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Sobreviventes de 1918 imunes ao vírus da gripe
A "espanhola" fez mais de 50 milhões de vítimas em todo o Mundo no final da I Grande Guerra
EDUARDA FERREIRA
As células humanas têm memória suficiente para reconhecer um vírus com que contactaram 90 anos antes, concluíram investigadores dos EUA, que analisaram amostras de indívíduos nascidos antes da pandemia que grassou de 1918 a 1920.
Sobreviventes da gripe "espanhola" têm nas suas células anticorpos capazes de reconhecer e destruir o vírus H1N1, responsável pela mais devastadora das pandemias. A descoberta foi feita por investigadores da Faculdade de Medicina de Mount Sinai, Estado Unidos, tendo os resultados da pesquisa sido avançados pela revista "Nature".
O estudo foi feito a partir de amostras de sangue colhidas a 32 idosos nascidos antes de 1908. Os resultados mostraram que havia ainda a capacidade de as células B produzirem anticorpos e assim neutralizarem eficazmente o vírus em causa. Passados tantos anos de terem estado em contacto com o causador daquele tipo de gripe, registou-se nos organismos a mesma resposta defensiva.
Os investigadores recorreram também a esses anticorpos para testar laboratorialmente em ratos a cura de um grupo de animais infectados com aquela gripe, que se calcula ter matado cerca de 50 milhões de pessoas. Aqueles anticorpos mostraram-se muito potentes e por isso foram necessárias doses muito baixas para destruir o vírus.
Este avanço na compreensão do comportamento dos vírus da gripe é não só importante para o desenho de vacinas, como também para o entendimento dos mecanismos de defesa do organismo humano face a invasores até então desconhecidos. A questão mantém-se crucial num momento em que especialistas e a própria Organização Mundial de Saúde consideram que, mais cedo ou mais tarde, a humanidade se irá confrontar com uma nova epidemia.
A mutação do actual vírus da gripe das aves (H5N1) para uma variante em que se torne possível o contágio entre humanos é um cenário temido. Tanto mais, que a mobilidade das populações não se faz agora em quinzenas ou mais dias (o tempo mínimo de algumas viagens transoceânicas nos começos do século XX), mas em escassas horas de ligações aéreas.
Até agora, a gripe das aves em circulação parece contida e ainda não se adaptou a contágio entre humanos. As suas vítimas têm sido adolescentes e jovens.
JN
A "espanhola" fez mais de 50 milhões de vítimas em todo o Mundo no final da I Grande Guerra
EDUARDA FERREIRA
As células humanas têm memória suficiente para reconhecer um vírus com que contactaram 90 anos antes, concluíram investigadores dos EUA, que analisaram amostras de indívíduos nascidos antes da pandemia que grassou de 1918 a 1920.
Sobreviventes da gripe "espanhola" têm nas suas células anticorpos capazes de reconhecer e destruir o vírus H1N1, responsável pela mais devastadora das pandemias. A descoberta foi feita por investigadores da Faculdade de Medicina de Mount Sinai, Estado Unidos, tendo os resultados da pesquisa sido avançados pela revista "Nature".
O estudo foi feito a partir de amostras de sangue colhidas a 32 idosos nascidos antes de 1908. Os resultados mostraram que havia ainda a capacidade de as células B produzirem anticorpos e assim neutralizarem eficazmente o vírus em causa. Passados tantos anos de terem estado em contacto com o causador daquele tipo de gripe, registou-se nos organismos a mesma resposta defensiva.
Os investigadores recorreram também a esses anticorpos para testar laboratorialmente em ratos a cura de um grupo de animais infectados com aquela gripe, que se calcula ter matado cerca de 50 milhões de pessoas. Aqueles anticorpos mostraram-se muito potentes e por isso foram necessárias doses muito baixas para destruir o vírus.
Este avanço na compreensão do comportamento dos vírus da gripe é não só importante para o desenho de vacinas, como também para o entendimento dos mecanismos de defesa do organismo humano face a invasores até então desconhecidos. A questão mantém-se crucial num momento em que especialistas e a própria Organização Mundial de Saúde consideram que, mais cedo ou mais tarde, a humanidade se irá confrontar com uma nova epidemia.
A mutação do actual vírus da gripe das aves (H5N1) para uma variante em que se torne possível o contágio entre humanos é um cenário temido. Tanto mais, que a mobilidade das populações não se faz agora em quinzenas ou mais dias (o tempo mínimo de algumas viagens transoceânicas nos começos do século XX), mas em escassas horas de ligações aéreas.
Até agora, a gripe das aves em circulação parece contida e ainda não se adaptou a contágio entre humanos. As suas vítimas têm sido adolescentes e jovens.
JN