Cena de terror no parque do casino
Os irmãos John, 31 anos, e Norberto, 27, acompanhados pelo primo Nuno, de 30 anos, residentes na freguesia de Santa Bárbara de Nexe (Faro), queixam-se de terem sido selvaticamente agredidos no parque de estacionamento do casino de Vilamoura por um grupo de cerca de vinte indivíduos. "Pensei que nos iriam matar à pancada", confessa ao CM John que, por receio, esconde a cara e o apelido.
Feridas na cara e na cabeça das vítimas demonstram a violência das agressões de que foram alvo
O incidente ocorreu no domingo cerca das 05h30 quando os três amigos saíam da discoteca Black Jack, no casino de Vilamoura. "Meia dúzia de indivíduos começou a meter-se connosco e a insultar-nos", conta John, que garante não ter ripostado.
Isso, no entanto, não impediu que, num ápice, se vissem rodeados por mais elementos do grupo. "Apareceram dois carros e vimo--nos cercados por duas dezenas de brancos, negros, brasileiros e portugueses, que nos agrediram a soco e pontapé", conta.
"Foi uma agressão gratuita mas na aflição disponibilizámo-nos logo a dar-lhes os nossos haveres, pedindo-lhes apenas que não nos batessem", diz a vítima.
Rapidamente, ficou sem a carteira com documentos e cerca de cem euros. "Durante as agressões faziam questão em aterrorizar--nos. Diziam que não iríamos sair vivos dali", diz John.
Enquanto os três familiares, ensanguentados, com as roupas rasgadas, as cabeças partidas e diversos hematomas por todo o corpo, tentavam proteger-se, as duas raparigas que os acompanhavam pediam socorro no casino (ver caixa). "Só com a chegada da GNR acabou o nosso pesadelo", diz John, que jura tão depressa não voltar "a sair à noite".
REFORÇO DA GNR FOI SALVAÇÃO
Os elementos do grupo agressor não atacaram as duas raparigas que acompanhavam as três vítimas, ignorando a sua presença.
As jovens começaram por gritar por socorro e depois foram procurar ajuda. "Contactaram os GNR que estavam à porta do casino que lhes disseram que estavam a efectuar serviço gratificado, pelo que não podiam sair do local, mas que iam pedir reforços", afirma John.
Passado algum tempo, chegou o Corpo de Intervenção, o que originou a debandada do grupo. "Deviam ter elementos de vigilância nos acessos. Pouco antes da chegada da força, acabaram as agressões e debandaram", explica.
Uma busca efectuada nas redondezas não permitiu às autoridades detectar os suspeitos.
CM