraniana, por eventos relacionados com o movimento de protesto que abala o país há três meses.
Os protestos, descritos como "motins" pelas autoridades, foram desencadeados pela morte, a 16 de setembro, sob custódia da polícia, da jovem curda iraniana Mahsa Amini, presa por supostamente usar indevidamente o 'hijab', o véu islâmico, violando o rígido código de vestuário da República Islâmica para mulheres.
Dois condenados à morte, ambos de 23 anos, já foram executados, depois de, num julgamento sumário, terem sido considerados culpados de matar ou ferir membros das forças de segurança ou paramilitares.
A 03 de novembro, o jovem Mahan Sadrat foi considerado culpado ser um "mohareb" (em guerra com Deus), depois de sacar de uma faca, causando medo e insegurança em seu redor, informou a agência oficial de notícias Irna.
Mahan Sadrat, cuja condenação à morte foi suspensa na semana passada, negou ter brandido uma faca, mas admitiu ter ateado fogo a uma motorizada, segundo Irna.
"De acordo com novos fundamentos e provas no caso Mahan Sadrat Marni, o pedido do acusado para um novo julgamento foi considerado conforme a lei [...] e, por isso, o caso foi devolvido ao tribunal para um novo julgamento", indicou hoje a Mizan Online, sem, porém, adiantar pormenores.
A agência da Autoridade Judiciária iraniana adiantou que ainda não foi pronunciada qualquer sentença definitiva.
Supremo Tribunal do Irão confirma sentença de morte a manifestante
O Supremo Tribunal do Irão confirmou hoje a condenação à morte de um homem que participou em protestos antigovernamentais em setembro, após a morte de Mahsa Amini, na sequência da sua detenção em Teerão por uso incorreto do véu islâmico.
O Supremo Tribunal disse rejeitar o recurso interposto pelo homem, identificado como Mohamad Qabaldo, que foi condenado por alegadamente ter atropelado mais de seis polícias em novembro, de que resultou a morte de um oficial enquanto cinco ficaram feridos, segundo o portal de notícias iraniano Mizan Online.
No caso de Saman Saidi, um 'rapper' condenado à morte, em outubro, por ter criticado o governo nas suas canções, o tribunal decidiu aceitar o recurso interposto pelo músico, anulando a sentença de morte e ordenando um novo julgamento.
As autoridades iranianas executaram até agora duas pessoas condenadas pelo seu papel nas manifestações ocorridas após a morte de Mahsa Amini, enquanto vários milhares foram presos, dos quais mais de 20 enfrentam a pena de morte, segundo um relatório publicado no passado dia 10, pelo diário local Etemad.
No início de dezembro, o regime da República Islâmica executou dois jovens manifestantes, Mohsen Shekari e Majidreza Rahnavard, ambos com 23 anos de idade, por terem participado nas manifestações e alegadamente terem agredido forças de segurança.
Entre as suas detenções e execução das suas penas decorreram pouco mais de três semanas, como sublinharam na altura organizações de direitos humanos.
A Guarda Revolucionária Iraniana confirmou recentemente que mais de 300 pessoas foram mortas desde o início dos protestos, sendo este o primeiro número oficial desde o início das manifestações de protesto, após a morte de Amini, jovem da minoria curda iraniana, quando se encontrava sob custódia da designada "polícia da moralidade".
Os números oficiais são inferiores aos fornecidos pela organização não-governamental Iran Human Rights, que fixa o número de mortos devido à repressão das forças de segurança em mais de 500, e o número de detenções em mais de 18.000, desde 16 de setembro, dia da morte de Mahsa Amini, aos 22 anos.
Britânicos aconselhados a abandonar Irão com receio de detenções
Teerão anunciou a detenção de sete suspeitos "com ligações ao Reino Unido", dos quais constam, alegadamente, cidadãos com dupla nacionalidade. Decisão terá levado governo britânico a apelar aos cidadãos para abandonar o país.
Numa altura em que se cumprem 100 dias desde o início dos protestos no Irão após a morte de Mahsa Amini às mãos da 'polícia da moralidade', a presidente do comité seleto de Negócios Estrangeiros do parlamento britânico, Alicia Kearns, apelou a todos os britânicos para que abandonem imediatamente o Irão, na sequência do número "industrializado" de pessoas que estão a ser detidas pelo regime de Teerão.
A decisão foi tomada na sequência das detenções de sete suspeitos "ligados aos britânicos" anunciadas pelo governo iraniano, nos quais se incluem, alegadamente, alguns cidadãos com dupla nacionalidade envolvidos nos protestos antigovernamentais do país. O Reino Unido já exigiu, diz o The Guardian, explicações a Teerão pelas detenções.
“Isto é tomada industrializada de reféns do Estado. Isto é o que o Irão faz agora", disse Kearns, acusando o Irão de querer ligar os suspeitos detidos ao Reino Unido para culpar o país e o Ocidente pelos tumultos no país. “Nunca admitirão que isto se deve a um regime brutal, corrupto e opressor”, disse, acrescentando: "O Irão mostrou que prenderá alegremente qualquer pessoa com dupla nacionalidade. Se eu fosse um estrangeiro britânico com dupla nacionalidade no Irão, estaria absolutamente de saída, porque a evidência é que eles os vão usar em qualquer jogo de xadrez que puderem recorrendo a repressão brutal. Encorajaria qualquer pessoa do oeste a sair da forma mais segura possível."
Iraniana Sara Khadem compete em prova de xadrez sem hijab
Até ao momento, a jogadora de xadrez não ofereceu qualquer detalhe sobre as acusações ou sobre a sua prestação no torneio nas redes sociais.
Uma jogadora de xadrez iraniana participou, na segunda-feira, numa competição internacional sem estar a usar o hijab, de acordo com a informação que foi entretanto avançada por meios de comunicação social iranianos, reporta a Reuters.
Segundo avançado pelos noticiários iranianos Khabarvarzeshi e Etemad, Sara Khadem terá competido no Campeonato Mundial de Xadrez Rápido e Blitz da FIDE (Federação Internacional de Xadrez) em Almaty, no Cazaquistão, sem o referido véu islâmico. A listagem de participantes do campeonato citado mostra que a atleta estava, efetivamente, no leque de inscritas.
Fotografias publicadas pelos referidos meios de comunicação social aparentam mostrar a atleta a competir, no referido torneio, sem o hijab na cabeça. O jornal iraniano Khabarvarzeshi, por sua vez, veiculou uma imagem de Sara Khadem com o véu colocado, embora sem explicar se a imagem foi ou não captada no referido evento.
Até ao momento, a jogadora de xadrez não ofereceu qualquer detalhe sobre as acusações ou sobre a sua prestação no torneio nas redes sociais. A Reuters disse ainda ter contactado diretamente a atleta - que, até ao momento, não ofereceu qualquer esclarecimento sobre o sucedido.
Sara Khadem nasceu em 1997 e está, neste momento, na 804.ª posição do ranking mundial de xadrez, de acordo com a informação veiculada no site da Federação Internacional de Xadrez.
Este trata-se do mais recente caso de atletas iranianas a competirem em provas internacionais sem o véu islâmico, cujo uso é obrigatório, segundo os rigorosos códigos de vestuário do Irão - num claro movimento de protesto contra as imposições do regime atualmente em vigor no país.
Tudo isto surge na sequência da morte da jovem curda Mahsa Amini, de 22 anos, no mês de setembro, quando estava sob custódia da polícia da moralidade por uso incorreto do hijab. Desde então, têm-se registado inúmeros protestos em território iraniano contra a liderança do país.
No decorrer dessas manifestações, morreram já mais de 500 pessoas, com outras 18 mil a terem já sido detidas pelas autoridades, segundo dão conta os números fornecidos pela organização não-governamental Iran Human Rights.
Irão. Pelo menos cem pessoas podem ser condenadas à morte
Pelo menos cem iranianos, detidos nas manifestações que decorrem desde setembro no Irão, enfrentam acusações passíveis de punição com pena de morte, alertou hoje a organização não-governamental (ONG) Iran Human Rights (IHR), com sede em Oslo.
O Irão enfrenta uma vaga de protestos, que começaram após a morte, a 16 de setembro, de Mahsa Amini, uma jovem curda de 22 anos que fora detida três dias antes pela polícia da moralidade, que a manteve sob custódia, sob a acusação do uso indevido do 'hijab', o véu islâmico.
As autoridades iranianas executaram este mês dois homens, condenados pelo seu papel nas manifestações, numa escalada de repressão por parte das autoridades que, de acordo com ativistas, visa semear o medo entre a população.
Num relatório hoje divulgado, citado pela Agência France Presse (AFP), a IHR identificou cem detidos em risco de serem condenados a pena de morte, dos quais 13 já estão no 'corredor da morte'. A ONG alerta que muitos destes detidos têm acesso limitado a um advogado.
"Ao decretar condenações à morte e executar alguns manifestantes, as autoridades querem que as pessoas voltem para casa", afirmou o diretor da IHR, Mahmood Amiry-Moghaddam, em declarações à AFP.
O comportamento das autoridades, disse o responsável, "teve um certo efeito". "Mas o que observámos, de forma geral, foi um aumento da raiva contra as autoridades", afirmou, defendendo que "a estratégia de semear o medo com as execuções fracassou".
De acordo com a IHR, 476 manifestantes foram mortos desde meados de setembro.
Em novembro, as Nações Unidas divulgaram que pelo menos 14 mil pessoas foram detidas desde o início dos protestos no Irão.
Majidreza Rahnavard, de 23 anos, foi enforcada em público no dia 12 de dezembro, depois de ter sido condenada por um tribunal de Machhad, no nordeste do Irão, de ter matado dois elementos das forças de segurança.
Quatro dias antes, Mohsen Shekari, também de 23 anos, tinha sido executado por ter ferido um elemento das forças de segurança.
De acordo com as autoridades judiciais, outras nove pessoas foram condenadas à morte, em ligação com os protestos. Os julgamentos de duas destas pessoas serão repetidos.
França. Iraniano morre afogado como protesto contra repressão no Irão
Mohammed Moradi terá querido chamar a atenção para a repressão dos protestos no Irão.
Mohammad Moradi, iraniano, ter-se-á suicidado no rio Ródano, em Lyon, na segunda-feira, para sensibilizar o público para a situação que se vive no Irão.
Os serviços de emergência intervieram, mas não conseguiram salvar o homem, revelou uma fonte à AFP.
Antes de morrer, Moradi publicou um vídeo nas redes sociais explicando que se iria afogar para chamar a atenção para a repressão no Irão.
"Quando virem este vídeo, eu já terei morrido neste rio. Isto não é um suicídio por problemas pessoais. O meu objetivo é chamar a atenção dos europeus e países ocidentais para a questão do Irão. Viva a liberdade! Mulher, vida, liberdade!", explicava Moradi no vídeo que publicou nas redes sociais.
As autoridades já disseram estar a "verificar a teoria do suicídio, em particular, tendo em vista as mensagens publicadas pelo interessado nas redes sociais anunciando sua intenção" de tirar própria vida.
O homem foi entretanto homenageado por cerca de 40 pessoas que se juntaram em Lyon, França.
Rosas e velas foram colocadas na ponte Gallieni, enquanto os participantes gritavam "mulher, vida, liberdade" - as palavras usadas nas manifestações pela morte de Mahsa Amini.
Polícia iraniana retoma vigilância ao uso do véu islâmico
A polícia iraniana recomeçou a fiscalizar o uso do véu islâmico ('hijab') pelas mulheres no interior de veículos automóveis, relatou esta segunda-feira a imprensa local, mais de 100 dias após a detenção e morte da jovem iraniana curda Mahsa Amini.
O Irão tem sido abalado por manifestações e tumultos desde a morte de Mahsa Amini, de 22 anos, a 16 de setembro de 2022, após ter sido detida pela chamada polícia da moralidade por alegada violação do rígido código de vestuário para as mulheres aplicado na República Islâmica.
"A polícia iniciou a nova etapa do programa Nazer-1 [vigilância' em persa] em todo o país", disse um "alto funcionário" da polícia, em declarações a agência noticiosa iraniana Fars, citada pelas agências internacionais.
"Deve referir-se que o Nazer-1 é sobre a ausência do 'hijab' dentro de viaturas", sublinhou a mesma fonte, acrescentando que, se for detetada uma infração, a polícia enviará uma mensagem de texto ao condutor do veículo.
De acordo com a agência Fars, a mensagem enviada menciona que a "ausência do véu" foi observada no interior do veículo fiscalizado e deixa uma advertência.
"É necessário respeitar as normas da sociedade e ter atenção para não repetir tal ato", indica a mensagem em questão, que numa versão anterior ia mais longe e admitia, em caso de reincidência, a aplicação de "consequências legais e judiciais".
O programa Nazer foi lançado pela polícia em 2020.
Após a mobilização gerada pela morte de Mahsa Amini, a chamada polícia da moralidade deixou de deter mulheres que andavam de cabeça descoberta nas ruas, bem como deixou de reencaminhar estes casos para as esquadras.
No início de dezembro, o procurador-geral iraniano, Mohammad Jafar Montazeri, anunciou a dissolução desta força policial e o encerramento das respetivas unidades, conhecidas como Gasht-e Ershad ("patrulha de orientação").
O anúncio foi encarado com ceticismo pelos ativistas que permaneceram nas ruas a contestar o regime de Teerão, em protestos fortemente reprimidos pelas autoridades iranianas.
Pelo menos 100 iranianos, detidos nas manifestações que decorrem desde setembro no Irão, enfrentam acusações passíveis de punição com pena de morte, alertou, na semana passada, a organização não-governamental (ONG) Iran Human Rights (IHR), com sede em Oslo.
De acordo com a IHR, mais de 470 manifestantes foram mortos desde meados de setembro.
Em novembro, as Nações Unidas divulgaram que pelo menos 14 mil pessoas foram detidas desde o início dos protestos no Irão.
Opositores no exílio dizem que será "ano da vitória" contra regime
Os opositores iranianos no exílio afirmaram esta segunda-feira que 2023 será o "ano da vitória" e da queda do regime teocrático de Teerão, enfraquecido pelas manifestações que, desde setembro, abalam o país após a morte da jovem Mahsa Amini.
"Se nos organizarmos e nos unirmos, 2023 será o ano da vitória para a nação iraniana. O ano da liberdade e da justiça no Irão", afirmaram os opositores no exílio, um grupo que agrega personalidades de várias áreas (cultura, direitos humanos ou desporto), em mensagens publicadas em simultâneo em diferentes redes sociais.
Para os opositores, 2022 foi "um ano de solidariedade gloriosa" para os iranianos de todas as religiões, idiomas ou orientações políticas".
A mensagem surge como um desejo de mostrar uma unidade que há muito falta à diáspora iraniana, dividida em várias fações políticas após a queda do último Xá do Irão (Reza Pahlavi) em 1979.
Entre os opositores iranianos que publicaram a mensagem está a atriz Zar Amir Ebrahimi, distinguida como melhor atriz em 2022 no festival de Cannes, o filho do Xá deposto Reza Pahlavi, o influente dissidente Masih Alinejad, que reside nos Estados Unidos, a Nobel da Paz (2003) e advogada Shirin Ebadi ou o antigo jogador de futebol Hamed Ali Karimi.
"Estamos unidos para alcançar a liberdade (...) e não ficaremos calados", disse, por sua vez, a atriz Golshifteh Farahani na rede social Instagram.
Para Roham Alvandi, especialista em Irão e professor da London School of Economics, a mensagem é "um sinal de esperança nos atuais tempos sombrios".
Os protestos eclodiram no Irão após a morte, a 16 de setembro de 2022, de Mahsa Amini, uma mulher iraniana curda de 22 anos que morreu após ter sido detida pela chamada polícia da moralidade por alegada violação do rígido código de vestuário para as mulheres aplicado na República Islâmica.
Os protestos têm sido fortemente reprimidos pelas autoridades iranianas.
Segundo o mais recente relatório da Iran Human Rights (IHR), uma organização não-governamental (ONG) com sede em Oslo, pelo menos 476 pessoas foram mortas pelas forças de segurança desde setembro.
Em novembro, as Nações Unidas divulgaram que pelo menos 14 mil pessoas foram detidas desde o início dos protestos no Irão.
Na semana passada, a IHR denunciou que pelo menos 100 iranianos, detidos nas manifestações, enfrentam acusações passíveis de punição com pena de morte.
As autoridades iranianas já assumiram que centenas de pessoas morreram no decurso dos protestos, que classificam como "motins", apontando igualmente que dezenas de membros das forças de segurança constam entre os mortos.
A justiça iraniana já condenou pelo menos 11 pessoas à morte pelo envolvimento em ações de protesto.
Em dezembro, as autoridades iranianas executaram dois homens, condenados pelo seu papel nas manifestações e acusados de matar ou ferir agentes da polícia ou paramilitares durante os protestos, numa escalada de repressão por parte do regime que, de acordo com ativistas, visa semear o medo entre a população.
Serviços Secretos prendem vários membros de rede da oposição
O Ministério da Informação do Irão revelou hoje ter identificado e detido vários membros da maior rede de financiamento e de fornecimento de equipamentos operacionais ao grupo de oposição Mujahedin Jalq.
Em comunicado, os serviços secretos iranianos adiantaram ter detido seis dos principais membros da rede, além de dez outros operacionais.
"Esta vasta rede era responsável pela transferência de dinheiro do exterior com métodos sofisticados de lavagem de dinheiro e fornecia vários equipamentos para os grupos operacionais terroristas Monafeghin [referindo-se aos Mujahedin Jalq]", um grupo integrado no Conselho Nacional de Resistência da oposição do Irão, com sede em Paris e designado como terrorista por Teerão, alega-se no comunicado.
O documento dos serviços secretos iranianos refere ainda que a liderança da rede era garantida por Ali Mohamad Doulatí, que, segundo Teerão, tem escritórios e institutos nos Emirados Árabes Unidos e nos Países Baixos.
"O intermediário nomeado entre os países da Albânia, Emirados Árabes Unidos e Países Baixos forneceu as linhas operacionais e a cobertura necessária para o financiamento e logística de terroristas", acrescentou o comunicado.
Segundo os serviços secretos iranianos, o processo de entrega de dinheiro, armas, explosivos, equipamentos técnicos e de telecomunicações foi realizado por empresas iranianas associadas ao Mujahedin Jalq, que implementou processos de "lavagem de ativos" com o objetivo de apagar o rasto das operações.
O anúncio das detenções coincide com um outro, do presidente do Supremo Tribunal iraniano, Gholam Hussein Mohseni Ejei, que deu conta de que 3.000 presos serão libertados nos próximos dias em virtude do aniversário, a comemorar terça-feira, da morte do general Qasem Soleimani num bombardeamento no Iraque em janeiro de 2020.
Segundo a agência noticiosa IRNA, o mais alto representante judicial do Irão também indicou que as sentenças de morte proclamadas contra 16 presos serão comutadas.
Domingo, o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Hussein Amirabdolahian, acusou os Estados Unidos de bloquearem - "atirando pedras e colocando obstáculos" - a investigação sobre a morte do general, acrescentando que as autoridades seguirão "os caminhos legais" necessários para esclarecer as circunstâncias da morte de Soleimani.
O general iraniano foi uma das vítimas de um ataque de 'drones' -- que levou o Parlamento iraquiano a exigir a saída de tropas internacionais do país -- perpetrado pelos Estados Unidos em janeiro de 2020, e que também matou Abu Mahdi al-Muhandis, então 'número dois' das Forças de Mobilização Popular (PMF), uma coligação de milícias iraquianas pró-governo apoiadas pelo Irão.
Dois adolescentes iranianos enfrentam pena de morte devido aos protestos
Dois jovens foram condenados a enforcamento por envolvimento em protestos.
Mehdi Mohammadifard, um manifestante de 18 anos, foi condenado à morte sob a acusação de incendiar um quiosque da polícia de trânsito na cidade de Nowshahr, na província de Mazandaran, no Irão.
O alerta parte do grupo de Direitos Humanos do Irão, que revela que a sentença de morte foi emitida por um Tribunal Revolucionário na capital da província de Sari depois de condená-lo pelas acusações capitais de "corrupção na terra" e "inimizade contra Deus".
O diretor do IHR, Mahmood Amiry-Moghaddam, disse à AFP que, com base nas informações disponíveis, Mohammadifard será a pessoa mais jovem já condenada à morte por causa dos protestos que assolam o Irão nos últimos meses depois da morte de Mahsa Amini.
Já o site de notícias Mizan Online disse que a sentença de morte de outro manifestante, Mohammad Boroghani, tinha sido confirmada em dezembro pela Suprema Corte sob a acusação de "inimizade contra Deus".
Boroghani é acusado de "ferir um segurança com uma faca com a intenção de matá-lo e semear o terror entre os cidadãos", além de "incendiar o gabinete do governador em Pakdasht", uma cidade localizada a 43 quilómetros a sudeste da capital, Teerão. O jovem terá 19 anos.
Até agora, dois manifestantes, ambos de 23 anos, foram executados por envolvimento nos protestos, com a imprensa iraniana a estimar que mais de 20 aguardam pelas execuções.
Mais de 500 manifestantes morreram nos protestos, segundo grupos de defesa dos direitos humanos, que denunciam a dura repressão das autoridades.
No fim de semana, as forças de segurança reprimiram uma manifestação de protesto durante o funeral de um dos manifestantes que morreu na cidade curda de Javanrud, na província de Kermanshah (noroeste), próximo da fronteira com o Iraque.
Supremo Tribunal do Irão condena à morte mais um dos detidos em protestos
O Supremo Tribunal do Irão confirmou a pena de morte decretada contra Mohammad B., acusado de ter ferido um agente das forças de segurança iranianas com uma faca, indicou hoje a imprensa local.
Segundo o portal de notícias jurídicas do Irão, Misan, a sentença de sábado baseia-se no crime de 'moharebé', traduzível como "fazer guerra a Deus" ou "fazer guerra a Deus e ao Estado", e ainda por ter ateado fogo num edifício público, durante os protestos que se seguiram à morte da jovem curda Mahsa Amini, a 16 de setembro de 2022.
Com mais esta sentença, são já mais de duas dezenas os condenados à pena capital na sequência das manifestações de protesto que se seguiram à morte de Amini, que sucumbiu a ferimentos aparentemente causados pela polícia dos costumes iraniana, que a tinha detido a 13 de setembro sob a acusação do uso indevido do 'hijab', o véu islâmico.
Ativistas de direitos humanos denunciaram o processo sumário em que a pena de morte é aplicada aos manifestantes.
Nos casos em que as sentenças de morte são confirmadas pelo Supremo Tribunal Federal, deixa de haver possibilidade de recurso.
Até agora, dois manifestantes, ambos de 23 anos, foram executados por envolvimento nos protestos, com a imprensa iraniana a estimar que mais de 20 aguardam pelas execuções.
Mais de 500 manifestantes morreram nos protestos, segundo grupos de defesa dos direitos humanos, que denunciam a dura repressão das autoridades.
No fim de semana, as forças de segurança reprimiram uma manifestação de protesto durante o funeral de um dos manifestantes que morreu na cidade curda de Javanrud, na província de Kermanshah (noroeste), próximo da fronteira com o Iraque.
Iraniana recebe ameaças após competir em prova de xadrez sem hijab
Em causa está a atleta Sara Khadem, que esteve presente no Campeonato Mundial de Xadrez Rápido e Blitz da FIDE.
Depois de ter participado numa competição internacional sem usar o hijab, a jogadora de xadrez iraniana Sara Khadem aterrou em território espanhol esta terça-feira, depois de ter sido alvo de ameaças para que não voltasse ao país onde nasceu, reportou uma fonte próxima, aqui citada pela Reuters.
Sara Khadem competiu, no final de dezembro, no Campeonato Mundial de Xadrez Rápido e Blitz da FIDE (Federação Internacional de Xadrez) em Almaty, no Cazaquistão, sem o referido véu islâmico.
A fonte, que não quis ser identificada devido à sensibilidade do tema, referiu que a atleta recebeu, depois da referida prova, vários telefonemas em que indivíduos a advertiram contra o regresso a casa após o torneio. Porém, outros disseram-lhe que deveria voltar ao Irão, prometendo ajudá-la a "resolver o seu problema".
De acordo com a Reuters, a fonte explicou ainda que os familiares de Sara Khadem, incluindo os seus pais, que estão atualmente no Irão, também tinham recebido ameaças, embora não tenha dado mais detalhes sobre a situação.
As ameaças de que esta jogadora de Xadrez foi alvo levariam a organização da prova de xadrez a fornecer segurança adicional à atleta, em cooperação com a polícia do Cazaquistão, através da colocação de quatro guarda-costas à porta do quarto de hotel de Khadem.
Até ao momento, o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Irão não fez qualquer comentário sobre o caso.
A chegada da atleta a Espanha surge depois de, na semana passada, jornais como Le Figaro e El País terem noticiado que Sara Khadem não regressaria ao Irão e que, por isso, se mudaria para território espanhol.
Sara Khadem nasceu em 1997 e está, neste momento, na 804.ª posição do ranking mundial de xadrez, de acordo com a informação veiculada no site da Federação Internacional de Xadrez.
Este trata-se do mais recente caso de atletas iranianas a competirem em provas internacionais sem o véu islâmico, cujo uso é obrigatório, segundo os rigorosos códigos de vestuário do Irão - num claro movimento de protesto contra as imposições do regime atualmente em vigor no país.
Tudo isto surge na sequência da morte da jovem curda Mahsa Amini, de 22 anos, no mês de setembro, quando estava sob custódia da polícia da moralidade por uso incorreto do hijab. Desde então, têm-se registado inúmeros protestos em território iraniano contra a liderança do país.
No decorrer dessas manifestações, morreram já mais de 500 pessoas, com outras 18 mil a terem já sido detidas pelas autoridades, segundo dão conta os números fornecidos pela organização não-governamental Iran Human Rights.
Irão. Líder supremo Ali Khamenei sublinha obrigatoriedade do véu islâmico
O líder supremo iraniano, Ali Khamenei, assinalou hoje a obrigatoriedade do uso do véu na religião islâmica e sublinhou que deve ser respeitada no Irão, onde cada vez mais mulheres ignoram a norma como forma de protesto.
"Ohijab [véu islâmico] é a religião. Quer dizer, não existem dúvidas sobre a obrigação do hijab, todos deveriam sabê-lo", disse Khamenei, que rejeitou as dúvidas colocadas por diversas camadas sociais nos últimos meses. Sublinhou ainda que "não restam dúvidas, é uma obrigação religiosa que deve ser respeitada", segundo a página digital oficial de Khamenei.
No decurso de uma reunião com mulheres ativistas sociais e culturais por ocasião do nascimento de Fátima, a filha do profeta do Islão Maomé, o líder supremo iraniano precisou que "aqueles que não cumprirem totalmente com o hijab não devem ser acusados de irreligiosos e contrarrevolucionários".
Khamenei disse ainda que "os críticos hipócritas ocidentais" e a "cultura ocidental decadente" cometeram um crime contra a dignidade da mulher e manifestou esperança de que o Islão possa influir na sua mentalidade.
"O principal objetivo de colocar o tema da liberdade das mulheres no ocidente consistia em arrastá-las de casa para as fábricas e utilizá-las como mão-de-obra barata", argumentou Khamenei.
Os protestos no Irão iniciaram-se em meados de setembro e exigiam mais liberdades na sequência da morte, sob custódia da polícia, de uma jovem curda detida pelo uso incorreto do véu islâmico.
Um número muito considerável de mulheres em Teerão, a capital iraniana, deixou de usar o véu islâmico.
Em dezembro passado, as autoridades do país informaram sobre a dissolução da polícia da moralidade, uma força que vigiava o vestuário das pessoas e as prendia, mas sublinharam que apenas era alterada a forma de abordar os infratores, e que permanecem em vigor os códigos obrigatórios sobre o vestuário.
No passado domingo, a agência noticiosa iraniana Fars informou que a polícia desencadeou um plano em todo o país, abandonado durante os protestos, relacionado com o envio de mensagens aos proprietários de automóveis onde se deslocam mulheres que não respeitam corretamente o uso do véu islâmico.
Em paralelo, as autoridades iranianas anunciaram a libertação de uma popular atriz, quase três semanas após a sua detenção por manifestar apoio aos protestos antigovernamentais.
A agência noticiosa semioficial ISNA disse que Taraneh Alidoosti, 38 anos, protagonista do filme de Asghar Farhadi "O Vendedor" e que obteve um Óscar em 2017 na categoria de melhor filme estrangeiro, foi libertada da prisão mediante caução.
A sua mãe, Nadere Hakimelahi, tinha já anunciado previamente a sua libertação em mensagem no Instagram.