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Dois trabalhadores portugueses incontactáveis no Haiti

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RoterTeufel

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Autoridades falam em milhares de mortos
Dois trabalhadores portugueses incontactáveis no Haiti

A assessoria de imprensa do Gabinete de Emergência Consular do Ministério dos Negócios Estrangeiros confirmou ao 'Correio da Manhã' que cinco portugueses encontram-se no Haiti em trabalho. Quatro deles peretencem a Organizações Não Governamentais (ONG) e a jornalista, Mariana Palavra, da rádio de missão da ONU (Minustah). Dois deles estão incontactáveis. Os restantes confirmaram que estão bem, apesar do susto.

EMBAIXADA: CERCA DE 12 PORTUGUESES ESTÃO NA REGIÃO

Luís da Silva Barreiros, embaixador de Portugal em Havana, que faz a representação no Haiti, garante que há cerca de 12 portugueses na zona oeste do país, devastado terça-feira por um forte sismo de magnitude 7,0 na escala de Richter. O diplomata explicou à agência Lusa que nada sabe sobre os portugueses, uma vez que os 'contactos têm sido impossíveis'.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) português já disponibilizou dois números de atendimento permanente para os cidadãos que pretendam obter informações sobre familiares e amigos que se encontrem no Haiti.

A Protecção Civil aconselha a contactar o Gabinete de Emergência Consular do MNE através dos números: 707 20 20 00/961 706 472.

ABALO CHEGA AOS AÇORES

O violento sismo que atingiu o Haiti foi registado na rede sismológica dos Açores cerca de oito minutos de ter sacudido o país das Caraíbas.

Segundo Teresa Ferreira, do Centro de Vulcanologia e Avaliação de Riscos Geológicos da Região (CVARG), o abalo foi registado mas com amplitude mínima.

MAIS DE 47 RÉPLICAS

De acordo com a estação britânica Sky News, o território afectado já registou mais de 47 réplicas. Sabe-se que pelo menos as duas primeiras, de 5,9 e 5,5 na escala de Richter, foram sentidas também nos países vizinhos: República Dominicana, Cuba e Bahamas.

Henry Bahn, membro do Ministério da Agricultura dos Estados Unidos, em visita oficial ao país, adiantou que várias casas caíram numa ravina provocada pelo sismo.

“Todas as pessoas estão em pânico. Isto está um caos”, reforçou Bahn, acrescentando que o céu está “cinzento devido à nuvem de pó”.

O Instituto Geológico Norte-Americano afirmou que o epicentro do sismo ocorrido às 16h53 (21h53 em Lisboa) está localizado a cerca de 15 quilómetros a oeste de Port-au-Prince, capital do país.

De acordo com as últimas informações, entre os edifícios que ruíram encontram-se os ministérios das Finanças, dos Trabalhos Públicos, da Comunicação e Cultura, bem como o Palácio da Justiça, a Escola Normal Superior, um hospital de Petionville, nos arredores da capital, e o Palácio Nacional, que acolhe a presidência do país.

O único hospital cirúrgico gratuito do Haiti ficou fortemente danificado pelo abalo. Ainda assim, o serviço, gerido pela organização humanitária Médicos Sem Fronteiras (MSF), tem estado a receber uma grande afluência de feridos ao centro de urgências.

O embaixador do Haiti em Washington informou que tanto o presidente da República, René Préval, como a mulher estão a salvo.

AUTORIDADES FALAM EM CENTENAS OU MESMO MILHARES DE MORTOS

O balanço do número de vítimas é ainda incerto, mas as autoridades estimam que haja centenas ou milhares de mortos, assim como de soterrados, dado o cenário de catástrofe em todo o país.



Entre as vítimas mortais já estão confirmados onze capacetes azuis brasileiros, o chefe de missão da ONU no Haiti, o tunisino Hedi Annabi, e a fundadora da associação Pastoral da Criança, a médica Zilda Arns. Estão ainda desaparecidos sete militares.



O Ministro da Defesa do Brasil, Nelson Jobim, parte ainda hoje para Port-au-Prince para prestar apoio aos cerca de 1300 militares que estão no terreno.



Entretanto, a Federação Internacional da Cruz Vermelha afirmou que cerca de três milhões de pessoas foram afectadas pela devastação causada pelo sismo.



Elmer Crato, porta-voz da missão filipina das Nações Unidas, afirmou a uma televisão local que estão 'a ser recuperados muitos corpos, mas também há muitos feridos vivos'.



De acordo com o secretário de Estado francês para a recuperação, Alain Joyandet, há cerca de 200 pessoas dadas como desaparecidas, só na zona de um grande hotal de Port-au-Prince, que desmoronou na sequência do forte abalo.



'As mortes serão contadas às centenas quando for possível elaborar um balanço', declarou um médico, também ele ferido no braço esquerdo e coberto de sangue.



Os diplomatas norte-americanos no local 'viram numerosos corpos nas ruas e sobre os passeios, que foram atingidos pelos destroços', declarou Philip Crowley, porta-voz do departamento de Estado dos EUA.



'Incontestavelmente, há inúmeras mortes', acrescentou.



Um habitante da capital do país revelou que o centro de Port-au-Prince “está destruído, é uma verdadeira catástrofe'.



Por seu turno, Lane Hartill, um responsável da organização não-governamental norte-americana Catholic Relief Services descreveu uma situação 'de caos' e diz temer 'milhares de mortos'.



'É o caos, há muita poeira que se acumula na cidade, as casas ruíram. Ele considera que milhares de pessoas podem ter morrido', declarou, acrescentando que este foi “o pior tremor de terra que alguma vez sentiu'.


Fonte Correio da Manhã
 
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