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Susanne Themlitz leva criaturas bizarras à Vera Cortês

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Susanne Themlitz leva criaturas bizarras à Vera Cortês

Criaturas bizarras são os elementos recorrentes na obra da artista plástica Susanne Themlitz, e importantes, sublinha, para nos conduzir o olhar por uma viagem a mundos paralelos também habitados por insectos, caracóis, cactos e corações.

As obras mais recentes desta artista, 25 trabalhos de desenho, estão expostas desdeontem em «At Eye Level/A nível do Olho», que foi inaugurada às 22:00 na Vera Cortês Agência de Arte, em Lisboa.

«Tento, através do elemento da estranheza, manipular o olhar de quem vê estas obras, dirigindo-o para uma viagem» a mundos surreais, explicou Susanne Themlitz numa entrevista à Agência Lusa na véspera da abertura.

Os novos trabalhos foram criados para uma série iniciada em 2007, intitulada «Parallel Landscapes/In Search of the Mirror Neurons», que conta já com 33 obras sobre papel, na sua maior parte de grandes dimensões.

Susanne Themlitz partilha a sua vida essencialmente entre Lisboa, onde nasceu há 44 anos, e Colónia, onde também tem exposto em museus e galerias.

Filha de mãe portuguesa e pai alemão, estudou desenho e escultura na Ar.Co e prosseguiu os estudos na Kunstakademie de Düsseldorf e no Royal College of Art, em Londres.

Em 2008 foi uma das duas finalistas portuguesas - em conjunto com Rita Magalhães - à terceira edição do prémio Sovereign European Art, da fundação com o mesmo nome criada em 2003 em Hong Kong pelo advogado e coleccionador Howard Bilton.

Na altura, as duas artistas foram incluídas numa lista de 30 finalistas seleccionados entre 600 concorrentes de 21 países europeus.

Susanne Themlitz foi também finalista do prémio BES Photo em 2006, e está representada em várias colecções de arte, nomeadamente do Banco Espírito Santo, da Caixa Geral de Depósitos/Culturgest, Fundação Calouste Gulbenkian e Fundação Carmona e Costa.

Nesta nova exposição - «At Eye Level» - a artista explicou que partiu de uma gravura de Max Ernst, um dos artistas «citados» no seu trabalho, tal como outras figuras importantes da história da arte, como os pintores holandeses Hieronymus Bosch e Peter Bruegel, e Jean-Jacques Granville, ilustrador francês que viveu no século XIX.

Nos quadros usa desenhos, colagens e pinturas para criar mundos paralelos povoados por seres estranhos, alguns retirados das obras daqueles artistas e inseridos noutro contexto, acompanhados por explosões de bombas atómicas, cactos, insectos, caracóis, figuras tentaculares, cérebros e corações.

São elementos retirados da sua memória: «Paisagens onde eu estive, fotografias que tirei, elementos pessoais. As nossas recordações são também uma paisagem com várias camadas».

«O bizarro provoca uma reacção. A pessoa fica como que suspensa porque perde as referências e tem de se orientar novamente», observou, sobre o uso que dá a este elemento no âmbito da percepção, de forma a «manipular o olhar de quem está a ver a obra».

Com o passado familiar e a vida dividida entre Portugal e a Alemanha, Susanne Themlitz sente-se, no entanto, «completamente portuguesa» e não coloca a si própria a questão de uma identidade dividida.

«Sinto uma grande liberdade e uma distância saudável em relação aos dois países. Penso na questão da identidade mas não mais do que as outras pessoas», sustentou, concluindo que se trata de uma matéria «mais intelectual do que geográfica».

«At Eye Level» vai permanecer na Vera Cortês Agência de Arte, na Avenida 24 de Julho, até 04 de Abril.


Diário Digital / Lusa
 
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