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Tondela apresenta espectáculo sobre 25 de Abril no Dia Mundial do Teatro

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O Dia Mundial do Teatro é assinalado sábado em Tondela com Dona Pura e os Camaradas de Abril, um espectáculo que, de forma divertida, pretende levar a uma reflexão sobre a «revolução dos cravos» e passar uma mensagem de esperança.

«Quisemos aliar a comemoração do Dia Mundial do Teatro a uma homenagem a essa data que traz alguma esperança e alguma alegria», justificou o encenador Pompeu José, do Trigo Limpo Teatro ACERT, que criou o espectáculo em co-produção com o Teatro das Beiras.

O espectáculo baseia-se numa história que Germano de Almeida tinha escrito para a Editorial Caminho na comemoração dos 25 anos do 25 de Abril.

Da história, as duas companhias criaram a adaptação teatral que, segundo Pompeu José, é interpretada por quatro atores nascidos depois do 25 de Abril de 1974 - Fernando Landeira, Pedro da Silva, Rui Raposo Costa e Sónia Botelho - que «tiveram de encontrar outras memórias» para fazer o espectáculo e criar as suas personagens.

«Vai muito no sentido da esperança, de acharmos que é possível sair da situação a que nos remetem diariamente e que acaba por tornar desinteressante para os jovens qualquer percurso. E nós queremos fazê-lo através do teatro, de atores jovens, sobre um tema de transformação da sociedade», justificou.

Pompeu José contou que a co-produção D. Pura e os Camaradas de Abril resultou de «um sonho já antigo» das duas companhias, que têm colaborado em várias áreas, uma vez que ambas têm batalhado pela descentralização cultural e se situam em pequenas cidades do interior do país, nomeadamente Tondela e Covilhã.

As duas têm mostrado que «é possível fazer carreira no teatro nessas pequenas cidades e circular com os espectáculos que por todo o país e pelo estrangeiro», frisou.

O texto de Germano de Almeida foi consensual, até porque mostra «a visão de uma pessoa cabo-verdiana» sobre o 25 de Abril.

«Queremos retirar um bocadinho a ideia egoísta de que o 25 de Abril foi uma coisa só nossa. Não, tocou em muito mais gente e, principalmente, é marcante no panorama mundial a capacidade de independência de uma série de países que estavam no domínio de Portugal», frisou o actor e encenador.

Garantiu não se tratar de «um espectáculo revivalista, nostálgico ou saudosista», mas sim de «alargar a visão do que foi um momento histórico» de Portugal e, ao mesmo tempo, «segurar um lado muito interno, de mostrar que foi possível graças à revolta de meia dúzia de pessoas que estavam ligadas ao sistema e perceberam que ele já não funcionava».

Lusa/SOL
 
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