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SPEA sensibiliza público para a situação do Picanço-barreteiro

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SPEA sensibiliza público para a situação do Picanço-barreteiro

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O Picanço-barreteiro é a Ave do Ano 2009. A SPEA promove durante este ano uma acção de sensibilização para a situação de uma espécie representante das aves rurais em declínio nas últimas décadas.

SPEA

Este ano o Picanço-barreteiro é a Ave do Ano 2009 e o digno representante das aves rurais. Esta pequena ave é uma espécie com estatuto de “Quase Ameaçado” em Portugal e que, tal como outras espécies comuns de zonas agrícolas e agro-florestais, encontra-se em declínio por toda a Europa. De facto, as aves das zonas agrícolas em geral têm diminuído drasticamente, tendo decrescido cerca de 50%, desde 1980. A intensificação agrícola e florestal, o aumento do uso de pesticidas, a diminuição dos prados e sebes, a florestação com espécies exóticas e as alterações climáticas têm contribuído para esta situação.

O Picanço-barreteiro é a “espécie-bandeira” para sensibilizar o público em geral para a problemática da conciliação da agricultura e conservação da natureza, bem como para as alterações climáticas.

Inserido na campanha, pretende-se desenvolver um folheto informativo; produzir merchandising; desenvolver acções de censos de aves; desenvolver o Dia do Picanço-barreteiro, dedicado a actividades ambientais e saudáveis. É nesse sentido que a SPEA procura encontrar patrocinios que a ajudem a atingir os objectivos.

Para saber mais acerca do Picanço-barreteiro vá a SPEA - Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves e se desejar saber mais acerca de como ajudar envio um e-mail para avedoano2009@spea.pt.

Ficha do Picanço-barreteiro

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O Picanço-barreteiro é um atraente passeriforme predador, que inverna em zonas situadas a sul do Sahara e que chega a Portugal na Primavera para nidificar. Conheça connosco o essencial das suas características e ecologia.

Luís Miguel Reino

IDENTIFICAÇÃO E CARACTERÍSTICAS

O picanço-barreteiro Lanius senator é uma ave da ordem dos Passeriformes com cerca de 18 cm de comprimento. Ambos os sexos apresentam a região ventral de cor clara. A garganta é de cor branca. A coroa e a nuca são praticamente todas castanho-arruivado e a fronte é de cor negra. O negro da fronte prolonga-se até às coberturas-auriculares, envolvendo os olhos e a máscara facial típica deste género. O manto (costas) é negro nos machos sendo ligeiramente mais claro nas fêmeas. As escapulares são brancas e as rectrizes (penas de voo) são negras, exceptuando uma mancha branca na base das primárias A cauda é preta mas bordeada a branco. O uropígio e as coberturas supra-caudais são de cor branca e as penas de voo são escuras. A fêmea apresenta um padrão semelhante, todavia as suas cores são menos vistosas. Os juvenis são muito semelhantes aos do picanço-de-dorso-ruivo Lanius collurio contudo, as partes superiores do picanço-barreteiro são mais pálidas e acinzentadas.


DISTRIBUIÇÃO E ABUNDÂNCIA

O picanço-barreteiro é uma espécie migradora politípica (com várias subespécies/raças) transahariana, cuja distribuição durante a época reprodutora se encontra praticamente restrita ao Sudoeste do Paleárctico. Distribui-se ao longo da região mediterrânica, exceptuando o Egipto. Na Europa é sobretudo uma espécie dos países mediterrânicos existindo, todavia, algumas populações isoladas na Europa Central.

Podem-se distinguir as seguintes raças: 1) a monotípica senator que se distribui pelo Norte de África, Europa Continental e Turquia; 2) badius que se distribui pelas ilhas mediterrânicas das Baleares, Córsega, Sardenha e Capraia; e 3) nilotica, distribuindo-se pelo Leste da Turquia e pelo Médio Oriente até ao Irão.

No nosso País encontra-se bem distribuído, evitando todavia, as áreas do litoral centro e norte com clima mais húmido. Por exemplo, encontra-se largamente ausente no Alto Minho. Ao invés, no Sul do País e em muitos locais do interior sul e norte pode ser muito abundante. Podemos considerar esta espécie como uma das mais típicas dos montados do Sul do País.

ESTATUTO DE CONSERVAÇÃO

No século XX, e em particular a partir de meados dos anos 60, este picanço sofreu um acentuado declínio, sobretudo nas regiões norte e ocidental da sua área de distribuição. Algumas das causas apontadas para este declínio são as alterações climáticas, como por exemplo, Primaveras mais húmidas, provocando uma retracção da sua distribuição a norte. De igual modo, a alteração das práticas agrícolas com o desaparecimento de áreas de agricultura extensiva associada a uma paisagem em mosaico com sebes e bosquetes terão desempenhado um papel importante no declínio deste picanço. Em termos europeus é considerada uma espécie vulnerável, sendo englobada na categoria SPEC 2 (SPEC corresponde a Species of European Conservation Concern - espécies que suscitam preocupações de conservação a nível europeu). Em Portugal é considerada uma espécie não ameaçada.

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HABITAT

Em Portugal, encontra-se sobretudo associado a habitats tipicamente mediterrânicos. Os seus biótopos preferidos são os bosques abertos, desde os olivais aos montados de sobro e azinho, mas também ocorre em pomares de amendoeira e laranjeira, sebes e matas ripícolas. Na Beira Alta e no Nordeste transmontano frequenta ainda bosques de carvalho negral e de outras folhosas, por vezes associados a lameiros. Frequentemente, usa os fios e os postes, telefónicos ou eléctricos, como locais previlegiados de observação do seu território de caça.

ALIMENTAÇÃO

Os picanços são pequenos predadores cuja alimentação é feita sobretudo à base de insectos e em particular de escaravelhos (famílias Carabidae, Elateridae, Scarabaeidae entre outras) e de gafanhotos e espécies aparentadas (famílias Gryllidae, Tettigoniidae e Gryllotalpidae, entre outras). Pode consumir ainda outros grupos de invertebrados, porém com uma frequência muito menor. O consumo de pequenos vertebrados e de pequenos frutos é menos frequente. À semelhança do que fazem outros picanços, esta espécie "empala" os alimentos que não são imediatamente consumidos em árvores ou arbustos com picos ou em vedações de arame-farpado.

REPRODUÇÃO

Normalmente os dois elementos do casal chegam às zonas de nidificação na mesma altura e, aparentemente, já emparelhados. Os machos que não estão emparelhados são normalmente muito barulhentos, perturbando frequentemente os casais vizinhos. No mediterrâneo ocidental, o período de posturas inicia-se no fim de Abril e na Grécia a partir de 10 de Maio. Normalmente as segundas posturas (mais frequentes como posturas de substituição das primeiras) começam por volta de meados de Julho. O macho é que selecciona o local para a construção do ninho, iniciando-a logo quando chega, sendo secundado pela fêmea um ou dois dias mais tarde. O tempo de construção é de 4 a 6 dias. Os ninhos são construídos em árvores ou arbustos, sendo largamente constituídos por material vegetal. As posturas variam entre 4 e 8 ovos, mais frequentemente 5 ou 6. O período de incubação prolonga-se durante 14 e 16 dias.

MOVIMENTOS

É uma espécie migradora que nidifica na Europa e África, invernado a Sul do deserto do Sahara mas a Norte do Equador. Em Portugal, chega aos seus territórios de nidificação entre Março e meados de Abril, partindo para os territórios de Inverno durante o mês de Setembro.

LOCAIS DE OBSERVAÇÃO

Esta espécie pode ser observada com facilidade no Sul do País. Por exemplo, nos montados de sobro adjacentes à Reserva Natural do Estuário do Tejo e um pouco por todo o Alentejo.

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