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Notícias Visita de Macron a Marrocos gera críticas virulentas na imprensa estatal argelina

Roter.Teufel

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Visita de Macron a Marrocos gera críticas virulentas na imprensa estatal argelina

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Em causa está um conflito entre Marrocos e Rabat sobre uma antiga colónia espanhola.

A imprensa estatal argelina criticou esta quarta-feira duramente a visita oficial do Presidente francês a Marrocos, na qual Emmanuel Macron manifestou "forte apoio" à "soberania marroquina" sobre o Saara Ocidental.

"Macron desrespeita o direito internacional" ou "uma visita nas costas do povo sarauí" são algumas manchetes no diário argelino, em francês, El Watan, em árabe, Ecchorouk, próximo do Governo, e no portal noticioso TSA, que refletem a posição das autoridades de Argel, que, contudo, ainda não se pronunciaram oficialmente.

A antiga colónia espanhola, da qual Marrocos controla cerca de 80% e que é alvo de um conflito há meio século entre Rabat e o movimento de libertação liderado pela Frente Polisário, apoiados pela Argélia, é considerada um "território não autónomo" pela ONU.

Sob o título "Macron desrespeita o direito internacional", o El Watan recorda que o apoio mais forte anunciado por Paris, no final de julho, a um plano de autonomia para o território proposto por Rabat "não ficou sem consequências na Argélia, provocando uma crise profunda entre os dois países".

Para o El Watan, com o seu discurso perante o Parlamento marroquino na terça-feira, em que afirmou que o "presente e o futuro" do território "se inscrevem no quadro da soberania marroquina", "Macron está a acrescentar mais uma camada... correndo o risco de cortar definitivamente o fio de Ariadne que ainda o prende em Argel".

O diário argelino, estatal, recorda que Argel ordenou a retirada do embaixador em Paris, "com efeito imediato", assim que o anúncio francês foi feito no final de julho, que a Argélia denunciou como contribuindo para "consolidar o facto consumado colonial (marroquino) neste território".

O diário cita representantes sarauís que insistem na realização de um referendo de autodeterminação sob a égide da ONU, acordado durante o cessar-fogo de 1991 mas nunca realizado.

Para o portal de notícias argelino em língua francesa TSA, a aproximação entre a França e Marrocos "foi conseguida à custa do povo sarauí e sob o impulso de lóbis franceses hostis à Argélia".

No entanto, para este órgão de comunicação social francófono, em troca do apoio dado a Marrocos, Macron "terá de partir com as malas quase vazias" e trata-se de um "negócio de tolos" porque a posição francesa sobre o Sahara Ocidental é "simbólica, sem qualquer valor jurídico".

A recente decisão do Tribunal de Justiça da União Europeia, que anulou os acordos agrícolas e de pesca entre Marrocos e a EU, recorda a todos que não são os Estados que decretam a "soberania sobre os territórios".

"Quanto a Marrocos, não é insultuoso dizer que tem pouco a oferecer [a França], porque o reino não é nem um mercado de consumo nem um 'El Dorado' para as empresas francesas', segundo a TSA.

Para o diário de língua árabe Ecchorouk, próximo do Governo de Argel, "nenhum dos objetivos de Macron nas suas relações com Argel foi atingido".

"Apesar das tentativas de aproximação do Presidente francês com a Argélia desde 2020 (...) Paris continua a perder os poucos interesses económicos que lhe restam", conclui.

Terça-feira, no segundo dos três dias da visita oficial a Marrocos, Macron reafirmou no Parlamento o apoio à soberania marroquino sobre o Saara Ocidental, algo quer tinha já afirmado em julho passado.

"Esta posição não é hostil a ninguém", afirmou o Presidente francês em resposta às críticas da Argélia, que apoia o movimento de libertação sarauí, liderado pela Frente Polisário, num território contestado e administrado por Marrocos desde 1975.

"E também digo aqui com toda a veemência que os nossos operadores e as nossas empresas apoiarão o desenvolvimento destes territórios através de investimentos e de iniciativas sustentáveis e solidárias em benefício das populações locais", acrescentou Macron.

Depois de os Estados Unidos terem reconhecido a soberania marroquina sobre o território, Rabat intensificou a pressão sobre a França para que lhe seguisse o exemplo.

Correio da Manhã
 
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