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A toxoplasmose é uma doença causada por um parasita o Toxoplasma gondii. A sua incidência é muito variável nas diversas zonas do globo e mesmo dentro de cada país, por exemplo em Portugal é mais frequente na região norte. O gato é importante na transmissão desta doença, porque apesar do toxoplasma poder infectar outros animais, o gato é a única espécie que termina o ciclo de vida do parasita, eliminando-o para o ambiente através das fezes. A toxoplasmose é uma doença auto-limitada. Os gatos infectados expulsam os parasitas apenas durante três semanas, ficando a partir daí imunes e deixando de transmitir a doença. Mas a água, o solo e os vegetais contaminados podem infectar outros animais, como o porco, a vaca ou o carneiro, conduzindo à formação de quistos do parasita nos seus músculos e vísceras. A espécie humana adquire a infecção através da ingestão dos quistos existentes na carne (mal cozinhada) ou através de água ou alimentos vegetais contaminados pelas fezes de gatos infectados. A doença não se transmite de pessoa para pessoa.
Mais de 90% dos casos de toxoplasmose são assintomáticos e os sintomas quando existem são pouco específicos, nomeadamente: fadiga, mal-estar, dores musculares, dores de cabeça e inflamação ocular. Se para a mãe a toxoplasmose não tem consequências, a infecção da placenta e a subsequente infecção fetal podem causar lesões graves no feto. Na maioria das grávidas afectadas não existe transmissão fetal, o risco global de infecção do feto é de 30 a 40 %.
Como a infecção é assintomática, o diagnóstico da doença é feito através de análises laboratoriais que doseam os anticorpos produzidos pela mãe contra o parasita. Em Portugal, esta avaliação laboratorial faz parte da vigilância da gravidez e deve mesmo ser efectuada antes da gestação, de forma a puderem ser tomadas precauções para evitar a infecção nas mulheres não imunes.
Atendendo à potencial gravidade desta situação para o feto, todas as mulheres grávidas ou que pretendem engravidar e não apresentam imunidade para a toxoplasmose, devem ser aconselhadas sobre os cuidados a ter para evitar a infeção durante a gestação.
Cuidados com os animais domésticos (gatos e cães)
Ter um gato não significa que se seja contaminado por ele. Se o animal se mantiver sempre em casa e atendendo ao modo de transmissão da doença, é muito pouco provável que a infecção se faça por esta via. De qualquer modo, no caso de já possuir um gato, existem várias precauções para impedir a exposição ao parasita:
- Efetuar limpeza diária da caixa de areia do gato, que deve ser realizada por outra pessoa e não pela grávida;
- Alimentar o gato somente com ração industrializada específica e nunca com carne mal cozinhada.
O cão é capaz de contrair a doença mas não a transmite, porque ao contrário do gato não elimina o parasita nas fezes, portanto não representa qualquer risco.
Cuidados com os alimentos:
- Lavar bem os frutos e vegetais antes do consumo
- Comer apenas carne bem cozinhada
- Congelar a carne durante vários dias antes de cozinhar
- Lavar bem todos os utensílios de cozinha que contactaram com carne crua ou com frutos e vegetais não lavados
A mulher grávida pode comer fiambre?
A inspeção sanitária garante que os suínos utilizados para a produção de fiambre são criados com condições higieno-dietéticas que impedem a infecção pelo toxoplasma. Das diferentes etapas de produção do fiambre tradicional faz parte a cozedura a uma temperatura que assegura a eliminação do parasita. Pelo contrário, os enchidos e o fiambre fumados devem ser evitados.