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Sonhar custa caro

Roter.Teufel

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Sonhar custa caro

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Sonhar. Quando o sono vem e temos aquele sonho que parece tão real que não queremos acreditar que ele vai acabar. Porém, inevitavelmente chega a pior hora do sonho: acordar. Acordarmos com a realidade dura e crua e só resta levantar e seguir com nossos afazeres do dia.

Esta semana, voltamos a sonhar com tempos melhores no basquete nacional. A bela festa que foi o Jogo das Estrelas do NBB nos mostrou, novamente, o potencial que o esporte tem para entreter famílias, os fãs e patrocinadores. A volta para a realidade foi mais rápida que imaginamos. Não foi o que vimos em quadra que nos trouxe de volta a dura realidade que é a execução de um projeto esportivo no Brasil. Pelo contrário. Assistimos esta semana a bons jogos no NBB. Destaco alguns aqui só para vocês terem uma ideia: Franca e Minas foi um jogaço (94 a 90 para os Francanos), Bauru e Fortaleza foi decidido na última jogada (vitória do Fortaleza por 79 a 77) e um teste para cardíaco que foi União Corinthians e Pato Basquete, com o triunfo do União por 2 pontos, 68 a 66. Além disso, tivemos as melhores atuações coletivas do time do Flamengo na temporada durante o “tour” do time Rubro-negro pela Capital Federal contra os times locais: Cerrado na última terça-feira e Brasília na quinta.

Neste jogo contra o Brasília, vitória dos comandados do técnico Gustavo De Conti por 109 a 75, que durante a normalmente insossa entrevista pré-jogo, o grande nome do time do Brasília, ala/armador Gemadinha, soube muito bem expor a situação durante a transmissão do Sportv. O desabafo foi contundente: “[O Flamengo] é um time complicado de se enfrentar. No entanto, temos uns problemas por aí. Continuamos com o atraso salarial e faz três meses que isso está acontecendo. A nossa diretoria teve um descaso com a gente. Perdemos o Fischer [para o Flamengo] por isso, mas vamos continuar lutando para chegar aos playoffs”. A repórter da transmissão foi muito bem ao perguntar para o agora Rubro-Negro Ricardo Fischer sobre a situação do Brasília: “Fiz um acordo para receber em 10 vezes o valor em aberto. A primeira foi paga e a segunda está atrasada.”. Ponto aqui para Gemadinha, Fischer e Basilio que também falou do assunto em entrevista na transmissão. Os jogadores, se forem punidos, será um dos pontos baixos desta temporada.

Voltando ao jogo rapidamente. Cabe aqui notar o alto profissionalismo dos jogadores do Brasília. O time do técnico Dedé Barbosa tem uma chance de ir para os playoffs e jogou no máximo de seus talentos e, especialmente, fôlego contra um Flamengo, que mostrou clara melhora no seu jogo coletivo neste momento da temporada. Esse é um retrato real do que acontece hoje no basquete nacional. Parece que comissões técnicas, médicos e principalmente jogadores estão fazendo o seu papel. E dando o melhor para que a chama deste campeonato continue viva. E os que estão fora de quadra? Todos sabemos a dificuldade de ter um projeto esportivo no Brasil. Um então competitivo no mais alto nível é coisa de pouquíssimas entidades por estes lados dos trópicos. Entendemos isso, mas o que não dá para entender é como ainda temos, em 2023, com a décima quinta edição do NBB, de passar por este tipo de situação.

Agora fica aquela situação do ovo e a galinha. Se a Liga Nacional aperta os clubes, pode não ter numero suficiente de participantes para um campeonato de quase 8 meses, mas se tem participantes, quantos destes têm “fôlego” para arrumar receita (dinheiro entrando) para ter um plantel competitivo e melhorar o campeonato? Não tem solução rápida e nem fácil. Requer planejamento, organização e união. União que parece ser o grande problema do nosso basquete. Falta união dos poderes e não divisão para que se ache um caminho e se mantenha nele. Hoje a seleção Brasileira é comandada por técnico e maioria de jogadores do NBB. Não existe porque uma fricção entre CBB e Liga. São dois ecossistemas que se alimentam e frutificam da mesma fonte. Ao mesmo tempo, a Liga tem que não só cobrar profissionalismo dos clubes, mas compartilhar expertise em captação de recursos e receita em mercado ainda emergente do NBB. Que expertise, por exemplo? Como montar uma estrutura mais enxuta como o do Jogo das Estrelas para arenas menores a fim de atrair o público local.

Fechamos a semana não da forma que queríamos. Sonhamos acordados com o Jogo das Estrelas e os belos jogos desta semana, e acordamos para a realidade em menos de 5 dias. Uma pena.

Jornal do Brasil
 
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