Olá Visitante,
Está a decorrer o 5º sorteio Gforum onde vamos sortear um Tablet XIAOMI Redmi SE (11'' - 4 GB - 128 GB - Cinzento) para ajudar com as despesas do servidor, se quiser participar, pode fazê-lo no seguinte endereço: 5º Sorteio Gforum: Tablet XIAOMI Redmi SE (11'' - 4 GB - 128 GB - Cinzento)
Irão: Mais de 70 mortos em manifestações numa semana
A organização não-governamental Iran Human Rights (IHR) afirmou hoje que as forças de segurança iranianas mataram 72 pessoas, 56 das quais em regiões curdas, durante a última semana de repressão de manifestações contra o regime.
Obalanço total ascende a 416 mortos desde o início do movimento de contestação desencadeado no Irão a 16 de setembro pela morte de Mahsa Amini, uma jovem curda iraniana de 22 anos violentamente agredida e detida pela "polícia da moral", encarregada de fazer cumprir o rígido código de vestuário feminino.
A "polícia da moral" considerou que a jovem estava a infringir esse código, porque, embora envergasse o 'hijab' (véu islâmico), este deixava ver parte do seu cabelo. No mesmo dia em que foi detida em Teerão, 13 de setembro, foi transportada para o hospital em coma e morreria três dias depois.
Entre os participantes mortos nos protestos realizados em mais de dois meses em todo o país, contam-se 51 crianças e 21 mulheres, segundo a IHR, com sede em Oslo.
Na última semana, a maioria das mortes ocorreu nas regiões curdas do oeste do Irão, para onde Teerão enviou reforços devido à intensificação da contestação popular.
Realizaram-se manifestações em várias cidades -- Mahabad, Javanrud e Piranchahr -, muitas vezes relacionadas com cerimónias fúnebres de pessoas mortas pelas forças da ordem durante protestos anteriores.
O grupo Hengaw, de defesa dos direitos dos curdos do Irão, igualmente sediado na Noruega, acusou as autoridades de terem disparado munições reais sobre os manifestantes.
De acordo com o Hengaw, cinco pessoas foram mortas na segunda-feira em Javanrud, onde se tinham concentrado vários milhares de pessoas para prestar homenagem às vítimas do fim de semana.
Por seu lado, o NetBlocks, um 'site' com sede em Londres que observa os bloqueios da internet em todo o mundo, indicou que o acesso à internet esteve bloqueado "durante três horas e meia" na segunda-feira, na altura em que decorreram essas manifestações, mas também durante o jogo do Mundial no qual os jogadores de futebol da seleção iraniana não cantaram o hino nacional.
Teerão rejeita "credibilidade moral" internacional sobre protestos
Teerão acusou hoje os países ocidentais de "falta de credibilidade moral", referindo-se aos Estados que pedem à ONU uma investigação internacional sobre a sangrenta repressão contra os protestos no Irão.
"Os direitos do povo iraniano têm sido amplamente violados pelos chamados campeões dos direitos humanos devido à imposição de sanções unilaterais pelo regime norte-americano e à implementação destas sanções cruéis por países europeus, especialmente pela Alemanha, o Reino Unido e pela França", disse Khadijeh Karimi, representante de Teerão na reunião de urgência do Conselho dos Direitos Humanos, em Genebra.
O conselho de 47 estados-membros foi convocado para analisar uma proposta, apresentada pela Alemanha e Islândia e apoiada por dezenas de outros países, no sentido da criação de uma equipa de investigadores independentes para monitorizarem os direitos humanos no Irão numa altura em que se agrava a repressão contra os protestos.
As manifestações foram desencadeados pela morte, há mais de dois meses, de Mahsa Amini, 22 anos, que morreu sob a custódia da polícia por violar o código sobre o vestuário islâmico, obrigatório no país.
A sessão que decorre em Genebra é o mais recente esforço internacional no sentido de pressionar o Irão sobre a repressão, que já levou a sanções internacionais, entre outras medidas.
Apesar de ter 'enjaulado' o Dragão Vermelho com duas bolas a zero, nas bancadas houve uma outra dupla que não tinha motivos para festejar.
De acordo com a Reuters, um adepto iraniano foi escoltado pela segurança do estádio depois de se manifestar contra o governo do país, e de mostrar uma bandeira que dizia 'Women, Life, Freedom' [Mulheres, Vida, Liberdade].
Um dos responsáveis da organização do Mundial disse, quando questionada pela agência de notícias sobre a razão que levou à detenção, que o homem tinha um objeto proibido - sem especificar qual era.
A seu lado estava também uma iraniana que levou uma camisola com o nome de Mahsa Amini, a jovem que morreu sob escolta policial no Irão, após não ter cumprido com as regras em relação ao uso do hijab. O momento do protesto ocorreu antes do jogo, e a adepta, também com uma pintura a representar lágrimas de sangue, foi interpelada por um dos seguranças.
Já no primeiro jogo deste Mundila'2022, os jogadores iranianos não cantaram o hino, criando um burburinho nas bancadas, com adeptos a apoiá-los e a não cantar o hino em forma de protesto - e na defesa dos direitos das mulheres - e outros a vaiarem os atletas. Desta vez, os jogadores cantaram o hino nacional.
Unidades blindadas avançam em direção às regiões curdas no Irão
Unidades blindadas e forças especiais da Guarda Revolucionária do Irão foram enviadas para as regiões curdas do país, palco de recentes escaramuças envolvendo fações armadas da oposição, anunciou hoje o comandante das forças terrestres das forças iranianas.
"Neste momento, unidades blindadas e forças especiais do exército da Guarda Revolucionária estão a partir para as fronteiras oeste e noroeste do país. Este movimento de forças terrestres visa reforçar as unidades localizadas na fronteira e impedir a infiltração de grupos terroristas filiados em organizações separatistas que operam no norte do Iraque", disse o general Mohammad Pakpour à agência noticiosa local Tasnim.
Terça-feira, o general Pakpour "aconselhou" os residentes das "áreas adjacentes às bases dos grupos terroristas" a abandonarem-nas para não serem feridos durante as operações da Guarda Revolucionária, o exército ideológico iraniano.
Desde domingo, e por duas vezes, a Guarda Revolucionária alvejou com mísseis e 'drones' (aparelhos voadores não tripulados) suicidas bases de vários grupos armados da oposição curda iraniana, estabelecidos há décadas no Curdistão iraquiano.
Teerão tem defendido que os ataques de que tem sido alvo são realizados por "grupos infiltrados do Iraque", acusando-os também de estarem a encorajar as manifestações que estão a abalar o Irão desde que, a 16 de setembro, foi conhecida a morte da jovem curda Mahsa Amini, de 22 anos, que fora detida pela polícia da moralidade iraniana por alegado uso incorreto do 'hijab', o véu islâmico.
Quinta-feira, numa carta enviada ao Conselho de Segurança da ONU, Teerão justificou os bombardeamentos no Curdistão iraquiano alegando que "não tem outra opção" para se proteger os "grupos terroristas".
No mesmo dia, o Conselho de Direitos Humanos da ONU a criação de uma missão de inquérito independente para "recolher e analisar provas" de violações dos direitos humanos na repressão, que já causou mais de 300 mortos, incluindo 40 crianças, e quase 15 mil detidos.
A resolução que inclui este novo mecanismo de investigação foi aprovada com 25 votos a favor, 16 abstenções e seis contra, incluindo a China, que tinha tentado, em vão, que o texto que aludia à criação da missão fosse retirado.
Já hoje, Teerão disse que não reconhece a missão independente aprovada pela ONU para investigar possíveis violações das liberdades fundamentais nos protestos desencadeados após a morte de Mahsa Amini.
"A República Islâmica do Irão considera a formação de qualquer mecanismo para examinar os acontecimentos dos últimos dois meses no Irão desnecessária e uma violação da soberania nacional e não reconhece a missão estabelecida para este fim", disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano.
O Irão condenou e rejeitou a resolução "imposta por alguns países ocidentais ao Conselho dos Direitos Humanos da ONU" e defendeu as ações face às manifestações que exigiam o fim da República Islâmica.
Nos dias seguintes à morte de Mahsa Amini, os protestos contra o uso da força no Irão foram dando lugar a manifestações de apoio às mulheres, cada vez maiores e em mais cidades, e foram-se estendendo às denúncias de atuação da Guarda Revolucionária iraniana.
As autoridades responderam com uma forte repressão policial, nos quais pelo menos 342 pessoas foram mortas, de acordo com a organização não-governamental Iran Human Rights, com sede em Oslo.
Além disso, mais de 15 mil pessoas foram detidas nas manifestações, das quais pelo menos duas mil acusadas de vários delitos pela participação nos protestos.
Até agora, seis dos acusados foram condenados à morte.
O Governo iraniano acusou os Estados Unidos, Israel e países europeus de tentarem provocar uma guerra civil a fim de desintegrar o país persa.
Teerão também aponta o dedo a países europeus como a Alemanha, cuja embaixada está alegadamente no centro da conspiração, segundo alguns meios de comunicação locais, e a França, acusada de enviar espiões para fomentar os protestos.
Líder Supremo elogia milícia islâmica no combate aos protestos
O Líder Supremo do Irão, o ayatollah Ali Khamenei, elogiou hoje a 'Basiji', a milícia islâmica composta por voluntários que atua como força de choque contra os protestos desencadeados pela morte de Mahsa Amini em meados de setembro.
"Eles (os Basiji) sacrificaram as suas vidas para nos proteger dos manifestantes", disse Khamenei numa reunião com membros da milícia islâmica, destacando que a milícia tem desempenhado um papel importante quer no "campo de batalha" quer pelo trabalho "na ciência e na religião".
Subordinada à Guarda Revolucionária, unidade de elite das foças iranianas, a organização Basiji conta com cerca de cinco milhões de voluntários, que não recebem salário e desempenham diversas funções, desde socioculturais e religiosas até a aplicação das rígidas regras de comportamento e controlo de protestos.
Em conjunto com a Polícia, a milícia tem sido o órgão encarregado de tentar controlar os protestos que abalam o Irão desde a morte de Amini, três dias após ter sido detida pela polícia da moralidade iraniana por uso incorreto do 'hijab', o véu islâmico.
As manifestações e os protestos começaram com a morte da jovem curda de 22 anos, mas evoluíram e agora os manifestantes pedem o fim da República Islâmica fundada pelo ayatollah Ruhollah Khomeini, em 1979.
A milícia islâmica tem atuado como polícia de choque em protestos de rua, mas também tem tentado impedir mobilizações em universidades, como quando, em outubro, várias faculdades desafiaram a segregação por sexo, ao comerem em conjunto nos respetivos refeitórios.
Na forte repressão policial aos protestos, dos quais os Basiji fazem parte, pelo menos 342 pessoas foram mortas, de acordo com a organização não-governamental Iran Human Rights (KHR), com sede em Oslo.
As autoridades iranianas, por sua vez, afirmaram que cerca de 50 membros das forças de segurança, entre eles cerca de uma dúzia de Basijos, morreram nas manifestações.
Além disso, mais de 15.000 pessoas foram presas nas mobilizações, das quais pelo menos 2.000 foram acusadas de vários crimes pela participação nas manifestações. Na quinta-feira, o Conselho de Direitos Humanos da ONU anunciou a criação de uma missão de inquérito independente para "recolher e analisar provas" de violações dos direitos humanos na repressão.
A resolução que inclui este novo mecanismo de investigação, já rejeitada pelo Irão, foi aprovada com 25 votos a favor, 16 abstenções e seis contra, incluindo a China, que tinha tentado, em vão, que o texto que aludia à criação da missão fosse retirado.
O Governo iraniano acusa os Estados Unidos, Israel e países europeus de tentarem provocar uma guerra civil a fim de desintegrar o país persa.
Teerão também aponta o dedo a países europeus como a Alemanha, cuja embaixada está alegadamente no centro da conspiração, segundo alguns meios de comunicação locais, e a França, acusada de enviar espiões para fomentar os protestos.
"Deixem de apoiar este regime assassino", apela sobrinha de líder do Irão
"Ó povo livre, estejam connosco e digam aos vossos governos que deixem de apoiar este regime criminoso e assassino de crianças", apelou a sobrinha do líder supremo do Irão.
Farideh Moradkhani, sobrinha do líder supremo iraniano, Ayatollah Ali Khamenei, apelou, no sábado, aos governos estrangeiros que “deixem de apoiar” o “regime assassino” do Irão.
Em causa está a violenta repressão policial face aos protestos que assolam o país há cerca de dois meses, desencadeados pela morte de Mahsa Amini.
A posição de Moradkhani - filha de Badri Khamenei, irmã do líder do Irão - foi divulgada através de um vídeo, amplamente partilhado nas redes sociais, após a organização não-governamental (ONG) Human Rights Activists News Agency (HRANA), ter revelado que a mulher foi detida na passada quarta-feira, dia 23 de novembro.
“Ó povo livre, estejam connosco e digam aos vossos governos que deixem de apoiar este regime criminoso e assassino de crianças”, disse Moradkhani no vídeo, citada pela agência de notícias Reuters. “Este regime não é leal a nenhum dos seus princípios religiosos e não conhece quaisquer regras excepto a força e a manutenção do poder”.
“Agora é o momento de todos os países livres e democráticos recordarem os seus representantes do Irão como um gesto simbólico e expulsarem os representantes deste regime brutal dos seus países”, acrescentou.
A conhecida ativista, que já esteve detida em duas ocasiões por críticas ao regime, lançou ainda ‘farpas’ à Organização das Nações Unidas (ONU). “Que mais fizeram as Nações Unidas face a esta clara e óbvia opressão que é perpetrada sobre corajosos iranianos, exceto algumas expressões de pesar e declarações curtas e ineficazes?”, questionou.
Moradkhani frisou que os iranianos não precisam de uma intervenção estrangeira, uma vez que são capazes de derrubar o regime sem ajuda exterior. No entanto, precisam que os governos estrangeiros “não apoiem o regime”.
Os iranianos livres e corajosos derrubarão este regime opressivo. O que é necessário é que [os de fora] não apoiem o regime”, disse.
O vídeo foi partilhado na plataforma Youtube pelo irmão da ativista, Mahmoud Moradkhani, que afirma ser um “opositor da República Islâmica”.
O pai de ambos, Ali Moradkhani Arangeh, que morreu no passado mês de outubro, passou também anos exilado devido à sua postura contra a República Islâmica.
As manifestações e os protestos começaram com a morte de Mahsa Amini, de 22 anos, sob custódia policial por não usar corretamente o véu islâmico, mas evoluíram e agora os manifestantes pedem o fim da República Islâmica fundada pelo ayatollah Ruhollah Khomeini, em 1979.
Na forte repressão policial aos protestos, pelo menos 342 pessoas foram mortas, de acordo com a organização não-governamental Iran Human Rights (KHR), com sede em Oslo. As autoridades iranianas, por sua vez, afirmaram que cerca de 50 membros das forças de segurança morreram nas manifestações.
Além disso, mais de 15.000 pessoas foram presas nas mobilizações, das quais pelo menos 2.000 foram acusadas de vários crimes pela participação nas manifestações.
Atriz iraniana presa em Teerão por apoiar protestos libertada sob caução
As autoridades de Teerão libertaram sob caução no domingo a célebre atriz iraniana Hengameh Ghaziani, indicaram hoje duas agências de notícias, uma semana após ter sido presa por apoiar a contestação ao regime.
ARepública Islâmica enfrenta manifestações de protesto desencadeadas depois da morte de Mahsa Amini, uma cidadã curda iraniana de 22 anos, presa pela polícia sob a acusação de não cumprir as regras obrigatórias sobre vestuário impostas às mulheres iranianas.
As autoridades de Teerão acusam o "Ocidente" de provocar os movimentos de contestação.
A atriz Hengameh Ghaziani foi libertada no domingo "sob a ordem das autoridades judiciárias", noticiou a agência oficial Irna.
De acordo com a agência de notícias Tasmin, a atriz foi libertada sob caução.
Hengameh Ghaziani foi detida no dia 20 de novembro por incitamento às manifestações e por ter contactado meios de comunicação social da oposição ao regime, de acordo com a Irna.
A atriz publicou na conta que mantém na rede social Instagram imagens vídeo registadas numa rua de Teerão em que aparece sem o véu obrigatório, e sem falar, penteando depois o cabelo tal como fazem as mulheres iranianas que se manifestam desde a morte da jovem Amini.
Com 52 anos, a atriz venceu duas vezes o prémio de melhor atriz no festival de cinema de Teerão, em 2008 e 2012.
No sábado, os jornais locais publicaram a notícia da libertação do conhecido futebolista curdo Voria Ghafouri, que tinha sido interpelado "por promover propaganda" contra o Estado.
A mulher de Ghafouri desmentiu pouco depois, nas redes sociais, as notícias sobre a libertação.
As autoridades prenderam milhares de pessoas na sequência das manifestações no Irão, incluindo personalidades ligadas ao cinema, política e desporto do Irão.
Irão. Membro dos Guardiães da Revolução morto a tiro no centro do país
Um membro dos Guardiães da Revolução, o exército ideológico do Irão, foi hoje morto a tiro em Ispahan, centro do país, afirmou o adjunto do governador local, citado pela agência noticiosa estatal iraniana Irna.
Mohammad-Reza Jannessari, sem adiantar mais pormenores, indicou que o elemento das forças de segurança foi abatido num ataque armado perpetrado por desconhecidos e que foi já instaurado um inquérito para identificar os autores.
Em meados de novembro, em Ispahan, dois desconhecidos que seguiam numa motocicleta dispararam armas automáticas contra agentes da segurança local, matando um coronel da polícia e dois paramilitares.
O ataque de hoje ocorre numa altura em que a República Islâmica do Irão está a ser abalada por uma onda de protestos desde a morte, a 16 de setembro, de Mahsa Amini, uma jovem curda iraniana de 22 anos, três dias depois de ter sido detida pela Polícia da Moralidade por violar o estrito código de vestimenta do Irão.
Dezenas de pessoas, principalmente manifestantes, mas também membros das forças de segurança, foram mortas desde o início do protesto, segundo as autoridades.
Desde o início dos protestos, pelo menos 426 pessoas foram mortas e mais de 17.400 foram detidas, de acordo com os Human Rights Activists in Iran (Ativistas dos Direitos Humanos no Irão), grupo que monitoriza o movimento de contestação em curso, segundo o qual pelo menos 55 membros das forças de segurança iranianas foram também mortos.
Mais de 700 detidos libertados no Irão após vitória sobre Gales
Mais de 700 prisioneiros foram libertados hoje no Irão após a vitória, sexta-feira, da seleção iraniana sobre o País de Gales, em jogo da segunda jornada do Grupo B do Campeonato do Mundo de Futebol, que decorre no Qatar.
Adecisão foi anunciada hoje pela agência para a autoridade judiciária iraniana, que lembra que, depois de perder por 2-6 com a Inglaterra na primeira jornada, a seleção iraniana, treinada pelo português Carlos Queirós, venceu sexta-feira o País de Gales por 2-0 e defrontará terça-feira os Estados Unidos.
Em caso de vitória, o Irão ficará apurado para os oitavos de final da prova.
"Na sequência de uma ordem especial do Chefe da Magistratura decretada após a vitória da seleção nacional de futebol [...] sobre a do País de Gales, foram libertados 709 reclusos de diferentes estabelecimentos prisionais do país", especifica a agência.
Segundo a Irna, entre os que foram libertados estão "algumas pessoas presas durante os últimos acontecimentos", acrescentou a Irna sem avançar mais pormenores.
Por "acontecimentos", a agência noticiosa refere-se aos protestos desencadeados pela morte, a 16 de setembro, de Mahsa Amini, uma jovem curda iraniana de 22 anos que morreu três depois de ter sido detida pela Polícia da Moralidade por, supostamente, quebrar o código de vestimenta estrito do país ao usar incorretamente o 'hijab', ou véu islâmico.
Teerão, que considera a maioria das manifestações como "motins", acusa "forças estrangeiras" de estarem por trás do movimento de protestos com o intuito de desestabilizar a República Islâmica.
Desde o início dos protestos, pelo menos 426 pessoas foram mortas e mais de 17.400 foram detidas, de acordo com os Human Rights Activists in Iran (Ativistas dos Direitos Humanos no Irão), grupo que monitoriza o movimento de contestação em curso, segundo o qual pelo menos 56 membros das forças de segurança iranianas foram também mortos.
Sobrinha do guia supremo pede ao mundo para cortar laços com Teerão
A sobrinha do 'ayatollah' Ali Khamenei, guia supremo do Irão, lançou um apelo para que as pessoas pressionem os governos internacionais a cortar os laços com Teerão, depois da violenta repressão de protestos antigovernamentais, avançaram hoje às agências internacionais.
Irão. Sobrinha do guia supremo pede ao mundo para cortar laços com Teerão
Num vídeo publicado 'online' pelo seu irmão, que vive em França, Farideh Moradkhani, que está detida desde quarta-feira, exortou as "pessoas conscientes do mundo" a apoiarem os manifestantes iranianos.
O vídeo foi partilhado esta semana, dias depois da divulgação da detenção de Farideh Moradkhani, engenheira e ativista de longa data cujo pai, que já morreu e foi casado com a irmã do Khamenei, era uma figura proeminente da oposição iraniana.
"Peço ao povo consciente do mundo que nos apoie e peça aos seus governos que não reajam com palavras e 'slogans' vazios, mas com ação real e parem com quaisquer relações com este regime", pediu a ativista na declaração em vídeo, citada pela agência Associated Press (AP).
Os laços familiares ao 'ayatollah' Ali Khamenei não têm impedido Farideh Moradkhani de expressar a sua opinião.
O ramo da família a que pertence opõe-se a Khamenei há décadas e Moradkhani já foi detida em outras ocasiões pelo seu ativismo.
É a segunda vez, desde o início de 2022, que é detida.
Os protestos no Irão, agora no terceiro mês e desencadeados pela morte em setembro de uma jovem iraniana curda, têm enfrentado uma violenta repressão por parte das forças de segurança do regime de Teerão, que têm usado munições reais, balas de borracha e gás lacrimogéneo para travar as manifestações.
Esta vaga de protestos foi desencadeada pela morte de Mahsa Amini, de 22 anos, sob custódia da chamada polícia da moral em Teerão, por ter alegadamente violado o rígido código de vestuário imposto às mulheres na República Islâmica.
Pelo menos 451 pessoas já foram mortas, incluindo 63 menores, e outras 18.173 foram detidas, de acordo com o observatório de defesa dos direitos humanos HRANA.
Apesar da repressão, as manifestações prosseguem em várias cidades do Irão.
O Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas votou, na semana passada, a favor da criação de uma missão para investigar a repressão violenta dos protestos.
O Irão já disse que não cooperará com nenhuma missão de investigação da ONU, em declarações feitas hoje pelo porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Nasser Kanaani.
Famílias dos jogadores do Irão terão sido ameaçadas com prisão e tortura
Informação foi divulgada pela CNN.
As famílias dos jogadores que se encontram a representar o Irão no Mundial do Qatar terão sido ameaçadas com prisão e tortura, esta segunda-feira, caso a seleção iraniana não entoe o hino antes da partida com os Estados Unidos da América, agendada para esta terça-feira.
A informação foi divulgada pela CNN com base numa fonte que acompanha atentamente a ação das forças de segurança iranianas (IRGC) presentes no Qatar, com o intuito de acompanhar a seleção sob o leme de Carlos Queiroz.
Recorde-se que, no primeiro jogo do Mundial, diante da Inglaterra (6-2), os jogadores não entoaram o hino nacional, algo que já não aconteceu no jogo frente ao País de Gales (0-2), alegadamente por receio de represálias.
General iraniano reconhece mais de 300 mortes durante os distúrbios
Um general iraniano reconheceu hoje a morte de mais de 300 pessoas durante os protestos que decorrem em todo o país em defesa dos direitos humanos, sendo as primeiras declarações oficiais sobre o número de baixas em dois meses.
Esta estimativa é consideravelmente menor do que o número relatado pela organização não-governamental (ONG) Iran Human Rights, um grupo com sede nos EUA que acompanha de perto os protestos desde que estes eclodiram após a morte de Mahsa Amini, de 22 anos, sob custódia da chamada polícia da moral em Teerão, por ter legalmente violado o código rígido de imposto de vestuário às mulheres na República Islâmica.
O grupo ativista refere que 451 manifestantes e 60 elementos das forças de segurança foram mortos desde o início dos choques e que mais de 18.000 pessoas foram detidas.
Os protestos em todo o país foram desencadeados pela morte desta jovem, mas rapidamente se transformaram em apelos à queda da teocracia islâmica que governa o Irão desde a revolução de 1979.
O general Amir Ali Hajizadeh, comandante da divisão aeroespacial da Guarda Revolucionária, corpo paramilitar do Irão, adiantou a um 'site' próximo desta força de segurança interna que mais de 300 pessoas foram mortas, incluindo "mártires", uma aparente referência às forças de segurança.
A mesma fonte também sugeriu que muitos dos mortos eram iranianos comuns não envolvidos nos protestos.
Hajizadeh não forneceu um número exato ou revelou quais os dados que sustentam a sua estimativa.
Este comandante reiterou a alegação oficial de que os protestos foram fomentados por inimigos do Irão, incluindo países ocidentais e a Arábia Saudita, sem fornecer provas.
No entanto, os manifestantes dizem estar fartos de décadas de repressão social e política e negam ter qualquer agenda estrangeira.
Os protestos se espalharam por todo o país e atraíram o apoio de artistas, atletas e outras figuras públicas.
A sobrinha do líder supremo do Irão, o 'ayatollah' Ali Khamenei, pediu recentemente às pessoas que pressionem os seus governos a cortar os laços com Teerão por causa da violenta repressão às manifestações.
Num vídeo divulgado 'online' pelo seu irmão que mora na França, Farideh Moradkhani instou "pessoas conscientes do mundo" a apoiar os manifestantes iranianos.
O vídeo foi partilhado esta semana, após a alegada detenção de Moradkhani em 23 de novembro, de acordo com o grupo ativista.
Os protestos, agora no seu terceiro mês, enfrentaram uma repressão brutal das forças de segurança iranianas que utilizaram munições reais, balas de borracha e gás lacrimogéneo para reprimir as manifestações.
O Governo do Irão anunciou hoje que não vai cooperar com a missão independente das Nações Unidas que se prepara para investigar as violações contra as liberdades fundamentais no país após a morte do jovem Mahsa Amini.
"O Irão não vai cooperar de nenhuma forma com a missão sobre certos problemas com os direitos humanos", disse em conferência de imprensa o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, Naser Kanani.
"Teerão condena o uso impulsivo das questões sobre direitos humanos contra nações independentes", sublinhou o porta-voz diplomático iraniano.
A resolução estabelece a criação de uma missão independente de investigação que vai ter como objetivo "recolher e analisar provas" de violação dos direitos humanos na sequência da repressão.
Dois ex-internacionais do Irão libertados depois de detidos nos protestos
Dois ex-internacionais da seleção de futebol do Irão foram libertados sob fiança, após terem sido detidos este mês na sequência dos protestos que decorrem em todo o país, anunciaram hoje as autoridades iranianas.
O anúncio foi feito horas antes de o Irão, orientado pelo treinador português Carlos Queiroz, defrontar os Estados Unidos no Mundial do Qatar, partida decisiva que as autoridades estão a promover amplamente, enquanto lidam com protestos internos.
Parviz Boroumand, já retirado, foi detido há quase duas semanas sob a acusação de participar nos protestos, enquanto Voria Ghafouri, ainda no ativo, foi preso na semana passada por alegadamente insultar a seleção nacional de futebol e fazer propaganda contra o governo.
Ghafouri tem criticado abertamente as autoridades iranianas ao longo da sua carreira, opondo-se à proibição da presença feminina em jogos de futebol, bem como à política externa de confronto do Irão, que levou a sanções ocidentais incapacitantes.
Mais recentemente, Ghafouri expressou simpatia pela família de uma mulher de 22 anos cuja morte enquanto estava sob custódia da polícia de moralidade do Irão iniciou os últimos protestos.
Estes protestos marcam um dos maiores desafios aos governantes do Irão desde a Revolução Islâmica de 1979, que os levou ao poder.
Pelo menos 452 manifestantes foram mortos e mais de 18.000 pessoas foram detidas desde o início dos distúrbios, de acordo com o Human Rights Activists in Iran, um grupo que monitora os protestos.
Repressão às manifestações no Irão causou pelo menos 448 mortos
A repressão às manifestações desencadeadas no Irão pela morte, em setembro, de uma jovem curda após ser detida pela polícia da moralidade, causou pelo menos 448 mortes de civis, indicou hoje uma organização de defesa dos direitos humanos.
Segundo a organização não-governamental Iran Human Rights (IHR), com sede em Oslo, o balanço apenas contempla a morte de civis e não inclui as de membros das forças de segurança.
A IHR refere que, das 448 mortes que conseguiu confirmar, 60 têm menos de 18 anos, nove delas raparigas, e 29 mulheres.
Na semana passada, as forças de segurança abateram pelo menos 16 pessoas, 12 delas em áreas habitadas pela minoria curda, onde os protestos foram particularmente significativos.
O balanço subiu sobretudo após a verificação dos óbitos registados nas semanas anteriores, sublinha a ONG.
A 16 de setembro, a jovem curda Mahsa Amina, de 22 anos, morreu depois de ter passado três dias sob a custódia da polícia da moralidade iraniana, no último já em coma num hospital em Teerão, por alegado uso indevido do 'hijab', o véu islâmico, o que constitui uma "violação" ao rígido código de vestuário no país.
As primeiras manifestações eclodiram nas localidades curdas do noroeste, em particular em Saghez, cidade natal de Amini, mas os protestos generalizaram-se a outras cidades.
Hoje de manhã, pela primeira vez, as autoridades iranianas reportaram que mais de 300 pessoas morreram nos distúrbios desde meados de setembro, contagem que inclui a morte de dezenas de agentes das forças de segurança em confrontos com manifestantes ou assassinados.
Na quinta-feira passada, o Conselho de Direitos Humanos da ONU decidiu, apesar da oposição de Teerão e de Pequim, abrir uma investigação internacional sobre a repressão às manifestações.
"As autoridades da República Islâmica sabem muito bem que a cooperação de sua parte com a missão de investigação da ONU revelaria crimes em maior escala", disse o diretor do IHR, Mahmood Amiry-Moghaddam.
"É por isso que não é esperada a cooperação de Teerão", acrescentou.
Amiry-Moghaddam adiantou que mais da metade das mortes foram registadas em regiões povoadas por sunitas Baloch ou minorias étnicas curdas.
A IHR revelou que o maior número de mortes foi registado na região do Sistão-Baluchistão (sudeste), onde 128 pessoas morreram após manifestações alheias ao movimento de protesto desencadeado pela morte da jovem curda iraniano Mahsa Amini, que contava 22 anos, ainda que tenha alimentado a revolta contra o poder em todo o país.
Segundo a IHR, depois do Sistão-Baluchistão, o maior número de mortes foi registado nas províncias ocidentais do Curdistão, de população curda, e do Azerbaijão Ocidental, onde 53 e 51 pessoas morreram, respetivamente.
Mulheres protestam no sudeste conservador do Irão, diz ONG
As mulheres na Sistão-Baluchistão participaram hoje nos protestos desencadeados no Irão pela morte de Mahsa Amini, uma ocorrência rara nesta província conservadora do país, divulgou a organização não-governamental (ONG) Iran Human Rights (IHR).
Nas ruas de Zahedan, capital da província de minoria sunita num Irão predominantemente xiita, dezenas de mulheres exibiam cartazes com os dizeres "Mulher, vida, liberdade", lema do movimento de protesto, de acordo com vídeos divulgados na Internet.
"Com ou sem o véu islâmico, avante a revolução!", entoavam as mulheres vestidas com lenços negros que cobriam o corpo [xador], segundo imagens de vídeo publicadas no Twitter e verificadas pela AFP.
"É raro" ver mulheres manifestando-se em Zahedan, disse à agência de notícia AFP o diretor da IHR, com sede em Oslo, Mahmood Amiry-Moghaddam.
As mulheres no Sistão-Baluchistão estão entre as "mais oprimidas" no Irão, e as manifestações de hoje são as mais organizadas desde o início do movimento nacional de protesto, acrescentou Amiry-Moghaddam.
"Mulheres e minorias (...) podem, graças a estas manifestações, sair às ruas e reivindicar os seus direitos humanos fundamentais", afirmou.
O Irão tem sido abalado por uma onda de protestos desde a morte em 16 de setembro de Mahsa Amini, uma curda de 22 anos detida pela polícia da moralidade em Teerão três dias antes de morrer, por alegadamente violar o rigoroso código de indumentária do país ao não se cobrir totalmente com o véu islâmico.
O Irão acusa os Estados Unidos, o maior seu inimigo, e aliados norte-americanos de fomentarem o que chama de "motins".
No início desta semana, as autoridades iranianas relataram pela primeira vez a morte de mais de 300 pessoas desde o início das manifestações.
Milhares de iranianos e cerca de 40 estrangeiros também foram detidos e mais de 2.000 pessoas foram indiciadas, segundo autoridades judiciais.
Procuradoria-Geral do Irão anuncia fim da 'polícia da moralidade'
O Irão aboliu a polícia da moralidade, uma força que detinha especialmente mulheres que não usavam o véu islâmico de acordo com os códigos ditados pelo país, informou o procurador-geral do país, Mohamad Jafar Montazeri.
Essa polícia "não tem nada a ver com o poder judicial", sublinhou Montazeri ao fazer o anúncio no sábado à noite, citado pela agência de notícias iraniana ISNA.
Os analistas consideram o fim da polícia da moralidade como uma cedência ao movimento popular de protesto que o país vive há três meses.
Montazeri explicou que o judiciário continuará a fiscalizar o comportamento em nível comunitário e destacou que o vestuário feminino continua a ser muito importante, principalmente na cidade sagrada de Qom, ao sul de Teerão.
"O mau 'hijab' (véu islâmico) no país, especialmente na cidade sagrada de Qom, é uma das principais preocupações do poder judicial, bem como da nossa sociedade revolucionária, mas se deve notar que a ação legal é o último recurso e medidas culturais precedem qualquer outro", justificou Montazeri em discurso em encontro com clérigos em Qom.
A cidade de Qom é o centro teológico do Irão, onde estão localizados as principais escolas religiosas do país e onde milhares de peregrinos e estudantes de todo o mundo visitam e estudam.
O Irão vive protestos generalizados desde 16 de setembro, após a morte sob custódia policial da jovem curda Mahsa Amini, de 22 anos, que havia sido detida justamente pela polícia da moralidade por supostamente usar o véu islâmico de forma inadequada.
Os protestos incluem a demanda pelo fim da República Islâmica.
"Isto não é um protesto, isto é uma revolução", "não queremos a República Islâmica", "morte ao ditador", são algumas das frases que os manifestantes gritam nas manifestações de rua ou à noite das janelas das suas casas e escrevem nas paredes do prédio desde setembro passado.
Segundo o Conselho de Segurança do Irão, desde o início dos protestos "mais de 200 pessoas" morreram, mas organizações não-governamentais (ONG) estrangeiras, como a Iran Human Rights (IHR), com sede em Oslo, estimam o número de mortos em 448 devido à forte repressão policial.
Além disso, pelo menos 2.000 pessoas foram acusadas de vários crimes pela sua participação nas mobilizações, das quais seis foram condenadas à morte.
Casa de atleta iraniana que competiu sem hijab foi "destruída"
Davood, irmão de Elnaz Rekabi, terá publicado uma fotografia nas redes sociais onde, alegadamente, mostra uma parte destruída do jardim. "Onde estás tu, Justiça?", questionou.
A casa de Elnaz Rekabi, a atleta iraniana de escalada que, em outubro passado, participou numa competição na Coreia do Sul sem um hijab a cobrir-lhe a cabeça, terá sido "destruída" pelas autoridades, avança o Iran Wire, um meio de comunicação independente do país.
A habitação, de acordo com a mesma publicação, situava-se na província iraniana de Zanjan.
O irmão de Elnaz, Davood, terá também publicado uma fotografia nas redes sociais onde, alegadamente, mostra uma parte destruída do jardim. "Onde estás tu, Justiça?", questionou. "Tudo o que [a vida] nos der, nós aceitamos. Seja tristeza, felicidade, amargura ou veneno", acrescentou Davood.
De recordar que, em outubro, depois de ter competido e conquistado a medalha de bronze na final do campeonato asiático de escalada, na Coreia do Sul, Elnaz Rekabi ficou incontactável, temendo-se o pior.
Após usar um hijab, o véu tradicional muçulmano que cobre a cabeça e os ombros, nas primeiras eliminatórias do campeonato, Rekabi, de 33 anos, deixou o lenço de lado e competiu de cabelo solto na final, com a bandeira do Irão ao peito, apesar de as mulheres serem obrigadas, por lei, a usar o hijab quando participam em competições, mesmo fora do Irão.
O gesto foi visto como uma demonstração de apoio às mulheres iranianas que se têm manifestado contra a obrigatoriedade do uso do hijab após a morte de Mahsa Amini.
Face às suspeitas, o governo de Teerão 'apressou-se' a negar que Rekabi tivesse sido detida, adiantando que tinha deixado Seul num voo com destino a Teerão.
De regresso ao seu país, a atleta fez questão de esclarecer que o facto de ter competido sem lenço não tinha sido intencional. Citada pela Reuters, Elnaz Rekabi explicou, na altura, que foi chamada para escalar de "forma imprevista" e que o véu lhe caiu, não tendo tido tempo de o colocar corretamente.
Apelos a novos protestos no Irão após abolição da polícia da moralidade
Ativistas iranianos convocaram hoje protestos para os próximos três dias, com mobilizações e greves, após o procurador-geral do Irão ter anunciado que a polícia da moralidade, na origem de meses de protestos no país, "foi encerrada".
"Aunidade é um dos fatores para a vitória", disse um grupo de jovens dos bairros da capital, Teerão, nas redes sociais, apelando a uma greve hoje, seguida de manifestações nos subúrbios, na terça-feira, e de uma reunião na praça central de Azadi, na quarta-feira.
O Irão tem sido afetado por meses de protestos, que culminaram em apelos ao derrube dos líderes religiosos da República Islâmica, após a morte de Masha Amini, 22 anos, que tinha sido detida pela polícia da moralidade por uso incorreto do véu islâmico.
Em quase três meses de protestos, mais de 400 pessoas morreram e pelo menos duas mil foram detidas e acusadas de vários crimes por participarem nas mobilizações, entre as quais seis foram condenadas à morte.
No sábado, o procurador-geral Mohamed Jafar Montazeri revelou que a polícia da moralidade "foi encerrada", indicou a agência noticiosa ISNA. A agência não forneceu detalhes e os 'media' estatais não se referiram a esta suposta decisão.
A agência noticiosa Associated Press (AP) não conseguiu confirmar o atual estatuto da força, estabelecida em 2005 com a tarefa de deter e questionar pessoas que violassem o código de vestuário islâmico em vigor.
Desde setembro que diversos relatos indicam uma redução do número de polícias da moralidade nas cidades iranianas e um aumento do número de mulheres que surgem em público sem o véu islâmico, mesmo que ainda contrarie a lei iraniana.
O procurador-geral Montazeri não especificou sobre o futuro da polícia da moralidade, ou se a sua extinção era aplicável a nível nacional e de forma permanente. No entanto, acrescentou, o sistema judiciário iraniano "continuará a examinar o comportamento a nível da comunidade".
Na sexta-feira, a ISNA reproduziu declarações de Montazeri nas quais assegurou que o Governo estava a rever a lei obrigatória sobre o uso do hijab para as mulheres.
"Estamos a trabalhar rapidamente sobre a questão do hijab e a fazer o nosso melhor para garantir uma solução sensata para abordar este fenómeno que fere o coração de qualquer pessoa", disse Montazeri, sem adiantar mais detalhes.
Estatuto da polícia da moralidade incerto após anúncio de abolição
Um deputado iraniano afirmou hoje que o Governo do Irão está a "prestar atenção às verdadeiras reivindicações do povo", um dia após um alto responsável ter indicado que a polícia da moralidade, na origem de meses de protestos no país, foi abolida.
Aatividade da polícia da moralidade, responsável para imposição das leis em vigor, começou a ser questionada após a detenção de Masha Amini, 22 anos, por uso incorreto do véu islâmico e que morreu sob detenção.
A sua morte originou uma vaga de crescentes protestos e que culminaram em apelos para o derrube dos líderes religiosos do República islâmica.
No sábado, o procurador-geral Mohamed Jafar Montazeri revelou que a polícia da moralidade "foi encerrada", indicou a agência noticiosa ISNA. A agência não forneceu detalhes e os 'media' estatais não se referiram a esta suposta decisão.
Em declarações divulgadas pela ISNA, o deputado Nezamoddin Mousavi referiu-se hoje a uma abordagem menos conflituosa face aos protestos.
"O Governo e o parlamento insistiram que prestar atenção às reivindicações das pessoas, que são sobretudo económicas, é a melhor forma de garantir a estabilidade e enfrentar os tumultos", disse, na sequência de um encontro à porta fechada com diversos responsáveis oficiais iranianos, incluindo o Presidente Ebrahim Raisi.
Mousavi não se pronunciou sobre a dissolução da polícia da moralidade.
A agência noticiosa Associated Press (AP) não conseguiu confirmar o atual estatuto da força, estabelecida em 2005 com a tarefa de deter e questionar pessoas que violassem o código de vestuário islâmico em vigor.
Desde setembro que diversos relatos indicam uma redução do número de polícias da moralidade nas cidades iranianas e um aumento do número de mulheres que surgem em público sem o véu islâmico, mesmo que ainda contrarie a lei iraniana.
O procurador-geral Montazeri não especificou sobre o futuro da polícia da moralidade, ou se a sua extinção era aplicável a nível nacional e de forma permanente. No entanto, acrescentou o sistema judiciário iraniano "continuará a examinar o comportamento a nível da comunidade".
Na sexta-feira, a ISNA reproduziu declarações de Montazeri nas quais assegurou que o Governo estava a rever a lei obrigatória sobre o uso do hijab para as mulheres.
"Estamos a trabalhar rapidamente sobre a questão do hijab e a fazer o nosso melhor para garantir uma solução sensata para abordar este fenómeno que fere o coração de qualquer pessoa", disse Montazeri, sem adiantar mais detalhes.
O anúncio de sábado poderá significar uma tentativa de apaziguar a população e encontrar uma forma para terminar com os protestos que, segundo organizações de direitos humanos, já provocaram a morte de pelo menos 470 pessoas.
Mais de 18.000 pessoas foram detidas nos protestos e na violenta repressão das forças de segurança, de acordo com o Human Rights Activists no Irão, um grupo que tem monitorizado as manifestações.
Irão. Poder judicial anuncia que alguns manifestantes vão ser executados
As autoridades judiciais iranianas anunciaram hoje que vão ser executados em breve alguns dos condenados à morte por participação nas manifestações contra o regime que se prolongam desde o final de setembro.
Gholamhosein Mohseni Ejei, responsável pelo poder judicial do Irão, afirmou que foram confirmadas por instâncias superiores algumas das condenações à morte de manifestantes acusados de "corromperem a terra" e de estarem em "guerra contra Deus".
De acordo com o jornal Shargh, as condenações vão ser "aplicadas em breve", disse Ejei durante um discurso perante os membros do Conselho Supremo do Poder Judicial.
Pelo menos seis pessoas foram já condenadas à morte pela participação nos protestos que se registam no país desde o passado dia 16 de setembro, após a morte da jovem Mahsa Amini por não levar o véu islâmico.
Os seis manifestantes foram acusados de "guerra contra deus" assim como de terem "corrompido a terra", conceitos que se englobam nos delitos contra o Islão e a segurança pública do Irão.
As autoridades judiciais acusaram mais de duas mil pessoas de diversos crimes pela participação nos protestos contra a manutenção da República Islâmica.
Pelo menos 21 pessoas podem vir a ser condenadas à morte pela participação nas manifestações.
Ejei disse ainda que "vários desordeiros" foram condenados a penas de prisão, sem especificar o tempo da condenação.
Entre os condenados a penas de prisão encontra-se o repórter fotográfico Ahmadreza Halabisaz, que disse ter sido condenado a cinco anos de cadeia.
O tribunal que condenou Halabisaz não autorizou que o réu tivesse acesso a advogados de defesa.
Em quase três meses de protestos morreram mais de 400 pessoas e pelo menos 15 mil manifestantes foram detidos, de acordo com a organização não-governamental Iran Human Rights, com sede na Noruega.
A forte repressão policial e a atuação do poder judicial não evitaram as convocatórias para as manifestações que se vão realizar nos próximos três dias.
No sábado, o procurador-geral Mohamed Jafar Montazeri disse à agência INSA que a polícia da moralidade "foi encerrada".
A agência não forneceu detalhes e os jornais estatais não se referiram a esta suposta decisão.
A agência noticiosa norte-americana Associated Press (AP) não conseguiu confirmar o atual estatuto desta força policial, estabelecida em 2005, que tem como função deter e questionar pessoas que violam o código de vestuário islâmico.
Desde setembro que diversos relatos indicam uma redução do número de polícias da moralidade nas cidades iranianas e um aumento do número de mulheres sem o véu islâmico nos espaços públicos, em contrariedade com a legislação.
O procurador-geral Montazeri não forneceu mais detalhes sobre o futuro da polícia da moralidade, ou se a extinção do corpo é aplicável a nível nacional e de forma permanente.
No entanto, acrescentou Montazeri, o sistema judiciário iraniano "vai continuar a examinar o comportamento ao nível da comunidade".
Na sexta-feira, a agência ISNA reproduziu declarações de Montazeri nas quais assegurou que o Governo estava a rever a lei obrigatória sobre o uso do hijab para as mulheres.
"Estamos a trabalhar rapidamente sobre a questão do hijab e a fazer o nosso melhor para garantir uma solução sensata para abordar este fenómeno que fere o coração de qualquer pessoa", disse Montazeri, sem adiantar mais detalhes.
Mais de 500 pessoas foram já executadas no Irão em 2022, diz ONG
O Irão executou mais de 500 pessoas em 2022, ultrapassando largamente o número de execuções em 2021 e aumentando a preocupação com o crescente recurso à pena de morte na República Islâmica, indicou hoje a Iran Human Rights.
Pelo menos 504 pessoas foram executadas no país desde o início deste ano, disse esta organização não-governamental (ONG), que está a tentar confirmar outros casos de condenados que tenham sido executados por enforcamento.
Esta informação surge numa altura em que se multiplica o medo quanto à cada vez maior condenação à pena capital pelas autoridades iranianas de pessoas envolvidas no movimento de contestação social pacífico desencadeado no país em meados de setembro, após a morte de uma jovem às mãos da polícia da moralidade, por não levar o 'hijab' (véu islâmico) a cobrir-lhe o cabelo na totalidade.
A contagem da ONG Iran Human Rights inclui quatro pessoas que, segundo os órgãos de comunicação oficiais, foram executadas no domingo, depois de terem sido condenadas por "cooperação" com Israel, inimigo declarado da República Islâmica.
Segundo a organização sediada na Noruega, essas pessoas foram executadas apenas sete meses após a sua detenção, "sem julgamento justo, à porta fechada perante o Tribunal Revolucionário".
"As suas penas são desprovidas de qualquer validade jurídica", lamentou o diretor do IHR, Mahmood Amiry-Moghaddam, num comunicado.
"Estas execuções têm por objetivo espalhar o medo na sociedade e desviar a atenção do público das falhas dos serviços de informações da República Islâmica", acrescentou.
Outra pessoa recentemente executada foi uma mulher condenada pelo assassínio do padrasto, segundo indicou o IHR.
Várias ONG expressaram preocupação quanto ao número de mulheres executadas no Irão, muitas vezes condenadas por terem matado os maridos ou familiares próximos, em situações em que eram vítimas de violência doméstica -- ou seja, em legítima defesa.
O número de mulheres executadas este ano é já o mais elevado dos últimos cinco anos, observou a organização.
O Irão está agora a executar mais condenados que qualquer outro país, exceto a China, revelou a Amnistia Internacional, que contabilizou 314 execuções em 2021.
Polícia da moralidade poderá ser substituída por novas tecnologias
O Centro de Promoção da Virtude e Proibição do Vício do Irão afirmou hoje "que a missão da polícia da moralidade terminou", mas sublinhou que estão a ser estudadas novas tecnologias para controlar o vestuário das mulheres.
.
"A missão das patrulhas da polícia da moralidade terminou", declarou Ali Janmohamadi, porta-voz do Centro de promoção da virtude e proibição do vício, em declarações ao diário Jamaran.
No entanto, Janmohamadi indicou que "estão a ser tomadas decisões sobre a castidade e o véu, para que, se Alá quiser, se apliquem num âmbito mais moderno, com o uso de novas tecnologias".
O funcionário defendeu que existe um forte sentimento popular para que se respeitem "a castidade e o 'hijab'", véu feminino, pelo que "as autoridades policiais e judiciais devem tomar medidas".
As autoridades iranianas utilizam tecnologias, incluindo câmaras rodoviárias, para multar as mulheres que conduzem sem o véu obrigatório, e que podem implicar até dois meses de prisão.
O regime iraniano está confrontado há mais de dois meses com protestos após a morte de Mahsa Amini, detida pela 'polícia da moralidade' por uso incorreto do véu, e desde então esta unidade especial deixou de percorrer as ruas do país.
As revoltas iniciaram-se devido à morte da jovem curda mas adquiriram nova dimensão, com os manifestantes a questionarem a República Islâmica fundada pelo ayatollah Ruhollah Khomeini em 1979.
Em cerca de três meses de protestos, e segundo diversas organizações, terão sido mortas mais de 400 pessoas e cerca de 2.000 acusadas de diversos delitos pela participação nos protestos, com seis condenações à morte.
Janmohamadi terá desta forma confirmado o anúncio emitido no final da passada semana sobre o fim das atividades da 'polícia da moralidade', um corpo que desde 2005 exige que as mulheres respeitem o código sobre vestuário imposto pela República Islâmica.
O procurador-geral do país, Mohamad Yafar Montazeri, afirmou que o polémico corpo "não tem nada a ver com o poder judicial e foi suprimido por quem o criou", no que foi interpretado como o fim da força.
No entanto, os meios conservadores negaram de seguida a supressão da 'polícia da moralidade', que depende do Ministério do Interior e do Conselho Supremo Cultural da Revolução.
O Centro de Promoção da Virtude e Proibição do Vício do Irão vigia o comportamento moral no país, e entre os seus membros incluem-se os ministros do Interior, das Informações e da Cultura, entre outros.
A 'polícia da moralidade' existe na sua atual forma desde 2005, mas previamente assumiu outras designações e era gerida por diversos organismos responsáveis pela aplicação das leis em vigor.
Lojas e serviços encerram no primeiro de três dias de greve geral
Muitas lojas e serviços estiveram hoje encerrados no Irão, naquele que foi o primeiro de três dias de greve geral convocada por organizações sociais e políticas para protestar contra a repressão às recentes manifestações no país.
Os vídeos publicados nas redes sociais mostram estabelecimentos fechados nas principais cidades, como Isfahan, Shiraz, Sanandaj, Ilam ou Urmia.
Na Internet também foram publicados vídeos de lojas encerradas noutras cidades, embora sejam gravações cuja veracidade não pôde ser verificada.
Em Teerão, alguns comerciantes receberam ameaças de multas se fechassem, mas muitos decidiram não abrir portas.
Além do apelo à greve, foi solicitado aos cidadãos que evitem comprar nestes três dias.
Milhares de manifestantes saíram à rua nas últimas semanas numa onda de protestos desencadeada pela morte de Mahsa Amini, uma jovem curda-iraniana detida pela "políca da moralidade" em Teerão por alegadamente usar o véu islâmico de forma incorreta.
Amini morreu alguns dias depois de ser presa num hospital.
As autoridades iranianas registaram pelo menos 300 mortes nas manifestações e tumultos, que atribuem à influência estrangeira.
Cinco pessoas condenadas à morte pelo homicídio de um paramilitar
Cinco pessoas foram condenadas à morte e onze a "longas penas de prisão", incluindo três menores de idade, pelo homicídio de um paramilitar durante os protestos no Irão, anunciou hoje o porta-voz do Poder Judiciário iraniano.
Estas últimas sentenças elevam para 11 o número de pessoas condenadas à morte devido aos distúrbios que acontecem em todo o país há mais de dois meses.
Na segunda-feira, os cinco condenados à morte foram considerados culpados pela morte em novembro de Ruhollah Ajamian, membro da milícia Bassij, ligada à Guarda Revolucionária, o exército ideológico do Irão, declarou Massoud Setayeshi.
"Qualquer um pode recorrer ao Supremo Tribunal Federal", disse o porta-voz.
Os cinco foram acusados de "corrupção na terra", uma das acusações mais graves do código penal iraniano.
Além disso, onze pessoas, incluindo "três jovens com menos de 18 anos" foram condenadas a "longas penas de prisão", acrescentou Setayeshi.
Uma mulher também foi condenada, mas o porta-voz não especificou a sua sentença.
O Irão tem sido palco de protestos desde a morte de Mahsa Amini, em 16 de setembro, uma curda iraniana de 22 anos que morreu três dias após a sua detenção pela polícia da moralidade em Teerão.
Mahsa Amini foi acusada de ter violado o estrito código de vestimenta do Irão ao usar de forma incorreta o 'hijab' [véu islâmico].
De acordo com os meios de comunicação locais, Ruhollah Ajamian foi morto em 03 de novembro em Karaj, a 30 quilómetros a oeste de Teerão, durante uma manifestação que marcava o 40.º dia de luto pela morte de uma manifestante.
Segundo a procuradoria iraniana, os condenados agrediram o paramilitar desarmado, despiram-no, esfaquearam-no, espancaram-no e depois arrastaram o seu corpo nu pela rua.
O Conselho de Segurança do Irão referiu que, desde o início dos protestos "mais de 200 pessoas" morreram, mas organizações não-governamentais (ONG) estrangeiras, como a Iran Human Rights (IHR), com sede em Oslo, estimam o número de mortos em 448 devido à forte repressão policial.
Além disso, pelo menos 2.000 pessoas foram acusadas de vários crimes pela sua participação nas mobilizações.
Irão. Greve fecha parte do comércio e repressão de protestos estudantis
O Irão viveu hoje uma jornada de greve com o comércio parcialmente fechado e sobretudo manifestações de estudantes universitários contra o regime teocrático do país, reprimidas pelas forças de segurança.
Foi o terceiro e último dia de concentrações e greves convocado por ativistas no contexto dos protestos que abalam o país desde a morte, em setembro, da jovem curda iraniana Mahsa Amini, após ter sido violentamente agredida e detida pela polícia da moralidade, responsável pelo cumprimento do rígido código de vestuário feminino na República Islâmica.
Às primeiras horas da manhã, o trânsito era menos intenso que o habitual em Teerão, circunstância que se repetiu no final da jornada laboral, que normalmente às quartas-feiras -- a sexta-feira iraniana -- é palco de grandes engarrafamentos que hoje não se registaram.
Um número indeterminado de comerciantes manteve encerrados os respetivos estabelecimentos em toda a cidade, mas é difícil obter uma percentagem, dadas as limitações a que estão sujeitos os informadores, a precariedade das redes de internet e a falta de informação oficial.
Nas redes sociais, ativistas divulgaram vídeos com imagens de muitos estabelecimentos comerciais fechados noutros pontos do país, mas trata-se de imagens cuja veracidade não é possível verificar.
No entanto, os protestos nas universidades do país foram hoje especialmente significativos, depois de uma certa calma que reinou nas faculdades nas últimas semanas.
Assim, houve manifestações nas várias universidades de Teerão, Isfahan, Rasht e Mashad, indicaram associações de estudantes.
Em algumas delas, como a prestigiada Universidade Sharif, de Teerão, ou a Universidade Ferdosi, de Mashad, ocorreram confrontos entre os estudantes e agentes policiais.
Esta onda de protestos sem precedentes no Irão desde a Revolução Islâmica de 1979 que instaurou o regime teocrático designado pelos seus líderes como "República Islâmica", foi desencadeada pela morte, a 16 de setembro, de Mahsa Amini, de 22 anos, em Teerão.
A jovem foi detida na capital a 13 de setembro, porque o 'hijab' (véu islâmico) que envergava não lhe cobria totalmente o cabelo, e horas mais tarde transportada, em coma, para o hospital onde morreria três dias depois.
Desde esse dia que há manifestações por todo o país, que têm aumentado de dimensão e intensidade e têm sido duramente reprimidas pelas forças de segurança, inclusive com munições reais, tendo já feito mais de 500 mortos e milhares de detidos -- alguns dos quais já condenados à morte em julgamentos sumários e executados.
Embora tenham começado devido à morte da jovem às mãos da polícia da moralidade, os protestos evoluíram e agora os manifestantes reivindicam o fim da República Islâmica fundada em 1979 pelo ayatollah Ruhollah Khomeini, autoridade religiosa xiita iraniana e líder espiritual e político da revolução que depôs o xá do Irão, Mohammad Reza Pahlavi.
Após quase três meses de contestação social, as autoridades iranianas anunciaram, de forma algo confusa, a dissolução da polícia da moralidade, responsável pela detenção e morte de Amini, mas o anúncio não acalmou a situação.
Além disso, o desaparecimento das patrulhas dessa força policial não implicou o fim das leis que impõem o uso obrigatório do véu e outras normas sociais rígidas no país.
Tudo parece indicar que apenas mudarão os métodos utilizados para garantir o cumprimento de tais leis, cujas infrações, como por exemplo "o mau uso do hijab", passarão a ser punidas com multas e até dois meses de prisão.
Uma das figuras públicas que mais recentemente se juntaram aos protestos foi Badri Hosseini Khamenei, irmã do líder supremo do Irão, Ali Khamenei, e residente no país, que escreveu uma carta na qual afirma esperar "assistir em breve à vitória do povo e à derrocada do regime despótico que governa o Irão".
"Oponho-me às ações do meu irmão", escreveu, numa carta hoje divulgada na internet pelo seu filho, que vive em França, Mahmud Moradkhani.
"O regime da República Islâmica de Khomeini e Ali Khamenei nada mais trouxe que sofrimento e opressão ao Irão e aos iranianos. O povo do Irão merece liberdade e prosperidade, e a sua revolta é legítima e necessária para recuperar os seus direitos", escreveu a irmã do atual ayatollah iraniano na missiva.
Em quase três meses de protestos, pelo menos 2.000 dos milhares de detidos foram acusados de diversos crimes pela sua participação na contestação, 11 dos quais foram condenados à morte.