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Há guerra na Ucrania

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"A tremer", "tragédia". Jovens russos chocados com morte de Navalny


Jovens russos afirmaram-se hoje em Moscovo chocados e desamparados com a morte de Alexei Navalny, o principal opositor ao regime do Presidente russo, Vladimir Putin, que simboliza a desaparição do sonho de uma mudança na Rússia.



A tremer, tragédia. Jovens russos chocados com morte de Navalny





"A esperança morreu. Estou a tremer, estou a sentir as mesmas emoções que sentiria se tivesse perdido um pai", reagiu Maria, uma especialista em informática de 22 anos, citada pela agência de notícias francesa AFP e que, como as outras pessoas entrevistadas, preferiu não dizer o apelido.



É "uma grande perda para toda a oposição russa, uma tragédia", acrescentou.



Embora Navalny, inimigo declarado do Kremlin (Presidência russa), estivesse preso desde que regressou à Rússia, no início de 2021, ele representava, apesar de tudo, para uma parte da população a esperança remota de um fim do autoritarismo e da era Putin no país.




O carismático ativista anticorrupção era sobretudo popular junto da juventude das grandes cidades russas, como Moscovo, onde ficou em segundo lugar nas eleições autárquicas de 2013, as últimas a que foi autorizado a candidatar-se.



Alexei Navalny, de 47 anos, morreu hoje numa prisão do Ártico para onde tinha sido recentemente transferido para cumprir uma pena de 19 anos sob "regime especial", segundo o serviço penitenciário federal da Rússia.



Ter-se-á sentido mal depois de uma caminhada, entrou em paragem cardiorrespiratória e os médicos da prisão e os dos serviços de socorro que acorreram à prisão não conseguiram reanimá-lo, indicou a direção do estabelecimento.




Até ao momento, a equipa de Navalny não confirmou esta informação, mas destacados dirigentes ocidentais e os apoiantes do opositor responsabilizam o Presidente russo, Vladimir Putin, pela sua morte.



"Esperamos que não seja verdade. Para ser sincero, é difícil de acreditar. E é assustador pensar no que vai acontecer a seguir, no que o Estado pode fazer aos seus cidadãos", lamentou Marc, estudante de 18 anos.




Para Valeria, guia turística de 28 anos, Navalny era "um símbolo de esperança num futuro melhor para a Rússia".



"Tenho a impressão de que, com a sua morte, essa esperança morre também", observou, acrescentando que "se essa esperança ainda existia de uma forma ou de outra, agora está ainda mais fraca".




Após quase um quarto de século de Putin no poder e dois anos de guerra com a Ucrânia, "muita gente vai desistir, porque as pessoas precisam sempre de um símbolo em qualquer forma de resistência", considerou.



A morte de Navalny, que se segue a um caso de envenenamento de que acusou o Kremlin e a três anos de prisão, priva uma oposição já exangue da sua figura de proa. Quase todas as figuras da oposição estão atrás das grades ou exiladas no estrangeiro.



"Ainda não consigo acreditar, mas se for verdade, é uma tragédia pessoal para mim e para muitas pessoas que conheço", disse Arthur, estudante de 27 anos.




Para ele e para muitos outros da sua geração, "Navalny representava uma certa imagem de mudança positiva no futuro, de reformas futuras que podiam levar a população a melhores condições que as que tem".



Arthur diz mesmo que está zangado e que sente "vontade de ir embora" do país.



A Rússia tem assistido a um êxodo difícil de quantificar desde o início da invasão da Ucrânia, a 24 de fevereiro de 2022, e da mobilização militar parcial decretada em setembro do mesmo ano por Putin. Trata-se frequentemente de pessoas jovens e instruídas que vivem nas grandes cidades: os apoiantes de Navalny.



"Já não acreditamos na possibilidade de uma mudança para melhor", lamentou Arthur.




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Estados bálticos acusam regime de Putin de assassinar Navalny


Os Estados bálticos da Estónia, Letónia e Lituânia acusaram o regime de Moscovo de ter assassinado o líder da oposição russa, Alexei Navalny, cuja morte súbita foi anunciada hoje pelas autoridades prisionais russas.



Estados bálticos acusam regime de Putin de assassinar Navalny






"Não importa o que pensávamos de Alexei Navalny como político, ele foi brutalmente assassinado pelo Kremlin", disse o Presidente da Letónia, Edgars Rinkevics, nas redes sociais.



"É um facto e é algo que deve ser conhecido sobre a verdadeira natureza do atual regime russo", acrescentou, citado pela agência espanhola EFE.



O homólogo lituano, Gitanas Nauseda, corroborou que Navalny "não morreu na prisão, mas foi morto pela brutalidade do Kremlin", com o objetivo de "silenciar a oposição a qualquer custo".



Nauseda pediu consequências para Moscovo e que os responsáveis sejam levados à justiça.



O Presidente da Estónia, Alar Karis, considerou que a "triste verdade" é que o Kremlin "silenciou os opositores ao regime" durante décadas, citando os assassinatos da jornalista Anna Politkovskaya e do político Boris Nemtsov.



Alexei Navalny, considerado um dos principais opositores de Putin, morreu hoje, aos 47 anos, numa colónia penal na região do Ártico onde cumpria uma pena de 19 anos de prisão por extremismo.



As autoridades russas disseram que Navalny se sentiu mal depois de uma caminhada e que os médicos o tentaram reanimar durante mais de 30 minutos, antes de declararem o óbito.



Acrescentaram que as causas da morte serão investigadas.



Estónia, Letónia e Lituânia fizeram parte da União Soviética, cuja desintegração, em 1991, marcou o fim da Guerra Fria, o período de tensão entre os blocos ocidental e oriental após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).




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Navalny, Gabinete de Direitos Humanos da ONU também responsabiliza Rússia


O gabinete dos Direitos Humanos das Nações Unidas manifestou hoje o seu "choque" com a morte do opositor russo Alexei Navalny e reclamou uma investigação independente, que diz ser a única forma de Moscovo refutar a sua presumível responsabilidade.


Navalny, Gabinete de Direitos Humanos da ONU também responsabiliza Rússia





"Estamos chocados com a notícia de que Alexei Navalny, figura da oposição russa, morreu na prisão. O Gabinete dos Direitos Humanos das Nações Unidas, juntamente com outras entidades, tinha repetidamente manifestado sérias preocupações relativamente às acusações contra Navalny e à sua repetida detenção, que parecia ser arbitrária", afirmou a porta-voz do gabinete, Liz Throssell, numa declaração divulgada hoje à tarde.


Lembrando que "o Estado tem o dever acrescido de proteger a vida das pessoas privadas de liberdade", o gabinete da ONU enfatizou que "se alguém morre sob a custódia do Estado, presume-se que o Estado é responsável, uma responsabilidade que só pode ser refutada através de uma investigação imparcial, exaustiva e transparente, efetuada por um organismo independente".



"Exortamos as autoridades russas a garantir a realização de uma investigação credível", lê-se na reação publicada pelo gabinete de Direitos Humanos das Nações Unidas, com sede em Genebra, Suíça.



A porta-voz recordou ainda que, "em agosto passado, o alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, salientou que a última sentença de 19 anos levantava questões sobre o assédio judicial e a instrumentalização do sistema judicial para fins políticos na Rússia e apelou à libertação de Navalny", um apelo agora reiterado relativamente a todos aqueles que se encontram a cumprir penas de prisão "relacionadas com o exercício legítimo dos seus direitos".



"Apelamos às autoridades russas para que ponham termo à perseguição de políticos, defensores dos direitos humanos e jornalistas, entre outros. Todos aqueles que estão detidos ou foram condenados a várias penas de prisão relacionadas com o exercício legítimo dos seus direitos, incluindo os direitos à liberdade de reunião pacífica e de expressão, devem ser imediatamente libertados e todas as acusações contra eles devem ser retiradas", completou a porta-voz do gabinete de Direitos Humanos da ONU.



O opositor russo Alexei Navalny, um dos principais críticos do Presidente Vladimir Putin, morreu hoje na prisão, segundo o serviço penitenciário federal da Rússia.



Navaly, 47 anos, estava numa prisão no Ártico, para cumprir uma pena de 19 anos de prisão sob "regime especial" e, segundo aqueles serviços, sentiu-se mal depois de uma caminhada e perdeu a consciência.



Até ao momento, a equipa de Navalny não confirmou esta informação, mas destacados dirigentes ocidentais e os apoiantes do opositor responsabilizam o Presidente russo, Vladimir Putin, pela sua morte.




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Presidente da Duma culpa NATO, EUA e Ucrânia pela morte de Navalny


O presidente da câmara baixa do parlamento russo [Duma], Vyacheslav Volodin, culpou hoje os líderes da NATO, Estados Unidos, Ucrânia, Reino Unido e Alemanha pela morte do opositor Alexei Navalny numa prisão russa no Ártico.



Presidente da Duma culpa NATO, EUA e Ucrânia pela morte de Navalny





"Os seus nomes são bem conhecidos: do secretário-geral da NATO [Jens Stoltenberg] e dos líderes americanos ao [alemão Olaf] Scholz, ao [britânico] Rishi Sunak e ao [ucraniano] Volodymyr Zelensky, todos são culpados pela morte de Navalny", declarou Volodin no Telegram.



"São eles, com suas muitas decisões fracassadas (...) que beneficiam com a sua morte", escreveu o presidente da Duma, sem explicar esta acusação, mas reiterando a mensagem de que o Ocidente quer "destruir a Rússia".



O opositor russo Alexei Navalny, um dos principais críticos de Vladimir Putin, morreu na prisão, segundo o serviço penitenciário federal da Rússia.



Navaly, 47 anos, estava numa prisão no Ártico, para cumprir uma pena de 19 anos de prisão sob "regime especial" por crimes alegadamente relacionados com a sua atividade política e, segundo aqueles serviços, sentiu-se mal depois de uma caminhada e perdeu a consciência.



Até ao momento, a equipa de Navalny não confirmou esta informação, mas destacados dirigentes ocidentais e os apoiantes do opositor responsabilizam o Presidente russo, Vladimir Putin, pela sua morte.



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Kremlin acha "inadmissível" ser responsabilizado por morte de Navalny


A presidência russa considerou hoje "inadmissíveis" as declarações dos líderes ocidentais, que responsabilizaram diretamente o Kremlin pela morte na prisão do líder da oposição, Alexei Navalny.



Kremlin acha inadmissível ser responsabilizado por morte de Navalny





"Não há declarações de médicos nem informações de serviços forenses e penitenciários. Ou seja, não há informações. E encontramos tais declarações", afirmou Dmitri Peskov, porta-voz presidencial, citado por agências russas.


Peskov lamentou tais afirmações, indicando que são "obviamente, declarações absolutamente furiosas e inadmissíveis".



O porta-voz do Kremlin acrescentou que já tinha informado o presidente russo, Vladimir Putin, sobre a morte repentina do opositor e referiu que os serviços penitenciários não precisam de receber quaisquer ordens em relação às investigações necessárias para esclarecer o sucedido.




Anteriormente, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia instou os Estados Unidos a não fazerem acusações infundadas na atribuição de responsabilidades pela morte de Navalny até que os resultados da autópsia sejam conhecidos.



"A morte de uma pessoa é sempre uma tragédia (...). Em vez de acusações gratuitas, deveriam mostrar moderação e aguardar os resultados oficiais da autópsia", afirmou a diplomacia de Moscovo num comunicado.




A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, afirmou hoje que, a confirmar-se, a Rússia é "responsável" pela morte de Navalny, o que na sua opinião seria mais um sinal da "brutalidade" de Putin.



Por sua vez, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, declarou que, "durante mais de uma década, o Governo russo de Putin, perseguiu, envenenou e prendeu Navalny, e agora a sua morte é noticiada".




Se as notícias forem precisas, acrescentou Blinken, "a sua morte numa prisão russa e a fixação e o medo de um homem apenas sublinham a fraqueza e a podridão no coração do sistema que Putin construiu".




Acusações semelhantes foram feitas pela União Europeia (UE), por vários líderes europeus e pelo Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky.
O opositor russo Alexei Navalny, um dos principais críticos de Vladimir Putin, morreu na prisão, segundo o serviço penitenciário federal da Rússia.




Navaly, 47 anos, estava numa prisão no Ártico, para cumprir uma pena de 19 anos de prisão sob "regime especial" por crimes alegadamente relacionados com a sua atividade política e, segundo aqueles serviços, sentiu-se mal depois de uma caminhada e perdeu a consciência.



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"Putin é responsável pela morte de Navalny". Coragem "não será esquecida"


Joe Biden reagiu à morte do principal opositor de Vladimir Putin, dizendo que está "indignado", mas "não surpreendido" com este desfecho.


Putin é responsável pela morte de Navalny. Coragem não será esquecida





O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, reagiu esta sexta-feira - pela primeira vez -, à morte de Alexei Navalny, o principal opositor ao regime russo. "Não se deixem enganar, Putin é responsável pela morte de Navalny", afirmou numa declaração desde a Casa Branca, asseverando ainda que esta é "mais uma prova da brutalidade" do presidente da Rússia.




Biden fez questão de sublinhar que está "indignado", mas "não surpreendido" com este desfecho, garantindo ainda que a coragem de Navalny "não será esquecida".



De acordo com o líder norte-americano, "Putin não visa apenas cidadãos de outros países, como temos visto o que está a acontecer na Ucrânia neste momento, mas também comete crimes terríveis contra o seu próprio povo".



Biden, que admitiu ainda não saber exatamente os contornos da morte de Navalny, classificou o opositor russo como uma "voz poderosa pela verdade" mesmo a partir da prisão. Navalny "enfrentou corajosamente a corrupção, a violência e todas as coisas pérfidas que o Governo de Putin estava a fazer. Em resposta, Putin mandou envenená-lo, mandou prendê-lo, mandou processá-lo por crimes fabricados", disse Biden.



"Ele poderia ter vivido em segurança no exílio após a tentativa de assassínio contra si em 2020, que quase o matou. Em vez disso, regressou à Rússia, sabendo que provavelmente seria preso, talvez morto, se continuasse o seu trabalho. Mas fê-lo mesmo assim. Porque acreditava profundamente no seu país, na Rússia", reforçou Joe Biden.



"Esta tragédia lembra-nos o que está em jogo"



"Esta tragédia lembra-nos o que está em jogo neste momento. Temos de fornecer o financiamento para que a Ucrânia possa continuar a defender-se", considerou também o presidente dos EUA. "A história está atenta à Câmara dos Deputados".



Biden falou ainda sobre a NATO, sublinhando algo que "Putin e o mundo inteiro deveriam saber". "Se algum adversário nos atacasse, os nossos aliados da NATO apoiar-nos-iam, e se Putin atacasse um aliado da NATO, os EUA defenderiam cada centímetro do território da NATO".



Recorde-se que a vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, afirmou hoje que, a confirmar-se, a Rússia é "responsável" pela morte de Navalny, o que na sua opinião seria mais um sinal da "brutalidade" de Putin.



Por sua vez, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, declarou que, "durante mais de uma década, o Governo russo de Putin, perseguiu, envenenou e prendeu Navalny, e agora a sua morte é noticiada". Se as notícias forem precisas, acrescentou Blinken, "a sua morte numa prisão russa e a fixação e o medo de um homem apenas sublinham a fraqueza e a podridão no coração do sistema que Putin construiu".



Acusações semelhantes foram feitas pela União Europeia (UE), por vários líderes europeus e pelo Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky.



O opositor russo Alexei Navalny, um dos principais críticos de Vladimir Putin, morreu na prisão, segundo o serviço penitenciário federal da Rússia. Navaly, 47 anos, estava numa prisão no Ártico, para cumprir uma pena de 19 anos de prisão sob "regime especial" e, segundo aqueles serviços, sentiu-se mal depois de uma caminhada e perdeu a consciência.



Até ao momento, a equipa de Navalny não confirmou esta informação, mas destacados dirigentes ocidentais e os apoiantes do opositor responsabilizam o Presidente russo, Vladimir Putin, pela sua morte.



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Vaticano expressa dor pela morte do opositor russo Alexei Navalny




O secretário de Estado do Vaticano, Pietro Parolin, manifestou hoje a sua dor pela morte, na prisão, do líder da oposição russo, Alexei Navalny.



Vaticano expressa dor pela morte do opositor russo Alexei Navalny




"Lamento muito, esperava que isto se resolvesse de outra forma, mas em vez disso esta notícia surpreende-nos e enche-nos de dor", frisou Parolin, questionado antes de entrar numa igreja em Roma para celebrar uma missa.



Segundo o Vatican News, Parolin soube da morte de Navalny pelas notícias e garantiu que é muito cedo para saber se este acontecimento muda a posição da Santa Sé em relação à Rússia: "É prematuro dizer estas coisas. Acabamos de descobrir".



O opositor russo Alexei Navalny, um dos principais críticos de Vladimir Putin, morreu na prisão, segundo o serviço penitenciário federal da Rússia.



Navalny, 47 anos, estava numa prisão no Ártico, para cumprir uma pena de 19 anos de prisão sob "regime especial" e, segundo aqueles serviços, sentiu-se mal depois de uma caminhada e perdeu a consciência.



Até ao momento, a equipa de Navalny não confirmou esta informação, mas destacados dirigentes ocidentais e os apoiantes do opositor responsabilizam o presidente russo, Vladimir Putin, pela sua morte.



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'Lobo Polar', a prisão "impossível de escapar" onde Navalny morreu




Além de ser uma das prisões mais remotas da Rússia, a IK-3, que foi fundada em 1961, é descendente dos gulags da era soviética.



'Lobo Polar', a prisão impossível de escapar onde Navalny morreu








Ao fim de semanas em parte incerta, o opositor russo Alexei Navalny, de 47 anos, foi localizado pela sua equipa numa colónia penal perto da cordilheira dos Urais, no Ártico, no final de dezembro do ano passado. Conhecida como ‘Lobo Polar’, a cadeia em que Navalny terá morrido, esta sexta-feira, situa-se a cerca de 60 quilómetros a norte do Círculo Polar Ártico, na região de Yamalo-Nenets, e a quase dois mil quilómetros de Moscovo.



A cadeira, que tem capacidade para 1.050 reclusos acusados de crimes violentos, “é quase impossível de escapar”, tendo em conta as “centenas de quilómetros de tundra de um lado e as montanhas dos Urais polares do outro”, assegurou o ex-coordenador regional da equipa de Navalny em Tyumen, Ivan Vostrikov.



Além de ser uma das prisões mais remotas da Rússia, a Colónia Penal Número 3 (IK-3), que foi fundada em 1961, é descendente dos gulags da era soviética, os famosos campos de trabalhos forçados em que milhares de russos morreram, entre 1930 e 1950.




De facto, relatos de atuais e antigos prisioneiros dão conta das condições precárias naquela cadeia, cujo ambiente é marcado por brutalidade física e psicológica. Se uns denunciam a falta de roupa e de produtos essenciais, outros acusam os guardas de tortura e de lhes infligirem stress psicológico.




"Quando os prisioneiros entram na colónia, são levados para o balneário. Quando uma pessoa tira a roupa e se vai lavar, fecham a água e outras pessoas mascaradas entram e começam a bater-lhe. Comigo durou cerca de meia hora. Eram cerca de 15 pessoas, entre guardas e funcionários.



Meteram-me no chão e bateram-me […]. Não deram assistência médica", contou um dos prisioneiros, Mikho Khulilidze, citado pelo The Moscow Times.



Segundo a BBC, ativistas pelos direitos humanos alegam que as autoridades russas utilizam as temperaturas, que podem atingir os -40ºC, como forma de punição. Na primavera, por seu turno, os reclusos veem-se a braços com enxames de mosquitos.




Nessa linha, o Ministério Público do distrito de Yamal-Nenets já denunciou pelo menos duas situações de incumprimento das leis laborais, dos regulamentos de segurança contra incêndios e das normas sanitárias na IK-3, desde o ano passado.




Alexei Navalny, que cumpria uma pena de 19 anos sob "regime especial", ter-se-á sentido mal depois de uma caminhada. Segundo os serviços prisionais, entrou em paragem cardiorrespiratória e, apesar das manobras de reanimação, não foi possível reverter a situação.



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Ocidente culpa Putin por morte de Navalny. Moscovo diz ser "inadmissível"




A morte do principal opositor russo, Alexei Navalny, hoje numa prisão do Ártico, aos 47 anos, causou indignação no Ocidente, responsabilizando a União Europeia o "regime russo" e alguns países atribuindo ao Presidente russo, Vladimir Putin, um crime.




Ocidente culpa Putin por morte de Navalny. Moscovo diz ser inadmissível




A morte do principal opositor russo, Alexei Navalny, numa prisão do Ártico, esta sexta-feira, causou indignação no Ocidente, responsabilizando a União Europeia o "regime russo" e alguns países atribuindo ao presidente russo, Vladimir Putin, um crime.


O tom crítico e de responsabilização para com Moscovo é transversal, tendo o Kremlin reagido com indignação. "Não há declarações de médicos nem informações de serviços forenses e penitenciários. Ou seja, não há informações", afirmou Dmitri Peskov, porta-voz presidencial, citado por agências russas. "Declarações absolutamente furiosas e inadmissíveis", acrescentou o responsável.




O embaixador da Rússia em Lisboa reagiu criticando a "politização" do facto e a comunicação social portuguesa. "A cobertura tendenciosa desta notícia está em plena sintonia com a retórica hostil dos 'media' portugueses que durante os últimos dois anos têm impingido ativamente ao seu público uma imagem 'demoníaca' da Rússia", acusou.





UE: "Regime russo" é "único responsável"




A União Europeia (UE) considera "o regime russo" o "único responsável pela trágica morte" de Alexei Navalny, declarou o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel.



"Alexei Navalny lutou pelos valores da liberdade e da democracia. Pelos seus ideais, fez o sacrifício máximo", escreveu Michel na rede social X (antigo Twitter).





NATO: Rússia "tem de responder a perguntas sérias"




A Rússia "tem de responder a perguntas sérias" sobre a morte do opositor político, declarou o secretário-geral da NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte, bloco de defesa ocidental), Jens Stoltenberg, à margem da Conferência sobre a Segurança a decorrer em Munique, na Alemanha. "É importante apurar todos os factos. O que sabemos é que a Rússia tem exercido um poder cada vez mais totalitário contra os opositores de Putin", acrescentou.



ONU: ACNUDH exige "fim das perseguições" na Rússia, Guterres pede investigação



O Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) declarou-se "indignado" com a morte de Alexei Navalny e apelou para o "fim das perseguições" na Rússia.



Por sua vez, o secretário-geral da ONU, António Guterres, exigiu uma "investigação completa, credível e transparente" à morte do opositor 'número um' do Kremlin, Alexei Navalny, indicou o seu porta-voz.



"O secretário-geral está chocado com as informações sobre a morte na prisão do opositor russo Alexei Navalny (...) e apela para uma investigação completa, credível e transparente às circunstâncias" da sua morte, declarou Stéphane Dujarric.




Estados Unidos: Rússia "é responsável"




O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, reagiu esta sexta-feira à morte de Alexei Navalny, o principal opositor ao regime russo. "Não se deixem enganar, Putin é responsável pela morte de Navalny", afirmou numa declaração desde a Casa Branca, asseverando ainda que esta é "mais uma prova da brutalidade" do presidente da Rússia.



O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, considerou hoje a Rússia responsável pela situação que levou à morte de Alexei Navalny, que, na sua opinião, evidencia "a fraqueza e a corrupção" do regime de Vladimir Putin.



A vice-presidente norte-americana, Kamala Harris, classificou a morte do opositor russo como "mais um sinal da brutalidade" de Putin.
Canadá: Putin é "um monstro", diz Trudeau



O primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, classificou o chefe de Estado russo, Vladimir Putin, como "um monstro que reprimirá qualquer pessoa que lute pela liberdade do povo russo".




Polónia: Não há perdão para o Kremlin




O primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, escreveu hoje na rede social X: "Alexei, nunca te esqueceremos. E também nunca lhes perdoaremos".



Por sua vez, o ministro dos Negócios Estrangeiros polaco, Radoslaw Sikorski, acusou Putin de ser "responsável" pela morte da principal figura da oposição russa.




Estónia: PM condena "regime pária"




A primeira-ministra estónia, Kaja Kallas, condenou "o regime pária" russo, na sua opinião responsável pela morte de Alexei Navalny.
Letónia: Navalny "brutalmente assassinado pelo Kremlin"



O presidente letão, Edgars Rinkevics, culpou o regime do Presidente russo, Vladimir Putin, pela morte de Navalny, hoje na prisão, aos 47 anos.
Alexei Navalny "acaba de ser brutalmente assassinado pelo Kremlin, é um facto e é algo que é necessário que se saiba sobre a verdadeira natureza do atual regime da Rússia", escreveu Rinkevics na rede social X.










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Ocidente culpa Putin por morte de Navalny. Moscovo diz ser "inadmissível"

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Ucrânia: Putin tem de "prestar contas", diz Zelensky



O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, defendeu hoje que Putin "tem de prestar contas pelos seus crimes".



"É evidente para mim que [Alexei Navalny] foi morto, tal como milhares de outros que foram torturados até à morte por causa de uma só pessoa, Putin, que não se importa com quem morre desde que conserve o seu cargo", declarou Zelensky em Berlim.




Alemanha: Chanceler Scholz "muito triste"




O chanceler alemão, Olaf Scholz, lamentou hoje que o principal opositor russo tenha "pagado com a vida a sua coragem", declarando-se "muito triste".



"É horrível que uma voz corajosa, destemida e comprometida com o seu país tenha sido silenciada por métodos terríveis", reagiu também a ex-chanceler, Angela Merkel, afirmando-se "extremamente abalada".




Reino Unido: Uma "imensa tragédia" para o povo russo



O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, lamentou "a imensa tragédia" que representa para o povo russo a morte de Alexei Navalny, prestando homenagem à "coragem do mais feroz defensor da democracia" na Rússia.



França: "Ira e indignação", diz Macron



O presidente da República francês, Emmanuel Macron, expressou hoje "ira e indignação" pela morte da figura de proa da oposição russa.
"Na Rússia de hoje, os espíritos livres são metidos no gulag e aí condenados à morte", condenou Macron, numa mensagem publicada na rede social X.



Portugal: MNE português responsabiliza Putin pela morte de opositor



O ministro dos Negócios Estrangeiros português, João Gomes Cravinho, responsabilizou hoje o Presidente russo, Vladimir Putin, pela morte do opositor Alexei Navalny, assim como por muitas outras mortes, e admitiu a intensificação de sanções à Rússia.



"Temos aqui mais este caso trágico, de Alexei Navalny, uma figura de grande relevo na política russa, que teve a ousadia de desafiar Putin. Foi envenenado, esteve a recuperar durante algum tempo, quis regressar à Rússia, foi imediatamente preso e nos últimos tempos as notícias que fomos recebendo foram de prisões cada vez mais duras para Alexei Navalny, portanto é evidente que Putin é o responsável pela morte de Alexei Navalny, tal como é responsável por tantas outras mortes", disse o governante português.




Para a mulher de Navalny, Putin deve ser punido



A mulher do principal opositor russo, cuja morte foi hoje anunciada pelas autoridades russas, defendeu hoje que Putin deve "ser punido" pelas atrocidades cometidas contra Alexei Navalny.



A partir da Alemanha, Iulia Navalnaia reagiu à notícia da morte do marido afirmando que Putin deve ser "considerado pessoalmente responsável".




O prémio Nobel da Paz russo Dmitri Muratov condena "assassínio"




O diretor do jornal independente Novaia Gazeta, Dmitri Muratov, distinguido em 2021 com o prémio Nobel da Paz, escreveu hoje: "O assassínio foi acrescentado à sentença de Alexei Navalny".



Muratov publicou esta declaração no seu jornal, proibido na Rússia em 2022, na sequência da invasão russa da Ucrânia.




"Assassinato lento e público", diz Garry Kasparov



Para o antigo campeão de xadrez russo Garry Kasparov, Putin "assassinou lenta e publicamente" Navalny. "Putin não conseguiu matar Navalny rápida e secretamente ao mandar envenená-lo e, agora, assassinou-o lenta e publicamente na prisão", escreveu Kasparov na rede social X.



"Navalny foi morto por ter desmascarado Putin e a sua máfia como os vigaristas e os ladrões que são", acrescentou.



O ex-deputado da oposição russa Dimitri Gudkov acusa Putin do "assassínio" de Navalny



"A morte de Alexei Navalny é um assassínio. Realizado por Putin", declarou Gudkov nas redes sociais.



"Mesmo que Alexei tenha morrido de causas 'naturais', elas são consequência do seu envenenamento e, depois, da tortura na prisão", sublinhou.
Para o escritor russo Boris Akunin, Navalny "tornou-se imortal"



"Um Alexei Navalny assassinado será uma ameaça maior para o ditador que um Alexei Navalny vivo. O ditador já não pode fazer mais nada contra Navalny. Navalny está morto e tornou-se imortal. Ele acabará por enterrar Putin", declarou o escritor.



Boris Akunin é o pseudónimo de Grigori Chkhartishvili, um escritor nascido na Geórgia mas com cidadania russa que desde 2014 vive no exílio e foi incluído em janeiro deste ano pelo Ministério do Interior russo na lista de procurados.



Alexei Navalny, de 47 anos, morreu hoje numa prisão do Ártico para onde tinha sido recentemente transferido para cumprir uma pena de 19 anos sob "regime especial", segundo o serviço penitenciário federal da Rússia.



Ter-se-á sentido mal depois de uma caminhada, entrou em paragem cardiorrespiratória e os médicos da prisão e os dos serviços de socorro que acorreram à prisão não conseguiram reanimá-lo, indicou a direção do estabelecimento.



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Navalny. Autoridades russas avisam contra manifestações não autorizadas




As autoridades de Moscovo alertaram hoje os residentes da capital russa contra quaisquer manifestações não autorizadas, após o anúncio da morte do opositor do Kremlin Alexei Navalny.



Navalny. Autoridades russas avisam contra manifestações não autorizadas






"Organizar ou realizar reuniões não autorizadas, convocar e participar em tais eventos constitui uma infração administrativa", lembrou a Procuradoria-Geral de Moscovo, avisando que atuará "contra qualquer violação da lei".


Na Rússia, qualquer crítica pública ao poder é punível com prisão.


Em várias cidades do país, porém, os russos fizeram fila para depositar flores aos pés dos monumentos às vítimas da repressão política durante a URSS, em homenagem a Alexei Navalny.



Na ponte Bolshoi Moskvoretsky, a poucos passos do Kremlin, em Moscovo, as pessoas colocaram vasos de flores no local onde o opositor Boris Nemtsov foi morto em 2015.



No centro de Moscovo, as pessoas faziam fila para colocar rosas na Pedra Solovetsky, um monumento às vítimas da repressão política, mesmo ao lado de Lubyanka, a sede da polícia de informações soviética, KGB, agora FSB.



"Caros cidadãos, por favor, dispersem", gritou um agente da polícia através de um megafone, em imagens de um vídeo partilhado nas redes sociais.



Pelo menos um jovem foi detido pela polícia, por segurar uma placa onde estava escrito "Assassinos".



Em Kazan, cerca de 20 pessoas reuniram-se e colocaram flores junto a um retrato de Alexei Navalny.



Em Novosibirsk, na Sibéria, as forças de segurança fecharam completamente o perímetro à volta de um monumento às vítimas da repressão política.



Navalny, um dos principais críticos de Vladimir Putin, morreu na prisão, segundo o serviço penitenciário federal da Rússia.



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Mais de 100 pessoas detidas em protestos e vigílias por Navalny na Rússia


Do total de 101 detenções, a maioria (64) ocorreu na cidade de São Petersburgo.


Mais de 100 pessoas detidas em protestos e vigílias por Navalny na Rússia





Mais de cem pessoas foram detidas durante protestos e vigílias pela morte do opositor Alexei Navalny em várias cidades da Rússia. A informação é avançada pela organização não governamental (ONG) russa OVD-Info, que acompanha as detenções no país.



Do total de 101 detenções, a maioria (64) ocorreu na cidade de São Petersburgo. Seguem-se as cidades de Nizhny Novgorod (15) e Moscovo (11). Há ainda registo de detenções noutras cidades como Taganrod, Briansk, Krasnodar, Tver e Belgorod.



Ao longo da noite, tributos florais a Navalny colocados junto a vários memoriais foram removidos por grupos de desconhecidos enquanto a polícia observava, revelam vídeos e fotografias colocados nas redes sociais.



Em Moscovo, os tributos foram retirados de um memorial junto à sede dos serviços de segurança russos, mas de manhã já havia novamente flores no local.



No sábado, a polícia bloqueou o acesso a um memorial na cidade siberiana de Novosibirsk e deteve várias pessoas, segundo a OVD-Info.








Na sexta-feira, a mesma ONG informou que um jovem com um cartaz onde se lia "Assassinos" foi detido perto de um monumento a vítimas da repressão política na União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) no centro de Moscovo.



Outra moscovita foi levada para a esquadra policial quando protestava em frente ao Muro da Dor, erigido na avenida Sakharov, batizado com o nome do dissidente soviético e prémio Nobel da Paz Andrei Sakharov, físico nuclear. A jovem brandia um cartaz com a frase "Hoje morreu Alexei Navalny".




Alexei Navalny, de 47 anos, morreu na sexta-feira numa prisão do Ártico para onde tinha sido transferido em dezembro para cumprir uma pena de 19 anos sob "regime especial", segundo o serviço penitenciário federal da Rússia.



Ter-se-á sentido mal depois de uma caminhada, entrou em paragem cardiorrespiratória e os médicos da prisão e os dos serviços de socorro que acorreram à prisão não conseguiram reanimá-lo. Até ao momento, a equipa de Navalny não confirmou esta informação, mas destacados dirigentes ocidentais e apoiantes do opositor já se pronunciaram para responsabilizar Putin pela sua morte.




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Ucrânia vive situação mais precária desde início da invasão russa


A Ucrânia enfrenta a situação mais precária desde o início da invasão russa de 2022 e o envio de novo armamento para Kiev poderá ser insuficiente para reverter a situação, segundo vários analistas.


Ucrânia vive situação mais precária desde início da invasão russa





Participantes num debate organizado pelo International Crisis Group (ICG) com o tema "Dois anos de guerra na Ucrânia: os desafios atuais e o futuro da Europa", moderado por Olga Oliker, diretora para a Europa e Ásia central deste centro de estudos, quatro analistas abordaram sexta-feira os principais desafios enfrentados por Kiev e apoiantes ocidentais, e as alternativas que se perspetivam.




O analista ucraniano Simon Schlegel assinalou que, nos Estados Unidos, "os cálculos mais otimistas indicam que a Ucrânia apenas poderá garantir em 2024 entre metade e três quartos das munições de que necessita", apesar de prosseguir confrontada com uma longa linha da frente.



"Outro problema, o receio de não conseguir continuar a suster os ataques aéreos russos, em particular de mísseis, que suscitam uma crescente situação de insegurança", acrescentou.




Outros aspetos sublinhados foram a redução da ajuda externa, na perspetiva de uma deterioração da situação no terreno, os problemas acrescidos para a população civil, a maior pressão sobre os soldados colocados na linha da frente "que estão exaustos após dois anos", ou a necessidade de alterar a forma de mobilizar a população, "um desafio das novas chefias miliares mas que pode implicar a adoção de medidas impopulares".




"A Rússia tem muito mais capacidade de mobilização. Ainda existe um forte sentimento de resistência, mas os fundos para a pôr em prática estão a diminuir drasticamente", referiu.



Na perspetiva desta organização com sede em Bruxelas, fundada em 1995 e vocacionada para a pesquisa e análise de crises globais, as decisões e ações da liderança de Kiev num período crucial do conflito vão determinar o destino da Ucrânia e a segurança da Europa a longo prazo.



A alteração da situação no terreno, e quando permanece incerto o prosseguimento do apoio sustentado dos Estados Unidos, levou à nova "perceção" que existe na Rússia, defendeu o analista russo Oleg Ignatov.



"A perceção que existe na Rússia mudou desde o início de 2024 em comparação com a situação no verão de 2023. Agora existe mais confiança, com objetivos a serem alcançados, acreditam que a Ucrânia será incapaz de acumular os recursos suficientes para libertar territórios no futuro", afirmou.



O investigador também assegurou que a liderança do Kremlin "não valoriza muito a ajuda norte-americana, antes acreditam que o Exército russo se adaptou aos desafios colocados pelas forças ucranianas e que o quadro geral não será alterado mesmo que seja enviado mais apoio ocidental".



Ainda outra perceção que se instalou em Moscovo, segundo Ignatov, reside nos "crescentes problemas de mobilização da Ucrânia, que não conseguirá mobilizar mais soldados como conseguiu em 2022, e que esta vantagem da Rússia em homens e munições será um fator decisivo na guerra".



Para o analista, e atendendo ao exponencial aumento da produção militar interna, a liderança russa convenceu-se que "a estratégia de [Presidente ucraniano Volodymyr] Zelensky de libertação dos territórios não está a resultar".



A estagnação da crucial ajuda militar norte-americana a Kiev, numa situação em que o dinheiro "está a acabar" foi um dos aspetos sublinhados pela analista norte-americana Sarah Harrison, que recordou a necessidade da administração do Presidente Joe Biden recorrer a "fundos de emergência" para remediar a situação.



"No Congresso surgiu uma proposta para ajuda militar à Ucrânia, Israel e Taiwan, no início de fevereiro registou-se um princípio de acordo", mas o presidente da Câmara dos representantes, o republicano Mike Johnson, sugeriu que essa proposta poderia ser "bloqueada" por muito tempo.



"O problema é que [o ex-presidente Donald] Trump concorre de novo à presidência, opõe-se e encoraja os legisladores. É uma situação disfuncional, Biden tem de continuar a encorajar o Congresso, enquanto a maioria republicana na Câmara dos representantes entende não ser uma prioridade. Uma situação de impasse", afirmou.



Sarah Harrison assegurou ainda que existe equipamento, existem munições, bastando disponibilizá-las, e mesmo que "não exista magia para garantir dinheiro, com o Congresso a ter necessidade de fazer mais".



Para a analista norte-americana, a questão central consiste em garantir no imediato aquilo que a Ucrânia necessita, mas o problema reside da Câmara de Representantes. "É muito controlada por Trump e de momento está mais concentrada na fronteira sul", numa referência ao contencioso migratório que envolvem o vizinho México.



Perante o atual cenário, Alissa de Carbonnel, vice-diretora para a Europa e Ásia central do ICG, admitiu a existência de "algum sentido de alarme" nos líderes europeus. Recordou a recente visita do chanceler alemão Olaf Scholz a Washington, como já tinha feito o Presidente francês Emmanuel Macron, que confirmaram a urgência do momento.



"Não é fácil, após anos de negligência e de desinvestimento na área do armamento e quando existem fenómenos como a inflação que afetam as populações", susteve.



"Existem desacordos na Europa, com a emergência dos nacionalismos. Mas também um sentimento de urgência para tomar decisões, para garantir à Ucrânia o que necessita na linha da frente. A questão consiste em saber se vai continuar a existir unidade e entendimento, apesar da recente aprovação de uma ajuda de 50 mil milhões de euros para os próximos quatro anos", recordou.



Numa perspetiva estratégica, e regressando aos objetivos da Rússia, Oleg Ignatov destacou que o seu principal objetivo consiste em garantir e aprofundar a atual situação no terreno.



"Moscovo considera que as eleições EUA não vão afetar muito a Rússia, que o problema não é de personalidades mas de reconhecimento dos interesses da Rússia", frisou.



"Caso a administração Biden conclua que a estratégia é insustentável, também assinalam que gostariam de assistir a uma alteração das posições da Casa Branca. A um diálogo entre as duas partes, como sucedeu entre Washington e Moscovo durante a presidência de Donald Trump em 2017, mesmo sem muitos resultados. A Rússia não esconde pretender de novo um diálogo direto com os EUA", disse ainda.



O analista retomou outros argumentos do Kremlin, que sempre tem referido que esta guerra acabará com negociações, com envolvimento direto de Washington.



"Está rejeitada a ocupação de Kiev ou Lviv, e como referiu recentemente [o Presidente russo Vladimir] Putin é impossível a Ucrânia ou o ocidente vencerem esta guerra, sendo necessário negociar com o Governo russo, e sem outro interlocutor".



Em caso de diálogo, a Rússia irá insistir nas suas reivindicações de princípio face à Ucrânia: impedir a militarização, limitar o número de tropas, e das armas que poderá possuir.



"Mas a ideia chave é manter a neutralidade e não-alinhamento da Ucrânia, como antes de 2014. E isso é da responsabilidade da Ucrânia, alterar a Constituição e tornar-se num Estado neutral", mesmo que apenas admitam um cessar-fogo "quando terminar assistência militar do ocidente à Ucrânia", adiantou Ignatov.



Caso contrário, sustentou, a Rússia assegura que, sem negociações, "a guerra vai prosseguir e que o Exército prosseguirá a ofensiva o tempo que for necessário".



A "não-interferência" do ocidente em outras regiões pós-soviéticas em particular na Geórgia e Moldova, constitui outra reivindicação. "A Moldova é importante, a Rússia quer garantias de segurança para as suas tropas. Terá de ser também um Estado neutral, vão exigi-lo".



Pelo contrário, Ignatov exclui qualquer ação militar russa no Báltico ou a países integrados na aliança militar ocidental. "É muito difícil imaginar um ataque da Rússia a país da NATO, o seu poder aéreo é medíocre, tem muitas desvantagens em armas modernas. Não pensam em suicídio, isso é claro".



Num regresso aos atuais desafios de Kiev, após uma alteração radical nas chefias militares, Simon Schlegel, admitiu na sua segunda intervenção "num novo começo, uma nova divisão de tarefas", mas com o prosseguimento dos constrangimentos.



"Não haverá no curto prazo contraofensiva como sucedeu no verão de 2022. A mobilização será inferior aos 500.000 soldados previamente pedidos. E será aplicada uma forma mais económica de utilizar os soldados no campo de batalhas, como tem sido sugerido com crescente utilização de 'drones' e outro tipo de armamento", disse.




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Retirada do exército de Avdiivka foi uma "decisão justa", diz Zelensky


A retirada do exército ucraniano da cidade Avdiivka foi uma "decisão justa" para "salvar o maior número de vidas possível", numa altura em que os soldados lutam para resistir ao ataque das tropas russas, defendeu hoje o presidente ucraniano.



Retirada do exército de Avdiivka foi uma decisão justa, diz  Zelensky





"Foi uma decisão profissional para salvar o maior número de vidas possível (...) foi uma decisão justa", sublinhou Volodymyr Zelensky na Conferência de Segurança de Munique, no sul da Alemanha.


Durante o seu discurso, Zelensky afirmou que as ações das tropas do seu país na linha da frente são limitadas apenas pela falta de munições e mísseis de longo alcance do Ocidente, permitindo à Rússia adaptar-se à situação no campo de batalha.



"As nossas ações são limitadas apenas pela eficácia e pelo alcance das nossas forças. Avdivka é o teste", afirmou, após as tropas de Kiev se retiraram da cidade oriental na noite de sexta-feira.



"A Ucrânia demonstrou que pode forçar a Rússia a retirar-se e que é capaz de restabelecer as regras. Podemos recuperar o nosso território e (o Presidente russo Vladimir) Putin pode perder, o que já aconteceu mais do que uma vez no campo de batalha", reforçou.



Zelensky sublinhou ainda que "manter a Ucrânia artificialmente desprovida de armas, em particular de artilharia e de capacidades de longo alcance, permite a Putin adaptar-se à atual intensidade da guerra".



Na sua intervenção na conferência, o presidente ucraniano renovou o convite ao ex-presidente norte-americano e favorito à reeleição pelo Partido Republicano Donald Trump para visitar a Ucrânia, oferecendo-se para acompanhá-lo pessoalmente à zona de combate para entender melhor a guerra.



"Se o Sr. Trump vier, estou até disposto a ir com ele para a linha da frente", disse Zelensky durante um discurso na Conferência de Segurança de Munique.




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Piloto russo desertor encontrado morto em Espanha


Um piloto russo que desertou em agosto passado para se entregar ao Exército ucraniano com o helicóptero que pilotava foi encontrado morto em Espanha, informou hoje o jornal ucraniano Kyiv Post.



Piloto russo desertor encontrado morto em Espanha





A morte do piloto foi confirmada pelo representante dos serviços secretos militares ucranianos (GUR), Andri Yusov, que indicou não se poder "confirmar o motivo" da morte, e sem mencionar o local onde Maxim Kuzminov foi encontrado.



Fonte do GRU declarou ao Ukrainska Pravda, outro 'media' ucraniano, que o piloto foi morto a tiro.




Segundo a mesma fonte, perto da sua residência foi encontrado um automóvel calcinado que poderá ter sido utilizado pelos perpetradores.
Segundo a fonte do GUR, Kuzminov optou por viver em Espanha em vez de se fixar na Ucrânia.




A deserção do russo foi divulgada em setembro passado quando o GUR ucraniano publicou imagens onde o piloto, então com 28 anos, indicava como foi contactado pelos serviços secretos militares inimigos, que lhe ofereceram a deserção para o lado ucraniano a troco de dinheiro e proteção.




O vídeo demonstra Kuzminov a aterrar ao comando do seu helicóptero Mi-8 numa base militar da região de Kharkiv, leste da Ucrânia e junto à fronteira com a Rússia.




Na ocasião, e segundo referiu Kirilo Budanov, então chefe do GUR ucraniano, Kuzminov cruzou a fronteira voando a baixa altitude, para escapar à deteção de radares, juntamente com outros membros da tripulação que não sabiam dos planos do piloto, e que foram mortos quando tentaram fugir após a aterragem.



Nas suas declarações, Budanov também assegurou que a inteligência militar ucraniana conseguiu retirar da Rússia a família do piloto desertor.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, desencadeada em 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).



Os aliados ocidentais da Ucrânia têm fornecido armas a Kyiv e aprovado sucessivos pacotes de sanções contra interesses russos para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra.




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Kyiv acusa Rússia de execução de seis prisioneiros em Avdiivka


O Exército ucraniano disse hoje que a Rússia executou seis soldados que estavam feridos e que não foram retirados de Avdiivka, acusando Moscovo de violação do acordo alcançado sobre a saída de militares.



Kyiv acusa Rússia de execução de seis prisioneiros em Avdiivka





Os familiares identificaram três soldados ucranianos, Georgiy P., Andriy D. e Ivan Z., no vídeo divulgado por fontes russas pouco depois da captura da posição fortificada "Zenith" no sudeste da cidade do leste da Ucrânia.


Posteriormente os familiares informaram a 110.ª Brigada do Exército ucraniano através das redes sociais.


A brigada identificou mais dois soldados como Oleksandr Z. e Mykola S., enquanto a identidade do sexto militar permanece desconhecida, de acordo com um comunicado emitido na segunda-feira.



Os soldados gravemente feridos e desarmados não puderam ser retirados devido a "bombardeamentos incessantes da aviação inimiga (russa) e ataques de artilharia, bem como ataques constantes de 'drones' a veículos e bombardeamentos contra as rotas de retirada", referiu a brigada ucraniana.



"O inimigo [soldados russos] informou os coordenadores deste processo que concordou em retirar os nossos feridos e prestar-lhes assistência e, no futuro, trocá-los (de regresso à Ucrânia)", disse a brigada das forças de Kyiv.



Mais tarde um vídeo publicado nas redes sociais russas mostrava vários soldados deitados no chão, manchados de sangue e com as mãos atadas atrás das costas.



De acordo com os meios de comunicação ucranianos, amigos e familiares dos soldados assassinados identificaram-nos com a ajuda de tatuagens, roupas e objetos.



A irmã de um deles, Ivan Z., disse que estava a falar com o militar por videoconferência quando os soldados russos entraram no hospital improvisado na posição capturada.




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Opositor russo Kara-Murza preso na Sibéria apela à luta pela democracia


O opositor Vladimir Kara-Murza que se encontra detido na Sibéria apelou hoje aos russos para não "desesperarem" e continuarem a lutar pela democracia, referindo-se à morte de Alexei Navalny na prisão.



Opositor russo Kara-Murza preso na Sibéria apela à luta pela democracia





"Ainda não consigo compreender o que aconteceu, nem racional nem emocionalmente. Mas se cedermos à tristeza e ao desespero, é exatamente isso que eles querem. Não temos o direito de o fazer, devemos isso aos nossos camaradas que caíram", disse Kara-Murza durante uma audiência em tribunal por videoconferência.


Vladimir Kara-Murza, amigo de Alexei Navalny, era também próximo de Boris Nemtsov, um opositor político morto perto do Kremlin, Moscovo, em 2015.



Kara-Murza conseguiu transmitir uma mensagem publicada nas redes sociais pela equipa que o acompanha, na passada terça-feira.



"A responsabilidade pela morte de Alexei Navalny é de Vladimir Putin, uma vez que Alexei era um prisioneiro pessoal (do chefe de Estado)", escreveu.



"Um velho vingativo, medroso e ganancioso mantém o domínio da morte destruindo tudo o que considera ser uma ameaça ao poder", acrescentou o opositor, referindo-se ao Presidente Vladimir Putin.



Kara-Murza, cidadão russo-britânico, foi condenado a 25 anos de prisão depois de ter sido acusado de traição, de divulgar "informações falsas" sobre o Exército russo e de manter ligações com uma "organização indesejável".



Esta sentença é a pena mais pesada imposta a um opositor na história recente da Rússia.



De acordo com os apoiantes, o estado de saúde de Kara-Murza é muito frágil, devido ao facto de ter sido envenenado duas vezes no passado.



Na última mensagem, afirma ter tomado conhecimento da morte de Alexei Navalny através do recetor de rádio que tem na cela, no passado dia 16 de fevereiro, altura em que a administração penitenciária da Rússia emitiu um breve comunicado anunciando a morte do principal opositor de Vladimir Putin.



Da prisão na Sibéria, Kara-Murza expressou esperança.



"Fazer da Rússia um país normal, livre e democrático europeu (...) Alexei (Navalny) disse: 'Não desistas. É impossível desistir'", afirmou Kara-Murza.





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Força Aérea reivindica abate de avião de deteção e vigilância russo


A Força Aérea ucraniana reivindicou sexta-feira o abate de um avião de deteção, vigilância e de comando russo, num momento em que as forças de Kyiv registam dificuldades nos combates.



Força Aérea reivindica abate de avião de deteção e vigilância russo





"Graças a uma operação conjunta de inteligência do Ministério da Defesa e da Força Aérea ucraniana, outra valiosa aeronave russa A-50U foi abatida sobre o mar de Azov", divulgou o ministério da Defesa ucraniano.



"A destruição do A-50U durante o voo é outro golpe sério no potencial e nas capacidades de Moscovo", acrescentou a mesma fonte, citada pela agência France-Presse (AFP).



Moscovo não confirmou de imediato esta informação, mas as autoridades da região de Krasnodar, perto da Ucrânia, no sul da Rússia, revelaram que os serviços de socorro estavam a dirigir-se para o local da queda do avião.



O A50 é um dispositivo equivalente ao Awacs (sistema de Alerta e Controlo Aéreo) dos países da NATO.



Ambos são facilmente reconhecíveis pelo grande radar instalado acima da fuselagem. Segundo dados da empresa privada de inteligência britânica Janes, os russos tinham dez modelos mais antigos e sete mais modernos (A-50U), recentemente renovados e em serviço.




Vídeos nas redes sociais mostram vários flashes de luz brilhante no céu e, de seguida, um grande incêndio no que parece ser uma área rural.
A Ucrânia já tinha anunciado em janeiro que tinha abatido um avião deste tipo na mesma zona.



O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky pediu hoje aos aliados ocidentais que entreguem rapidamente novos sistemas de defesa aérea e aviões de caça.



Enfraquecido pelo fracasso da sua contraofensiva de verão e pela crescente falta de munições e de soldados, o Exército ucraniano enfrenta uma situação extremamente difícil na frente e foi obrigado, na semana passada, a ceder a cidade-fortaleza de Avdiivka, no leste, depois de meses de duros combates com as forças russas.



Zelensky explicou hoje que os atrasos nas entregas de armas contribuíram para o fracasso da contraofensiva de Kyiv no verão de 2023.



A Ucrânia tem contado com ajuda financeira e em armamento dos aliados ocidentais desde que a Rússia invadiu o país, em 24 de fevereiro de 2022.



Os aliados de Kyiv também têm decretado sanções contra setores-chave da economia russa para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra na Ucrânia.



O conflito provocou a destruição de importantes infraestruturas em várias áreas na Ucrânia, bem como um número por determinar de vítimas civis e militares.




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Deixar cair a Ucrânia "vai ter consequências para todo o mundo"


No dia em que passam dois anos desde a invasão da Ucrânia pela Rússia, a professora ucraniana Mariya Yukhymenko avisou que deixar cair a ajuda ao país terá impacto mundial e afetará os Estados Unidos.



Deixar cair a Ucrânia vai ter consequências para todo o mundo




"Não aprovar um novo pacote de ajuda terá consequências não apenas para os ucranianos mas para todo o mundo, incluindo os Estados Unidos", disse à Lusa a professora de investigação e estatística da Universidade Estadual da Califórnia, em Fresno (sudoeste).



"Quer as consequências sejam diretas ou indiretas, afetarão toda a gente", acrescentou.



Yukhymenko considerou "frustrante" o impasse sobre mais ajuda à Ucrânia e indicou que a recente queda da localidade de Avdiivka é um dos resultados da diminuição de recursos enviados à resistência ucraniana.



"Partilho dos receios sobre o que aconteceu em Avdiivka. Não quero chamar-lhe um ponto de viragem, mas de certa forma é isso, pelo menos de forma simbólica", afirmou.



A docente, radicada na Califórnia, é natural de Chernihiv, uma das primeiras cidades cercadas pela Rússia após a invasão em larga escala.



A casa onde cresceu e onde os pais moravam foi danificada no quarto dia de ataques por um míssil lançado a partir da Bielorrússia.


Yukhymenko conseguiu ajudá-los a fugir para um país da Europa Ocidental com auxílio de amigos, apesar do medo e idade avançada.



"Fugiram por sua conta e risco, porque não havia rota de evacuação", contou. "Havia um avião russo a sobrevoar a estrada onde seguiam e não sabiam o que o piloto poderia fazer", recordou



A irmã e sobrinhas permaneceram em Chernihiv e relatam alertas de raides diários, além de terem passado um ano com cortes de eletricidade durante 18 horas por dia.



"Pessoalmente, antecipo que isto vai levar vários anos", indicou a professora, referindo que a invasão inicial da Ucrânia, com a anexação ilegal da Crimeia, aconteceu há dez anos.



"Penso que o objetivo último de Putin e da Rússia é anexar a Ucrânia", salientou. "Creio que nunca admitiram que a Ucrânia tem um povo distinto e a sua própria cultura", lamentou.



Yukhymenko cresceu a falar russo durante a União Soviética, porque a língua ucraniana era proibida. Só com a independência do país surgiram os primeiros canais de televisão em ucraniano.



Essa experiência, explicou, dá-lhe agora a possibilidade de perceber como a narrativa russa é espalhada pelo mundo.



"Estou preocupada com a difusão, volume e força da propaganda russa", afirmou a docente. "Sendo alguém que nasceu durante a União Soviética, consigo compreender como a propaganda pode ser usada e espalhada de forma maciça", continuou. "Esta propaganda está a ser espalhada não só em círculos específicos nos Estados Unidos, de forma estratégica, mas também na Europa", alertou.



Um dos resultados é o bloqueio à ajuda para a Ucrânia.



Por outro lado, Yukhymenko acredita que o conflito Israel-Hamas tem influência russa. "O que está a acontecer no Mar Vermelho distrai a atenção das pessoas e canaliza recursos dos Estados Unidos", frisou, referindose aos ataque dos rebeldes Huthis do Iémen contra navios, em solidariedade com Gaza.



A professora rejeitou a ideia de que enviar armas e ajuda para a Ucrânia é negativo para o país.



"Os Estados Unidos não perdem recursos ao doar armas que já são antigas", considerou. "Na verdade é benéfico, tanto doar armas usadas como novas", acrescentou.



Também a Casa Branca e outros especialistas têm defendido que o envio de armamento beneficia os fabricantes de armas norte-americanos e o auxílio contribui economicamente para empresas domésticas.



Olhando para o futuro, Mariya Yukhymenko não acredita que a solução seja "a Ucrânia ceder o seu território", sublinhou. "Espero que a Ucrânia o defenda e recupere o que foi anexado ilegalmente em 2014", adiantou.



"Quero que esta guerra termine. Quero os russos fora da Ucrânia", afirmou. "Não são bem-vindos", concluiu.




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