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GF Ouro
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Aquele que é considerado pela maioria um "debate simples" pode, no entanto, não levar a uma decisão a tempo de vigorar ainda este ano. Trata-se de a Assembleia da República decidir a criação do chamado testamento vital. A iniciativa está na Comissão Parlamentar de Saúde há mais de um ano, mas até agora nenhum grupo parlamentar, incluindo o PS, a quis pôr na agenda.
Chama-se testamento vital ao registo antecipado da vontade de não receber determinado tratamento médico para prolongar a vida, no caso de estar inconsciente. É uma espécie de "seguro pessoal em caso de obstinação terapêutica", sintetizou claramente o presidente da Associação Portuguesa de Bioética, Rui Nunes.
Ao JN, Maria de Belém Roseira, presidente da comissão de Saúde, declarou ser possível iniciar o debate, mas não a tempo de o terminar na actual legislatura. "É natural que não concluamos essa legislação este ano". Para a deputada, embora seja esse "um debate simples", exige ouvir várias entidades e implica "tempo".
Maria de Belém separa este tema do debate sobre a eutanásia. "São duas matérias diferentes", sublinhou, defendendo que discutir a eutanásia tem, pelo menos, a virtude de "ajudar a fazer o levantamento do que há em cuidados paliativos no país".
João Semedo, do BE, entende que não é possível discutir o testamento vital sem incluir a eutanásia. "Falar da dignidade da morte implica falar de cuidados paliativos, da proibição da obsessão terapêutica, do testamento vital e da morte assistida como uma das directivas antecipadas de vontade", defendeu o deputado ao JN.
Para Carlos Miranda, do PSD, "introduzir agora o debate sobre a eutanásia seria, do ponto de vista social, traumatizante no actual momento de crise". O deputado membro da comissão parlamentar de Saúde, já aceita que a Assembleia da República discuta um projecto de testamento vital.
O socialista Manuel Pizarro, secretário de Estado da Saúde, defende que os cuidados paliativos devem estar no centro do sistema nacional de saúde (SNS). "Não posso admitir dois sistemas, um para tratamento e outro para doentes terminais", disse ao JN o também subscritor da moção ao congresso do PS "Dignidade Humana Sempre!" - que propõe o lançamento do debate sobre a eutanásia e pede mais investimento público nos cuidados paliativos.
"Acredito que é possível aumentar a humanização dos serviços", declarou Pizarro, que lamenta o facto de haver "poucas unidades integradas nos serviços. No entanto, para o socialista a eutanásia deve ser vista "sem tabus".
"Antes desse debate, o partido no poder tem de estender os cuidados paliativos a todos os portugueses. Tem de legislar para que se cuide da vida e não legislar a reboque de interesses eleitorais", defende por sua vez o coordenador nacional das capelanias hospitalares, o padre José Nuno Silva.
"É preciso fazer um debate sério sobre como se morre na sociedade portuguesa". "Como morrem os portugueses? Não pode viver bem uma sociedade onde se morre mal", rematou.
@ JN
Chama-se testamento vital ao registo antecipado da vontade de não receber determinado tratamento médico para prolongar a vida, no caso de estar inconsciente. É uma espécie de "seguro pessoal em caso de obstinação terapêutica", sintetizou claramente o presidente da Associação Portuguesa de Bioética, Rui Nunes.
Ao JN, Maria de Belém Roseira, presidente da comissão de Saúde, declarou ser possível iniciar o debate, mas não a tempo de o terminar na actual legislatura. "É natural que não concluamos essa legislação este ano". Para a deputada, embora seja esse "um debate simples", exige ouvir várias entidades e implica "tempo".
Maria de Belém separa este tema do debate sobre a eutanásia. "São duas matérias diferentes", sublinhou, defendendo que discutir a eutanásia tem, pelo menos, a virtude de "ajudar a fazer o levantamento do que há em cuidados paliativos no país".
João Semedo, do BE, entende que não é possível discutir o testamento vital sem incluir a eutanásia. "Falar da dignidade da morte implica falar de cuidados paliativos, da proibição da obsessão terapêutica, do testamento vital e da morte assistida como uma das directivas antecipadas de vontade", defendeu o deputado ao JN.
Para Carlos Miranda, do PSD, "introduzir agora o debate sobre a eutanásia seria, do ponto de vista social, traumatizante no actual momento de crise". O deputado membro da comissão parlamentar de Saúde, já aceita que a Assembleia da República discuta um projecto de testamento vital.
O socialista Manuel Pizarro, secretário de Estado da Saúde, defende que os cuidados paliativos devem estar no centro do sistema nacional de saúde (SNS). "Não posso admitir dois sistemas, um para tratamento e outro para doentes terminais", disse ao JN o também subscritor da moção ao congresso do PS "Dignidade Humana Sempre!" - que propõe o lançamento do debate sobre a eutanásia e pede mais investimento público nos cuidados paliativos.
"Acredito que é possível aumentar a humanização dos serviços", declarou Pizarro, que lamenta o facto de haver "poucas unidades integradas nos serviços. No entanto, para o socialista a eutanásia deve ser vista "sem tabus".
"Antes desse debate, o partido no poder tem de estender os cuidados paliativos a todos os portugueses. Tem de legislar para que se cuide da vida e não legislar a reboque de interesses eleitorais", defende por sua vez o coordenador nacional das capelanias hospitalares, o padre José Nuno Silva.
"É preciso fazer um debate sério sobre como se morre na sociedade portuguesa". "Como morrem os portugueses? Não pode viver bem uma sociedade onde se morre mal", rematou.
@ JN