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Um ano depois da apresentação das máquinas

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UM ANO DEPOIS DA APRESENTAÇÃO DAS MÁQUINAS
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MÁQUINAS DE VENDA DE PASSES E BILHETES DA CP NÃO SÃO ACESSÍVEIS A PESSOAS COM DEFICIÊNCIA VISUAL​

A CP – Comboios de Portugal, desenvolveu e tem vindo a instalar nas diversas estações, novas máquinas de venda de títulos de transporte, que são totalmente inacessíveis a pessoas com deficiência visual. Estas máquinas, que recorrem a ecrãs tácteis utilizáveis apenas com o recurso à visão, não dispõem de qualquer sistema alternativo, por exemplo, com base na audição ou no tacto, que permita às pessoas cegas acederem a estes novos aparelhos de uma forma autónoma e segura.

Há mais de um ano que a ACAPO, entidade que representa e defende os interesses das pessoas cegas e com baixa visão a nível nacional, denunciou esta situação junto da CP, mais concretamente, em reuniões de trabalho que manteve com o Conselheiro da CP para clientes com necessidades especiais, e em acções de consultoria técnica que prestou a colaboradores do operador ferroviário. Até hoje, a empresa nada fez de concreto para garantir que as referidas máquinas sejam utilizáveis pelas pessoas com deficiência visual, nem tão pouco estabeleceu qualquer prazo para implementar algumas medidas que possam tornar as referidas máquinas acessíveis a todos os seus clientes. No entanto, o operador ferroviário público começou já a encerrar algumas bilheteiras com funcionários. Desta forma, comprar um bilhete ou passe de comboio tornou-se uma tarefa impossível para as pessoas com deficiência visual, que se vêem muitas vezes confrontadas com a escolha entre confiar num qualquer desconhecido para adquirir um simples bilhete, ou iniciar a sua viagem sem título de transporte válido. Acresce ainda que, nalgumas linhas urbanas de Lisboa, a CP começou já a implementar barreiras com controlo de acesso, que só permitem o acesso aos cais por quem tenha um dos novos títulos de transporte válido, o que faz com que as pessoas com deficiência visual nem sequer possam chegar ao comboio. Mesmo que o pudessem fazer, os revisores não podem vender títulos de transporte a bordo destes comboios.

Carlos Lopes, Presidente da Direcção Nacional da ACAPO, afirma que "estamos perante um retrocesso significativo no que se refere à utilização autónoma dos comboios por parte das pessoas cegas ou com baixa visão, que viola os mais elementares direitos desta população, e que representa uma atitude nada consentânea com as políticas de não-discriminação e de promoção da igualdade de oportunidades, numa sociedade que se pretende efectivamente inclusiva."

A ACAPO continuará a alertar a CP para esta situação de discriminação no acesso aos títulos de transporte, estando como sempre disponível para estudar e propor soluções que garantam a autonomia das pessoas com deficiência visual.

Fonte:ACAPO
 
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