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Teatro: Marionetas do Porto encantam público de Brasília em Festival Internacional
Brasília, 29 Ago (Lusa) - A voz portuguesa ecoa forte nos palcos de Brasília: "Solta a morte, Miséria! Solta a morte, Miséria!"
A magia e a sensibilidade do espectáculo do Teatro de Marionetas do Porto, que conta a história do ferreiro Miséria, condenado à eternidade depois de enganar a Morte, faz o público de Brasília aplaudir de pé todas as apresentações.
Assim como Miséria, obra-prima do teatro de marionetas, Cabaret Molotov, a peça mais emblemática da companhia actualmente, também foi recebida com clamor em Brasília e os ingressos chegaram a faltar.
Os dois espectáculos integram, ao lado de apresentações de dezenas de grupos brasileiros e outros estrangeiros, nomeadamente da França, Espanha, Israel, Itália, Venezuela e Peru, a nona edição do Cena Contemporânea - Festival Internacional de Teatro de Brasília, que começou no passado dia 26 e vai até 07 de Setembro.
"Fiquei muito contente em ver tantas pessoas interessadas no nosso trabalho. Todos os espectáculos estão esgotados e foram muito aplaudidos. Isto é muito bom", disse à Lusa o director artístico do Teatro de Marionetas do Porto.
Segundo João Paulo Seara Cardoso, esta é a segunda vez que a companhia vem ao Brasil, após cerca de 20 anos, quando o grupo se apresentou em cidades no Nordeste.
"Foi uma coincidência fantástica esta vinda ao Brasil, porque este ano temos muito trabalho no Porto, mas conseguimos um espaço, quase nas nossas férias, para virmos ao festival. Foi uma boa recompensa", afirmou.
O grupo português, que este ano completa 20 anos, foi convidado a participar no Cena Contemporânea, um dos maiores festivais de teatro do Brasil, por indicação de um crítico espanhol.
"Gostaria agora que pudéssemos apresentar o nosso trabalho em outras cidades do Brasil e estamos abertos para que isso aconteça no próximo ano, quando teremos mais hipóteses de viajar", assinalou João Paulo Cardoso.
Para Sofia Carvalho, directora de produção, que vem ao Brasil pela primeira vez com o Teatro de Marionetas do Porto, a participação no festival de Brasília é um reconhecimento do trabalho da companhia.
"A vinda cá ao Brasil representa o reconhecimento da qualidade do nosso trabalho e é um sintoma da projecção internacional do grupo", salientou.
Em Cabaret Molotov, marionetes de luva, de vara e de tamanho humano ganham vida nas mãos de três "performers" no ambiente melancólico de um cabaret.
O teatro encontra-se com o circo, o musical com as marionetas, num resultado belíssimo que une as memórias e a visão contemporânea de mundo da companhia.
"É o nosso espectáculo mais recente e o que melhor reproduz a poética do nosso trabalho", assinalou João Paulo Cardoso.
Já Miséria, de 1991, é um espectáculo para um só actor, com encenação e interpretação do próprio João Paulo, e baseia-se num conto popular.
"Falou então a Morte do alto da nogueira e fez com um velhinho um contrato - poupar-lhe a vida enquanto o mundo fosse mundo. O velhinho consentiu e a Morte desceu. Por isso, enquanto o mundo for mundo, a Miséria existirá sobre a Terra".
O Teatro de Marionetas do Porto retorna a Portugal no sábado, mas deixa em Brasília a marca da eternidade do ferreiro naqueles que tiveram o privilégio de assistir às suas apresentações.
"São espectáculos inesquecíveis", resumiu a estudante Maria Rita.
CMC.
Lusa/Fim
Brasília, 29 Ago (Lusa) - A voz portuguesa ecoa forte nos palcos de Brasília: "Solta a morte, Miséria! Solta a morte, Miséria!"
A magia e a sensibilidade do espectáculo do Teatro de Marionetas do Porto, que conta a história do ferreiro Miséria, condenado à eternidade depois de enganar a Morte, faz o público de Brasília aplaudir de pé todas as apresentações.
Assim como Miséria, obra-prima do teatro de marionetas, Cabaret Molotov, a peça mais emblemática da companhia actualmente, também foi recebida com clamor em Brasília e os ingressos chegaram a faltar.
Os dois espectáculos integram, ao lado de apresentações de dezenas de grupos brasileiros e outros estrangeiros, nomeadamente da França, Espanha, Israel, Itália, Venezuela e Peru, a nona edição do Cena Contemporânea - Festival Internacional de Teatro de Brasília, que começou no passado dia 26 e vai até 07 de Setembro.
"Fiquei muito contente em ver tantas pessoas interessadas no nosso trabalho. Todos os espectáculos estão esgotados e foram muito aplaudidos. Isto é muito bom", disse à Lusa o director artístico do Teatro de Marionetas do Porto.
Segundo João Paulo Seara Cardoso, esta é a segunda vez que a companhia vem ao Brasil, após cerca de 20 anos, quando o grupo se apresentou em cidades no Nordeste.
"Foi uma coincidência fantástica esta vinda ao Brasil, porque este ano temos muito trabalho no Porto, mas conseguimos um espaço, quase nas nossas férias, para virmos ao festival. Foi uma boa recompensa", afirmou.
O grupo português, que este ano completa 20 anos, foi convidado a participar no Cena Contemporânea, um dos maiores festivais de teatro do Brasil, por indicação de um crítico espanhol.
"Gostaria agora que pudéssemos apresentar o nosso trabalho em outras cidades do Brasil e estamos abertos para que isso aconteça no próximo ano, quando teremos mais hipóteses de viajar", assinalou João Paulo Cardoso.
Para Sofia Carvalho, directora de produção, que vem ao Brasil pela primeira vez com o Teatro de Marionetas do Porto, a participação no festival de Brasília é um reconhecimento do trabalho da companhia.
"A vinda cá ao Brasil representa o reconhecimento da qualidade do nosso trabalho e é um sintoma da projecção internacional do grupo", salientou.
Em Cabaret Molotov, marionetes de luva, de vara e de tamanho humano ganham vida nas mãos de três "performers" no ambiente melancólico de um cabaret.
O teatro encontra-se com o circo, o musical com as marionetas, num resultado belíssimo que une as memórias e a visão contemporânea de mundo da companhia.
"É o nosso espectáculo mais recente e o que melhor reproduz a poética do nosso trabalho", assinalou João Paulo Cardoso.
Já Miséria, de 1991, é um espectáculo para um só actor, com encenação e interpretação do próprio João Paulo, e baseia-se num conto popular.
"Falou então a Morte do alto da nogueira e fez com um velhinho um contrato - poupar-lhe a vida enquanto o mundo fosse mundo. O velhinho consentiu e a Morte desceu. Por isso, enquanto o mundo for mundo, a Miséria existirá sobre a Terra".
O Teatro de Marionetas do Porto retorna a Portugal no sábado, mas deixa em Brasília a marca da eternidade do ferreiro naqueles que tiveram o privilégio de assistir às suas apresentações.
"São espectáculos inesquecíveis", resumiu a estudante Maria Rita.
CMC.
Lusa/Fim