... acerca da escravatura!
Desculpem o atrazo da minha resposta mas só hoje me tornei membro desta comunidade e é que como ando por aqui como "uma salteadora da arca perdida" lá vou, acolá e além, encontrando temas ou tópicos que valem bem o tempo que demoram a ler.
Assim, reflectindo acerca de escravatura é óbvio que se deve ao Marquês de Pombal, homem muito controverso, tão amado quanto odiado, o início do começo do seu fim, pelo menos duma forma legal, ao tornar livres todos os filhos de escravos que pisassem terra portuguesa, para ser definitivamente abolidada pela primeira Constituição Liberal de 1822.
Contudo, sociedades esclavagistas sempre as houve desde que o homem foi homem e se inicialmente apenas os escravos eram os prisioneiros de guerra, na Antiguidade clássica ela torna-se numa prática mais bem elaborada; mas ser escravo na Grécia não era ipsis verbis que sê-lo na Roma Antiga onde o custo da liberdade passava muitas vezes por essas negras cenas de gladiadores em plena arena.
A sociedade medieval nascente toda ela unificada sobre o lema do cristianismo, continua a admitir estes a que junta um sem número de servos da gleba, que grosso modo eram tidos como fazendo parte integrante dos extensos domínios senhoriais ao ponto de que se a terra fosse vendida, eles eram conjuntamente vendidos com ela.
Com o Renascimento e decorrentes das descobertas quatrocentistas portuguesas implanta-se mais acerrimamente uma escravatura altamente lucrativa que tem como protagonistas os negros que de África eram levados para os engenhos do acúçar no Brasil.
Claro que Portugal nunca esteve sozinho neste sistema de exploração do homem pelo homem e, muito embora a França de 1789 tivesse gritado a Liberdade, a Igualdade, A Fraternidade com a Revolução Francesa, Portugal foi pioneiro nestas questões de liberdade.
Mas se falármos doutro tipo de escravatura que ainda hoje subsiste, então terei que chamar ao terreiro as mulheres de todos os tempos... é que, apesar de estarmos no século das amplas liberdades e sem se verem já as velhas correntes ou os cintos de castidade que lhes tolhiam a liberdade, posso garantir-vos que dentro de muitos dos nossos lares ainda hoje existe escravatura encapuçada ao remeter a mulher para tarefas como o lavar, engomar, cozinhar, vestir os filhos e tantas outras sem ter de seu 5 euros que sejam para comprar o que quer que seja.
Mais que a outra, embora continue a subsistir nas muitas crianças que trabalham em minas e outros trabalhos de que nem é bom falar, esta escravatura pintada de modernismo não deixou, todavia, de existir.
Lilinha escreveu uma brevíssima resenha histórica acerca da horrenda palavra - escravatura.