Treino Do CÃo De CaÇa - Parte I

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Contribuição de: JMS

Treino de Cão de caça Algumas regras básicas

TREINO DO CÃO DE CAÇA


A finalidade do ensino não é mais nem menos do que conseguir com que haja uma grande cumplicidade entre cão e caçador. É certo que com o tempo e a vivência esta cumplicidade também se consegue, mas poderá ser encurtada com o treino. E nunca nos podemos esquecer que o ensino de um cão tem uma base fundamental: A PACIÊNCIA

Este tema tem que ser tratado como tudo na vida, desde o principio. E o principio no ensino de um cão, seja para a caça, seja para trazer o jornal é a socialização do cachorro. È necessário que um cachorro tenha desde os primeiros dias de vida contacto com o ser humano, para que os nossos odores não lhe sejam estranhos e se acostume ás nossas caricias. Na grande maioria dos casos isto não vai depender de nós, mas sim do criador, este normalmente preocupa-se com que este contacto exista, pois de outro modo o possível comprador pode-se deparar com cachorros que estranham a presença humana, reagindo com medo, reacção esta que pode fazer perder uma venda. De todo modo o período de socialização deverá continuar, e esta está compreendida entre a 4ª e a 10ª semana de vida , a adaptação à nova família deverá ser o menos traumática possível, comida, jogos, caricias e nada mais.
A eleição do cachorro. Como escolher um cachorro? É um tema complicado e cheio de tópicos que na maioria dos casos não têm nenhum fundamento cientifico que nos valha, pois a escolha vem normalmente associada a teorias populares. Diz a experiência que tentemos eleger o cachorro mais alegre, brincalhão e que acorre a nós quando nos baixamos e dá-mos umas palmadas com as mãos, enfim, aquele que mais curiosidade demonstre por descobrir o que se passa á sua volta sem nenhum receio. De todo modo temos que ter a consciência que a escolha do cachorro é uma lotaria, sendo que quantos mais números melhor, sendo que aqui os números se traduzem nos comportamentos já citados.
Também podemos, e se tivermos possibilidade, aplicar o Teste de Campbell, com o qual vamos averiguar, nada mais que, o grau de submissão ou de dominação que o cachorro tem. De que nos vai servir isto? Um cão deve ser equilibrado, nem muito submisso, já que se pode converter em medroso, nem muito dominante, já que nos pode dar problemas de comportamento com outros cães e tentará sempre “tomar-nos o pulso”, mandas tu ou mando eu!?. O ideal, para o futuro ensino, será que tenha mais de dominante que de submisso, aprenderá melhor e não se melindrará com o inicio do treino, pois temos que recordar que o ensino é muito duro para um cachorro habituado apenas a brincar. Tentaremos portanto que a aprendizagem do cachorro tenha um toque de brincadeira.

 

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TESTE DE CAMPBELL

1. ATRAÇÂO SOCIAL: Colocar o cachorro no meio do recinto em que se vai realizar o teste e afastando-se uns passos, ajoelhar-se e bater palmas para chamar a sua atenção. Apontar na tabela a rapidez com que o animal responde.
Aproxima-se, com a cauda levantada, dando saltitos e mordisca as nossas mãos MD
Aproxima-se, com a cauda levantada, dá com as patas nas nossas mãos D
Aproxima-se, com a cauda baixa S
Aproxima-se curvado, com a cauda baixa MS
Não vem I

2. ATITUDE: Caminhar ao lado do cachorro e afastando-se. Anotar a reacção na tabela.
Caminha, com a cauda levantada, começa a mordiscar os pés MD
Caminha, com a cauda levantada, a seus pés D
Caminha com a cauda baixa S
Caminha curvado com a cauda baixa MS
Não caminha, não segue, afasta-se para outro local I

3.RESPOSTA A UMA OBRIGAÇÃO: Colocar o cachorro de costas no chão segurando-o pressionando o peito. Anotar atitude na tabela.
Luta vigorosamente, debate-se e morde MD
Luta e debate-se D
Não luta e lambe-nos as mãos MS

4.DOMINIO SOCIAL: Colocar-se junto ao cachorro fazendo festas ao longo do dorso. Anotar se aceita ou não estas caricias .
Salta, da patadas, morde e rosna MD
Salta, da patadas D
Volta-se e lambe as mãos S
Dá a volta com a boca para cima e lambe as mãos MS
Afasta-se e não volta I

5.DOMINANCIA MEDIANTE LEVANTAMENTO: Levantar o cachorro a um palmo do chão, segurando pelo torax e mantendo-o nessa posição durante uns 30 segundos.

Debate-se energicamente, rosna e morde MD
Debate-se energicamente D
Debate-se, acalma-se e lambe as mãos S
Não se debate e lambe as mãos MS

INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS

• Duas ou mais respostas MD (muito dominante), com varias D (dominante): cachorro com tendência para morder no futuro, pois tem reacções agressivas. Pode dar bons resultados como cão de guarda e defesa.
• Três ou mais respostas D: Cachorro com as qualidades necessárias para se converter num bom trabalhador. IDEAL
• Três ou mais respostas S (submisso), cachorro fácil de ensinar, submetesse facilmente, nada nos indica que não seja um bom trabalhador. APROVADO
• Duas ou mais respostas MS (muito submisso), com uma ou mais respostas I (indiferente), cachorro excessivamente dócil e pouco adequado ao trabalho.
• Duas ou mais respostas I, principalmente se uma delas corresponde à pergunta sobre domínio social, cachorro tímido e inibido para com o homem, pelo que será de difícil ensino.
• Resultado misto, se se obtiveram respostas contraditórias, o mais adequado será repetir o teste num local desconhecido para o cachorro. No caso de o resultado ser o mesmo, estamos perante um animal imprevisível, pelo que não será bom para trabalho.

Temos que ter em mente que este teste, servirá apenas para determinar o grau de submissão ou dominância que o cachorro possui, que como já se disse nos irá ajudar no ensino e no trabalho.

 

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O CACHORRO EM CASA

A partir do momento em que o cachorro entra em nossa casa começa o seu treino, ainda que não seja directamente para a actividade para a qual o destinamos, temos que preparar o jovem animal para o ensino especifico.
O que vamos em primeiro lugar ensinar é o comando NÃO. Este comando estará presente em todo o treino e nos ajudará, uma vez aprendido, a corrigir os actos ou atitudes do nosso cão, tanto na caça como na vida quotidiana. Deve ficar claro que antes de ensinar o que quer que seja, temos que ganhar a confiança do nosso novo amigo, e que ele também nos veja como um amigo e isto se consegue facilmente brincando e alimentando-o. Uma semana será o suficiente para ganhar-mos o coração do cachorro.
Comecemos com o comando NÃO. Antes da refeição, colocamo-nos em frente ao cachorro e oferecemos-lhe uma guloseima de preferencia com a mão direita. Quando ele avançar para a guloseima, pronunciamos um NÃO seco ao mesmo tempo retiramos a mão. Repete-se várias vezes até conseguirmos o nosso propósito. Conseguido o objectivo, pronunciamos um MUITO BEM com um tom conciliador, trocamos a guloseima para a mão esquerda e acariciamos o cachorro com a mão direita e oferecemos-lhe a guloseima e dizemos TOMA ou COME. Repete-se até que consigamos que coma só da nossa mão esquerda. O que conseguimos com isto?? Em primeiro lugar aprende o comando NÃO, em segundo lugar começa a descobrir que a mão castiga (retira comida) e recompensa, acaricia, e como iremos ver, futuramente o apoio das mãos e dos braços sobre as ordens será fundamental. Este exercício pode ser aplicado uma vez conseguido o comando NÃO e nunca antes, com a finalidade de ensinar o cão a nunca comer nada que não esteja na nossa mão ou no seu comedouro. Porquê??. Sobretudo para evitar envenenamentos!. O exercício é muito parecido, só que a guloseima em vez de estar na mão estará no chão, e assim quando tentar comer pronunciamos um Não, com a mão direita erguida, se não obedecer seguramos com a mão direita à frente do peito do cão. Se respeitar o não, caricias e oferece-se uma guloseima diferente da que está no chão, mas desta vez no seu comedouro e dizemos-lhe TOMA ou COME. Repetimos varias vezes e daremos por concluído o exercício quando o cão não coma do solo sem o apoio do comando NÃO nem da mão que o trava. Pode parecer mentira, mas o cachorro aprenderá mais depressa do que supomos, ainda que em alguns casos o exercício pareça que não tem fim. PACIENCIA, repete-se até se conseguir, mas nunca cansando o nosso aluno, secções de 15 minutos, se a qualquer momento percebemos que o cachorro não está para aí virado, deixamos para outro dia, que a pressa é inimiga da perfeição. Para que tudo isto resulte é necessário que haja uma cumplicidade completa por parte da família, já que não servirá de nada o que quer que façamos se por traz vem alguém que deixa o cão fazer o que muito bem entende. É necessário que tenhamos presente que desde o primeiro momento temos um cão, não uma pessoa, pois não podemos humanizar o animal, que está destinado a um trabalho duro como é a caça e os mimos excessivos podem condenar todo o nosso trabalho.

 

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OBEDIENCIA – RESPONDER À CHAMADA.
Em principio é o mais fácil de ensinar a um cachorro, inclusive ensinamos sem darmos conta que o estamos a fazer, o cachorro associa à “sua pessoa” o nome que lhe pusemos através da chamada, isto é evidente, mas porquê?, porque repetimos o seu nome quando nos segue, quando lhe oferecemos comida, etc. É conveniente que demos um assobio antes de pronunciar o seu nome, e deste modo o cachorro aprenderá a associar o assobio a um sinal a que deverá prestar atenção, depressa associará que depois do assobio vem o seu nome e em seguida a comida, associam tão rápido que bastará o assobio para que venha. Porquê? Porque há uma forte motivação, que não é outra coisa que um reforço positivo, um prémio, A COMIDA. Mas nem tudo o que reluz é ouro. Mudemos de cenário, por exemplo, na rua. Chamamos e não vem. Isto deve-se a que a rua é um mundo novo para descobrir, odores novos, muito espaço, coisas muito mais motivantes que a nossa chamada. Deve-se sair sempre com o cão com a trela o levar no bolço umas guloseimas, uma trela extensível é o melhor. Soltamos trela para se afastar chamamos reforçando o chamamento baixando-nos, a seguir recolhemos a trela devagar e vamos obriga-lo a vir calmamente e em seguida guloseima e caricias e dizemos MUITO BEM, deve-se repetir até que não seja mais necessário, passados uns dias repete-se mas com o cão solto recompensando sempre com a guloseima.

 

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Aqui fica um manual mais completo, mas em espanhol :espi28: