- Entrou
- Set 24, 2006
- Mensagens
- 9,473
- Gostos Recebidos
- 1
UA estuda tecnologias para aproveitamento do potencial energético das marés
Uma equipa de investigadores e alunos finalistas do Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade de Aveiro avaliaram, recentemente, o potencial da Barra do Porto de Aveiro para receber uma estação de conversão da energia de correntes e de marés.
A partir de um estudo hidrodinâmico, que recorreu a um modelo computacional de mecânica dos fluidos, este projecto de final de curso simulou as correntes de maré, tendo sido possível identificar os locais mais adequados à implementação de turbinas, de acordo com a capacidade de produção das mesmas.
As correntes de maré são uma fonte energética renovável, sendo pertinente o estudo da sua integração no actual sistema energético, de forma a melhorar a sua sustentabilidade. O Departamento de Engenharia Mecânica pôs mãos à obra e, com o apoio directo da Administração do Porto de Aveiro e de alguns investigadores dos departamentos de Física e Engenharia Civil da UA, empreendeu o primeiro estudo de análise das várias opções tecnológicas para a Ria de Aveiro, como explica o Prof. Nelson Martins, coordenador do projecto.
“O campo gravítico provocado pela lua e pelo sol origina fluxos da massa de água nos oceanos e consequentemente nas zonas de estuário. Esta movimentação de águas encerra um enorme potencial energético por explorar. Transpondo o conceito do aproveitamento energético proveniente da energia eólica ao dos fluxos de massas de água, geradas pelos ciclos de marés, impunha-se que fosse feito um estudo exaustivo relativamente aos locais favoráveis onde fosse possível implementar tecnologias que possibilitassem um aproveitamento energético eficiente a partir desta fonte de energia renovável. A nossa investigação permitiu-nos avaliar tecnicamente a possibilidade de produzir electricidade usando como fonte de energia primária as correntes de maré na zona da Barra do Porto de Aveiro”.
De acordo com a UA, após um ano de trabalho, durante o qual se fez uma revisão bibliográfica sobre o estado da arte relativamente às tecnologias disponíveis para a conversão do potencial energético das correntes de maré em potencial eléctrico e um estudo computacional do canal da Barra do Porto de Aveiro, para albergar um parque de turbinas de maré, os especialistas verificaram que a turbina Verdant, pelas suas dimensões, seria a mais indicada, como explica o investigador. “A solução que apresentou maior compatibilidade com as características do canal em estudo é proposta pela Verdant Power, consistindo em turbinas do tipo free-flow, instaladas no topo de mastros submersos, fixados no fundo do canal, apresentando características em tudo idênticas às turbinas eólicas de eixo horizontal. Estas turbinas mais conhecidas por KHPS, têm uma capacidade nominal de produção de 35 KW, com rotor de três lâminas com cinco metros diâmetro, apresentando uma elevada resistência e impermeabilidade”.
Neste momento a tecnologia usada na obtenção de energia eléctrica, a partir de correntes marítimas, encontra-se ainda em fase embrionária. As soluções mais consolidadas baseiam-se na tecnologia das centrais hidroeléctricas, devidamente adaptadas ao ambiente salino, contudo, a necessidade de um dique limita de forma significativa a utilização do estuário, nomeadamente no que se refere à navegação colocando-se ainda sérios problemas relacionados com o assoreamento devido aos sedimentos arrastados pelos rios. A tendência actual centra-se na utilização de turbinas abertas (free-flow) de forma a minimizar o impacto ambiental, interferência com outras utilizações do estuário e custo da manutenção.
Como especificou o Professor “as turbinas ficam totalmente submersas, sendo a manutenção realizada abaixo da superfície da água, o que sendo um inconveniente, apresenta a vantagem de não haver qualquer indício da existência da instalação acima da superfícies, aspecto particularmente interessante tratando-se de um canal navegável, como acontece no local em análise”.
Segundo a UA, este projecto realizou, ainda, através da aplicação do software de mecânica de fluidos computacional CFX® 5.6, um estudo hidrodinâmico do canal de navegação de modo a verificar quais os locais mais adequados para a colocação de turbinas e possível implantação de um parque. “Após se ter efectuado uma simulação para uma configuração A (turbinas alinhadas a montante e a jusante), foi verificada uma zona menos eficiente a nível energético junto ao molhe intermédio na terceira parte do canal, onde a esteira provocada por duas turbinas afecta as próximas alinhadas a jusante.
Este fenómeno também pode ser devido à própria geometria do canal e à proximidade das turbinas ao molhe intermédio. Ao ser simulada uma alternativa (configuração B), onde as turbinas se encontravam desalinhadas respeitando as mesmas distâncias empíricas verificou-se uma melhoria, constatando-se apenas que uma das esteiras afectava as turbinas imediatamente a jusante”.
24-Jun-2008
CienciaPT
Uma equipa de investigadores e alunos finalistas do Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade de Aveiro avaliaram, recentemente, o potencial da Barra do Porto de Aveiro para receber uma estação de conversão da energia de correntes e de marés.
A partir de um estudo hidrodinâmico, que recorreu a um modelo computacional de mecânica dos fluidos, este projecto de final de curso simulou as correntes de maré, tendo sido possível identificar os locais mais adequados à implementação de turbinas, de acordo com a capacidade de produção das mesmas.
As correntes de maré são uma fonte energética renovável, sendo pertinente o estudo da sua integração no actual sistema energético, de forma a melhorar a sua sustentabilidade. O Departamento de Engenharia Mecânica pôs mãos à obra e, com o apoio directo da Administração do Porto de Aveiro e de alguns investigadores dos departamentos de Física e Engenharia Civil da UA, empreendeu o primeiro estudo de análise das várias opções tecnológicas para a Ria de Aveiro, como explica o Prof. Nelson Martins, coordenador do projecto.
“O campo gravítico provocado pela lua e pelo sol origina fluxos da massa de água nos oceanos e consequentemente nas zonas de estuário. Esta movimentação de águas encerra um enorme potencial energético por explorar. Transpondo o conceito do aproveitamento energético proveniente da energia eólica ao dos fluxos de massas de água, geradas pelos ciclos de marés, impunha-se que fosse feito um estudo exaustivo relativamente aos locais favoráveis onde fosse possível implementar tecnologias que possibilitassem um aproveitamento energético eficiente a partir desta fonte de energia renovável. A nossa investigação permitiu-nos avaliar tecnicamente a possibilidade de produzir electricidade usando como fonte de energia primária as correntes de maré na zona da Barra do Porto de Aveiro”.
De acordo com a UA, após um ano de trabalho, durante o qual se fez uma revisão bibliográfica sobre o estado da arte relativamente às tecnologias disponíveis para a conversão do potencial energético das correntes de maré em potencial eléctrico e um estudo computacional do canal da Barra do Porto de Aveiro, para albergar um parque de turbinas de maré, os especialistas verificaram que a turbina Verdant, pelas suas dimensões, seria a mais indicada, como explica o investigador. “A solução que apresentou maior compatibilidade com as características do canal em estudo é proposta pela Verdant Power, consistindo em turbinas do tipo free-flow, instaladas no topo de mastros submersos, fixados no fundo do canal, apresentando características em tudo idênticas às turbinas eólicas de eixo horizontal. Estas turbinas mais conhecidas por KHPS, têm uma capacidade nominal de produção de 35 KW, com rotor de três lâminas com cinco metros diâmetro, apresentando uma elevada resistência e impermeabilidade”.
Neste momento a tecnologia usada na obtenção de energia eléctrica, a partir de correntes marítimas, encontra-se ainda em fase embrionária. As soluções mais consolidadas baseiam-se na tecnologia das centrais hidroeléctricas, devidamente adaptadas ao ambiente salino, contudo, a necessidade de um dique limita de forma significativa a utilização do estuário, nomeadamente no que se refere à navegação colocando-se ainda sérios problemas relacionados com o assoreamento devido aos sedimentos arrastados pelos rios. A tendência actual centra-se na utilização de turbinas abertas (free-flow) de forma a minimizar o impacto ambiental, interferência com outras utilizações do estuário e custo da manutenção.
Como especificou o Professor “as turbinas ficam totalmente submersas, sendo a manutenção realizada abaixo da superfície da água, o que sendo um inconveniente, apresenta a vantagem de não haver qualquer indício da existência da instalação acima da superfícies, aspecto particularmente interessante tratando-se de um canal navegável, como acontece no local em análise”.
Segundo a UA, este projecto realizou, ainda, através da aplicação do software de mecânica de fluidos computacional CFX® 5.6, um estudo hidrodinâmico do canal de navegação de modo a verificar quais os locais mais adequados para a colocação de turbinas e possível implantação de um parque. “Após se ter efectuado uma simulação para uma configuração A (turbinas alinhadas a montante e a jusante), foi verificada uma zona menos eficiente a nível energético junto ao molhe intermédio na terceira parte do canal, onde a esteira provocada por duas turbinas afecta as próximas alinhadas a jusante.
Este fenómeno também pode ser devido à própria geometria do canal e à proximidade das turbinas ao molhe intermédio. Ao ser simulada uma alternativa (configuração B), onde as turbinas se encontravam desalinhadas respeitando as mesmas distâncias empíricas verificou-se uma melhoria, constatando-se apenas que uma das esteiras afectava as turbinas imediatamente a jusante”.
24-Jun-2008
CienciaPT