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Nos primeiros tempos, além de ter de cuidar de um recém-nascido, a mãe tem ainda de cuidar do seu próprio corpo, que está cheio de alterações repentinas. Deixamos alguns conselhos para um pós-parto mais tranquilo e a lista de compras: couves, fraldas para incontinência e preservativos.
SUBIDA DE LEITE
Assim que o bebé nasce, as mamas da mãe estão prontas para alimentá-lo. Estão cheias de colostro, um líquido amarelado, que tem exactamente os nutrientes que o recém-nascido precisa nesta fase. A subida de leite costuma acontecer um ou dois dias após o parto, mas também pode dar-se mais cedo. As mamas crescem e ficam tensas, duras, a ferver. Às vezes, até pode surgir febre (entre 37,5 a 39 graus)
durante algumas horas. Para aliviar os sintomas, a melhor solução é dar de mamar. No final, a mama deve fi car mole e é recomendável colocar um creme apropriado (à venda nas farmácias) ou espalhar um pouco do próprio leite para proteger o mamilo de gretas e fi ssuras.
Nos intervalos entre as mamadas, tente aliviar a tensão envolvendo as mamas com compressas humedecidas em água quente (pachos) ou tomando um duche com água morna fazendo o movimento de pentear o peito com os dedos no sentido do braço para o mamilo. Existem ainda uns discos de gel próprios, à venda nas lojas de puericultura, que podem ser utilizados para fazer frio (colocando-os no frigorífico) ou quente (imergindo-os em água quente) que também ajudam. Para algo mais simples e barato, experimente envolver as mamas em folhas de couve (portuguesa ou lombarda) saídas directamente do frigorífico. Adaptam-se lindamente ao peito e refrescam bastante. Esta fase pode ser difícil e dolorosa.A boa notícia é que a produção de leite regulariza mais ou menos em dois dias.
LÓQUIOS
Logo a seguir ao parto, o útero começa a perder sangue e será assim nas próximas três ou quatro semanas. Isto acontece porque alguns vasos uterinos ainda estão abertos. Não há nada a fazer. É esperar que passe. Convém levar pensos higiénicos para a maternidade ou mesmo fraldas
para incontinência – tornam-se mais práticas nos primeiros dias (em que o fluxo é maior) porque absorvem mais do que os pensos e não se estragam cuecas. Os tampões não são recomendados. Os lóquios vão mudando de aspecto: primeiro vermelho, depois rosado e, por fi m, amarelo e esbranquiçado. Importante é que o cheiro se mantenha. Se notar um cheiro fétido, contacte o seu médico, pois pode ser sinal de que existe alguma infecção ou de que ficaram restos de placenta no útero.
PESO
Apesar de as revistas cor-de-rosa adorarem mostrar a rapidez com que algumas celebridades voltam à forma após terem um bebé, a verdade é que, na maior parte dos casos, essas mulheres fizeram tratamentos em clínicas de beleza. Quem não tem essa possibilidade ou vale-lhe a sorte de ter uma genética muito favorável ou terá que ter paciência e disciplina, ou seja, cuidado com a alimentação e voltar ao ginásio. As dietas rígidas estão proibidas nesta altura, não só porque dar de mamar exige uma alimentação mais calórica, mas também porque não pode correr o risco de fi car fraca ou debilitada numa fase em que precisa tanto de energia para cuidar do bebé. Dar de mamar contribui para recuperar o corpo em todos os sentidos: ajuda os órgãos a voltar ao lugar e o organismo a perder calorias, mas pode não ser sufi ciente. Principalmente, se
houve um aumento de peso excessivo durante a gravidez.
BARRIGA
O útero pesa cerca de um quilo no fi nal da gravidez. O seu valor normal é cerca de 100 gramas. Se tudo correr bem, é normal que o útero volte ao peso e ao tamanho habitual um mês e meio após o parto. O próprio músculo vai contraindo e a sensação é de dor abdominal, principalmente durante as mamadas, pois, nessa altura, dá-se a libertação da hormona ocitocina que promove a contracção do útero. Chamam-lhes as dores tortas e, para muitas mulheres, são semelhantes às dores de parto. Aliviam com a mudança de posição. As cintas não são recomendadas no pós-parto, uma vez que empurram o conteúdo abdominal para baixo e podem comprometer a normal localização dos órgãos. Os exercícios abdominais também devem ser adiados até à confi rmação de que tudo está no devido lugar.
PERÍNEO
Tem sido uma longa caminhada, mas os médicos e enfermeiros estão cada vez mais sensibilizados para a necessidade de preservar o períneo da mulher durante o parto. Em muitos hospitais, a episiotomia (corte no músculo da vagina para facilitar a saída do bebé) já não é um procedimento de rotina e já existe calma sufi ciente para não deixar o períneo rasgar sem controlo. Se o parto tiver decorrido sem lacerações é normal que consiga sentar-se sem sentir dor e sem precisar de bóias ou almofadas. Caso contrário, poderá ter dores na cicatriz durante alguns dias. É importante mantê-la sempre o mais limpa e seca possível. Deve lavar-se com água morna sempre que se sentir incomodada e secar com uma toalha sem esfregar. Nos primeiros dias, para aliviar as dores e ajudar o períneo a desinchar e a cicatrizar pode aplicar gelo. Uma forma prática de o fazer é encher um preservativo de água até ficar um cilindro, dar-lhe um nó e colocá-lo no congelador. Depois, use-o dentro das cuecas (se usar fralda é mais fácil). Refresca e não impede os movimentos.
Se as dores forem muito fortes pode tomar paracetamol. Se as dores se tornarem mesmo muito fortes, fale com o seu médico. Às vezes, os pontos repuxam a zona da cicatriz, provocando algum incómodo. Se for esse o caso, o médico pode optar por retirá-los, sem esperar que caiam. Mas também pode haver uma infecção, que necessita de tratamento.
Assim que não sentir nenhum incómodo no períneo, está na hora de começar a exercitá-lo. Mesmo que não tenha sido cortado ou rasgado, o
músculo esticou bastante (uma abertura de um centímetro, passou para dez) e está agora fraco e flácido. Os exercícios de Kegel (apertar e relaxar
o períneo) podem ser iniciados no dia a seguir ao parto.
CABELO
O aumento do estrogénio durante a gravidez dá um brilho especial ao cabelo. Enche-o de força e vitalidade e impede-o de cair. Após o parto, os níveis desta hormona começam gradualmente a voltar ao normal e, mais ou menos três meses depois, o cabelo ressente-se. Os 100 a 150 fi os que habitualmente se perdem todos os dias sobem para cerca de 500. É impressionante, mas não há motivo para alarme: em breve o cabelo retomará o ritmo de crescimento normal.
CONTRACEPÇÃO
A vida sexual pode ser retomada assim que a mulher se sinta confortável e assim que o casal encontre espaço na loucura diária que são os primeiros tempos de um bebé. Isso acontece, geralmente, um mês depois do parto. Mas varia muito. Se o períneo foi muito massacrado e existe uma grande costura é natural que demore um pouco mais.
É normal também existir alguma secura vaginal, especialmente se estiver a amamentar. Utilizar um gel vaginal pode ajudar. Mas antes de reiniciar a vida sexual é importante pensar na contracepção. Enquanto estiver a dar de mamar tem duas opções: preservativo ou mini-pílula, que pode ser
iniciada 15 dias após o nascimento do bebé. Por ser uma pílula mais «leve» só deve ser tomada enquanto estiver a dar de mamar com regularidade, uma vez que a amamentação também tem algum efeito protector sobre uma nova gravidez. Toma-se sem pausas. Quando interromper definitivamente a amamentação, comece logo a tomar a pílula habitual, sem esperar que apareça a menstruação. O período pode
demorar alguns meses a voltar, mas existe a possibilidade de ter uma ovulação antes, sendo que é importante ter uma contracepção eficaz se não quiser voltar a engravidar log dispositivo intra-uterino pode ser colocado dois ou três meses depois do parto.
CONSULTA DE REVISÃO PÓS-PARTO
Entre as seis semanas e os dois meses após o nascimento do bebé deve voltar ao ginecologista para um consulta de revisão pós-parto. É tempo de observar de que forma a gravidez e o parto afectaram o corpo da mãe. O médico irá pesá-la, medir-lhe a tensão arterial e fará um exame pélvico para ver se o útero já voltou ao lugar. É normal que lhe receite um suplemento de ferro, para evitar uma anemia. Aproveite para expor todas as dúvidas. Confirme que está a utilizar a contracepção mais indicada, mas não espere por esta consulta para iniciá-la. A primeira ovulação a seguir à gravidez pode dar-se quatro a seis semanas depois do parto.