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Um problema motor
200 novos casos de paralisia cerebral por ano em Portugal Todos os anos são diagnosticados em Portugal cerca de 200 novos casos de crianças com paralisia cerebral, uma doença que pode significar apenas um problema motor, difícil de ultrapassar quando as ajudas técnicas tardam em chegar. Hoje, graças à evolução técnica, a vida de muitos doentes com paralisia cerebral pode ser facilitada se houver “determinação” em seguir em frente. Rita Cuca, uma rapariga de 24 anos, conseguiu tirar um curso superior e está agora a terminar um mestrado. Apesar de não conseguir falar, foi com a ajuda de um computador que estudou e agora está a terminar um conto que pensa publicar no Natal. Mas nem todas as histórias de paralisia cerebral correm assim tão bem. “Muitas vezes essas ajudas técnicas que permitem dar maior independência aos deficientes chegam tarde de mais. Prescrevemos a ajuda técnica hoje e ela chega passado um ano”, alerta José Barros, médico e presidente da Federação Portuguesa das Associação de Paralisia Cerebral, composta pelos 15 centros existentes no país. Resultado: os equipamentos “ficam desadequados”. Tal como um fato de vestir, estas ajudas técnicas são feitas à medida do corpo e das necessidades e o crescimento da criança faz com que deixe de “servir”. “A dotação orçamental é insuficiente e chega tardiamente”, lamenta José Barros, sublinhando que “uma ajuda técnica não é um luxo é uma necessidade”. Sem o apoio esperado da Segurança Social, muitas vezes são as associações que acabam por ajudar as famílias. Quando não é atribuído o equipamento necessário, “as Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS), dentro do seu parco orçamento, vão ajudando as famílias, emprestando algum dinheiro que falta para poderem suprir as falhas”, lembra José de Barros. Mário Augusto, jornalista da SIC, sabe do que fala o especialista. Pai de uma menina de nove anos com paralisia cerebral, conhece de perto histórias de famílias a quem os equipamentos chegaram tarde de mais. “Há quatro anos foi pedida uma tábua para pôr nos pés para que a criança pudesse estar sempre de pé. O pedido foi feito no início do ano lectivo. Foram tiradas as medidas mas só veio quase no fim das aulas. Quando chegou já não servia”, recorda. “Qualquer ajuda técnica pode custar milhares de euros. Por exemplo um andarilho, fundamental para uma criança andar, custa mil euros. Agora, a minha filha vai precisar de uma cadeira de rodas e há meses que andamos a tratar do processo com a segurança social”, lamenta o jornalista, lembrando que nem todas as famílias têm capacidade financeira para comprar os equipamentos essenciais para o desenvolvimento das crianças.
Fonte:Açoriano Oriental
Fonte:Açoriano Oriental