- Entrou
- Jun 7, 2009
- Mensagens
- 494
- Gostos Recebidos
- 0
Associação diz que há cada vez mais pessoas a receber formação para ler através do tacto
Há cada vez mais pessoas sem qualquer problema de visão a aprender braille. Só no ano passado, a Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal (Acapo) ensinou mais de uma centena de alunos e alguns aprenderam a ler apenas em uma semana. No entanto, a maioria usa os olhos e não o tacto para o fazer.
"Mais do que aquele pequeno fascínio de querer conhecer uma coisa nova, nota-se um interesse real da comunidade em conhecer o sistema", disse à Lusa Rodrigo Santos, director da Acapo, a propósito do Dia Mundial do Braille, que hoje se assinala.
Há cerca de cinco anos, a Acapo começou a dar cursos de braille para pessoas sem qualquer deficiência visual. Só no ano passado, diz Rodrigo Santos, mais de uma centena de portugueses quis aprender o sistema de leitura criado por Louis Braille há mais de 180 anos. Um alfabeto cujos caracteres se indicam por pontos em relevo e onde a leitura se faz através do tacto .
Mas estes alunos não lêem apenas com a ponta dos dedos, "a maior parte usa os olhos", explica aquele responsável, lembrando que esta é uma "vantagem", já que não é preciso ganhar sensibilidade táctil para conseguir ler.
A partir dos seis pontos salientes, é possível fazer 63 combinações que podem representar letras simples e acentuadas, pontuações, algarismos, sinais algébricos e notas musicais que integram o sistema de braille.
Depois, existe toda uma lógica que é preciso perceber. "Não basta decorar, é preciso perceber-se a lógica do sistema e algumas regras", explica Rodrigo Santos.
Apesar de parecer muito complicado ao olhar de um leigo, uma semana pode ser suficiente para uma pessoa conseguir dominar na perfeição este alfabeto.
"Há cursos em horário pós-laboral que demoram entre três semanas a um mês. Um curso intensivo em geral é de uma semana a quinze dias", diz o responsável.
Estes alunos querem aprender porque "precisam de contactar com pessoas cegas", mas também porque "querem estar aptos para o conseguir fazer".
Além do aumento de pedidos de formação, a Acapo tem tido também mais pedidos de produção em braille por parte de empresas privadas e organismos públicos. No entanto, lamenta Rodrigo Santos, "ainda há pouca pro- dução", porque "não há muita sensibilização" para a necessidades dos deficientes visuais.
A Acapo tem, por exemplo, colaborado com a indústria farmacêutica na revisão dos textos em braille, que integram as embalagens de medicamentos. Uma obrigação legal que ainda não é cumprida por muitos laboratórios denuncia (ver texto ao lado).
Em Portugal estima-se que existam cerca de 163 mil pessoas com alguma deficiência visual, de acordo com os últimos dados dispo-níveis, do Censos de 2001. No entanto, estes números parecem não sensibilizar a sociedade para uma verdadeira mudança de hábitos.
"Felizmente o panorama vem mudando, mas é uma mudança lenta", diz o responsável. E sublinha que ainda há muita informação que continua a não estar acessível a quem tem problemas de visão.
"Ainda recebo em casa muita correspondência de organismos públicos que não vem em braille", critica o director da associação de cegos.
Rodrigo Santos lembra que o método de braille é o meio universal de leitura e escrita das pessoas com deficiência visual.
E que este é fundamental: "Representa a nossa porta para a alfabetização e para uma comunicação escrita que está omnipresente", conclui
Fonte: Diário de Noticias
Há cada vez mais pessoas sem qualquer problema de visão a aprender braille. Só no ano passado, a Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal (Acapo) ensinou mais de uma centena de alunos e alguns aprenderam a ler apenas em uma semana. No entanto, a maioria usa os olhos e não o tacto para o fazer.
"Mais do que aquele pequeno fascínio de querer conhecer uma coisa nova, nota-se um interesse real da comunidade em conhecer o sistema", disse à Lusa Rodrigo Santos, director da Acapo, a propósito do Dia Mundial do Braille, que hoje se assinala.
Há cerca de cinco anos, a Acapo começou a dar cursos de braille para pessoas sem qualquer deficiência visual. Só no ano passado, diz Rodrigo Santos, mais de uma centena de portugueses quis aprender o sistema de leitura criado por Louis Braille há mais de 180 anos. Um alfabeto cujos caracteres se indicam por pontos em relevo e onde a leitura se faz através do tacto .
Mas estes alunos não lêem apenas com a ponta dos dedos, "a maior parte usa os olhos", explica aquele responsável, lembrando que esta é uma "vantagem", já que não é preciso ganhar sensibilidade táctil para conseguir ler.
A partir dos seis pontos salientes, é possível fazer 63 combinações que podem representar letras simples e acentuadas, pontuações, algarismos, sinais algébricos e notas musicais que integram o sistema de braille.
Depois, existe toda uma lógica que é preciso perceber. "Não basta decorar, é preciso perceber-se a lógica do sistema e algumas regras", explica Rodrigo Santos.
Apesar de parecer muito complicado ao olhar de um leigo, uma semana pode ser suficiente para uma pessoa conseguir dominar na perfeição este alfabeto.
"Há cursos em horário pós-laboral que demoram entre três semanas a um mês. Um curso intensivo em geral é de uma semana a quinze dias", diz o responsável.
Estes alunos querem aprender porque "precisam de contactar com pessoas cegas", mas também porque "querem estar aptos para o conseguir fazer".
Além do aumento de pedidos de formação, a Acapo tem tido também mais pedidos de produção em braille por parte de empresas privadas e organismos públicos. No entanto, lamenta Rodrigo Santos, "ainda há pouca pro- dução", porque "não há muita sensibilização" para a necessidades dos deficientes visuais.
A Acapo tem, por exemplo, colaborado com a indústria farmacêutica na revisão dos textos em braille, que integram as embalagens de medicamentos. Uma obrigação legal que ainda não é cumprida por muitos laboratórios denuncia (ver texto ao lado).
Em Portugal estima-se que existam cerca de 163 mil pessoas com alguma deficiência visual, de acordo com os últimos dados dispo-níveis, do Censos de 2001. No entanto, estes números parecem não sensibilizar a sociedade para uma verdadeira mudança de hábitos.
"Felizmente o panorama vem mudando, mas é uma mudança lenta", diz o responsável. E sublinha que ainda há muita informação que continua a não estar acessível a quem tem problemas de visão.
"Ainda recebo em casa muita correspondência de organismos públicos que não vem em braille", critica o director da associação de cegos.
Rodrigo Santos lembra que o método de braille é o meio universal de leitura e escrita das pessoas com deficiência visual.
E que este é fundamental: "Representa a nossa porta para a alfabetização e para uma comunicação escrita que está omnipresente", conclui
Fonte: Diário de Noticias